Livro
9º - Maria Madalena
Este Evangelho foi escrito
provavelmente no século II. Foi através de um fragmento copta, que ele chegou
até nós. O destaque fica para a estranha parábola que Jesus conta para Maria Madalena.
Esta passagem ocorreu após sua crucificação.
FRAGMENTO DO EVANGELHO
SEGUNDO MARIA MADALENA
Salvador disse: "Todas
as espécies, todas as formações, todas as criaturas estão unidas, elas dependem
umas das outras, e se separarão novamente em sua própria origem. Pois a
essência da matéria somente se separará de novo em sua própria essência. Quem
tem ouvidos para ouvir que ouça".
Pedro lhe disse: "Já que
nos explicaste tudo, dize-nos isso também: o que é o pecado do mundo?"
Jesus disse: "Não há pecado; sois vós que os criais, quando fazeis coisas
da mesma espécie que o adultério, que é chamado 'pecado'. Por isso Deus Pai
veio para o meio de vós, para a essência de cada espécie, para conduzi-la a sua
origem."
Em seguida disse: "Por
isso adoeceis e morreis [...]. Aquele que compreende minhas palavras, que as
coloque-as em prática. A matéria produziu uma paixão sem igual, que se originou
de algo contrário à Natureza Divina. A partir daí, todo o corpo se
desequilibra.
Essa é a razão por que vos
digo: tende coragem, e se estiverdes desanimados, procurais força das
diferentes manifestações da natureza. Quem tem ouvidos para ouvir que
ouça."Quando o Filho de Deus assim falou, saudou a todos dizendo: "A
Paz esteja convosco.
Recebei minha paz. Tomai
cuidado para ninguém vos afaste do caminho, dizendo: 'Por aqui' ou 'Por lá',
Pois o Filho do Homem está dentro de vós. Segui-o. Quem o procurar, o
encontrará. Prossegui agora, então, pregai o Evangelho do Reino. Não
estabeleçais outras regras, além das que vos mostrei, e não instituais como
legislador, senão sereis cerceados por elas".Após dizer tudo isto partiu.
Mas eles estavam
profundamente tristes. E falavam: "Como vamos pregar aos gentios o
Evangelho ao Reino do Filho do Homem? Se eles não o procuraram, vão poupar a
nós?"
Maria Madalena se levantou,
cumprimentou a todos e disse a seus irmãos: "Não vos lamentais nem
sofrais, nem hesiteis, pois sua graça estará inteiramente convosco e vos
protegerá. Antes, louvemos sua grandeza, pois Ele nos preparou e nos fez
homens". Após Maria ter dito isso, eles entregaram seus corações a Deus e
começaram a conversar sobre as palavras do Salvador.
Pedro disse a
Maria:"Irmã, sabemos que o Salvador te amava mais do que qualquer outra
mulher. Conta-nos às palavras do Salvador, as de que te lembras, aquelas que só
tu sabes e nós nem ouvimos."
Maria Madalena respondeu
dizendo: " Esclarecerei a vós o que está oculto". E ela começou a
falar essas palavras: "Eu", disse ela, "eu tive uma visão do
Senhor e contei a Ele: 'Mestre, apareceste-me hoje numa visão'. Ele respondeu e
me disse: 'Bem aventurada sejas, por não teres fraquejado ao me ver. Pois, onde
está a mente há um tesouro'. Eu lhe disse: 'Mestre, aquele que tem uma visão vê
com a alma ou como espírito?' Jesus respondeu e disse: "Não vê nem com a
alma nem com o espírito, mas com a consciência, que está entre ambos - assim é
que tem a visão [...]".
E o desejo disse à alma: 'Não
te vi descer, mas agora te vejo subir. Por que falas mentira, já que pertences
a mim?' A alma respondeu e disse:'Eu te vi. Não me viste, nem me reconheceste.
Usaste-me como acessório e não me reconheceste.' Depois de dizer isso, a alma
foi embora, exultante de alegria. "De novo alcançou a terceira potência ,
chamada ignorância. A potência, inquiriu a alma dizendo: 'Onde vais? Estás
aprisionada à maldade.
Estás aprisionada, não
julgues!' E a alma disse: ' Por que me julgaste apesar de eu não haver julgado?
Eu estava aprisionada; no entanto, não aprisionei. Não fui reconhecida que o
Todo se está desfazendo, tanto as coisas terrenas quanto as celestiais.'
"Quando a alma venceu a terceira potência, subiu e viu a quarta potência,
que assumiu sete formas. A primeira forma, trevas, a segunda, desejo; a terceira,
ignorância,; a quarta, é a comoção da morte; a quinta, é o reino da carne; a
sexta, é a vã sabedoria da carne; a sétima, a sabedoria irada. Essas são as
sete potências da ira. Elas perguntaram à alma: ´De onde vens, devoradoras de
homens, ou onde vais, conquistadora do espaço?' A alma respondeu dizendo: ' O
que me subjugava foi eliminado e o que me fazia voltar foi derrotado..., e meu
desejo foi consumido e a ignorância morreu. Num mundo fui libertada de outro
mundo; num tipo fui libertada de um tipo celestial e também dos grilhões do
esquecimento, que são transitórios. Daqui em diante, alcançarei em silêncio o
final do tempo propício, do reino eterno'." Depois de ter dito isso, Maria
Madalena se calou, pois até aqui o Salvador lhe tinha falado.
Mas André respondeu e disse
aos irmãos:"Dizei o que tendes para dizer sobre o que ela falou. Eu, de
minha parte, não acredito que o Salvador tenha dito isso. Pois esses
ensinamentos carregam idéias estranhas". Pedro respondeu e falou sobre as
mesmas coisas.
Ele os inquiriu sobre o
Salvador:"Será que ele realmente conversou em particular com uma mulher e
não abertamente conosco? Devemos mudar de opinião e ouvirmos ela? Ele a
preferiu a nós?" Então Maria Madalena se lamentou e disse a Pedro:
"Pedro, meu irmão, o que estás pensando? Achas que inventei tudo isso no
mau coração ou que estou mentindo sobre o Salvador?" Levi respondeu a
Pedro: "Pedro, sempre fostes exaltado. Agora te vejo competindo com uma
mulher como adversário. Mas, se o Salvador a fez merecedora, quem és tu para
rejeitá-la? Certamente o Salvador a conhece bem. Daí a ter amado mais do que a nós.
É antes, o caso de nos envergonharmos e assumirmos o homem perfeito e nos
separaremos, como Ele nos mandou, e pregarmos o Evangelho, não criando nenhuma
regra ou lei, além das que o Salvador nos legou."
Depois que Levi disse essas
palavras, eles começaram a sair para anunciar e pregar. Fim
Ivro 10º - Melckizedek
Fragmentos
JESUS
CRISTO, o Filho de Deus 1...1 de.
...
(2 linhas irrecuperáveis)
...
os éons, eu poderia contar todos os éons, e, em (no caso de) cada um deles, que
eu poderia contar a natureza do éon, o que é, e que eu poderia vestir amizade e
bondade como um artigo de vestuário, ó irmão, [...] e.
...
(7 linhas irrecuperáveis) ... o seu fim [...]. E ele revelará a eles a verdade
[...] em... ... (3 linhas irrecuperáveis)
provérbio(s)...
...
(linhas 26-eop, e primeiras duas linhas da próxima página, irrecuperáveis)
...
no princípio em parábolas e enigmas [...] os proclame. A morte tremerá e ficará
irada, não só ela, mas também o arcontes que governam o mundo e que são da
mesma categoria dele, e os principados e as autoridades, os deuses femininos e
os deuses masculinos, junto com os arcanjos. E...
...
(4 linhas irrecuperáveis)
todos
eles, [...] os regentes do mundo [...], todos eles, [...]
Eles
dirão [...] a seu respeito, e interessando [...] e...
...
(2 linhas irrecuperáveis) ...
eles
vão [...] mistérios ocultos...
...
(linhas 27-eop, e primeiras duas linhas da próxima página, irrecuperáveis)
...
fora de [...] o Todo. Eles vão [...] isto. Os advogados o enterrarão depressa.
Eles o chamarão o homem ímpio, sem lei, impuro. E no terceiro dia, ele
ressuscitará dos mortos...
...
(linhas 12-eop, e primeiras 3 linhas da próxima página, irrecuperáveis)
...
discípulos santos. E o Salvador lhes revelará o mundo para que dê vida ao Todo.
Mas
esses nos céus falaram muitas palavras, junto com esses na terra, e aqueles
debaixo da terra....
...
(linha 11-eop irrecuperáveis)
...
que acontecerá em seu nome. Além disso, eles dirão dele que ele é não gerado,
embora tenha sido procriado, (que) ele não come, embora ele coma, (que) ele não bebe, embora ele beba, (que)
ele é incircunciso, embora tenha sido circuncidado, (que) ele é incorpóreo,
embora tenha entrado na carne, (que) ele não veio a sofrer, embora veio a
sofrer, (que) ele não ressuscitou dos mortos, embora tenha surgido dos mortos.
Mas
todas as tribos e todos os povos falarão a verdade que está recebendo de si
mesmo, ó Melchizedek, Santo, Sumo Sacerdote, a esperança perfeita e os dons da
vida. Eu sou Gamaliel, que foi enviado [...] a congregação dos filhos de Seth
que estão sobre milhares de milhares e miríades de miríades, dos éons [...]
essência dos éons, aba [...] aiai ababa. O divino [...] da [...] natureza
[...]! O Mãe dos éons, Barbeio! Primogênito dos éons, esplêndido Doxomedon Dom
[...]! O glorioso, Jesus Cristo! O chefes principais dos luminares, seu poder a
Armozel, Oroiael, Daveithe, Eleleth, e tu homem-de-luz, éon imortal
Pigera-Adamas, e tu bom deus dos mundos beneficentes, Mirocheirothetou, por
Jesus Cristo, o Filho de Deus! Este é o que eu proclamo, já que visitou o que
verdadeiramente existe, entre aqueles que existem [...] não existe, Abel Baruch
— que tu (sg.) poderia ser dado o conhecimento da verdade [...], que ele é da raça
do Sumo-Sacerdote que está sobre milhares de milhares e miríades de miríades,
dos éons. Os espíritos adversos são ignorantes acerca dele, e (de) sua
(própria) destruição. Não só (este, mas) eu vim revelar-te a verdade que está
dentro dos irmãos. Ele incluiu a si mesmo no oferecimento vivo, junto com sua
descendência. Ele os ofereceu como uma oferta ao Todo. Porque não é gado para
que tu ofereças pelo(s) pecado(s) de incredulidade, e pelas ignorâncias, e
(por) todas as más ações que eles farão [...]. E eles não alcançam ao Pai do
Todo [...] a fé...
...
(20 linhas irrecuperáveis)
Porque
as águas que estão acima [...] que recebem batismo [...]. Mas recebem aquele
batismo que está com a água que [...], enquanto ele está vindo...
...
(3 linhas irrecuperáveis)
...
batismo como eles...
...
(18 linhas irrecuperáveis)
...
ore pela descendência dos arcontes e todos os anjos, junto com a semente
<que> fluiu do Pai do Todo [...] o inteiro' [...] de [...] fosse gerado
os deuses e os anjos, e os homens [...] fora da semente, todas das naturezas,
aqueles nos céus e esses na terra e aqueles debaixo da terra...
...
(14 linhas irrecuperáveis)
...
natureza das fêmeas [...], entre esses que estão no [...]. Eles eram limitados
por [...] Mas este não é (o) verdadeiro Adão nem (a) verdadeira Eva.
Pois
quando eles comeram da árvore do conhecimento, eles pisotearam o Querubim e o
Serafim com a espada flamejante. Eles [...1 que era Adão [... ] os regentes do
mundo, e [...1 os de fora [...] depois que tivessem produzido [...] descendência
dos arcontes e as suas coisas mundanas, estes que pertencem a...
...
(13 linhas irrecuperáveis)
...
luz [...]. E as fêmeas e os machos, esses que existem com [...] oculto de toda
natureza, e renunciarão aos arcontes [...] que recebem dele o [...]. Porque
eles são merecedores de [...] imortal, e grande [...], e grande [...], e grande
[...] filhos dos homens [...] discípulos [...] imagem, e [...] da luz [...] que
é santo. Para [...] desde o princípio [...] uma semente...
...
(linhas 13-eop irrecuperáveis)
Mas
eu ficarei em silêncio [...], porque nós somos os irmãos que desceram do viver
[...]. Eles [...] no...
...
(1 linha irrecuperável)
...
de Adão, [...], Abel, Enoque, Noé, [...] tu, Melchizedek, o Sacerdote do Deus
Altíssimo, [...] aqueles que [...] as mulheres...
...
(linhas 14-eop irrecuperáveis)
...
estes dois que foram escolhidos em nenhum momento nem em qualquer lugar serem
condenados, sempre que eles foram gerados, por seus inimigos, por seus amigos,
nem por estranhos, nem pelos de sua (própria) família, (nem) pelo incrédulo,
nem o piedoso. Todos de naturezas adversas [...] eles, sejam esses que estão
manifestos, ou esses que não, junto com aqueles que moram nos céus, e aqueles
que estão na terra, e aqueles que estão debaixo da terra. Eles farão guerra
[...] cada um. Para [...], se no...
...
(3 linhas irrecuperáveis)
...
muitos...
...
(2 linhas irrecuperáveis)
E
estes no [...] cada um [...]. Estes [...] com todo sopro [... ] fraquezas.
Estes serão confinados em outras formas, e será castigado.
A
estes o Salvador levará embora, e eles superarão a tudo, não com suas bocas e
palavras, mas por meio do [...] que será feito para eles. Ele destruirá a
Morte.
Estas
coisas que me ordenaram para revelar, estas coisas revelam como eu (fiz). Mas
aquilo que está oculto, não revela a ninguém, a menos que seja revelado a ti
(para fazer assim)."
E
imediatamente, eu surgi, eu, Melchizedek, e eu comecei a [...] Deus [...] que
eu deveria alegrar...
...
(1 linha irrecuperável)
...
enquanto ele está agindo [...] vivendo [...] eu disse, "eu...
...
(2 linhas irrecuperáveis)
...
de agora em diante, e eu não cessarei, ó Pai do Todo, porque tu tiveste piedade
dos homens, e enviaste o anjo de luz [...] de suas eternidades [...] para
revelar [...] Quando ele veio, pois ele me fez ser elevado de ignorância, e
(de) a frutificação da morte para vida. Porque eu tenho um nome: Eu sou
Melchizedek, o Sacerdote do Deus Altíssimo; eu sei que sou verdadeiramente a
imagem do verdadeiro Sumo Sacerdote do Deus Altíssimo, e [...] o mundo.
Porque
não é pouca coisa que Deus [...] com [...] enquanto ele [...]. E [...] os anjos
que habitam a terra...
...
(2 linhas irrecuperáveis)
...
é o sacrifício de [...], quem a Morte enganou. Quando ele morreu, ele os
limitou com as naturezas que os estão desviando. Ainda ele fez ofertas [...]
gado, dizendo, que "eu lhes entreguei à Morte, e os anjos, e o [...]
demônios [...] ofertas vivas [...]. Eu me ofereci a ti como um oferecimento,
junto com aqueles que são meus, para ti, (0) Pai do Todo, e aqueles quem tu amas,
que vieram diante de ti que são santos (e) que vivem. E <de acordo com>
as leis perfeitas, eu pronunciarei meu nome como eu recebo batismo agora (e)
sempre, (como um nome) entre os vivos (e) santos nomes, e (agora) nas águas.
Amém."
Santo
és tu, Santo és tu, Santo és tu, O Pai do Todo, que verdadeiramente existe,
[...] não existe, Abel Baruque [...], para sempre, Amém. Santo és tu, Santo és
tu, Santo és tu, Mãe das eternidades, Barbeio, para sempre, Amém.
Santo
és tu, Santo és tu, Santo és tu, Primogênito das eternidades, Doxomedon [...],
para sempre, Amém.
Santo
és tu, Santo és tu, Santo és tu...
...
(2 linhas irrecuperáveis)
...
para sempre, Amém.
Santo
és tu, Santo és tu, Santo és tu...
...
(1 linha irrecuperável)
...
primeiro éon, Harmozel, para sempre, Amém.
Santo
és tu, Santo és tu, Santo és tu, chefe, luminário dos éons, Oriael, para
sempre, Amém.
Santo
és tu, Santo és tu, Santo és tu, chefe dos éons, homem-de-luz, Daveithe, para
sempre,. Amém.
Santo
és tu, Santo és tu, Santo és tu, comandante supremo, Eleleth...
...
(1 linha irrecuperável)
...
os éons...
...
(1 linha irrecuperável)
...
para sempre, Amém.
Santo
és tu, Santo és tu, Santo és tu, deus bom das palavras beneficentes,...
Mirocheirothetou, para sempre, Amém.
Santo
és tu, Santo és tu, Santo és tu, Comandante supremo do Todo, Jesus Cristo, para
sempre, Amém.
...
(1 linha irrecuperável)
...
abençoado [...] confissão. E [...] o confesse [... ] agora E...], então se
torna [...] medo e [...], medo e [...] perturbe [...] os cercando [...], no
lugar que tem uma grande escuridão, e muitos [...] se apareça [...] lá [...] se
apareça...
...
(linhas 23-eop irrecuperáveis)
E
[...] eles foram vestidos com [...] tudo, e...
...
(6 linhas irrecuperáveis) ... perturbações. Eles deram [...] as suas palavras
[...], e eles disseram a mim, "[...], Melchizedek, Sacerdote do Deus
Altíssimo", [...] eles falaram como se i...1 as suas bocas [...] no
Todo...
...
(7 linhas irrecuperáveis) ... desvie...
...
(linhas 25-eop irrecuperáveis)
..
com o dele [...] adoração, e [...] fé, e l.-1 as suas orações, e...
...
(1 linha irrecuperável) ... aqueles que são seus [...] primeiro...
...
(2 linhas irrecuperáveis)
...
Eles não se preocuparam com o sacerdócio que executas, do qual é...
...
(1 linha irrecuperável)
...
nas deliberações de [...] Satanás [...], o sacrifício [...] as suas
doutrinas...
...
(2 linhas irrecuperáveis)
...
desta eternidade...
...(4)
linhas irrecuperáveis)... que existe em [...], desencaminhadamente...
...
(linhas 27-eop irrecuperáveis)
...
e alguns...
...
(2 linhas irrecuperáveis)
...
ele os deu...
...
(1 linha irrecuperável)
...
e treze...
..
(linhas 7-eop irrecuperáveis)
..
os lance [...], para que você possa...
...
(1 linha irrecuperável)
...
para imediatamente, [...], por meio de [...] no chão. O...
..
(linhas 7-eop irrecuperáveis)
(pp.
23-24 do códice são quase completamente perdidas)
...
homens. E [...] você (pl me golpeado, [...] você me lançou, [...] cadáver. E tu
me crucificaste na terceira hora na véspera do Sábado até a nona hora. E depois
destas coisas, eu surgi dos mortos, [...] saiu de [...] em mim, [...] meus olho
viram [...], eles não acharam ninguém...
...
(linhas 13-eop irrecuperáveis)
...
me cumprimentado [...] Eles disseram a mim, "Seja forte ó Melchizedek,
grande Sumo sacerdote do Deus Altíssimo para os arcontes que são seu inimigos
fizeram guerra; (mas tu prevaleceste sobre eles, e ele não prevaleceram sobre
ti, e tu suportaste, e tu destruíste seu inimigos. [...] descansará em qualquer
[...] que é vivo (e) santo [...] aqueles que se exaltaram contra ele [...]
carne...
...
(linhas 15-eop irrecuperáveis)
...
com oferecimentos, trabalhando naquilo que é bom jejuando com jejuns. Estas
revelações, não revelam a ninguém na carne, visto que são incorpóreas, a menos
que seja revelado a vós (para fazer assim).
Quando
os irmãos que pertencem às gerações de vida tinham dito estas coisas, eles
foram levados (às regiões) acima de todos os céus. Amém.
Livro 11º - Narração do Dilúvio da Epopéia de
Gilgamesk
(Relato
Babilônico)
GILGAMESH
fez uma longa e difícil viagem para aprender de Utnapishtim como este veio a
adquirir a vida eterna. Como resposta às suas perguntas, Utnapishtim conta a
seguinte estória. Houve um tempo quando os deuses destruíram a antiga cidade de
Shurupak mediante uma grande inundação. Mas Utnapishitim, alertado por Ea (Enki),
conseguiu sobreviver construindo um grande barco. Sua imortalidade foi uma
dádiva concedida pelos deuses arrependidos em reconhecimento à sua ingenuidade
e fidelidade ao restituir o sacrifício.
Shurupak
- uma cidade que tu conheces e que está estabelecida à margem do Eufrates; era
cidade antiga, (como eram) os deuses que nela (habitavam), quando seus corações
levaram os deuses a provocarem uma grande inundação. Ali estavam Anu, Enlil seu
pai valente, seus conselheiros, N murta, seu arauto, Enuge, seu N. Ninigiku-Ea
também esta ali com eles; ele repete suas palavras para a choça de juncos (casa
de Utnapishitim): Choça de juncos, choça de juncos! Paredes! Paredes! Choça de
juncos, dai ouvidos! Paredes reflitam! Homem de Shurupak (Utnapishtim), filho
de Ubar-Tutu, Lágrimas descerão (sobre esta) casa, construa um barco! Abandone
suas posses, busque pela vida. Despreze a propriedade e mantenha a alma viva.
Entre no barco e tome consigo a semente de tudo que vive. O barco que tu deves
construir deve ter estas dimensões. Iguais devem ser a largura e o comprimento.
Como o Apsu (águas subterrâneas) tu deves lhe fazer um teto.
Eu
compreendi e disse para Ea, meu Senhor: Eis me, meu senhor, ao que tu
ordenares, ficarei honrado em cumprir. Contudo, o que eu devo dizer à cidade,
ao povo e aos anciãos? Ea abriu sua boca para falar, dizendo-me a mim seu
servo: desse modo tu deverás dizer-lhes: eu aprendi que Enlil é hostil para
comigo, de maneira que eu não posso residir em vossa cidade, nem pôr os meus
pés no território de Enlil. Para as profundezas, portanto, eu a mandarei, para
crescer com meu senhor Ea. Quanto a vós derramarei em abundância, os pássaros
mais seletos, os peixes mais raros. A terra ficará cheia de ricas colheitas.
Aquele que ao anoitecer ordenar às espigas, choverá sobre ele uma chuva de
trigo (para iludir aos habitantes de Shurupak quanto à real intenção da chuva).
Com o primeiro raiar da aurora, a terra se ajuntará ao meu redor.
[N.
do T.: aqui o texto está muito fragmentado para se traduzir]
Alguns
devem levar betume, enquanto as demais coisas que são necessárias forem
trazidas. No quinto dia eu apresentarei o madeiramento. Um acre (inteiro) era o
seu pavimento, dez dúzias de cúbitos a altura de cada uma de suas paredes, doze
cúbitos cada mureta do convés. Acabei de fazer cada um de seus lados e os
juntei. Eu a fiz com seis pavimentos, dividindo o barco em sete partes, seu
pavimento plano eu dividi em nove partes. Fiz a vedação. Fiz o mastro e
preparei os suprimentos. Derramei oito medidas de betume na fornalha, três de
asfalto e também espalhei por dentro. Ao lado de uma de óleo que a calafetação
consumiu, e duas de óleo que o barqueiro utilizou. Eu imolei dois bois para o
povo, e uma ovelha a cada dia. Mosto, vinho, óleo e vinagre eu ofereci aos
trabalhadores para que bebessem,como também água do rio, para que eles pudessem
festejar o Ano Novo... no sétimo dia o barco ficou pronto. O lançamento foi
muito difícil, de maneira que eles tinham que erguer a prancha para cima e para
baixo, até que dois terços da estrutura entrasse na água. Por causa de tudo que
eu tinha carregado; por tudo que eu tinha carregado de prata; por tudo que eu
tinha carregado de ouro; por tudo que eu tinha carregado de todos os seres
vivos. Toda minha família e parentes que eu mandei a bordo do barco. Os animais
do campo, as criaturas selvagens do campo, toda a tripulação que embarquei.
Shamash
havia me estipulado um tempo: quando ele ficasse inquieto à noite ordenaria que
chovesse uma chuva de destruição. Entre em teu barco e feche a porta! E ele
declarou que o tempo havia chegado: aquele que fica inquieto à noite ordenou
que chovesse uma chuva de destruição. E notei a aparência do tempo. O tempo era
terrível de se contemplar. Para fechar (todo) o barco, Puzur-Amurri, o
barqueiro, teve minha ajuda para juntar tudo que era necessário. Com o primeiro
raiar da aurora, uma nuvem negra ergueu-se no horizonte. Dentro dela os trovões
de Adad (deus da tempestade e da chuva), enquanto Shallat e Hanish (Arautos de
Adad) iam adiante, movendo-se como precursores sobre as colinas e o planalto.
Erregal (Nergal, o deus do mundo subterrâneo) faz o anúncio (fora da barragem);
Apresenta-se Ninurta e ordena que se abram os diques. Annunaki eleva as tochas,
colocando a terra em chamas com seus raios. A consternação de Adad chega aos
céus, tornando tudo que era luz em treva. A extensa terra foi destruída como um
vaso de barro (que cai)! Por um dia a tempestade devastou (a tudo), amontoando
rapidamente tudo o que devastou, submergindo as montanhas, sobrepujando as
pessoas como numa batalha. Ninguém podia ver seu companheiro, nem pode o povo
ser reconhecido desde o céu. Os deuses (que habitavam a cidade) estavam
assustados por causa do dilúvio, e, retiraram-se ascendendo ao céu de Anu. Os
deuses encolheram-se como cães que se agacham contra a parte baixa de um muro.
Ishtar gritava como uma mulher no trabalho (de parto), a senhora de voz suave
entre os deuses gemia em voz alta: ai, os dias passados voltaram para o barro,
por que me conduzi erroneamente na assembléia dos deuses, como eu pude me
conduzir desse modo na assembléia dos deuses, ordenando uma batalha para a
destruição de meu povo, quando fui eu mesma quem o fez nascer! Como as ovas dos
peixes eles enchem o mar! Os deuses de Anunaki choraram com ela, seus lábios se
cerraram... (ao ver a) todos. Seis dias e seis noites sopram aos ventos, da
inundação enquanto varre a terra. Quando chegou sétimo dia, a inundação (levou)
a tempestade e acalmou a batalha, que havia sido feita como (faz) um exército.
O mar se calou, a tempestade ficou imóvel, a inundação cessou. Eu observei o
tempo: a calmaria se estabeleceu, e toda a humanidade retornou ao barro. A
paisagem era tão plana como um telhado. Abri uma escotilha, e senti a luz sobre
meu rosto. Curvei-me lentamente, assentei-me e chorei, e as lágrimas desceram
pela minha face. Eu olhei ac redor para as linhas da costa no grande mar: em
cada uma das quatorze (regiões); lá emergia uma região (montanha).
O
barco veio a se deter sobre o monte Nisir. O monte sustentou firmemente o
barco, não permitindo nenhum movimento.
[N.
do T.: aqui há um trecho indecifrável o1 perdido]
(Por
seis dias o barco fico, firmemente preso ao Monte Nisir.) Quando chegou o
sétimo dia eu me apresentei e liberte uma pomba. A pomba foi adi ante, mas voltou;
não havia lugar para repousar por isso ele voou ao redor e voltou. Então me
apresentei e libertei uma andorinha. A andorinha foi adi ante, mas retornou;
não havia lugar para repousar por isso ela voou ao redor e voltou.
Em
seguida, me apresente e libertei um corvo. O corvo foi adiante e vendo que as
água haviam diminuído, ele comeu fez círculos, grasnou, e não retornou. Eu
deixei todos saírem para os quatro ventos e ofereci um sacrifício. Fiz uma
libação no topo do monte. Alinhei de sete em sete vasos no devido lugar e
amontoei cana, cedro e murta. Os deuses sentiram o aroma, os deuses sentiram o
doce aroma, os deuses se ajuntaram como aves sobre o sacrificador. Assim que a
grande deusa (Ishtar/Ninurti) se aproximou, ela ergueu grandes jóias que Anu fabricou
para seu punho; Sim, deuses presentes, tão certo quanto este lápis-lazuli em
meu pescoço eu não esquecerei, me lembrarei destes dias, não (os) esquecendo
jamais. Que os deuses se aproximem do ofertante; (Contudo,) Enlil não se
aproxime dele, por que ele, sem moderação, trouxe o dilúvio e meu povo foi
entregue à destruição.
Tão
logo Enlil se aproximou, e viu o barco, Enlil ficou furioso, ele ficou cheio de
ira contra os deuses Igigi (deuses celestiais): Alguma alma vivente escapou?
Nenhum homem deveria escapar à destruição!
Ninurta
abriu sua boca para falar, dizendo ao valente Enlil: quem outro, além de Ea,
pode fazer planos? Ea sozinho é quem sabe todas as questões? Ea abriu sua boca
para falar, dizendo ao valente Enlil: tu é o mais sábio dos deuses, tu herói,
como pudestes tu, sem medida, trazer o dilúvio? Sobre o pecador imponha seu
pecado, sobre o transgressor imponha sua transgressão!
Ao
invés de trazer-lhes o dilúvio, melhor seria que um leão se levantasse para
diminuir a humanidade!
Ao
invés de trazer-lhes o dilúvio, melhor seria que um lobo se levantasse para
diminuir a humanidade!
Ao
invés de trazer-lhes o dilúvio, que a peste se levantas-se para ferir a
humanidade! Não fui eu quem descobriu o segredo dos grandes deuses. Eu fiz com
que Atrahasis (Extrema-mente Sábio, um epíteto de Utnapishtim) tivesse um
sonho, e ele percebeu (descobriu) o segredo dos deuses.
Agora
receba este conselho com relação a ele! Imediatamente Enlil deixou o barco.
Sustentando-me pela mão, me levou para fora. Ele levou minha esposa para fora e
a fez se prostrar ao meu lado. Ficando de pé entre nós, tocou nossas frontes e
nos abençoou: Até agora Utnapishtim foi humano. Daqui em diante Utnapishtim e
sua esposa serão como os deuses. Utnapishtim habitará longe, na montanha dos rios!
Assim ele me tomou e me fez habitar muito longe, na montanha dos rios. Fim
Livro 12º - O
Hino da Pérola
(Gnóstico)
QUANDO
EU era criança vivendo no meu reino, na casa de meu pai feliz nas glórias e
riquezas de minha família que me sustentava, meus pais me deram provisões e me
enviaram para fora do nosso lar no leste.
De
sua casa do tesouro eles prepararam um pacote para mim.
Era
grande embora leve para que eu pudesse carregá-lo sozinho, e ele continha ouro
da Casa dos Altíssimos e prata de Gazzak o Grande e rubis da Índia e opalas da
terra de Kushan, e eles me cingiram com diamante que pode esmagar o ferro.
E
eles me tiraram a brilhante túnica de glória, que eles haviam feito de amor
para mim, e tiraram minha toga púrpura, que foi tecida sob medida pai-a a minha
estatura.
Eles
fizeram uma aliança comigo e escreveram-na em meu coração para que esquecesse:
"Quando
desceres para o Egito ,e trouxeres de volta a Pérola Única que está depositada
no meio do mar e é guardada por uma serpente desdenhosa,novamente vestirás tua
túnica de glória e tua toga por cima, e com teu irmão, o próximo em nossa
linhagem, tu serás herdeiro em nosso reino."
Parti
do leste e desci com meus dois enviados reais, pois o caminho era perigoso e
árduo e eu era muito jovem para caminhar sozinho.
Atravessei
as fronteiras de Miashan, o local de reunião dos mercadores do leste, e cheguei
à terra de Babel e penetrei nos muros de Sarbug. Desci para o Egito e meus
companheiros me abandonaram.
Fui
direto até a serpente e me instalei próximo a sua hospedaria, esperando que ela
adormecesse para que eu pudesse lhe tirar minha pérola.
Como
eu estava totalmente sozinho era um estranho para os outros da hospedaria.
No
entanto vi um dos meus ali, um nobre do leste, jovem, belo, amável, um filho de
reis — um ungido, e ele veio e ficou intimo de mim.
E
eu o fiz meu confidente com quem compartilhei minha missão.
Eu
o preveni contra os egípcios e do contato com os impuros.
Depois
coloquei uma túnica igual às deles.
Para
que não suspeitassem que eu era um forasteiro que viera roubar a pérola; Para
que não instigassem a serpente contra mim.
Mas
de alguma maneira eles descobriram que eu não era seu compatriota, e eles
lidaram comigo com astúcia e me deram do seu alimento para comer.
Eu
esqueci que era um filho de reis, e servi o rei deles.
Eu
esqueci da pérola em cuja busca meus pais me enviaram.
Por
causa do peso do alimento deles cai num profundo sono.
Mas
quando todas essas coisas aconteceram meus pais souberam e se entristeceram por
mim.
Proclamou-se
no nosso reino que todos viessem ao nosso portão.
E
os reis e príncipes de Parthia e todos os nobres do leste teceram um plano para
mim para que eu não fosse deixado no Egito.
E
eles me escreveram uma carta e cada nobre assinou-a com seu nome.
"De
teu pai, o Rei dos Reis, e tua mãe, a Senhora do Leste, e de teu irmão, o
próximo em linhagem, para ti, nosso filho no Egito, saudações:
desperta
e te levanta do teu sono e ouve as palavras de nossa carta!
Lembra
que tu és um filho dos Reis e vê a escravidão de tua vida.
Lembra
a pérola pela qual foste ao Egito!
Lembra
tua túnica de glória e teu manto esplêndido que poderás usar quando teu nome
for escrito no livro da vida, for lido no livro dos heróis, quando tu e teu
irmão herdarem nosso reino."
E
servindo como mensageiro a carta era uma carta selada pelo rei com sua mão
direita contra os maus, os filhos de Babel e os demônios selvagens de Sarbug.
Ela
se ergueu na forma de uma águia, o rei de todas as aves aladas; ela voou e
desceu a meu lado, e se tornou linguagem.
Com
sua voz e o som de seu vôo eu despertei e sai do meu sono.
Eu
a peguei, a beijei, quebrei seu selo e li.
E
as palavras escritas no meu coração estavam na carta para que eu as lesse.
Lembrei
que eu era um filho de Reis e minha alma livre ansiou pelos de minha espécie.
Lembrei
a pérola pela qual fui enviado para o Egito, e comecei a encantar a terrível
serpente desdenhosa.
Eu
a encantei para que adormecesse pronunciando o nome de meu Pai sobre ela, e o
nome do próximo em linhagem, e de minha Mãe, a rainha do leste.
Apanhei
a pérola e me voltei para levá-la a meu Pai.
A
roupa suja e impura deles tirei-a, deixando-a nos campos, e dirigi meus passos
rumo à luz de minha terra, o leste.
No
caminho, a carta que me despertara ficou estendida na estrada.
E
como ela me havia despertado com sua voz assim me guiou com sua luz; era
escrita em seda chinesa, e brilhava diante de mim em sua própria forma.
Sua
voz espantava meu medo e seu amor me impelia adiante.
Eu
passei rápido por Sarbug, e Babel à esquerda, e cheguei Maishan, o refúgio dos
mercadores, acocorado perto do mar.
Minha
túnica de glória que eu havia tirado e a toga sobre ela foram enviadas por meus
pais das alturas de Hyrcania.
Estavam
nas mãos dos tesoureiros a quem foram confiados por causa de sua fé, e eu havia
esquecido o esplendor da túnica pois eu a deixei quando criança na casa de meu
Pai.
Ao
olhar para ela de repente a veste parecia ser um espelho de mim mesmo. Vi nela
meu ser inteiro, e nela me vi dividido, pois éramos duas entidades mas uma
forma.
Os
tesoureiros trouxeram uma túnica para mim: eram duas do mesmo formato com um
único selo real.
Eles
me deram riqueza, e a túnica bordada em cores vivas era colorida com ouro e
berilos, com rubis e opalas, e sardonix de muitas cores foram afixados nela em
sua casa suprema.
Todas
as suas costuras eram fechadas com pedras de diamante; e a imagem do Rei dos
Reis foi bordada nela, e reluzia com safiras de muitas cores.
Eu
a vi reluzir toda com os movimentos de gnoses e enquanto me preparava para
falar
ela
se dirigiu em minha direção, murmurando
o som de suas canções enquanto descia:
"Eu
sou aquela que agiu por ele para quem fui criada na casa de meu Pai.
Eu
me vi crescendo em estatura de acordo com seus trabalhos."
Com
movimentos régios ela se estendia em minha direção, incentivando-me a pegá-la,
e o amor me incentivava a recebê-la, e eu me inclinei para a frente e a recebi
e vesti a beleza de suas cores.
Envolvi-me
todo na toga decores brilhantes.
Assim
eu me vesti e subi até o Portão da Saudação e Adoração.
Inclinei
minha cabeça e adorei a majestade de meu Pai que a enviara para mim.
Eu
havia cumprido suas ordens e ele havia cumprido aquilo que prometera, e no
portão de seus príncipes misturei-me com seus nobres.
Ele
se alegrou comigo e me recebeu e eu estava com ele no seu reino, e todos os
seus sei-vos o louvaram com vozes ressonantes.
Ele
me prometeu que eu viajaria rapidamente com ele até o Portão do Rei dos Reis, e
com os meus presentes e minha pérola eu apareceria com ele diante de nosso Rei.
Fim
Livro 13º - O Livro de
Enoque
O livro de Enoch é um texto
apócrifo que é mencionado por algumas cartas do Novo Testamento (Judas, Hebreus
e 2ª de Pedro). Até a elaboração da Vulgata, por volta do ano 400, os primeiros
seguidores de Cristo o mencionavam abertamente em seus textos e o aceitavam
como real. Após a Vulgata ele caiu no esquecimento. Entretanto, o livro é muito
interessante e parece real. O livro de Enoch foi preservado somente em uma
cópia, na totalidade, em etíope e, por esta razão, também é chamado de Enoch
etíope.
Capítulo
1
1As palavras das bênçãos de
Enoque, com as quais ele abençoou os eleitos e os justos, os quais devem
existir nos tempos da tribulação, rejeitando toda iniqüidade e mundanismo.
Enoque, um homem justo, o qual estava com Deus, respondeu e falai com Deus
enquanto seus olhos estavam abertos, e enquanto via uma santa visão dos céus.
Isto os anjos me mostraram.
2Deles eu ouvi todas as
coisas e entendi o que vi; coisas que não terão lugar nesta geração, mas numa
geração que deve acontecer num tempo distante, por causa dos eleitos.
3A respeito deles eu falei e
conversei com Ele, o qual virá de Sua habitação, o Santo e Poderoso, o Deus do
mundo:
4O qual pisará sobre o Monte
Sinai; aparecerá com Suas hostes e se manifestará com a força do Seu poder dos
céus.
5Todos estarão temerosos e as
Sentinelas estarão aterrorizados.
6Grande temor e tremor se
apoderarão deles, mesmo aos confins da terra. As alturas das montanhas serão
abaladas, e os altos montes serão abatidos, derretidos como o favo de mel na
chama de fogo. A terra será imersa e todas as coisas que nela estão perecerão;
enquanto julgamento virá sobre todos, mesmo sobre todos os justos:
7Mas a eles será dada paz:
Ele preservará os eleitos e para com eles exercitará clemência.
8Então todos pertencerão a
Deus, serão felizes e abençoados, e o esplendor da Divindade os iluminará.
Capítulo
2
1Eis que Ele vem com dezenas
de milhares dos Seus santos para executar julgamento sobre os pecadores e
destruir o iníquo, e reprovar toda coisa carnal e toda coisa pecaminosa e
mundana que foi feita, e cometida contra Ele. (2)
(2)
Citado por Judas, vss. 14, 15.
Capítulo
3
1Todos os que estão nos céus
sabem o que transcorre lá.
2Eles sabem que as luminárias celestes não mudam seus caminhos;
que cada uma nasce e se põe regularmente, cada uma a seu próprio tempo, sem
transgredir os mandamentos que
receberam. A VISÃO da terra, e entendem o que deve acontecer, desde o
princípio até o seu fim.
3Eles vêem que toda obra de Deus é invariável no período de seu
aparecimento. Eles vêem o verão e o inverno: percebendo que toda terra está repleta de água; e que a nuvem, o
orvalho, e a chuva refrescam-na.
Capítulo
4
1Eles consideram e vêem cada
árvore, como aparecem para depois murchar, e toda folha, para depois cair,
exceto de quatorze árvores, as quais não são efêmeras, e esperam pelo
aparecimento das folhas novas por dois ou três invernos.
Capítulo
5
1Novamente eles consideram os
dias de verão, que o sol está sobre a terra desde o princípio; enquanto tu
procuras por uma cobertura e por um lugar sombreado por causa do sol ardente;
enquanto a terra é queimada com calor fervente, e tu te tornas incapaz de andar
sobre a terra ou sobre as rochas em conseqüência do calor.
Capítulo
6
1Eles consideram como as
árvores, quando elas dão suas folhas verdes, cobrem-se e produzem frutos;
entendendo tudo, e sabendo que Ele, o qual vive para sempre, faz todas estas
coisas por causa de vós:
2Que as obras desde o princípio de todo ano existente, que todas
as suas obras são obedientes a Ele e invariáveis; assim como Deus determinou,
assim todas as coisas acontecem.
3Eles vêem também como os
mares e os rios juntos completam suas respectivas operações:
4Mas tu resistes impacientemente, não cumpres os mandamentos do
Senhor, mas transgrides e calunias a Sua
grandiosidade; e malditas são as palavras em tua boca poluída contra Sua
majestade.
5Tu, murcho de coração, a paz
não estará contigo!
6Portanto teus dias te
amaldiçoarão, e os anos de tua vida perecerão; execração perpétua se
multiplicará, e não obterás misericórdia.
7Nestes dias tu resignas tua
paz com a eterna maldição de todos os justos, e os pecadores perpetuamente te
execrarão;
8Eles te execrarão com tudo o que não é divino.
9Os eleitos possuirão luz,
alegria e paz; e herdarão a terra.
10Mas tu, que não és santo,
serás amaldiçoado.
11Então a sabedoria será dada
aos eleitos, todos os que viverão, e não transgredirão por impiedade ou
orgulho, mas humilhar-se-ão, processando prudência, e não repetirão
transgressão.
12Eles não condenarão todo o
período das suas vidas, não morrerão em tormento e indignação; mas a soma dos
seus dias se completará, e envelhecerão em paz; enquanto os anos de sua
felicidade se multiplicarão em alegria, e com paz, para sempre, em toda a
duração de sua existência.
Capítulo
7
1E aconteceu depois que os
filhos dos homens se multiplicaram naqueles dias, nasceram-lhe filhas,
elegantes e belas.
2E quando os anjos, (3) os
filhos dos céus, viram-nas, enamoraram-se delas, dizendo uns para os outros:
Vinde, selecionemos para nós mesmos esposas da progênie dos homens, e geremos
filhos.
(3)
No texto aramaico lê-se "Sentinelas" (J.T. Milik, Aramaic Fragments
of Qumran Cave 4 [Oxford: Clarendon Press, 1976], p. 167).
3Então seu líder Samyaza
disse-lhes: Eu temo que talvez possais indispor-vos na realização deste
empreendimento;
4E que só eu sofrerei por tão
grave crime.
5Mas eles responderam-lhe e
disseram: Nós todos juramos;
6 (e amarraram-se por mútuos
juramentos), que nós não mudaremos nossa intenção mas executamos nosso
empreendimento projetado.
7Então eles juraram todos
juntos, e todos se amarraram (ou uniram) por mútuo juramento. Todo seu número
era duzentos, os quais descendiam de Ardis, (4) o qual é o topo do monte Armon.
(4) de
Ardis. Ou, "nos dias de Jared" (R.H. Charles, ed. and trans.,
The Book of Enoch [Oxford: Clarendon Press, 1893], p. 63).
8Aquele monte portanto foi
chamado Armon, porque eles tinham jurado sobre ele, (5) e amarraramse por mútuo
juramento.
(5)
Mt. Armon, ou Monte Hermon deriva seu nome do hebreu herem, uma maldição
(Charles, p. 63).
9Estes são os nomes de seus
chefes: Samyaza, que era o seu líder, Urakabarameel, Akibeel, Tamiel, Ramuel,
Danel, Azkeel, Saraknyal, Asael, Armers, Batraal, Anane, Zavebe, Samsaveel,
Ertael, Turel, Yomyael, Arazyal. Estes eram os prefeitos dos duzentos anjos, e
os restantes estavam todos com eles. (6)
(6)
O texto aramaico preserva uma lista anterior dos nomes destes Guardiães ou
Sentinelas: Semihazah; Artqoph;
Ramtel;
Kokabel; Ramel; Danieal; Zeqiel; Baraqel; Asael; Hermoni; Matarel; Ananel;
Stawel; Samsiel; Sahriel, Tummiel; Turiel; Yomiel; Yhaddiel (Milik, p. 151).
10Então eles tomaram esposas,
cada um escolhendo por si mesmo; as quais eles começaram a abordar, e com as
quais eles coabitaram, ensinando-lhes sortilégios, encantamentos,e a divisão de
raízes e árvores.
11E as mulheres conceberam e
geraram gigantes, (7).
(7)
O texto grego varia consideravelmente do etíope aqui. Um manuscrito grego
acrescenta a esta secção, "E elas [as mulheres] geraram a eles [as
Sentinelas] três raças: os grandes gigantes. Os gigantes trouxeram [alguns
dizem “mataram"] os Naphelim, e os Naphelim trouxeram [ou "mataram"]
os Elioud. E eles sobreviveram, crescendo em poder de acordo com a sua
grandeza." Veja o registro no Livro dos Jubileus.
12Cuja estatura era de
trezentos cúbitos. Estes devoravam tudo o que o labor dos homens produzia e
tornou-se impossível alimentá-los;
13Então eles voltaram-se
contra os homens, a fim de devorá-los;
14E começaram a ferir
pássaros, animais, répteis e peixes, para comer sua carne, um depois do outro,
(8) e para beber seu sangue.
(8)
Sua carne, um depois do outro. Ou,
"de uma outra carne". R.H. Charles nota que esta frase pode
referir-se à destruição de uma classe de gigantes por outra. (Charles, p. 65).
15Então a terra reprovou os
injustos.
Capítulo
8
1Além disso, Azazyel ensinou
os homens a fazerem espadas, facas, escudos, armaduras (ou peitorais), a
fabricação de espelhos e a manufatura de braceletes e ornamentos, o uso de
pinturas, o embelezamento das sobrancelhas, o uso de todo tipo selecionado de pedras valiosas, e toda sorte
de corantes, para que o mundo fosse alterado.
2A impiedade foi aumentada, a
fornicação multiplicada; e eles transgrediram e corromperam todos os seus
caminhos.
3Amazarak ensinou todos os
sortilégios, e divisores de raízes:
4Armers ensinou a solução de sortilégios;
5Barkayal ensinou os observadores das estrelas,
(9)
(9)
Observadores das estrelas. Astrólogos
(Charles, p. 67).
6Akibeel ensinou sinais;
7Tamiel ensinou astronomia;
8E Asaradel ensinou o
movimento da lua,
9E os homens, sendo
destruídos, clamaram, e suas vozes romperam os céus.
Capítulo
9
1Então Miguel e Gabriel,
Radael, Suryal, e Uriel, olharam abaixo desde os céus, e viram a quantidade de
sangue que era derramada na terra, e toda a iniqüidade que era praticada sobre
ela, e disseram um ao outro; Esta é a voz de seus clamores;
2A terra desprovida de seus filhos tem clamado, mesmo até
os portões do céu.
3E agora a ti, ó Santo dos
céus, as almas dos homens queixam-se, dizendo: Obtém justiça para conosco com o
Altíssimo (10). Então eles disseram ao seu Senhor, o Rei: Tu és Senhor dos
senhores, Deus dos deuses, Rei dos reis. O trono de Tua glória é para sempre e
sempre, e para sempre seja Teu nome santificado e glorificado.
(10)
Obtém justiça para conosco. Literalmente,
"Traz julgamento para nós do..." (Richard
Laurence, ed. and trans.,
The Book of Enoch the Prophet [London : Kegan Paul,
Trench & Co., 1883], p. 9).
4Tu fizeste todas as coisas;
Tu possuis poder sobre todas as coisas; e todas as coisas estão abertas e
manifestas diante de Ti. Tu vês todas as coisas e nada pode esconder-se de Ti.
5Tu viste o que Azazyel tem
feito, como ele tem ensinado toda espécie de iniqüidade sobre a terra, e tem
aberto ao mundo todas as coisas secretas que são feitas nos céus.
6Samyaza também tem ensinado
sortilégios, para quem Tu deste autoridade sobre aqueles que estão associados Contigo.
Eles tem ido juntos às filhas dos homens, têm-se deitado com elas; têm-se
contaminado;
7E têm descoberto crimes a
elas. (11)
(11)
Descoberto crimes. Ou,
"revelado estes sinais" (Charles, p. 70).
8As mulheres igualmente têm
gerado gigantes.
9Assim toda a terra tem se
enchido de sangue e iniqüidade.
10E agora, vês que as almas
daqueles que estão mortos clamam.
11E queixam-se até ao portão
do céu.
12Seus gemidos sobem; nem
podem eles escapar da injustiça que é cometida na terra. Tu conheces todas as coisas,
antes de elas existirem.
13Tu conheces estas coisas, e
o que tem sido feito por eles; já Tu não falas a nós.
14O que, por conta destas
coisas, devemos fazer contra eles?
Capítulo
10
1Então o Altíssimo, o Grande
e Santo falou,
2E enviou a Arsayalalyur (12)
ao filho de Lamech,
(12)
Arsayalalyur. No texto em grego
lê-se "Uriel”.
3Dizendo: Diz a eles em Meu
nome: Esconde-te.
4Então explicou-lhe a
consumação que está preste a acontecer; pois toda a terra perecerá; as águas do
dilúvio virão sobre toda a terra, e todas os que estão nela serão destruídos.
5E agora, ensina-o como ele
pode escapar, e como sua semente pode permanecer em toda a terra.
6Novamente o Senhor disse a
Rafael: Amarra a Azazyel, mãos e pés; lança-o na escuridão; e
abrindo o deserto que está em
Dudael, lança-o nele.
7Arremessa sobre ele pedras
agudas, cobrindo-o com escuridão;
8Lá ele permanecerá para
sempre; cobre sua face, para que ele não possa ver a luz.
9E no grande dia do
julgamento lança-o ao fogo.
10Restaura a terra, a qual os
anjos corromperam; e anuncia vida a ela, para que Eu possa recebê-la.
11Todos os filhos dos homens,
sua descendência, não perecerão em consequência de todo segredo, pelo qual as
Sentinelas têm destruído, e o que eles
ensinaram;
12Toda a a terra tem se
corrompido pelos efeitos dos ensinamentos de Azazyel. A ele, portanto, se
atribui todo crime.
13A Gabriel também o Senhor
disse: Vai aos bastardos, (13) aos réprobos, aos filhos da fornicação; e
destrói os filhos da fornicação, a descendência das Sentinelas de entre os
homens; traga-os e excita-os uns contra os outros. Faça-os perecer por mútua
matança; pois o prolongamento de dias não será deles.
(13) "bastardos" (Charles, p. 73;
Michael A. Knibb, ed. and trans., The Ethiopic Book of Enoch [Oxford : Clarendon Press, 1978], p. 88).
14Eles rogarão a ti, mas seus
pais não obterão seus desejos com
respeito a eles; pois eles esperaram por vida eterna, e que eles possam viver,
cada um deles, quinhentos anos.
15A Miguel, igualmente o
Senhor disse: Vai e anuncia seus
próprios crimes a Samyaza, e aos outros que estão com ele, os quais têm
se associado às mulheres para que se contaminem com toda sua impureza. E quando
todos os seus filhos forem mortos, quando eles virem a perdição dos seus bem
amados, amarra-os por setenta gerações debaixo da terra, mesmo até o dia do
julgamento, e da consumação, até o julgamento, cujo efeito que dura para sempre, seja completado.
16Então eles serão levados
para as mais baixas profundezas do fogo em tormentos; lá eles serão encerrados
em confinamento para sempre.
17Imediatamente depois disso
ele, (14) juntamente com os outros, queimarão e perecerão; eles serão amarrados
até a consumação de muitas gerações.
(14)
Ele. I.e., Samyaza.
18Destrói todas as almas
viciadas na luxúria, (15) e a descendência das Sentinelas, pois eles tiranizam
a humanidade.
(15)
"luxúria" (Knibb, p. 90; cp. Charles, p. 76).
19Que todo opressor pereça na
face da terra;
20Que toda má obra seja
destruída;
21A semente da justiça e da
retidão apareça, e o que é produtivo torne-se uma bênção.
22Justiça e retidão serão
plantados para sempre com prazer.
23E então todos os santos
darão graças, e viverão até terem gerado milhares de filhos, enquanto todo o
período se sua juventude, e seus sábados, serão completados em paz. Naqueles dias
toda a terra será cultivada em retidão; ela será totalmente cultivada com
árvores, e será cheia de bendições; toda árvore de delícias será plantada nela.
24Vinhas serão plantadas; e a
vinha que nela será plantada produzirá frutos para saciedade; toda semente que
nela será semeada produzirá mil por uma medida; e uma medida de olivas
produzirá dez prensas de óleo.
25Purifica a terra de toda
opressão, de toda injustiça, de todo crime, de toda impiedade, e de toda
impureza que é cometida sobre ela. Extermina-os da terra.
26Então todos os filhos dos
homens serão justos, e todas as nações me pagarão divinas honras, e Me
abençoarão; e todos Me adorarão.
27A terra será limpa de toda
corrupção, de toda punição e de todo sofrimento; Eu não enviarei novamente
dilúvio sobre ela, de geração em geração para sempre.
28Naqueles dias Eu abrirei
tesouros de bênçãos que estão nos céus, para que Eu possa fazê-las descer sobre
a terra, e sobre todos os trabalhos e labores do homem.
29Paz e eqüidade se associará
aos filhos dos homens todos os dias do mundo, em cada uma de suas gerações.
Capítulo
11 (não tem)
Capítulo
12
1Antes de todas estas coisas
acontecerem, Enoque esteve escondido; e nenhum dos filhos dos homens sabia onde
ele estava, onde ele havia estado, e o que havia acontecido.
2Ele esteve totalmente
engajado com os santos, e com as Sentinelas em seus dias.
3Eu, Enoque, fui abençoado
pelo grande Senhor e Rei da paz.
4E eis que as Sentinelas
chamaram-me Enoque, o escriba.
5Então o Senhor disse-me: Enoque, escriba da
retidão, vai e dize às Sentinelas dos céus, os quais desertaram o alto céu e
seu santo e eterno estado, os quais foram
contaminados com mulheres.
6E fizeram como os filhos dos
homens fazem, tomando para si esposas, e os
quais têm sido grandemente corrompidos na terra;
7Que na terra eles nunca
obterão paz e remissão de pecados. Pois eles não se regozijarão em sua
descendência; eles verão a matança dos seus bem-amados; lamentarão a destruição
dos seus filhos e farão petição para sempre; mas não obterão misericórdia e
paz.
Capítulo
13
1Então Enoque, passando ali,
disse a Azazyel: Tu não obterás paz. Uma grande sentença há contra ti. Ele te
amarrará;
2Socorro, misericórdia e
súplica não estarão contigo por causa da opressão que tens ensinado;
3E por causa de todo ato de
blasfêmia, tirania e pecado que tens descoberto aos filhos dos homens.
4Então partindo dele, falei a eles todos juntos;
5E eles todos ficaram
apavorados, e tremeram;
6Abençoando-me por escrever
por eles um memorial de súplica, para que eles pudessem obter perdão; e que eu
fizesse um memorial de suas orações ascendendo diante do Deus do céu; porque
eles, por si mesmos, desde então não podiam dirigir-se a Ele, nem levantar seus
olhos aos céus por causa da infame ofensa com a qual eles foram julgados.
7Então eu escrevi um memorial
de suas orações e súplicas, por seus espíritos, por tudo o que eles haviam
feito, e pelo assunto de sua solicitação, para que eles obtivessem remissão e
descanso.
8Procedendo nisso, eu
continuei sobre as águas de Danbadan, (16) as quais estão da direita para o
oeste de Armon, lendo o memorial de suas orações, até que caí adormecido.
(16) Danbadan.
Dan in Dan (Knibb, p. 94).
9E eis que um sonho veio a
mim, e visões apareceram acima de mim. E caí e vi uma visão de castigos, para
que eu pudesse ralatá-la aos filhos dos céus, e reprová-los. Quando eu acordei
fui até eles. Todos estavam reunidos chorando em Oubelseyael, que está situada
entre o Libano e Seneser,
(17) com suas faces
escondidas.
(17)
Libanos e Seneser. Líbano e
Senir (próximo a Damasco).
10E relatei em sua presença
todas as visões que eu havia visto, e meu sonho;
11E comecei a pronunciar
estas palavras de retidão, reprovando as Sentinelas do céu.
Capítulo
14
1Este é o livro das palavras
de retidão, e de reprovação das Sentinelas, os quais pertencem ao mundo, (18)
de acordo com o que Ele, que é santo e grande, ordenou na visão. Eu percebi em
meu sonho que eu estava então falando com a língua da carne, e com meu fôlego,
que o Poderoso colocou na boca dos homens, para que eles pudessem conversar com
Ele.
(18)
Os quais pertencem ao mundo. Ou,
"os quais (são) da eternidade" (Knibb, p. 95).
2Eu entendi com o coração.
Assim como Ele havia criado e dado aos homens o poder de compreender a palavra de entendimento, assim criou, e
deu a mim o poder de reprovar
os Sentinelas, a geração dos
céus. E escrevi sua petição; e na minha visão foi-me mostrado que seu pedido não lhes será atendido
enquanto o mundo perdurar.
3Julgamento passou sobre vós:
vosso pedido não vos será
atendido.
4De agora em diante, nunca
ascendereis ao céu; Ele o disse que na terra Ele vos amarrará, tanto tempo
quanto o mundo existir.
5Mas antes destas coisas tu
verás a destruição dos vossos bem-amados filhos; não os possuireis, mas eles
cairão diante de vós pela espada.
6Nem pedireis por eles, nem
por vós mesmos;
7Mas chorareis e suplicareis em silêncio. As palavras
do livro que eu escrevi.(19)
(19)
Mas chorareis… Eu escrevi. Ou,
"Assim também, a despeito de vossas lágrimas e orações, não recebereis
nada, de tudo o que está contido nos registros que eu tenho escrito"
(Charles, p. 80).
8Uma visão então me apareceu.
9Eis que naquela visão,
nuvens e névoa convidaram-me; estrelas agitadas e brilho de relâmpagos
impeliram-me e pressionaram-me adiante, enquanto ventos na visão assistiram meu
vôo, acelerando meu progresso.
10Eles elevaram-me no alto ao
céu. Eu prossegui, até que cheguei próximo dum muro construído com pedras de
cristal. Uma chama de fogo vibrante (20) rodeou-o, a qual começou a golpear-me
com terror.
(20)
Chama de fogo vibrante. Literalmente,
"uma língua de fogo”.
11Nesta chama de fogo
vibrante eu entrei;
12E aproximei-me de uma
espaçosa habitação, também construída com pedras de cristal. Seus muros também,
bem como o pavimento, eram formados com
pedras de cristal, e de cristal também era o piso. Seu telhado tinha a
aparência de estrelas agitadas e brilhos de relâmpagos; e entre eles haviam
querubins de fogo num céu tempestuoso.
(21) Uma chama queimava ao
redor dos muros; e seu portal queimava com fogo. Quando eu entrei nesta
habitação, ela era quente como fogo e frio como o gelo. Nenhum traço de encanto ou de vida havia lá.
O terror sobrepujou-me, e um tremor de medo apoderou-se de mim.
(21)
Num céu tempestuoso. Literalmente,
"e seu céu era água" (Charles, p. 81).
13Violentamente agitado e
tremendo, eu caí sobre minha face. Na visão eu olhei.
14E ví que lá havia outra
habitação mais espaçosa que a primeira,
cada entrada da qual estava aberta diante de mim, elevada no meio da chama vibrante.
15Tão grandemente superou em
todos os pontos, em glória, em magnificência, em magnitude, que é impossível
descrever-vos o esplendor ou a extensão dela.
16Seus pisos eram de fogo,
acima haviam relâmpagos e estrelas agitadas, enquanto o telhado exibia um fogo
ardente.
17Eu examinei-a atentamente e
vi que ela continha um trono exaltado;
18A aparência do qual era
semelhante à da geada, enquanto que sua circunferência assemelhava-se à órbita
do sol brilhante; e havia a voz
de um querubim.
19Debaixo desse poderoso
trono saíam rios de fogo flamejante.
20Olhar para ele foi
impossível.
21Alguém grande em glória
assentava-se sobre ele,
22Cujo manto era mais
brilhante que o sol, e mais branco que a neve.
23Nenhum anjo era capaz de
penetrar para olhar a Sua face, o Glorioso e Efulgente; nem podia algum mortal
vê-Lo. Um fogo flamejante rodeava-O.
24Também um fogo de grande
extensão continuava a elevar-se diante dEle; de modo que nenhum daqueles que
estavam ao redor dEle eram capazes de aproximar-se dEle, entre as miríades de
miríades(22) que estavam diante dEle. Para Ele santa consulta era
desnecessária. Contudo, o Santificado, que estava próximo dEle, não apartou-se
dEle nem de noite nem de dia; nem eram eles tirados de diante dEle. Eu também
estava tão adiantado, com um véu sobre minha face, e trêmulo.
Então o Senhor com sua própria boca chamou-me, dizendo:
Aproxima-se aqui acima, Enoque, à minha santa palavra.
(22)
Miríades de miríades. Dez mil
vezes dez mil (Knibb, p. 99).
25E Ele ergueu-me, fazendo
aproximar-me, mesmo até à entrada. Meus olhos estavam dirigidos para o chão.
Capítulo
15
1Então dirigindo-se para mim,
Ele falou e disse: Ouve, não se atemorize, justo Enoque, tu escriba da retidão:
aproxima-te para cá, e ouve a minha voz. Vai, dize às Sentinelas do céu, a quem
te enviei para rogar por eles; tu deves rogar pelos homens, e não os homens por
ti.
2Portanto, deves abandonar o
sublime e santo céu, o qual permanece para sempre; deitastes com mulheres; vos
corrompestes com as filhas dos homens; tomastes para ti esposas; agistes igual
aos filhos da terra, e gerastes uma ímpia descendência.(23)
(23)
Uma ímpia descendência. Literalmente,
"gigantes" (Charles, p. 82; Knibb, p. 101).
3 Sois espirituais, santos, e
possuidores de uma vida que é eterna; vos contaminastes com mulheres, procriastes
em sangue carnal; cobiçastes o sangue de homens; e fizestes como aqueles que são carne e sangue fazem.
4Estes, contudo, morrem e
perecem.
5Portanto, de agora em diante Eu dou-vos
esposas, para que possais coabitar com elas; para que
filhos nasçam delas; e que
isto seja negociado sobre a terra.
6Mas desde o princípio fostes
feitos espirituais, possuindo uma vida que é eterna, e não sujeito à morte para
sempre.
7Portanto, eu não fiz esposas
para vós, porque, sendo espirituais, vossa habitação está no céu,
8Agora, os gigantes que têm
nascido de espírito e de carne, serão chamados sobre a terra de maus espíritos,
e na terra estará a sua habitação. Maus espíritos procederão de sua carne,
porque eles foram criados de cima; dos santos Sentinelas foi seu princípio e a
sua primeira fundação. Maus espíritos eles serão sobre a terra, e de espíritos
da maldade eles serão chamados. A habitação dos espíritos do céu será no céu,
mas sobre a terra estará a habitação dos espíritos terrestriais, os quais
são nascidos na terra.(24)
(24)
Note as muitas implicações dos versículo 3-8 com respeito à progênie dos maus
espíritos.
9Os espíritos dos gigantes
serão semelhantes às nuvens,
(25) os quais oprimem, corrompem, caem, contendem e confundem sobre a terra.
(25)
A palavra grega para "nuvem" aqui, nephelas, pode ocultar a mais
antiga leitura, Napheleim (Nephilim).
10Eles causarão lamentação.
Nenhuma comida eles comerão; e terão sede; eles se esconderão e não (26) se
levantarão contra os filhos dos homens, e contra as mulheres; pois eles virão
durante os dias da matança e da destruição.
(26)
Não. Quase todos os manuscritos
contêm esta negativa, mas Charles, Knibb, e outros acreditam que o “não” deve ser
deletado para que na frase leia-se "levantarão".
Capítulo
16
1E quanto à morte dos
gigantes, onde quer que seus espíritos se apartem de seus corpos; que sua carne,
que é perecível, esteja sem julgamento.(27) Assim eles perecerão, até o dia da
grande consumação do mundo. Uma destruição das Sentinelas e dos ímpios
acontecerá.
(27)
Que sua carne… esteja sem julgamento. Ou,
"sua carne será destruída antes do julgamento" (Knibb, p. 102).
2E então às Sentinelas, aos
quais enviei-te para rogar por eles, os quais no princípio estavam no céu, 3Dize: No céu tens estado; coisas
secretas, entretanto, não têm sido manifestadas a ti; contudo tens conhecido um
reprovável mistério.
4E isto tens relatado às
mulheres na dureza do vosso coração, e por aquele mistério as mulheres e a humanidade
têm multiplicado males sobre a terra.
5Dize a eles: Nunca, portanto,
obtereis paz.
Capítulo
17
1Eles levantaram-me a um
certo lugar, onde lá havia (28) a aparência de um fogo fervente; e quando eles
se agradaram assumiram a semelhança de homens.
(28)
Onde havia. Ou, "onde eles
[os anjos] eram semelhantes" (Knibb, p. 103).
2Eles levaram-me a um alto
lugar, a uma montanha, cujo topo alcançava o céu.
3E eu vi os receptáculos da
luz e do trovão nas extremidades do lugar, onde ele era profundo. Havia um arco
de fogo, e flechas em seu vibrar, uma espada de fogo, e toda espécie de
relâmpagos.
4Então eles levaram-me a um
arroio murmurante, (29) e a um fogo no oeste, o qual recebeu todo pôr-do-sol.
Eu vim a um rio de fogo, o qual fluiu como água, e desaguou no grande mar para
o oeste.
(29)
A um arroio murmurante. Literalmente,
"à água da vida, a qual fala" (Laurence, p. 23).
5Eu vi todo largo rio, até
que cheguei à grande escuridão. Eu fui para onde toda carne migra; e vi as montanhas
da escuridão as quais constituem o inverno, e o lugar do qual flui a água em
cada abismo.
6 Eu vi também as bocas de
todos os rios no mundo, e as bocas das profundezas.
Capítulo
18
1Eu então examinei os
receptáculos de todos os ventos, percebendo que eles contribuem para adornar
toda criação, e para preservar a
fundação da terra.
2Eu examinei a pedra que apóia os cantos da terra.
3Também vi os quatro ventos,
os quais sustêm a terra, e o firmamento do céu.
4E eu vi os ventos ocupando o
céu exaltado,
5Surgindo no meio do céu e da
terra, e constituindo os pilares do céu.
6Eu vi os ventos que giram no
céu, os quais ocasionam e determinam a órbita do sol e de todas as estrelas; e
sobre a terra eu vi os ventos que mantêm as nuvens.
7Eu vi o caminho dos anjos.
8Percebi na extremidade da
terra o firmamento do céu acima dele. Então passei para a direção do sul,
9Onde queimam, tanto de dia
quanto de noite, seis montanhas formadas de gloriosas pedras, três em direção
ao leste, e três em direção ao sul.
10Aquelas que estão em
direção ao leste eram de pedra multicolorida, uma das quais era de margarite, e
outra de antimônio. Aquelas em direção ao sul eram de uma pedra vermelha. A do meio
aproximava-se do céu como o trono de Deus; um trono composto de alabastro, o topo do qual era de safira. Vi
também um fogo flamejante suspenso sobre todas as montanhas.
11E lá eu vi um lugar do
outro lado de um extenso território, onde águas foram coletadas.
12Também vi fontes
terrestriais, profundas em colunas ardentes do céu.
13E nas colunas do céu eu vi
fogos, os quais desciam sem número, mas nem no alto, ou no profundo. Sobre
estas fontes também percebi um lugar onde não havia nem o firmamento do céu acima
dele, nem o sólido chão abaixo dele; nem havia água acima; ou nada no vento;
mas o lugar era desolado.
14E lá eu vi sete estrelas,
semelhantes a grandes montanhas, e como espíritos suplicando-me.
15Então o anjo disse: Este
lugar, até a consumação do céu e da terra, será a prisão das estrelas, e das hostes
do céu.
16As estrelas que rolam sobre
fogo são aquelas que transgrediram o mandamento de Deus antes que seu tempo
chegasse; pois elas não vieram em sua própria estação. Portanto, Ele ofendeu-se
com elas, e amarrou-as até o período da consumação dos seus crimes no ano
secreto.
Capítulo
19
1Então Uriel disse: Eis aqui
os anjos que coabitaram com mulheres, escolheram seus líderes;
2E sendo numerosos em
aparência (30) profanaram os homens e fizeram com que errassem; assim eles
sacrificaram aos demônios como aos deuses. Pois no grande dia haverá um julgamento, no qual
eles serão julgados, até que
sejam consumidos; e suas esposas também serão julgadas, as quais levaram desencaminhadamente os anjos do céu
para que as saudassem.
(30)
Sendo numerosos em aparência. Ou ,
"assumindo muitas formas" (Knibb, p. 106).
3E eu, Enoque, só vi a
aparência do fim de todas as coisas. Não tendo visto nenhum homem enquanto via
as coisas.
Capítulo
20
1Estes são os nomes dos anjos
Sentinelas:
2Uriel, um dos santos anjos,
o qual preside sobre o clamor e
o terror.
3Rafael, um dos santos anjos,
o qual preside sobre os
espíritos dos homens.
4Raguel, um dos santos anjos,
o qual inflige punição ao mundo e às luminárias.
5Miguel, um dos santos anjos,
o qual, presidindo sobre a
virtude humana, comanda as ações.
6Sarakiel, um dos santos
anjos, o qual preside sobre os
espíritos dos filhos dos homens que transgridem.
7Gabriel, um dos santos
anjos, o qual preside sobre
Ikisat, (31) sobre o paraíso e sobre o querubim.
(31) Ikisat.
As serpentes (Charles, p. 92; Knibb, p. 107).
Capítulo
21
1Então eu fiz um circuito
para um lugar no qual nada estava completo.
2E lá eu não vi nem as
tremendas manufaturas do um céu exaltado, nem de uma terra estabelecida, mas um
lugar desolado, preparado e terrível.
3Lá também vi sete estrelas
do céu amarradas juntas, semelhantes a grandes montanhas, e semelhante ao fogo
fervente. Eu exclamei: Por que espécie de crime elas foram amarradas, e por que
foram removidas de seu lugar? Então Uriel, um dos santos anjos que estava
comigo, e o qual conduzia-me, respondeu: Enoque, por que perguntas; por que
arrazoas consigo mesmo, e ansiosamente indagas? Estas são aquelas estrelas que
transgrediram o mandamento do altíssimo Deus; e estão aqui amarradas, até que o
número infinito dos dias dos seus crimes esteja completo.
4Dali eu passei depois para
um outro lugar terrível;
5Onde eu vi a operação de um
grande fogo flamejante e resplandecente, no meio do qual havia uma divisão.
Colunas de fogo lutando juntas para o fim do abismo, e profunda era sua
descida. Mas sua medida e magnitude eu não fui capaz de descobrir, nem pude
perceber sua origem. Então exclamei:
Quão terrível é este lugar, e
quão difícil explorá-lo!
6Uriel, um dos santos anjos
que estava comigo, respondeu e disse: Enoque, por que estás alarmado e maravilhado
com este terrível lugar, à vista deste lugar de sofrimento? Isto, disse ele, é
a prisão dos
anjos; e aqui eles serão
mantidos para sempre.
Capítulo
22
1Dali eu me dirigi para outro
lugar, onde vi a oeste uma grande e elevada montanha, uma forte rocha, e quatro
lugares deleitosos.
2Internamente ele era
profundo, espaçoso e plano: ele era profundo e escuro à vista.
3Então Rafael, um dos santos
anjos que estava comigo, respondeu e disse: Estes são os lugares deleitosos
onde os espíritos, as almas dos mortos, serão reunidos; para eles ele foi
formado e aqui serão reunidas todas as almas dos filhos dos homens.
4Estes lugares, nos quais
habitam, eles ocuparão até o dia do julgamento, e até seu período escolhido.
5Seu período escolhido será
longo, mesmo até o grande julgamento. E vi os espíritos dos filhos dos homens
que estão mortos; e suas vozes rompem o céu, enquanto eles são acusados.
6Então inquiri de Rafael, o
anjo que estava comigo, e disse: Que espírito é aquele, a voz do qual alcança o céu, e acusa?
7Ele respondeu, dizendo: Este
é o espírito de Abel o qual foi morto por Caim seu irmão; o qual acusará aquele
irmão, até que sua semente seja destruída da face da terra;
8Até que sua semente
desapareça da semente da raça humana.
9 Naquele tempo portanto eu
inquiri a respeito dele, e a respeito do julgamento geral, dizendo: Por que um
está separado ou outro? Ele respondeu: Três separações foram feitas entre os espíritos dos mortos, e assim
os espíritos dos justos foram separados,
10Nomeadamente, por uma fenda na terra, por água, e por luz acima dela.
11E da mesma maneira os
pecadores são separados quando morrem, e são sepultados na terra; julgamento
não os surpreenderá em seu tempo de vida.
12Aqui suas almas estão
separadas. Além disso, abundante é seu sofrimento até o tempo do grande julgamento,
o castigo, e o tormento daqueles que eternamente execraram, cujas almas são
munidas e amarradas lá para sempre.
13E assim tem sido desde o
princípio do mundo. Assim, existe uma separação entre as almas daqueles que
proferem reclamações, e daqueles que vigiam pela sua destruição, para sua
matança no dia dos pecadores.
14Um receptáculo deste tipo
foi formado para as almas dos injustos, e dos pecadores; daqueles que cometeram
crime, e se associaram aos ímpios, com os quais eles se assemelham. Suas almas
não serão aniquiladas naquele dia de julgamento, nem se levantarão deste lugar.
Então eu bendisse a Deus,
15E falei: Abençoado seja o
meu Senhor, o Senhor da glória e da retidão, cujo reino será para sempre e
sempre.
Capítulo
23
1Dali eu fui para outro
lugar, em direção ao oeste, até às extremidades da terra,
2Onde vi um fogo
resplandecente correndo ao longo sem cessar, com um curso não intermitente, nem
de dia nem de noite; mas sempre o mesmo, continuadamente.
3Eu indaguei,dizendo: O que é
isto, que nunca cessa?
4Então Raguel, um dos santos
anjos que estava comigo, respondeu,
5E disse: Este fogo
flamejante que tu vês correndo em direção ao oeste é aquele de todas as luminárias do céu.
Capítulo
24
1Eu fui dali para outro
lugar, e vi uma montanha de fogo que resplandece tanto de dia quanto de noite.
Fui em direção a ela e percebi sete esplêndidas montanhas, as quais eram
diferentes umas das outras.
2Suas pedras eram brilhantes
e belas; todas eram brilhantes e esplêndidas à vista e formosa era sua superfície.
Três montanhas estavam em
direção ao leste, consolidadas e fortalecidas por estarem
colocadas uma sobre a outra;
três estavam em direção ao sul, consolidadas de maneira similar. Três eram
igualmente vales profundos, os quais não se acercavam uma da outra. A sétima
montanha estava no meio delas. Em comprimento elas todas se assemelhavam ao
assento de um trono, e árvores odoríferas rodeavam-nas.
3Entre estas havia uma árvore
de um odor incessante; nem daquelas que estavam no Éden, havia lá alguma, de
todas as árvores de fragrância, que cheirava como esta. Suas folhas, suas
flores, nunca ficam murchas, e seu fruto era belo.
4Seu fruto assemelhava-se ao
cacho da palmeira. Eu exclamei: Vê! Esta árvore é vistosa de aspecto, agradável
em suas folhas, e o aspecto de seus frutos é delicioso à vista. Então Miguel,
um dos santos anjos que estava comigo, e um
dos que presidem sobre elas, respondeu,
5E disse: Enoque, por que
inquires a respeito do odor desta árvore?
6Por que estás inquisitivo para sabê-lo?
7Então eu, Enoque,
respondi-lhe, e disse: Concernente a tudo eu estou desejoso de instrução, mas particularmente
com respeito a esta árvore.
8Ele respondeu-me dizendo: A
montanha que tu vês, o prolongamento da qual assemelha-se ao assento do Senhor,
será o assento no qual se assentará o Santo e grande Senhor da glória, o eterno
Rei, quando Ele virá e descerá para visitar a terra com bondade.
9E aquela árvore de agradável
aroma, não de um odor carnal; lá ninguém terá poder para toca-la até o tempo do
grande julgamento. Quando todos serão punidos e consumidos para sempre; isto
será conferido sobre os justos e humildes. O fruto da árvore será dado ao eleito. Pois em direção ao norte, vida será
plantada no santo lugar, em direção à habitação do eterno Rei.
10Então eles se regozijarão
grandemente e exultarão no Santo. O doce odor entrará em seus ossos; e eles
viverão uma longa vida na terra como seus antepassados; em seus dias não haverá
tristeza, angústia, aborrecimento e nem punição os afligirá.
11E eu abençoei o Senhor da
glória, o eterno Rei, porque ele preparou esta árvore para os santos, formou-a, e declarou que Ele a daria
para eles.
Capítulo
25
1Dali eu fui para o meio da
terra, e vi um feliz e fértil lugar, o qual continha ramos espalhando-se continuamente
das árvores que estavam plantadas nele. Ali eu vi uma santa montanha, e debaixo
dela a água do lado de traz fluía em direção ao sul. Eu vi no oriente outra
montanha tão alta quanto aquela; e entre elas havia um profundo, mas não largo
vale.
2Água corria para a montanha
para o ocidente dela; e debaixo dela havia igualmente outra montanha.
3Lá havia um vale, mas não um
vale largo, abaixo; e no meio deles havia outro profundo e seco vale em direção
da extremidade da árvore. Todos esses vales, que eram profundos, mas não
oblíquo, consistia de uma forte rocha, com a árvore que estava plantada nela. E
eu maravilhei-me com a rocha e o vale, ficando extremamente surpreso.
Capítulo
26
1Então eu disse: O que
significa esta terra abençoada, e todas estas altas árvores, e o vale amaldiçoado
entre elas?
2Então Uriel, um dos santos
anjos que estava comigo, respondeu: Este vale é o amaldiçoado dos amaldiçoados
para sempre. Aqui serão reunidos todos os que pronunciaram com suas bocas linguagem
imprópria contra Deus, e falaram rudes coisas da Sua glória. Aqui eles serão
reunidos.
Aqui será seu território.
3Nos últimos dias um exemplo
de julgamento será feito em retidão diante dos santos, enquanto aqueles que
receberam misericórdia, para sempre, todos os dias, abençoarão a Deus, o eterno
Deus.
4E no período do julgamento
eles abençoarão a Ele por sua misericórdia, como Ele distribuiu-a a eles. Então
eu abençoei a Deus, dirigindo-me a Ele, e fazendo menção, como foi reconhecida,
Sua grandiosidade.
Capítulo
27
1Dali eu fui à direção do
leste para o meio da montanha no deserto, do qual somente o nível da superfície
eu percebi.
2Ele estava cheio de árvores
da semente aludida; e água jorrava sobre ela.
3Ali apareceu uma catarata
composta de muitas cachoeiras voltadas tanto para o oriente quanto para o
ocidente. Sobre um lado havia árvores; sobre o outro água e orvalho.
Capítulo
28
1Então eu fui para outro
lugar do deserto; em direção ao leste daquela montanha da qual eu havia me
aproximado.
2Ali eu vi árvores
escolhidas, (32) particularmente aquelas
que produzem o cheiro doce opiato, incenso e mirra; e árvores diferentes
umas das outras.
(32)
Árvores escolhidas. Literalmente
"árvores de julgamento" (Laurence, p. 35; Knibb, p. 117).
3E sobre elas havia a
elevação da montanha ocidental, a não grande distância.
Capítulo
29
1IIgualmente vi outro lugar
com vales de água que nunca param,
2Onde percebi uma agradável árvore, a qual em odor assemelha-se a
Zasakinon. (33)
(33)
Zasakinon. A árvore de mastic
(Knibb, p. 118).
3Em direção ao vale eu
percebi o cinamomo de doce odor. Sobre eles avancei em direção ao leste.
Capítulo
30
1Então vi outra montanha
contendo árvores, da qual água fluía como Neketro.(34) Seus nomes eram Sarira,
e Kalboneba.(35) E sobre esta montanha eu vi outra montanha, sobre a qual
haviam árvores de Alva.(36)
(34)
Neketro. O néctar (Knibb, p. 119).
(35)
Sarira, e Kalboneba. Styrax e
galbanio (Knibb, p. 119).
(36)
Alva. Aloé (Knibb, p. 119).
2Estas árvores estavam cheias
como amendoeiras, e fortes; e quando elas produziam frutos eram superiores a
toda redondeza.
Capítulo
31
1Depois destas coisas,
inspecionando as entradas do norte acima das montanhas, vi montanhas e
percebi sete montanhas
repletas de puro nardo, árvores odoríferas e papiro.
2Dali eu passei acima dos
picos daquelas montanhas a alguma distância para o leste, e fui sobre o mar da
Eritréia.(37) E quando eu havia avançado para longe, além dele, passei ao
longo, acima do anjo Zateel, e cheguei ao jardim da justiça. Neste jardim eu vi
outras árvores, as quais eram numerosas e grandes, e floresciam ali. (37) Mar
da Eritréia. O Mar Vermelho.
3Sua fragrância era agradável
e poderosa e sua aparência era tanto agradável quanto elegante. A árvore do
conhecimento também estava ali, do qual se alguém comesse, tornava-se dotado de
grande sabedoria.
4Ela era semelhante às
espécies da tamareira, dando frutos semelhantes à uva extremamente fina, e sua
fragrância estendia-se a considerável distância. Eu exclamei: Que bela é esta
árvore e quão deleitável é sua aparência!
5Então o santo Rafael, um
anjo que estava comigo, respondeu e disse: Esta é a árvore do conhecimento, da
qual vosso antigo pai e vossa mãe comeram, os quais foram antes de ti e que obtendo
conhecimento, seus olhos sendo abertos, e descobrindo que estavam nus, foram
expulsos do jardim.
Capítulo
32
1Dali eu fui na direção das
extremidades da terra, onde vi grandes feras diferentes umas das outras, e
pássaros variados em suas aparências e formas, bem como com notas de diferentes
sons.
2Para a direita destas feras
eu percebi as extremidades da terra, onde os céus cessam. Os portões do céu estavam
abertos e vi as estrelas celestiais vindo. Eu enumerei-as enquanto elas
procediam do
portão e escrevi-as todas,
enquanto elas saiam uma por uma, de acordo com seu número. Eu escrevi seus nomes completamente,
seus tempos e estações, enquanto o anjo Uriel, que estava comigo, mostrava-as a
mim.
3Ele as mostrou todas a mim,
e escrevi uma conta delas.
4Ele também escreveu para mim
seus nomes, seus regulamentos, e suas operações.
Capítulo
33
1Dali eu avancei em direção
ao norte, para as extremidades da terra.
2E ali vi a grande e gloriosa
maravilha das extremidades de toda terra.
3Vi ali portões celestiais
abertos para o céu, três dos quais distintamente separados. Os ventos do norte
procediam deles, soprando frio, granizo, geada, neve, orvalho e chuva.
4De um dos portões eles
sopravam suavemente, mas quando eles sopravam dos dois outros portões, ele era violento e forte. Eles sopravam sobre a
terra fortemente.
Capítulo
34
1Dali eu fui para as
extremidades do mundo para o oeste;
2Ali percebi três portões
abertos, enquanto eu estava olhando no norte; os portões e passagens através
deles era de igual magnitude.
Capítulo
35
1Então eu segui às
extremidades da terra ao sul, onde vi três portões abertos para o sul, do qual provinha
orvalho, chuva e vento.
2Dali eu fui para as
extremidades do céu oriental, onde vi três portões celestiais abertos para o
leste, os quais tinham portões menores dentro deles. Através de cada um desses
portões menores as estrelas do céu passavam, e passaram para o oeste por um
caminho que foi visto por elas, e todo o período de seu aparecimento.
3Quando eu as vi, as abençoei
cada vez que elas apareceram, e abençoei o Senhor da glória que tinha feito
estes grandes e esplêndidos sinais, para que eles pudessem mostrar a
magnificência de suas obras aos anjos e às almas dos homens, e para que estes
pudessem glorificar todas as suas obras e operações, pudessem ver os efeitos do
seu poder; pudessem glorificar o grande labor de suas mãos e abençoá-lo para
sempre.
Capítulo
36 (não tem)
Capítulo
37
1A visão que ele viu, a
segunda visão de sabedoria, que Enoque viu, o filho de Jared, filho de Malaleel,
o filho de Canan, filho de Enos, filho de Seth, filho de Adão. Este é o começo
da palavra de sabedoria, a qual eu recebi para declarar e dizer àqueles que habitam
sobre a terra. Ouvi desde o princípio, e entendei até o fim, as santas coisas
que eu pronuncio na presença do Senhor dos espíritos. Aqueles que eram antes de
nós pensaram-nas boas para se pronunciar; 2E nós, que viemos depois, obstruímos
o princípio da sabedoria. Até ao presente tempo nunca aconteceu ter sido dado
diante do Senhor dos espíritos o que eu recebi, sabedoria de acordo com a capacidade
do meu intelecto, e de acordo com o prazer do Senhor dos espíritos; o que eu
recebi dele, uma porção da vida eterna.
3E eu obtive três parábolas,
as quais eu declarei aos habitantes do mundo.
Capítulo
38
1A primeira parábola. Quando
a congregação dos justos for manifestada e os pecadores forem julgados por seus
crimes, e forem afligidos à vista do mundo;
2Quando os justos forem
manifestados (38) na presença dos mesmos justos, os quais serão eleitos por suas
boas obras corretamente pesadas pelo Senhor dos espíritos, e quando a luz dos
justos e dos eleitos, o quais habitam na terra for manifestada; onde será a
habitação dos pecadores? E qual será o lugar de descanso daqueles que
rejeitaram o Senhor dos espíritos? Seria melhor para eles se nunca tivessem
nascido.
(38)
Quando os justos forem manifestados. Ou,
"quando o Justo aparecer" (Knibb, p. 125; cp. Charles, p. 112).
3Quando os segredos dos
justos também forem revelados, então os pecadores serão julgados e os ímpios
serão afligidos na presença dos justos e eleitos.
4Daquele tempo, aqueles que
possuírem a terra deixarão de ser poderosos e exaltados. Nem serão capazes de
olhar para o semblante do santo, pois a luz dos semblantes dos santos, dos
justos, e dos eleitos, terá sido visto pelo Senhor dos espíritos.(39)
(39)
Pois a luz… Senhor dos espíritos. Ou,
"pois a luz do Senhor dos espíritos terá aparecido na face dos santos, dos
juntos, e dos escolhidos" (Knibb, p. 126).
5Então os reis poderosos
daquele tempo serão destruídos, mas serão entregues nas mãos dos retos e santos.
6Desde então ninguém obterá
compaixão do Senhor dos espíritos, porque suas vidas neste mundo terá sido completada.
Capítulo
39
1Naqueles dias a raça eleita
e santa descerá do céu e sua semente estará com os filhos dos homens.
Enoque recebeu livros de
indignação e ira, e livros de pressa e agitação.
2Nunca obterão misericórdia,
diz o Senhor dos espíritos.
3Uma nuvem então me
arrebatou, e o vento elevou-me acima da superfície da terra, colocando-me na
extremidade dos céus.
4Lá eu vi outra visão, e vi
as habitações e os lugares de descanso dos santos. Meus olhos viram suas habitações
com os anjos, e seus lugares de descanso com os santos. Eles estavam entrando, suplicando
e orando pelos filhos dos homens; enquanto a justiça fluía como a água diante
deles, e a misericórdia se espalhava sobre a terra como o orvalho. E assim será para com eles para sempre e sempre.
5Naquele tempo os meus olhos
viram a habitação do eleito, da verdade, fé e retidão.
6Sem conta será o número dos
santos e eleitos na presença de Deus para sempre e sempre.
7Sua residência eu vi sob as
asas do Senhor dos espíritos. Todos os santos e eleitos cantavam diante dele,
com a aparência semelhante à chama de fogo; suas bocas estavam cheias de
bênçãos e seus lábios glorificavam o nome do Senhor dos Espíritos. E retidão
incessantemente habitava diante dele.
8Eu quis permanecer ali, e
minha alma desejou aquela habitação. Ali estava minha antecedente herança, pois
deste modo eu prevaleci diante do Senhor dos espíritos.
9Neste momento eu glorifiquei
e exaltei o nome do Senhor dos espíritos com louvor e exaltação, pois Ele o tem
estabelecido com bênção e com exaltação, de acordo com Sua própria boa vontade.
10Meus olhos contemplaram
aquele espaçoso lugar. Eu o bendisse e falei: Abençoado seja, abençoado desde o
princípio e para sempre. No princípio, antes que o mundo fosse criado, e sem fim
é seu conhecimento.
11Qual é este mundo? De toda
geração existente, eles abençoarão aquele que não dorme
espiritualmente, mas permanece diante da Tua glória, abençoando,
glorificando, exaltando-te, e dizendo: Santo, santo, o Senhor dos espíritos
encheu o mundo todo de espíritos.
12Ali meus olhos viram a
todos que, sem dormir, permanecem diante dele e abençoam-no dizendo:
Abençoado sejas, e abençoado
seja o nome de Deus para sempre e sempre. Então meu semblante ficou mudado, até
que fiquei incapaz de continuar vendo.
Capítulo
40
1Depois disto eu vi milhares
de milhares e miríades de miríades, e um número infinito de pessoas, em pé,
diante do Senhor dos espíritos.
2Igualmente, nas quatro asas
do Senhor dos espíritos, nos quatro lados, percebi outros, ao lado daqueles que
estavam em pé diante dele. Seus nomes também eu sei porque o anjo que estava comigo
declarou-os a mim, revelando-me toda coisa secreta.
3Então ouvi as vozes daqueles
sobre os quatro lados, magnificando o Senhor da glória.
4A primeira voz abençoou o
Senhor dos espíritos para sempre e sempre.
5A segunda voz ouvi
abençoando ao Eleito e aos eleitos que sofrem pela causa do Senhor dos espíritos.
6A terceira voz eu ouvi
pedindo e orando em favor daqueles que habitam sobre a terra, e suplicam no
nome do Senhor dos espíritos.
7A quarta voz eu ouvi
expulsando os anjos ímpios, (40) e proibindo-os de entrarem na presença do Senhor
dos espíritos para proferirem acusações contra(41) os habitantes da terra.
(40)
Anjos ímpios. Literalmente
"os Satãs" (Laurence, p. 45; Knibb, p. 128). Ha-satan em Hebreu
("o adversário") foi originalmente o título de um ofício, não o nome
de um anjo.
(41)
Proferir acusações contra. Ou,
"para acusar" (Charles, p. 119).
8Depois disso eu pedi ao anjo
da paz, que prosseguia comigo, para explicar tudo o que estava escondido. Eu
disse-lhe: Quem são aqueles que eu havia visto nos quatro lados e que palavras
eram aquelas que eu havia ouvido e escrito? Ele respondeu: O primeiro é o
misericordioso, o paciente, o santo Miguel.
9O segundo é aquele que preside sobre todo sofrimento e toda
aflição dos filhos dos homens, o santo Rafael. O terceiro, o qual preside sobre tudo o que é poderoso é
Gabriel. E o quarto, o qual preside sobre
o arrependimento e a esperança daqueles que herdarão a vida eterna, é Fanuel.
Estes são os quatro anjos do Altíssimo Deus e suas quatro vozes, as quais
naquele momento eu ouvi.
Capítulo
41
1Depois disso eu vi os
segredos do céu e do paraíso, de acordo com suas divisões, e das ações humanas
enquanto eles pesavam-nas em
balanças. Vi as habitações dos eleitos e as habitações dos santos.
E ali meus olhos viram todos os pecadores que haviam negado o Senhor da glória
e como eles foram expelidos dali, e arrastados para fora, como eles estiveram
ali; nenhuma punição procedeu contra eles vinda do Senhor dos espíritos.
2Ali também meus olhos viram
os segredos do raio e do trovão e os segredos dos ventos, como eles são
distribuídos quando eles sopram sobre a terra: os segredos dos ventos, do
orvalho, e das nuvens.
Ali eu vi o lugar de onde
eles saem e tornam-se saturados com o pó da terra.
3Ali eu vi os receptáculos de
madeira nos quais os ventos são separados, o receptáculo do granizo, o receptáculo
da neve, o receptáculo das nuvens, e a própria nuvem, a qual continuava sobre a terra antes da criação do mundo.
4Eu vi também os receptáculos
da lua, de onde elas vêm, para onde elas vão, seus gloriosos retornos e como
uma se torna mais esplêndida do que a outra. Eu marquei seu rico progresso, seu imutável progresso, sua divisão
e não diminuído progresso; sua observância de uma fidelidade mútua por um juramento
estável; seu procedimento diante do sol e sua aderência ao caminho que lhes foi
distribuído, (42) em obediência
ao comando do Senhor dos espíritos. Potente é seu nome para sempre e sempre.
(42)
Seu procedimento... caminho distribuído
. Ou, "o sol vai primeiro e completa sua jornada" (Knibb, p.
129; cp.
Charles,
p. 122).
5Depois eu vi que o caminho
da lua, tanto oculto quanto manifesto; e também o progresso dessa trajetória
foram completados dia a dia, e à noite; enquanto cada uma, junto com a outra,
olhou para o Senhor dos espíritos, magnificando-O e exaltando-O sem cessar, já
que exaltá-lO, para eles, é repouso; pois no esplêndido sol há uma freqüente
alteração para bênção e para maldição.
6O curso do caminho da lua
para com os retos é luz, mas para os pecadores é escuridão; no nome do Senhor
dos espíritos, o qual criou uma
divisão entre luz e escuridão, e separando os espíritos dos homens,
fortalecendo os espíritos dos justos em nome de sua própria retidão.
7O anjo não previne isto, nem
é ele dotado de poder para preveni-lo, pois o Juiz vê a todos, e julgaos a
todos na própria presença deles.
Capítulo
42
1A sabedoria não encontrou um
lugar na terra onde pudesse
habitar; sua habitação, portanto está no céu.
2A sabedoria saiu para
habitar entre os filhos dos homens, mas ela não obteve habitação. A sabedoria
retornou ao seu lugar e assentou-se no meio dos anjos. Mas a iniqüidade saiu
depois do seu retorno, a qual de má vontade encontrou uma habitação e residiu entre eles como
chuva no deserto, e como o orvalho na terra seca.
Capítulo
43
1Eu vi outro esplendor, e as
estrelas do céu. Eu observei que ele chamou-as todas por seus respectivos
nomes, e que elas ouviram. Vi que ele pesou-as numa justa balança por sua luz e
amplitude de seus lugares, o dia de seu aparecimento, e suas conversões.
Esplendor produziu esplendor; e sua conversão foi o número dos anjos, e dos
fiéis.
2Então eu perguntei ao anjo,
que prosseguia comigo, e ele explicou-me coisas secretas, e quais eram seus nomes. Ele respondeu: O
Senhor dos espíritos mostrou a ti uma similaridade disto. Eles são nomes dos
justos que habitaram na terra, os quais acreditam no nome do Senhor dos
espíritos para sempre e sempre.
Capítulo
44
1Outra coisa também vi com
respeito ao esplendor; que ele sobe por causa das estrelas e torna-se esplendor,
sendo incapaz de abandoná-las.
Capítulo
45
1A segunda parábola, a
respeito daqueles que negam o nome da habitação dos santos e do Senhor dos
espíritos.
2Aos céus eles não ascenderão
nem virão sobre a terra. Esta será a porção dos pecadores que negam o nome do
Senhor dos espíritos e que estão assim reservados para o dia da punição e da
aflição.
3Naquele dia o Eleito se
assentará sobre um trono de glória e escolherá suas condições e suas incontáveis
habitações, enquanto seus espíritos neles serão fortalecidos quando eles virem
meu Eleito, pois esses fugiram por proteção para meu santo e glorioso nome.
4Naquele dia eu farei com que
meu Eleito habite no meio deles; mudarei a
face do céu; o abençoarei e o iluminarei para sempre.
5Eu também mudarei a face da terra, a abençoarei; e
farei com que aqueles a quem elegi habitem sobre ela. Mas aqueles que cometeram
pecado e iniqüidade não habitarão nela, pois Eu marquei seus procedimentos.
Meus justos Eu satisfarei com paz, colocando-os diante de Mim; mas a condenação
dos pecadores se aproximará, para que Eu possa destruí-los da face da terra.
Capítulo
46
1Ali eu vi o Ancião de dias,
cuja cabeça era igual à branca lã, e com ele outro, cujo semblante
assemelhava-se àquele do
homem. Seu semblante era cheio de graça, igual àquele dos santos anjos.
Então eu inquiri dos anjos
que estavam comigo, e que me mostravam toda coisa secreta concernente a este
Filho do homem, o qual foi; de onde Ele era e porque Ele acompanhou o Ancião de
dias.
2Ele respondeu-me e disse:
Este é o Filho do homem, ao qual a justiça pertence, com o qual a
retidão tem habitado e o qual
revelou todos os tesouros do que é escondido: pois o Senhor dos espíritos o tem
escolhido e sua porção tem excedido a tudo diante do Senhor dos espíritos em
eterna ascensão.
3Este Filho do homem, que tu
vês, levantará reis e poderosos de seus lugares de habitação, e os poderosos de
seus tronos; soltará as rédeas do poderoso, e quebrará em pedaços os dentes dos
pecadores.
4Ele lançará reis dos seus
tronos e de seus domínios porque eles não O exaltarão, O louvarão, nem se
humilham diante dEle, pelo Qual
seus reinos lhes foram dados. Igualmente o semblante do poderoso Ele lançará abaixo,
enchendo-os de confusão. Escura será sua habitação e vermes serão sua cama;
deste seu leito eles não esperam levantar-se novamente porque eles não exaltam
o nome do Senhor dos espíritos.
5Eles condenarão as estrelas
do céu, elevarão suas mãos contra o Altíssimo, caminham e habitam sobre a
terra, exibindo todos os seus atos de iniqüidade, mesmo suas obras de
iniqüidade. Sua força estará em suas riquezas e sua fé nos bens que têm formado
com suas próprias mãos. Eles negarão o nome do Senhor dos espíritos e o
expulsarão de seus templos, nos quais eles se reúnem;
6E com Ele o fiel, (43) o qual sofre em nome do Senhor dos
espíritos.
(43)
O expulçarão… o fiel. Ou,
"expulsarão das causas de sua congregação e do fiel" (Knibb, p. 132;
cp. Charles, p. 131).
1Naquele dia a oração dos
santos e dos justos e o sangue dos íntegros ascenderá da terra até a presença
do Senhor dos espíritos.
2Naquele dia os santos se
reunirão, os quais habitam nos céus, e com vozes unidas de petição, suplica,
oração, louvor e bênção ao nome do Senhor dos espíritos, por conta do sangue
dos justos que tem sido derramado, para que a oração dos justos não seja
descontinuada diante do Senhor dos
espíritos, para que por eles
se execute julgamento; e para que sua paciência possa perdurar para sempre.(44)
(44)
Para que sua paciência… perdure para
sempre. Ou, "(para que) sua paciência possa não ter que durar para
sempre" (Knibb, p. 133).
3Naquele tempo eu vi o Ancião
de dias enquanto ele se assentava sobre o trono da sua glória, enquanto o livro dos vivos foi aberto
na sua presença e enquanto todos
os poderes que estão acima dos céus permanecem ao redor e diante dele.
4Então os corações dos santos
estavam cheios de alegria, por causa da consumação da justiça que havia
chegado, a súplica dos santos foi ouvida e o sangue dos justos apreciado pelo
Senhor dos espíritos.
Capítulo
48
1Naquele lugar eu vi uma
fonte de retidão, a qual nunca falha, envolta em muitas fontes de sabedoria.
Delas todos os sedentos beberam e foram cheios de sabedoria tendo sua habitação
com os retos, eleitos e santos.
2Naquela hora o Filho do
homem foi invocado diante do Senhor dos espíritos e seu nome na presença do
Ancião de dias.
3Antes que o sol e os sinais
fossem criados, antes que as estrelas do céu tivessem sido formadas, seu nome
era invocado na presença do Senhor dos espírito. Ele será um apoio para os
justos e santos se encostarem, sem falhar; e ele será a luz das nações.
4Ele será a esperança
daqueles cujos corações estão temerosos. Todos os que habitam na terra cairão diante
dEle; O abençoarão e glorificarão, e cantarão orações ao nome do Senhor dos
espíritos.
5Portanto o Eleito e
Escondido subsistiu em sua presença, antes que o mundo fosse formado, e para sempre.
6Na Sua presença Ele existiu, e revelou aos santos e
aos justos a sabedoria do Senhor dos espíritos;
pois Ele preservou o lugar
dos retos, porque eles iraram e rejeitaram este mundo de iniqüidade, e detestaram
todas as suas obras e caminhos, no nome do Senhor dos espíritos.
7Pois em seu nome eles serão
preservados e sua será a vida. Naqueles dias os reis da terra e os homens
poderosos, os quais ganharam o mundo por suas realizações, se tornarão humildes
em seus semblantes.
8Pois no dia de sua ansiedade
e angústia, suas almas não serão salvas, e eles estarão em sujeição daquele a quem eu escolhi.
9Eu os lançarei como a palha
ao fogo e como chumbo, na água. Assim eles queimarão na presença dos justos e
afundarão na presença dos santos; nem a décima parte deles será encontrada.
10Mas no dia da tribulação o
mundo ganhará tranqüilidade.
11Em sua presença eles
falharão e não serão levantados novamente; nem haverá alguém para tomá-los por
suas mãos e levantá-los; pois eles negaram o Senhor dos espíritos e seu
Messias. O nome do Senhor será abençoado.
Capítulo
48A
(45)
(45)
Dois capítulos consecutivos são enumerados "48"
1Sabedoria verteu como água e
glória não falta diante dEle para sempre e sempre, pois potente é Ele em todos
os segredos de retidão.
2Mas a iniqüidade passa como
uma sombra e não possui uma estação fixa, pois o Eleito permanece
diante do Senhor dos
espíritos e Sua glória é para sempre e sempre, e Seu poder de geração em geração.
3Com Ele habitam os espíritos
da sabedoria intelectual, o espírito da instrução e do poder e o espíritos dos
que dormem em retidão; Ele julgará coisas secretas.
4Ninguém será capaz de
pronunciar uma única palavra diante dEle, pois o Eleito está na presença do
Senhor dos espíritos de acordo com Seu próprio prazer.
Capítulo
49
1Naqueles dias os santos e os
escolhidos sofrerão uma mudança. A luz do dia descansará sobre eles e o
esplendor e a glória dos santos será transformada.
2Naquele dia de tribulação o
mal será amontoado sobre os pecadores, mas os justos triunfarão no nome do
Senhor dos espíritos.
3Outros serão levados a ver
que devem arrepender-se e desistir das obras das suas mãos, e que a glória não
os espera na presença do Senhor dos espíritos já que por Seu nome eles podem
ser salvos. O Senhor dos espíritos terá compaixão deles, pois grande é a Sua
misericórdia e a justiça está em Seu julgamento; na presença de Sua glória, em
seu julgamento a iniqüidade não permanecerá. Aquele que não se arrepende em perecerá Sua
presença.
4Daqui em diante Eu não terei
misericórdia deles, diz o Senhor dos espíritos.
Capítulo
50
1Naqueles dias a terra
entregará de seu ventre e o inferno entregará de si aqueles a quem recebeu, e a
destruição restaurará àqueles a quem ela deve.
2Ele selecionará os justos e
santos de entre eles, pois o dia de sua salvação se tem aproximado.
3E naqueles dias o Eleito se assentará
sobre seu trono, enquanto todo segredo de sabedoria intelectual procederá da
sua boca, pois o Senhor dos espíritos lhe concedeu e glorificou.
4Naqueles dias as montanhas
saltarão como as rãs e os montes pularão como jovens ovelhas (46)
saciadas com leite; e todos os justos se tornarão iguais aos
anjos nos céu.
(46)
Cp. Salmos 114:4
5Seu semblante se iluminará
de alegria, pois naqueles dias o Eleito será exaltado. A terra se regozijará;
os justos habitarão nela e a possuirão.
Capítulo
51
1Depois desse tempo, no lugar
onde eu havia visto toda visão secreta, fui arrebatado em um redemoinho de
vento e transportado para o oeste.
2Lá meus olhos viram os
segredos do céu e tudo o que existe na terra; uma montanha de fogo, uma montanha
de cobre, uma montanha de prata, uma montanha de ouro, uma montanha de metal fundido,
e uma montanha de chumbo.
3E eu perguntei ao anjo que
foi comigo, dizendo: O que são estas coisas, que em segrego eu vi?
4Ele disse: Todas as coisas
que tu viste serão para o domínio do Messias, para que ele possa comandar e ser
poderoso sobre a terra.
5E aquele anjo de paz
respondeu-me dizendo: Espera um pouco de tempo e entenderás, e cada coisa secreta
te será revelada, o que o Senhor dos espíritos tem decretado. Aquelas montanhas
que tu viste, a montanha de ferro, a montanha de cobre, a montanha de prata, a
montanha de ouro, a montanha de metal fluido e a montanha de chumbo, todas
estas na presença do Eleito serão como o favo de mel diante do fogo, e como a
água descendo de cima sobre estas montanhas, e se tornarão debilitadas diante
de seus pés.
6Naqueles dias os homens não
serão salvos por ouro e por prata.
7Nem eles o terão em seu
poder para assegurar-se, e voar.
8Lá não haverá nem ferro, nem
casaco de malha para o peito.
9Cobre será unútil; inútil
também será o que não enferruja nem se consome; e levar não será desejado.
10Todas estas coisas serão
rejeitadas, e perecem na terra, quando o Eleito aparecer na presença do Senhor
dos espíritos.
Capítulo
52
1Ali meus olhos viram um
profundo vale, e larga era sua entrada.
2Todos os que habitam na
terra, no mar, e nas ilhas, trarão para ele dons, presentes e oferendas; contudo
aquele profundo vale não se encherá. Suas mãos cometerão iniqüidade. Tudo
quanto eles produzirem por labor será devorado pelos pecadores por crime. Mas
eles perecerão de diante da face do Senhor dos espíritos e da face de sua
terra. Eles se levantarão, e não falharão para sempre.
3Eu vi anjos de punição, os
quais estavam habitando ali, e
preparando todos os instrumentos de Satan.
4Então perguntei ao anjo da
paz que continuava comigo, para quem aqueles instrumentos eram preparados.
5Ele disse: Estes são
preparados para os reis e poderosos da terra, para que assim eles pereçam.
6Depois que os justos e a
casa escolhida de sua congregação aparecerão, e desde então serão imutáveis no
nome do Senhor dos espíritos.
7Nem aquelas montanhas
existirão na sua presença como a terra e os montes, como as fontes de água existem. E os justos serão aliviados
da vexação dos pecadores.
Capítulo
53
1Então eu olhei e me virei
para outra parte da terra, onde vi um profundo vale de fogo ardente.
2Para esse vale, eles levaram
os monarcas e os poderosos.
3Ali meus olhos viram os
instrumentos que eles fizeram, correntes de ferro sem peso.(47)
(47)
Sem peso. Ou, "de
imensurável peso" (Knibb, p. 138).
4Então eu perguntei ao anjo
da paz que estava comigo, dizendo: Para quem essas correntes são preparadas?
5Ele respondeu: Estas são
preparadas para as hostes de Azazeel, para que eles sejam entregues e julgados
a uma menor condenação, e para que seus anjos sejam subjugados com pedras arremessadas,
como o Senhor dos espíritos ordenou.
6Miguel e Gabriel, Rafael e
Fanuel serão fortalecidos naquele dia, e então os lançarão numa fornalha de
fogo ardente para que o Senhor dos espíritos possa ser vingado pelos crimes que
eles cometeram; porque eles se tornaram ministro de Satan, e seduziram aqueles
que habitam sobre a terra.
7Naqueles dias punição virá
do Senhor dos espíritos, e os receptáculos de água que estão acima nos
céus serão abertos, e
igualmente as fontes que estão sob a terra.
8Todas as águas, que estão
nos céus e abaixo deles, serão reunidas e se misturarão.
9A água que está acima no céu
será o agente; (48)
(48)
Agente. Literalmente,
"macho" (Laurence, p. 61).
10E a água que está sob a
terra será o recipiente, (49) e todos os que habitam sobre a terra serão destruídos
e os que habitam sob as extremidades do céu.
(49)
Recipiente. Literalmente,
"fêmea" (Laurence, p. 61).
11Por esses meios eles
entenderão a iniqüidade que cometeram na terra, e por esses meios perecerão.
Capítulo
54
1Depois disso o Ancião de
dias arrependeu-se, e disse: Em vão eu destruí todos os habitantes da terra.
2E ele jurou por seu grande
nome, dizendo: De agora em
diante eu não agirei mais assim para com todos aqueles que habitam sobre a
terra.
3Mas eu colocarei um sinal
nos céus; (50) e ele será uma fiel testemunha entre mim e eles para sempre,
tantos quantos os dias do céu durarem sobre a terra.
(50)
Cp. Gen. 9:13, "Eu colocarei meu arco na nuvem, e ele será um sinal do
convênio entre mim e a terra".
4Depois disso, de acordo com
esse meu decreto, quando eu estiver disposto a prende-los antecipadamente, pela
instrumentalidade dos anjos, no dia da aflição e da perturbação, minha ira e minha
punição permanecerá sobre eles, minha punição e minha ira, diz Deus, o Senhor
dos espíritos.
5Ó vós reis, ó vós poderosos,
que habitam o mundo, vereis meu Eleito, assentado sobre o trono da minha
glória. E Ele julgará Azazeel, todos seus associados, em nome do Senhor dos
espíritos.
6Ali igualmente eu vi as
hostes dos anjos que estavam se movendo em punição, confinadas numa rede de
ferro e bronze. Então eu perguntei ao anjo da paz, que estava comigo: Para quem
estes sob confinamento estão indo.
7Ele disse: Para todos os
seus eleitos e seus amados, (51) para que eles possam ser lançados nas fontes e
profundas fendas do abismo.
(51)
Para cada um dos… seus amados. Ou,
"Para cada um de seus escolhidos e para os seus amados" (Knibb, p.
139).
8E aquele vale será cheio com
seus eleitos e amados; os dias cuja vida serão consumados, mas os dias de seus
erros serão inumeráveis.
9Então príncipes (52) se
combinarão e juntos conspirarão. Os chefes do leste, entre os Partos e Medos,
removerão reis, nos quais um espírito de perturbação entrará. Ele os lançará de
seus tronos, saltando como leões de seus esconderijos, e como lobos famintos no
meio do rebanho.
(52)
Príncipes. Ou, "anjos"
(Charles, p. 149; Knibb, p. 140).
10Eles subirão e pisarão na
terra de seus eleitos. A terra de seus eleitos estará diante deles. A eira, a senda
e a cidade do meu povo justo
imperará o progresso de seus
cavalos. Eles se levantarão para destruir uns aos outros; sua mão direita se
estenderá; o homem não conhecerá seu amigo ou seu irmão;
11Nem o filho de seu pai ou
de sua mãe; até que o número dos corpos de seus mortos sejam completados, pela sua morte e
punição. Nem isto acontecerá sem causa.
12Naqueles dias a boca do
inferno será aberta, na qual eles serão imersos; o inferno destruirá e tragará
os pegadores da face dos eleitos.
Capítulo
55
1Depois disto eu vi outro
exército de carruagens com homens dirigindo-as.
2E eles vieram sobre o vento
do leste, desde o oeste, e do sul.(53)
(53)
Desde o sul. Literalmente
"do meio do dia". (Laurence, p. 63).
3O som do barulho de suas
carruagens foi ouvido.
4E quando aquela agitação
aconteceu os santos fora do céu perceberam-na; o pilar da terra abalou-se desde
a sua fundação e o som foi ouvido desde as extremidades da terra até as
extremidades do céu ao mesmo tempo. 5Então eles caíram e adoraram o Senhor dos
espíritos.
6Este é o fim da segunda
parábola.
Capítulo
56
1Então eu comecei a proferir
a terceira parábola, concernente aos santos e aos eleitos.
2Abençoados sois vós, ó
santos e eleitos, pois glorioso é o vosso lugar.
3Os santos existirão na luz
do sol e os eleitos na luz da vida eterna, cujos dias de vida nunca terminarão
nem os dias dos santos serão enumerados, os quais procuram pela luz e obtêm
retidão com o Senhor dos espíritos.
4Paz seja aos santos com o
Senhor do mundo.
5Daqui em diante aos santos
seja dito que procurem nos céu os segredos da retidão, a porção da fé; semelhante
ao sol nascido sobre a terra, enquanto a escuridão se vai. Ali haverá luz
interminável; eles não entrarão em contagem de tempo, pois a escuridão será
previamente destruída e a luz aumentará diante do Senhor dos espíritos; diante
do Senhor dos espíritos a luz da honradez aumentará para sempre.
Capítulo
57
1Naqueles dias meus olhos
viram os segredos dos relâmpagos e seu esplendor, e o julgamento a eles pertencente.
2Eles iluminam por bênção e
por maldição, de acordo com a vontade do Senhor dos espíritos.
3Ali eu vi os segredos do
trovão quando ele agita-se acima no céu e seu som é ouvido.
4As habitações da terra
também foram mostradas a mim. O som do trovão é para paz e para bênção, tanto
para o bem quanto para maldição, de acordo com a palavra do Senhor dos
espíritos.
5Depois disso, todo segredo
dos esplendores e dos trovões foram vistos por mim. Para bênção e para fertilidade
eles iluminam.
Capítulo
58
1No qüinquagésimo ano, no
sétimo mês, no décimo quarto dia da vida de Enoque, naquela parábola eu vi o
céu dos céus tremer, que ele tremeu violentamente e que os poderes do Altíssimo
e dos anjos, milhares de milhares, e miríades de miríades, ficaram agitados com
grande agitação. E quando eu olhei o Ancião de dias estava assentado no trono
de sua glória enquanto os anjos e santos estavam em pé ao redor dele. Um grande
tremor veio sobre mim. Meus lombos foram curvados e soltos, meus rins foram dissolvidos;
e eu cai sobre minha face. O santo Miguel, outro santo anjo, um dos santos, foi
enviado, o qual levantou-me.
2E quando ele levantou-me,
meu espírito retornou, pois eu fui incapaz de suportar essa visão de violência,
sua agitação e o choque do céu.
3Então o santo Miguel
disse-me: Por que estás perturbado com essa visão?
4Desde então tem existido o
dia da misericórdia; Ele tem sido misericordioso e magnânimo com todos os que
habitam sobre a terra.
5Mas quando o tempo vier,
então o poder, a punição, e o julgamento tomarão
lugar, o qual o Senhor dos espíritos preparou para aqueles que se
prostrarem para o julgamento da retidão, para aqueles que renunciarem àquele
julgamento, e para aqueles que tomam seu nome em vão.
6Aquele dia foi preparado
para os eleitos como um dia de convênio
e para os pecadores como um dia de inquisição.
7Naquele dia dois monstros
serão distribuídos como alimento (54),
um monstro fêmea, cujo nome é Leviathan, habitando nas profundezas do mar,
acima das fontes de águas;
(54)
Distribuídos como alimento. Ou,
"separados um do outro" (Knibb, p. 143).
8E um monstro macho, cujo
nome é Behemoth, o qual possui, movendo-se
em seu ventre, o deserto invisível.
9Seu nome era Dendayen. A
leste do jardim, onde os eleitos e os justos habitarão, onde ele recebeuo
de meu ancestral, desde Adão
o primeiro dos homens, (55) cujo homem o Senhor dos espíritos fez.
(55)
Ele recebeu-o… primeiro dos homens. Ou,
"meu bisavô foi tomado, o sétimo desde Adão" (Charles, p. 155). Isto implica
que esta seção do livro foi escrita por Noé, descendente de Enoque. Os
estudiosos têm especulado que esta parte do livro pode conter fragmentos do
perdido Apocalipse de Noé.
10Então eu pedi a outro anjo
que me mostrasse o poder daqueles monstros, como eles se separaram naquele
mesmo dia, um estando nas profundezas do mar, e o outro no seco deserto.
11E ele disse: Tu, filho do
homem, estás aqui desejoso de entendimento das coisas secretas.
12E o anjo da paz, o qual
estava comigo disse: Estes dois monstros estão preparados pelo poder de Deus
para tornarem-se alimento, para que a punição de Deus não seja em vão.
13Então crianças serão mortas
com suas mães, e os filhos com seus pais.
14E quando a punição do
Senhor dos espíritos continuar, sobre eles ela continuará, para que a punição
do Senhor dos espíritos não aconteça em vão. Depois do quê, o julgamento existirá com misericórdia
e longanimidade.
Capítulo
59
1Então outro anjo, o qual
estava comigo, me falou,
2E mostrou-me o primeiro e o
último dos segredos em cima no céu, e nas profundezas da terra:
3Nas extremidades do céu e
nas fundações dela, e no receptáculo dos céus.
4Ele mostrou-me como seus espíritos foram divididos; como eles
foram balançados e como ambas as fontes e os ventos foram contados de acordo
com a força de seu espírito.
5Ele me mostrou o poder da luz da lua, que seu poder é justo; bem
como as divisões das estrelas, de acordo com seus respectivos nomes;
6Que cada divisão é separada; que os relâmpagos iluminam;
7Que suas tropas
imediatamente obedecem e que uma cessação toma lugar durante o trovão em continuação
de seu som. Não são separados o trovão e o raio; nem eles se movem com um
espírito, já que eles não são separados.
8Pois quando os raios
iluminam, o trovão soa e o espírito a um próprio período faz pausa, fazendo uma
igual divisão entre eles, pois o receptáculo sobre o qual seus períodos
dependem é solto como a areia. Cada um deles à sua própria estação é
restringido com uma rédea e virado pelo poder do espírito, que assim impele-os
de acordo com a espaçosa extensão da terra.
9O espírito do mar é
igualmente potente e forte, e um poder tão forte o faz vazar; assim ele é dirigido
adiante e espalha-se contra as montanhas da terra. O espírito da geada tem seu
anjo; no espírito do granizo ele é um bom anjo; o espírito da neve cessa em sua
força e um espírito solitário está nele, o qual ascende dele como vapor, e é
chamado refrigeração.
10O espírito da névoa também
habita com eles em seu receptáculo, mas ele tem um receptáculo para si mesmo,
pois seu progresso está no esplendor,
11Na luz e na escuridão, no
inverno e no verão. Seu receptáculo é brilho, e um anjo esta nele.
12O espírito do orvalho tem
seu domicílio nas extremidades do céu, em conexão com o receptáculo da chuva e
seu progresso está no inverno e no verão. A nuvem produzida por ele e a nuvem
do meio se tornam unidos, um dá ao outro; e quando o espírito da chuva está em
movimento de seu receptáculo, anjos vêm e, abrindo seu receptáculo, o traz
adiante.
13Quando igualmente ele é
borrifado sobre toda a terra ele forma uma união com todo tipo de água no chão;
pois as águas ficam na terra, porque eles
fornecem nutrição para a terra desde o Altíssimo, o qual está no céu.
14Sobre este informe,
portanto há uma regulamentação na qualidade da chuva que os anjos recebem.
15Estas coisas eu vi, todas
elas, até o paraíso.
Capítulo
60
1Naqueles dias eu vi que
longos mantos foram dados àqueles anjos, os quais tomaram suas asas e fugiram
em direção ao norte.
2Eu perguntei ao anjo,
dizendo: Para onde eles levaram aqueles longos mantos e para onde se foram? Ele
disse: Eles foram medir.
3O anjo, o qual continuava
comigo, disse: Estas são as medidas dos justos e cordas serão trazidas para que
eles possam confiar no nome do Senhor dos espíritos para sempre e sempre.
4O eleito começará a habitar
com o eleito.
5Estas são as medidas que
serão dadas pela fé, as quais fortalecerão as palavras de retidão.
6Estas medidas revelarão
todos os segredos nas profundezas da terra.
7E acontecerá que aqueles que
foram destruídos no deserto e os que foram devorados pelos peixes do mar e
pelas bestas do campo, retornarão e confiarão no dia do Eleito, pois ninguém
perecerá na presença do Senhor dos espíritos, nem ninguém será capaz de
perecer.
8Então eles receberam o
mandamento, todos os quais estavam nos céus acima, para quem foi dado um poder
combinado, voz e esplendor, semelhante ao fogo.
9E primeiro, com suas vozes
eles abençoaram-no, exaltaram-no, glorificaram-no com sabedoria e atribuíram a
Ele sabedoria com a palavra e com o sopro da vida.
10Então o Senhor dos
espíritos assentado sobre o trono de sua glória, o Eleito,
11O qual julgará todas as
obras do Santo acima no céu, e numa balança Ele pesará suas ações. E quando Ele
levantar Seu semblante para julgar seus caminhos secretos na palavra do nome do
Senhor dos espíritos, e seu progresso no caminho do justo julgamento do
altíssimo Deus;
12Eles falarão com vozes
unidas; abençoarão, glorificarão, exaltarão, e orarão em nome do Senhor dos
espíritos.
13Ele chamará a todo poder
dos céus, a todo santo acima, e ao poder de Deus. O Querubim, o Serafim, o
Ofanim, todos os anjos de poder e todos os anjos dos Senhores, a saber, do
Eleito, e do outro Poder, o qual estava sobre a água naquele dia.
14E levarão suas vozes
unidas; abençoarão, glorificarão, orarão, e exaltarão com o espírito da fé, com
o espírito da sabedoria e da paciência, com o espírito da misericórdia, com o
espírito do julgamento e da paz, e com o espírito da benevolência; todos dirão
com vozes unidas: Abençoado é Ele; e o nome do Senhor dos espíritos será
abençoado para sempre e sempre; todos, os quais não dormem, o abençoarão acima
no céu.
15Todo santo no céu o
abençoará; todo o eleito que habita no jardim da vida e todo espírito de luz
que é capaz de abençoar,
glorificar, exaltar, e orar em seu santo nome e todo homem mortal, (56) mais do
que os poderes do céu, glorificará e abençoará seu nome para sempre e sempre.
(56)
Todo homem mortal Literalmente,
"toda carne" (Laurence, p. 73).
16Pois grande é a
misericórdia do Senhor dos espíritos; magnânimo Ele é; e todas as suas obras, todo
o seu poder, grande como são as coisas que Ele tem feito, tem revelado aos
santos e eleitos, em nome do Senhor dos espíritos.
Capítulo
61
1Então o Senhor ordenou os
reis, os príncipes, os exaltados e aqueles que habitam na terra dizendo:
Abri vossos olhos, e elevai
vossas buzinas se sois capazes de compreender o Eleito.
2O Senhor dos espíritos
assentou-se sobre o trono de sua glória.
3E o espírito de retidão foi
colocado sobre ele.
4A palavra de sua boca
destruirá todos os pecadores e todos os mundanos, os quais perecerão na sua presença.
5Naquele dia todos os reis,
os príncipes, os exaltados e todos os que possuem a terra se colocarão em pé,
verão e perceberão Aquele que está assentado no trono da sua glória, que diante
dEle os santos serão julgados em retidão,
6E que nada que será falado
diante dEle, será falado em vão.
7Inquietação virá sobre eles,
como sobre uma mulher em trabalho de parto, cujo labor é severo, quando seu
filho vem à boca do ventre e ela encontra-se em dificuldade de dar a luz.
8Uma porção deles olhará para
a outra. Eles ficarão atônitos e baixarão seu semblante.
9E aflição os prenderá quando
eles virem o Filho da mulher assentado sobre o seu trono de glória.
10Então os reis, os príncipes
e todos os que possuem a terra glorificarão Aquele que tem domínio sobre todas
as coisas, Aquele que esteve em conselho; pois desde o princípio o Filho do
homem existiu em segredo, o qual o Altíssimo preservou na presença do Seu poder
e foi revelado aos eleitos.
11Ele semeará a congregação
dos santos e dos eleitos, e todo eleito ficará diante dEle naquele dia.
12Todos os reis, príncipes, o
exaltado e aqueles que governam sobre toda a terra cairão sobre suas faces
diante dEle, e O adorarão.
13Eles colocarão suas
esperanças neste Filho do homem orarão a Ele e implorarão por misericórdia.
14Então o Senhor dos
espíritos se apressará em expeli-los da Sua presença. Suas faces ficarão cheias
de confusão e suas faces se cobrirão de escuridão. Os anjos os tomarão para
castigo, aquela vingança poderá ser infligida naqueles que têm oprimido Seus
filhos e Seus eleitos. E eles se tornarão como um exemplo aos santos aos Seus
eleitos. Através deles estes serão feitos jubilosos, pois a ira do Senhor dos
espíritos descansará sobre eles.
15Então a espada do Senhor
dos espíritos se embebedará com seu sangue, mas os santos e eleitos serão
salvos naquele dia; a face dos pecadores e dos mundanos daquele tempo em diante
eles não verão.
16O Senhor dos espíritos
permanecerá sobre eles:
17E com este Filho do homem
eles habitarão, comerão, deitarão e levantarão, para sempre e sempre.
18Os santos e eleitos têm se
levantado da terra. Têm deixado de deprimir seus semblantes e terão sido
vestidos com a vestimenta da vida. Aqueles vestidos da vida estão com o Senhor
dos espíritos, em cuja presença suas vestimentas não envelhecerão nem será
diminuída sua glória.
Capítulo
62
1Naqueles dias os reis que
possuíram a terra serão punidos pelos anjos de Sua ira, onde quer que eles lhes
sejam entregues, para que Ele possa dar descanso por um curto período de tempo;
e para que eles prostem-se diante dEle e adorem o Senhor dos espíritos,
confessando seus pecados diante dEle.
2Eles abençoarão e
glorificarão o Senhor dos espíritos dizendo: Abençoado é o Senhor dos espíritos,
o Senhor dos reis, o Senhor dos espíritos, o Senhor dos ricos, o Senhor da
glória, e o Senhor da sabedoria.
3Ele iluminará toda coisa
secreta.
4Seu poder é de geração a
geração e Sua glória para sempre e sempre.
5Profundos são todos os Seus
segredos e incontáveis; sua retidão não pode ser calculada.
6Agora nós sabemos que
devemos glorificar e abençoar o Senhor dos reis o qual é Rei sobre todas as
coisas.
7Eles também dirão: Quem nos
tem permitido ficar para glorificar, louvar, abençoar, e confessar na presença
da Sua glória?
8E agora pequeno é o repouso
que nós desejamos, mas nós não o encontramos; nós rejeitamos e não o possuímos.
Luz passou diante de nós e escuridão tem coberto nossos tronos para sempre.
9 Pois nós não confessamos
diante dEle; não temos glorificado o nome do Senhor dos reis; não temos
glorificado o Senhor em todas as Suas obras, mas temos confiado no cetro do
nosso próprio domínio e da nossa glória.
10Naquele dia do nosso
sofrimento e da nossa angústia Ele não nos salvará, nem encontraremos descanso.
Confessamos que nosso Senhor é fiel em todas as Suas obras, em todos os Seus julgamentos
e em Sua retidão.
11Em Seus julgamentos ele não
paga nenhum respeito a pessoas; e nós devemos apartar-nos de sua presença por
causa de nossos maus atos.
12Todos os nossos pecados são
verdadeiramente sem número.
13Então eles dirão a si
mesmos: Nossas almas estão saciadas com os instrumentos de crime;
14Mas que não nos impede de
descer ao ventre flamejante do inferno.
15Daí em diante seus
semblantes se encherão de escuridão e confusão diante do Filho do homem, de cuja
presença eles serão expulsos e diante do qual a espada permanecerá
expelindo-os.
16Assim diz o Senhor dos
espíritos: Este decreto e o julgamento contra os príncipes, os reis, os exaltados,
e aqueles que possuem a terra, na presença do Senhor dos espíritos.
Capítulo
63
1Eu vi outros semblantes
naquele lugar secreto. Ouvi a voz de um anjo, dizendo: Estes são os anjos que
desceram do céu à terra, revelaram segredos aos filhos dos homens e seduziram
os filhos dos
homens para cometerem de
pecado.
Capítulo
64
(57) Os capítulos 64, 65, 66 e o primeiro
versículo do 67 evidentemente contêm a versão de Noé e não de Enoque (Laurence,
p. 78).
1Naqueles dias Noé viu que a
terra inclinou-se, e que destruição aproximava-se.
2Então ele levantou seus pés
e foi para os confins da terra, para a habitação do seu bisavô Enoque.
3E Noé clamou com uma amarga
voz: Ouví-me, ouví-me, ouví-me, três vezes. E ele disse: Dize-me o que está
ocorrendo sobre a terra, pois a terra trabalha e é violentamente abalada.
Certamente eu perecerei com ela.
4Depois disso houve uma
grande perturbação na terra e uma voz foi ouvida desde o céu. Eu caí sobre
minha face, então meu bisavô Enoque veio e colocou-se ao meu lado.
5Ele disse-me: Por que clamas
a mim com um amargo clamor e lamentação?
6Um mandamento partiu do
Senhor contra aqueles que habitam na terra para que eles sejam destruídos, pois
eles conhecem todo segredo dos anjos, toda obra opressiva, o poder secreto dos demônios
(58) e todo poder daqueles que cometem sortilégios, tanto quanto daqueles que
fazem imagens fundidas em toda
a terra.
(58)
Os demônios. Literalmente,
"os Satans" (Laurence, p. 78).
7Eles sabem como a prata é produzida do pó da terra e como na
terra a gota metálica existe,
pois o chumbo e o estanho não são produzidos da terra como fonte primária de
sua produção.
8Há um anjo colocado sobre
ela, e o anjo luta para prevalecer.
9Depois disso meu bisavô
Enoque agarrou-me com sua mão, levantando-me e disse-me: Vai, pois eu pedí ao
Senhor dos espíritos a respeito desta perturbação da terra; o qual respondeu:
Por conta da impiedade deles seus inumeráveis julgamentos foram consumados
diante de mim. Com respeito às luas eles inquiriram, e têm conhecimento de que
a terra perecerá com aqueles que habitam sobre
ela,(59) e que estes não terão lugar de refúgio para
sempre.
(59)
Com respeito às luas… habitam sobre
ela. Ou, "Por causa dos sortilégios que eles procuraram e
aprenderam a terra e aqueles que habitam sobre ela serão destruídos"
(Knibb, p. 155).
10Eles descobriram segredos,
e eles são aqueles que têm sido
julgados; mas não você, meu filho. O Senhor dos espíritos sabe que tu és puro e
bom, livre da reprovação do descobrimento de segredos.
11Ele, o Santo, estabelecerá
Seu nome no meio dos santos e te preservará daqueles que habitam sobre a terra.
Ele estabelecerá tua semente em retidão com domínio e grande glória, (60) e da
tua semente se espalhará retidão, e homens santos sem número para sempre.
(60)
Com domínio… gloria. Literalmente,
"para reis, e para grande glória" (Laurence, p. 79).
Capítulo
65
1Depois disso ele mostrou-me
os anjos de punição, os quais estão preparados para vir e abrir todas as águas
poderosas sob a terra:
2Que elas podem ser para
julgamento e para destruição de todos aqueles que permanecem e habitam sobre a
terra.
3O Senhor dos espíritos
ordenou os anjos que saíram, para não tomar os homens, e preservá-los,
4pois aqueles anjos presidem sobre todas as poderosas
águas. Então eu saí da presença de Enoque.
Capítulo
66
1Naqueles dias a palavra de
Deus veio a mim, e disse: Vê Noé, tua sorte ascendeu a Mim, uma sorte imune de
crime, uma sorte amada e superior.
2Agora então os anjos
trabalharão as árvores, (61), mas enquanto eles procedem nisto eu colocarei minha
mão sobre elas e as preservarei.
(61)
Trabalharão nas árvores. Ou,
"estão fazendo uma (estrutura de) madeira" (Knibb, p. 156).
3A semente da vida se erguerá
dela e uma mudança tomará lugar para que a terra seca não seja deixada vazia.
Eu estabelecerei tua semente diante de mim para sempre e sempre, e a semente daqueles
que habitarem contigo na superfície da terra. Ela será abençoada e multiplicada
na presença da terra, em nome do Senhor.
4Eles confinarão aqueles
anjos que descobriram impiedade. Naquele vale ardente é que eles serão confinados,
o qual a princípio meu bisavô mostrou-me no oeste, onde há montanhas de ouro e
prata, de ferro, de metal fluído, e de estanho.
5Eu vi aquele vale no qual há
uma grande perturbação e onde as
águas são agitadas.
6E quando tudo isto foi
executado, da massa fluída de fogo e na perturbação que prevaleceu (62) naquele
lugar, levantou-se um forte cheiro de enxofre que se misturou com as águas; e o
vale dos anjos que haviam sido culpados de sedução, queimou-se debaixo da
terra.
(62)
A perturbação que prevaleceu. Literalmente,
"perturbou-os" (Laurence, p. 81).
7Através daquele vale rios de
fogo também estavam fluindo, para os quais aqueles anjos serão condenados, os
quais seduziram os habitantes da terra.
8E naqueles dias estas águas serão
para os reis, aos príncipes, aos exaltados e para os habitantes da terra, para
a cura da alma e do corpo e para o julgamento do espírito. 9Seus espíritos
serão cheios de festa (63) para que eles possam ser julgados em seus corpos;
porque eles negaram o Senhor dos espíritos, e apesar de eles perceberem sua
condenação dia após dia, não acreditaram em seu nome.
(63)
Festa. Ou, "luxúria"
(Knibb, p. 157).
10E como a inflamação de seus
corpos será grande, assim seus espíritos sofrerão uma transformação para
sempre.
11Pois nenhuma palavra que é
pronunciada diante do Senhor dos espíritos será em vão.
12Julgamento veio sobre eles
porque eles confiaram em sua luxúria carnal, e negaram o Senhor dos espíritos.
13Naqueles dias as águas
daquele vale serão transformadas, pois enquanto os anjos forem julgados, o
calor daquelas fontes de água sofrem uma alteração.
14E enquanto os anjos
ascenderem, a água das fontes novamente
sofrem uma alteração e congelam.
Então eu ouvi o santo Miguel
respondendo e dizendo: Este julgamento, com o qual os anjos serão julgados,
dará testemunho contra os reis, príncipes e aqueles que possuem a terra.
15Pois estas águas de
julgamento serão para sua cura e para a morte (64) de seus corpos. Mas eles não
perceberão e não acreditarão que as águas serão transformadas e tornadas como
fogo, que arderá para sempre.
(64)
Morte. Ou, "luxúria"
(Charles, p. 176; Knibb, p. 158).
Capítulo
67
1Depois disto ele deu-me as
marcas características (65) de todas as coisas secretas do livro do meu bisavô
Enoque, e nas parábolas que haviam sido dadas a ele; inserindo-as para mim
entre as palavras do livro das parábolas.
(65)
Marcas características. Literalmente,
"os sinais" (Laurence, p. 83).
2Naquele momento o santo
Miguel respondeu e disse a Rafael: O poder do espírito precipita-me daqui e
impele-me para fora. A severidade do julgamento, do secreto julgamento dos
anjos, quem é capaz de observar a resistência daquele severo julgamento que
aconteceu e se tornou permanente sem ser dissolvido no seu lugar? Novamente o
santo Miguel respondeu e disse ao santo Rafael:
Quem está lá, cujo coração
não se abrandou por isto, e cujos rins não se afligiram com esta coisa?
3Julgamento saiu contra eles
por aqueles que assim arrastaram-nos para fora; e que se foram, quando eles estavam
na presença do Senhor dos espíritos.
4De igual maneira também o
santo Rakael disse a Rafael: Eles não estarão diante do olho do Senhor (66) já
que o Senhor dos espíritos foi ofendido por eles, pois como Senhores (67) eles
têm-se conduzido. Portanto Ele traz sobre eles um secreto julgamento para
sempre e sempre.
(66)
Eles não... olho do Senhor. Ou,
"Eu não tomarei parte sob o olho do Senhor" (Knibb,p.159).
(67)
Pois como Senhores. Ou,
"pois eles agiram como se fossem o Senhor" (Knibb, p. 159).
5Pois nem o anjo, nem o homem
recebe uma porção dele, mas eles só receberão seu próprio julgamento para
sempre e sempre.
Capítulo
68
1Depois deste julgamento eles
estarão assombrados e irritados, pois serão exibidos aos habitantes da terra.
2Eis os nomes destes anjos.
Estes são seus nomes: O primeiro deles é Samyaza; o segundo é Arstikapha; o
terceiro é Armen; o quarto, Kakabael; o quinto, Turel; o sexto, Rumyel; o
sétimo,
Danyal; o oitavo, Kael; o
nono, Barakel; o décimo, Azazel; o décimo primeiro, Armers; o décimo segundo,
Bataryal; o décimo terceiro, Basasael; o décimo quarto, Ananel; o décimo
quinto, Turyal; o décimo sexto, Simapiseel; o décimo sétimo, Yetarel; o décimo
oitavo, Tumael; o décimo nono, Tarel; o vigésimo, Rumel; o vigésimo primeiro,
Azazyel.
3Estes são os principais
(chefes) dos anjos, e os nomes dos líderes de suas centenas, e seus líderes de
cinqüenta, e os líderes de suas dezenas.
4O nome do primeiro é Yekun:
(68) ele foi quem seduziu todos os filhos dos santos anjos e fez com que
descessem à terra, conduzindo desencaminhadamente a descendência dos homens.
(68)
Yekun pode simplesmente
significar "o rebelde" (Knibb, p. 160).
5O nome do segundo é Kesabel,
o qual apontou mau conselho aos filhos dos santos anjos e conduziu-os a
corromperem seus corpos gerando humanos.
6O nome do terceiro é Gadrel:
ele descobriu todo golpe de morte aos filhos dos homens.
7Ele seduziu Eva e descobriu
aos filhos dos homens os instrumentos de morte, o casaco de malha, o escudo, e
a espada para matança; todo instrumento de morte para os filhos dos homens.
8Estas coisas derivaram de suas mãos para os que habitam sobre a
terra daquele período para sempre.
9O nome do quarto é Penemue:
ele descobriu aos filhos dos homens o amargor e a doçura.
10E mostrou a eles todo
segredo de sua sabedoria.
11Ele ensinou os homens a
entenderem o escrito e o uso de tinta
e papel.
12Portanto, numerosos tem
sido aqueles que têm se extraviado em todo período do mundo, mesmo até este
dia.
13Os homens não nasceram para
isto, assim com pena e tinta, para confirmar sua fé;
14Desde então eles não
criaram, exceto que, como os anjos, eles podem permanecer retos e puros.
15Nem poderiam morrer, o que
destrói tudo, tem afetado-os;
16Mas por este seu
conhecimento eles perecem, e por isto também seu poder os consome.
17 O nome do quinto é
Kasyade: ele descobriu aos filhos dos homens todo iníquo golpe de espíritos e
de demônios:
18O golpe do embrião no
ventre, para diminuí-lo; (69) o
golpe do espírito pela mordida
da serpente, e o golpe que é dado ao
meio-dia pelo filho da
serpente, cujo nome é Tabaet. (70)
(69)
O golpe…para diminuí-lo. Ou,
"o soco (com ataque, agressão) ao embrião no ventre para que seja
abortado"
(Knibb,
p. 162).
(70)
Tabaet. Literalmente,
"macho" ou "forte" (Knibb, p. 162).
19Este é o número de Kasbel;
a parte principal do juramento que o Altíssimo, habitando em glória, revelou
aos santos.
20Seu nome é Beka. Ele falou
ao santo Miguel para que revelasse a eles o nome sagrado, para que eles
pudessem entender o sagrado nome e assim lembrar do juramento; e para que
aqueles que apontaram toda coisa secreta aos filhos dos homens possam tremer
sob aquele nome e juramento.
21Este é o poder do
juramento; pois poderoso ele é, e forte.
22E estabelecido este
juramento de Akae pela instrumentalidade do santo Miguel.
23Estes são os segredos deste
juramento, e por ele eles foram confirmados.
24Os céus estiveram em
suspenso por ele antes que o mundo fosse feito, para sempre.
25Por ele a terra foi
inundada no dilúvio enquanto das partes escondidas dos montes as águas agitadas
as águas saíram desde a criação até o fim do mundo.
26Por este juramento o mar
foi formado e a sua fundação.
27Durante o período desta
fúria ele estabeleceu a areia contra ele, a qual continua imutável para sempre,
e por este juramento o abismo foi feito forte; e não é removível de sua estação
para sempre e sempre.
28Por este juramento o sol e
a lua completam seu progresso nunca se desviando do comando que lhes foi dado para sempre e sempre.
29Por este juramento as
estrelas completam seu progresso,
30E quando seus nomes forem
chamados eles retornarão em resposta, para sempre e sempre.
31Então nos céus tomam lugar os sopros dos ventos: todos eles têm respiração (71)
e efetuam uma completa
combinação de respirações.
(71)
Respiração. Ou,
"espíritos" (Laurence, p. 87).
32Ali os tesouros do trovão
são mantidos e o esplendor do relâmpago.
33Ali são guardados os
tesouros do granizo e da neblina, os tesouros da neve, os tesouros da chuva e do
orvalho.
34Todos estes confessam e
louvam diante do Senhor dos espíritos.
35Eles glorificam com todo
seu poder de súplica; e Ele os sustém em todo aquele ato de agradecimento enquanto eles louvam, glorificam e exaltam
o nome do Senhor dos espíritos para sempre e sempre.
36E com eles ele estabelece
este juramento, pelo qual eles e seus caminhos são preservados, e seus progressos
não perecem.
37Grande foi sua alegria.
38Eles abençoaram,
glorificaram, e exaltaram porque o nome do Filho do homem lhes foi revelado.
39Ele assentou-se sobre o
trono de Sua glória, e a parte principal do julgamento foi designada e Ele, o
Filho do homem. Os pecadores perecerão e desaparecerão da face da terra,
enquanto aqueles que os seduziram serão amarrados com correntes para sempre.
40De acordo com seus graus de
corrupção eles serão aprisionados, e todas as suas obras desaparecerão da face
da terra; desde então ali não haverá ninguém para corromper, pois o Filho do homem
foi visto assentado sobre Seu trono de glória.
41Toda iniqüidade
desaparecerá e se apartará de diante de Sua face; a palavra do Filho do homem
se tornará poderosa na presença do Senhor dos espíritos.
42Esta é a terceira parábola
de Enoque.
Capítulo
69
1Depois disto o nome do Filho
do homem, vivendo com o Senhor dos espíritos, foi exaltado pelos habitantes da
terra.
2Ele foi exaltado nas
carruagens do Espírito e o seu nome estava no meio deles.
3Desde aquele tempo eu não
fui arrancado do meio deles; mas Ele assentou-se entre dois espíritos, entre o
norte e o oeste, onde os anjos receberam seus cordões, para medir o lugar para
os eleitos e os justos.
4Ali eu vi os pais dos
primeiros homens e os santos que habitam naquele lugar para sempre.
Capítulo
70
1Depois disso meu espírito
foi ocultado, ascendendo aos céus. Eu vi os filhos dos santos anjos andando em
chamas de fogo, cujas vestimentas e mantos eram brancos e cujos semblantes eram
transparentes como cristal.
2Eu vi dois rios de fogo
brilhando como o jacinto.
3Então caí sobre minha face
diante do Senhor dos espíritos.
4E Miguel, um dos arcanjos,
tomou-me pela mão direita e levantou-me, e trouxe-me para onde estava todo
segredo de misericórdia e retidão.
5Ele me mostrou todas as
coisas ocultas das extremidades do céu, todos os receptáculos das estrelas e o
seu esplendor, desde quando elas saíram de diante da face do Santo.
6Ele escondeu o espírito de
Enoque no céu dos céus.
7Ali eu vi no meio daquela
luz uma construção levantada com pedras de gelo.
8E no meio destas pedras vi
vibrações de (72) de fogo vivo. Meu espírito viu ao redor o círculo desta habitação
flamejante em uma de suas extremidades; que
ali havia rios cheios de fogo vivo, o qual cercava-a.
(72)
Vibrações. Literalmente,
"línguas" (Laurence, p. 90).
9Então o Serafim, o Querubim,
e o Ophanin (73) rodearam-na: estes são aqueles que nunca adormecem, mas vigiam
o trono de Sua glória.
(73) Ophanin.
As "rodas" Ezequiel 1:15-21 (Charles, p. 162).
10Eu vi inumeráveis anjos,
milhares de milhares, e miríades de miríades, as quais rodeavam aquela habitação.
11Miguel, Rafael, Gabriel,
Phanuel e os santos anjos que estavam acima nos céus foram e saíram dele.
Miguel, Rafael, e Gabriel saíram daquela habitação, e santos anjos inumeráveis.
12Estava com eles o Ancião de dias, cuja cabeça era branca como o algodão, e pura, e
seu manto era indescritível.
13Então eu caí sobre minha
face enquanto toda minha carne era dissolvida, e meu espírito tornou-se transformado.
14Eu clamei com alta voz com
um poderoso espírito, abençoando, glorificando, e exaltando.
15E aquelas bênçãos que
procediam da minha boca tornaram-se aceitáveis na presença do Ancião de dias.
16O Ancião de dias veio com
Miguel e Gabriel, e Rafael e Phanuel, com milhares de milhares, e miríades de
miríades, que não podiam ser enumerados.
17Então aquele anjo veio a
mim, com sua voz saudou-me, dizendo: Tu és o Filho do homem, (74) oqual é
nascido para retidão, e retidão descansou sobre ti.
(74)
Filho do homem. A tradução
original de Laurence muda essa frase "descendência do homem", Knibb
(p. 166) e Charles (p. 185) indicam que deve ser "Filho do homem"
consistente com outras ocorrências daquele termo no livro de Enoque.
18A retidão do ancião de dias
não te esquecerá.
19Ele disse: Em ti Ele conferirá paz em
nome do mundo existente; por isso a paz tem existido desde que o mundo foi
criado.
20E assim acontecerá a ti
para sempre e sempre.
21Todos os que existirão e
caminharão em seus caminhos de retidão, não te esquecerão para sempre.
22Contigo estarão suas
habitações, contigo seu destino; de ti eles não serão separados para sempre e sempre.
23E assim o prolongamento dos
dias estará com o Filho do homem.(75)
(75)
Filho do homem. Literalmente,
"descendência do homem", ou "o Cristo que vem da descendência do
homem”.
24A paz será para os justos e
os retos possuirão o caminho da integridade, em nome do Senhor dos espíritos,
para sempre e sempre.
Capítulo
71
1O livro das revoluções das
luminárias dos céus, de acordo com suas respectivas classes, seus respectivos
poderes, seus respectivos períodos, seus respectivos nomes, os lugares conde
elas começam seu progresso e seus respectivos meses, que Uriel, o santo anjo
que estava comigo,
explicou-me; aquele que as
administra. Toda a conta delas de acordo com o exato ano do mundo para sempre,
até que um novo trabalho seja efetuado, o qual será eterno.
2Esta é a primeira lei das
luminárias. O sol e a luz
chegam aos portões que estão ao leste, ao oeste e no oeste dele, nos portões
ocidentais do céu.
3Eu vi os portões onde o sol
sai e os portões onde o sol se põe,
4Em cujos portões também a
lua nasce e se põe; Eu vi os
condutores das estrelas, entre aqueles que precedem-nas; seis portões estão no nascente, e seis no
poente do sol.
5Todos estes,
respectivamente, um depois do outro, estão em nível; e numerosas janelas estão
ao lado direito e ao lado esquerdo destes portões.
6Primeiro avança aquela
grande luminária, a qual é chamada sól, cuja órbita é a órbita do céu, toda ela
está repleta com esplêndido e flamejante fogo.
7Sua carruagem, onde ela
ascende, o vento sopra.
8O sól se põe no céu e
retornando pelo norte, para seguir em direção ao leste, é conduzido assim enquanto
entra por aquele portão e ilumina a face do céu.
9Da mesma maneira ele sai no
primeiro mês pelo grande portão.
10Ele sai através do quarto
daqueles seis portões, que estão ao nascente do sol.
11E no quarto portão, através
do qual o sól com a lua prosseguem, na primeira parte dele, (76) lá existem
doze janelas abertas das quais sai uma chama quando elas estão abertas em seus
próprios períodos.
(76)
Através do qual… parte dele. Ou,
"do qual o sol se levanta no primeiro mês" (Knibb, p. 168).
12Quando o sol se levanta no
céu ele sai através deste quarto portão por três dias, e pelo quarto portão ao
oeste do céu no nível em que ele descende.
13Durante aquele período o
dia é prolongado durante o dia, e a noite encurtado durante a noite por trinta
dias. E então o dia é mais longo que a noite por duas partes.
14O dia é precisamente, dez
partes, e a noite é oito.
15O sol sai através deste
quarto portão, se põe nele e volta para o quinto portão durante trinta dias, depois
do quê ele prossegue e se põe nele, o quinto portão.
16Então o dia se torna
prolongado por uma segunda porção de modo que ele é doze partes, enquanto a
noite se torna encurtada, e é apenas sete partes.
17O sol então retorna para o leste, entrando
no sexto portão, e nasce e se põe no sexto portão trinta e um dias, na contagem
de seus sinais.
18Naquele período o dia é
mais longo que a noite, sendo duas vezes tão
longo quanto a noite, e chega a ser de doze partes;
19Mas a noite é encurtada e
se torna em seis partes. Então o sol nasce para que o dia possa ser encurtado e
a noite prolongada.
20E o sol retorna para o
leste entrando pelo sexto portão, onde ele nasce e se põe por trinta dias.
21Quando aquele período é
completado o dia chega a ser encurtado precisamente uma parte, de modo que ele
é de doze partes, enquanto que a noite é de sete partes.
22Então o sol vai do oeste,
daquele sexto portão, e prossegue em direção ao leste nascendo no quinto portão
por trinta dias e se pondo novamente ao oeste no quinto portão do oeste.
23Naquele período o dia chega
a ser encurtado duas partes, e é de dez partes, enquanto que a noite é de oito
partes.
24Então o sol vai do quinto
portão, enquanto se põe no sexto portão do oeste e nasce no quarto portão por
trinta e um dias, na conta de seus sinais, se pondo a oeste.
25Naquele período o dia é
feito igual à noite e, sendo igual a ela, a noite torna-se a nove partes, e o dia
nove partes.
26Então o sol vai daquele
portão enquanto ele se põe no oeste, e retornando pelo leste prossegue pelo
terceiro portão por trinta dias, se pondo no oeste no terceiro portão.
27Naquele período a noite é
prolongado desde o dia durante trinta manhãs, e o dia é encurtado desde o dia
durante trinta dias; a noite sendo precisamente de dez partes, e o dia oito
partes.
28O sol então sai do terceiro
portão, enquanto ele se põe no terceiro portão no oeste; mas retornando para o
leste. Ele prossegue pelo segundo portão do leste por trinta dias.
29De igual maneira ele também
se põe no segundo portão na direção oeste do céu.
30Naquele período a noite é
onze partes, e o dia sete partes.
31Então o sol sai naquele
tempo pelo segundo portão, enquanto se põe no segundo portão no oeste, mas
retorna para o leste, prosseguindo pelo
primeiro portão, por trinta e um dias.
32E se pões no oeste no
primeiro portão.
33Naquele período a noite é
novamente prolongada tanto quanto o dia.
34Ela é precisamente de doze
partes, enquanto que o dia é seis partes.
35O sol tem assim completado seus começos, e uma
segunda vez de volta desde estes começos.
36Naquele primeiro portão ele entra por trinta
dias, e se põe no oeste, defronte do
céu.
37Naquele período a noite é
contraída em seu comprimento uma quarta parte, que é, uma porção, e se torna
onze partes.
38O dia é de sete partes.
39Então o sol retorna, e
entra no segundo portão ao leste.
40ele retorna por estes
começos trinta dias, nascendo e se pondo.
41Naquele período, a noite é
encurtado em seu comprimento. Ela se torna dez partes, e o dia oito partes.
Então o sol sai do segundo portão, e se põe a oeste; mas retorna pelo leste, e
nasce no leste, no terceiro portão, trinta e um dias, se pondo no oeste do céu.
42Naquele período a noite se
torna encurtada, Ela é nove partes. E a noite é igual ao dia. O ano é precisamente
trezentos e sessenta e quatro dias.
43Prolongamento do dia e da
noite, e a contração do dia e da noite, são feitos diferentes um do outro pelo
progresso do sol.
44Por meio deste progresso o
dia é diariamente prolongado, e a noite grandemente encurtada.
45Esta é a lei e o progresso
do sol, e suas voltas, quando ele retorna, voltando durante sessenta dias,
(77) e seguindo em frente. Esta é a
grande perpétua luminária, aquela que ele chama o sol para sempre e sempre.
(77)
O que é, ele está sessenta dias nos mesmos portões. Trinta dias duas vezes cada
ano. (Laurence, p. 97).
46Este também é a grande
luminária, e a qual é chamada segundo seu tipo peculiar, como Deus ordenou.
47E assim ele entra e sai,
nem afrouxando nem descansando; mas correndo em sua carruagem de dia e de
noite. Ele brilha com uma sétima porção da luz da lua; (78) mas as dimensões de
ambos são iguais.
(78)
ele brilha com…da lua. Ou,
"Sua luz é sete vezes mais brilhante que a da lua" (Knibb, p.171). O
texto aramaico descreve mais claramente como a luz da lua aumenta e diminui
pela metade de uma sétima parte cada dia. Aqui na versão etíope, a lua é
considerada como duas metades, cada metade sendo dividida em sete partes. Por
isso, “quatorze porções" de 72:9-10 (Knibb, p. 171)
Capítulo
72
1Depois disso eu vi outra lei
fé uma luminária inferior, o nome da qual é a lua, e a órbita da qual é como a
órbita do céu.
2Sua carruagem, a qual
secretamente ascende, o vento sopra; e luz é dada a ela por medida.
3Cada mês em sua saída e
entrada ela torna-se transformada; e seus períodos são como os períodos do sol.
E quando de igual maneira sua luz é para existir, (79) sua luz é uma sétima
porção da luz do sol.
(79)
E quando de… é para existir. Isto
é, quando a lua está cheia (Knibb, p. 171).
4Assim ela nasce, e seu
começo em direção ao leste sai por trinta dias.
5Naquele tempo ela aparece, e
torna-se para você o começo do mês. Trinta dias ela está com o sol no portão do qual o sol nasce.
6Metade dela está em
prolongamento sete porções, uma metade;
e o total de sua órbita é sem luz, exceto uma sétima porção de quatorze porções
de sua luz. E de dia ela recebe uma sétima porção, ou a metade daquela porção, de sua luz. Sua luz é
por sete, por uma porção, e pela metade de
uma porção. Seus crepúsculos com o sol.
7E quando o sol nasce, a lua
nasce com ele; e recebe metade de uma porção de luz.
8Nesta noite, quando ela
começa seu período, previamente para o dia do mês, a lua se põe com o sol.
9E naquela noite ela é escura
em suas décimas quartas porções, que é, em
cada metade; mas ela nasce naquele dia com uma sétima porção aproximadamente,
e em seu progresso declina do nascer do sol.
10Durante o restante de seu
período sua luz aumenta em quatorze porções.
Capítulo
73
1Então eu vi outro progresso
e regulações que Ele efetuou na lei da lua. O progresso das luas, e tudo o que
se relaciona com ela, Uriel
mostrou-me, o santo anjo que administra a todos.
2Suas estações eu escrevi
enquanto ele mostrava-os a mim.
3Eu escrevi teus meses, como
eles ocorrem, e a aparência de sua luz, até que ela é completada em quinze
dias.
4Em cada um de seus dois
sétimos de porções ela completa toda sua luz ao nascer e se pôr.
5Em determinados meses ela
muda seus crepúsculos; e em
determinados meses ela faz seu progresso através
de cada portão. Em dois portões a lua se põe com o sol.
Naqueles dois portões que estão no meio, no terceiro e no quarto portão. Do terceiro portão ela sai por sete
dias, e faz seu circuito.
6Novamente ela retorna para o
portão do qual o sol nasce, e naquele ela completa toda a sua luz.
Então ela declina do sol, e
entra por oito dias no sexto portão, e
retorna em sete dias para o terceiro portão, no qual o sol nasce.
7Quando o sol prossegue para
o quarto portão, a lua sai por
sete dias, até ela passar do quinto portão.
8Novamente ela retorna em
sete dias para o quarto portão, e completando toda a sua luz, declina, e passa
pelo primeiro portão em oito dias;
9E retorna em sete dias para
o quarto portão, do qual o sol nasceu.
10Assim eu vi suas estações,
como de acordo com a ordem fixada dos meses o sol nasce e se põe.
11Nesses tempos há um excesso
de trinta dias pertencentes ao sol em cinco anos; todos os dias pertencentes a
cada ano de cinco anos, quando completados, somam trezentos e sessenta e quatro
dias; e ao sol e às estrelas; deles em cada um dos cinco anos; assim trinta dias pertencem a eles;
12De modo que a lua tem
trinta dias a menos que o sol e as estrelas.
13A lua traz em todos os anos
exatamente, para que suas estações possam vir nem tão adiante nem tão para traz
um simples dia; mas que os anos possam ser mudados com correta precisão nos trezentos
e sessenta e quatro dias. Em três anos os dias são mil e noventa e dois; em
cinco anos eles são mil oitocentos e vinte; e em oito anos dois mil novecentos
e vinte dias.
14Para a lua só corresponde
em três anos mil e sessenta e dois dias; em cinco anos ela tem cinqüenta dias menos que o sol, pois uma adição
sendo feita a mil e sessenta e
dois dias, em cinco anos há mil setecentos e setenta dias; e os dias da lua em
oito anos são dois mil oitocentos e trinta e dois dias.
15Pois os seus dias em oito
anos são menos que aqueles do sol por oitenta dias, cujos oitenta dias são sua
diminuição em oito anos.
16O ano então se torna
verdadeiramente completo de acordo com a estação da lua, e a estação do sol; o
qual nasce em diferentes portões;
o qual nasce e se pões neles por trinta dias.
Capítulo
74
1Estes são os líderes dos chefes dos milhares, os quais presidem sobre toda criação,
e sobre todas as estrelas; com os quatro dias
que são adicionados e nunca se separam do lugar a eles determinados, de
acordo com o cálculo completo do ano.
2E estes servem quatro dias,
os quais não são contados no cálculo do ano.
3Com respeito a eles, os
homens erram grandemente, pois estas luminárias verdadeiramente servem, no
lugar de habitação do mundo, um dia no
primeiro portão, um dia no terceiro portão, um dia no quarto portão, e um dia
no sexto portão.
4E a harmonia do mundo
torna-se completo a cada trezentos e sessenta e quatro estados dele. Para os
sinais.
5As estações,
6Os anos,
7E Uriel me mostrou os dias;
o anjo que o Senhor da glória escolheu sobre todas as luminárias.
8Do céu no céu, e no mundo;
para que possa governar na face do céu, e aparecendo sobre a terra, se tornam.
9Condutores dos dias e
noites: o sol, a lua, as estrelas, e todas as luminárias do céu, que fazem seu circuito
com todas as carruagens do céu.
10Então Uriel me mostrou doze
portões abertos para o circuito das carruagens do sol no céu, no qual os raios
do sol batem.
11Deles procede calor sobre a
terra, quando eles são abertos em suas determinadas estações. Eles são estão
para os ventos, e o espírito da neblina, quando em suas estações eles são
abertos; abertos no céu nas suas extremidades.
12Doze portões eu vi no céu,
nas extremidades da terra, através do qual o sol, a lua e estrelas, e todas as
obras do céu, procedem no seu nascer e no seu crepúsculo.
13Muitas janelas também são
abertas à direita e à esquerda.
14Uma janela numa certa estação se torna extremamente
quente. Assim também estão portões dos quais as estrelas saem quando são
comandadas, e nos quais se põem de acordo com seu número.
15Eu vi igualmente as
carruagens do céu, correndo no mundo acima daqueles portões nos quais se movimentam
as estrelas que jamais declinam. Um deles é maior de todos, que vai ao redor de
todo o mundo.
Capítulo
75
1E nas extremidades da terra
eu vi doze portões abertos para todos os ventos, dos quais eles saem e sopram
sobre a terra.
2Três deles estão abertos em
frente do céu, três no oeste, três no lado direito do céu, e três no lado esquerdo.
Os três primeiros são aqueles que estão virados para o leste, três estão
virados para o norte, tres atrás daqueles que estão sobre a esquerda, virados
para o sul, e três para o oeste.
3De quatro deles saem ventos
de bênção, e de cura; e de oito vêm ventos de punição ou castigo; quando eles
são enviados para destruir a terra, e o céu acima dela, todos os seus
habitantes, e e tudo o que está nas águas, ou na terra seca.
4O primeiro destes ventos
procede do portão oriental, através do primeiro portão ao leste, o qual se inclina
para o sul. Deste portão saem a destruição, a aridez, o calor e a perdição.
5Do segundo portão, o do
meio, procede a equidade. Dele emanam a chuva, a abundância, a saúde e
o orvalho; e do terceiro
portão ao norte, vêm o frio e a seca.
6Depois destes procedem os
ventos do sul através de três principais portões; através do seu primeiro portão,
que inclina-se para o leste, vem um vento quente.
7Mas do portão do meio vem um
agradável odor, orvalho, chuva, saúde e vida.
8Do terceiro portão, que está
ao oeste, vem orvalho, chuva, ruína e destruição.
9Depois desses estão os
ventos do norte, que é chamado mar. Eles
vêm dos três portões. O primeiro (80) portão é aquele que está ao leste, inclinando-se ao sul; deste vem
orvalho, chuva, ruína e destruição. Direto do portão do meio vem chuva,
orvalho, vida e saúde. E do terceiro portão, que está ao leste, inclinando-se
ao sul, vem névoa, geada, neve, chuva, orvalho e destruição.
(80)
Primeiro. Ou, "sétimo"
(Knibb, p. 178).
10Depois destes, no quarto quadrante estão os ventos
do oeste. Do primeiro portão, inclinando-se ao norte, vem orvalho, chuva,
geada, neve e frio; do portão do meio vem chuva, saúde e bênção;
11E do último portão, que
está ao sul, vem seca, destruição, queima e perdição.
12O informe dos doze portões dos quatro quadrantes do céu está
terminada.
13Todas as suas leis, todas
as suas imposições de punição,
e a saúde produzida por eles,
eu expliquei a ti, meu filho Matusalém. (81)
(81)
Matusalém. Filho de Enoque, Cp.
Gen. 5:21.
Capítulo
76
1O primeiro vento é chamado
oriental, porque é o primeiro.
2O segundo é chamado do sul,
porque o Altíssimo desce, e freqüentemente ali desce aquele que é abençoado para sempre.
3O vento ocidental tem o nome
de diminuição, porque ali todas as luminárias do céu estão diminuídas, e
descem.
4O quarto portão, cujo nome é
do norte, é dividido em três partes; uma das quais é para a habitação do homem;
outra parte para mares de águas, com vales, bosques, rios, lugares sombrios, e
neve, e a terceira parte contém o paraíso.
5Sete altas montanhas eu vi,
mais altas do que todas as montanhas da terra, de onde o congelamento procede;
enquanto os dias, estações, e anos passam.
6Sete rios eu vi sobre a
terra, maiores que todos os rios, um dos quais toma seu curso do oeste; para um
grande mar suas águas fluem.
7Dois vêm do norte para o
mar, suas águas fluem para o Mar da Eritréia, (82) no leste. E com respeito aos
outros quatro, eles tomam seu curso na cavidade do norte, dois para seu mar, o mar da Eritréia, e
dois são derramados num grande mar, onde também é dito que é um deserto.
(82)
O Mar Vermelho.
8Sete grandes ilhas eu vi no
mar da terra. Sete no grande mar.
Capítulo
77
1Os nomes do sol são estes:
um é Aryares, o outro Tomas.
2A lua tem quatro nomes. O
primeiro é Asonya; o segundo, Ebla; o terceiro, Benase; e o quarto, Erae.
3Estes são as duas grandes
luminárias, cujas órbitas são como as órbitas do céu; e as dimensões de ambos
são iguais.
4Na órbita do sol há uma
sétima porção de luz, a qual é adicionada àquela que vem da lua. (83) Elas se
põem, entram no portão ocidental, circulam pelo norte, e através do portão
oriental passam pela face do céu.
(83)
Uma sétima porção… da lua. Ou,
"sete partes da luz que são adicionadas e ele mais do que à lua"
(Knibb, p. 182).
5Quando a lua nasce, ela aparece
no céu; e a metade da sétima porção de luz é tudo o que está nela.
6Em quarenta dias toda a sua luz é completada.
7Por três quíntuplos de luz são colocados nela, até que em quinze
dias sua luz é completada, de acordo
com os sinais do ano; ela tem três quíntuplos.
8A lua tem a metade de uma
sétima porção.
9Durante sua diminuição no
primeiro dia sua luz decresce uma décima quarta parte; no segundo dia é
diminuída uma décima terceira parte; no terceiro dia uma décima segunda parte;
no quarto dia uma décima primeira parte; no quinto dia uma décima parte; no
sexto dia uma nona parte; no sétimo dia ela decresce uma oitava parte; no
oitavo dia ela decresce uma sétima parte; no nono dia ela decresce uma sexta
parte; no décimo dia ela decresce uma quinta parte; no décimo primeiro dia ela decresce
uma quarta parte; no décimo segundo dia ela decresce uma terceira parte; no
décimo terceiro dia ela decresce uma segunda parte; no décimo quarto dia ela
decresce a metade de uma sétima parte; e no décimo quinto dia todo o restante
da sua luz é consumido.
10Nos meses declarados a lua
tem vinte e nove dias.
11Ela também tem um período
de vinte e oito dias.
12Uriel igualmente mostrou-me
outro regulamento, quando a luz é derramada nela vinda do sol.
13Todo o tempo em que a lua
está em progresso com a sua luz, que é consumida na presença do sol, até que
sua luz em quatorze dias seja completada no céu.
14E quando é totalmente
extinta, sua luz é consumida no céu; e no primeiro dia ela é chamada lua nova,
pois naquele dia luz é recebida nela.
15Ela torna-se precisamente
completa no dia em que o sol desce no oeste, enquanto a lua sobe à noite do
leste.
16A lua então brilha toda a
noite, até que o sol se levante diante dela; quando a lua desaparece diante do
sol
17De onde a luz vem para a
lua, ali novamente ela decresce, até que toda sua luz sema extinguida, e os
dias da lua passam.
18Então sua órbita permanece
solitária sem luz.
19Durante três meses ela
efetua em trinta dias, a cada mês seu
período; e durante mais três meses ela efetua-o em vinte e nove dias. Estes são os tempos nos quais ela
efetua seu decréscimo em seu primeiro período, e no primeiro portão, nomeadamente, e, cento e setenta e
sete dias.
20E no tempo de seu andamento
durante três meses ela aprece trinta dias cada, e durante mais três meses ela
aparece vinte e nove dias cada.
21À noite ela aparece a cada
vinte dias como a face de um homem, e no dia como o
céu; pois ela não é nada além de sua luz.
Capítulo
78
1E então, meu filho
Matusalém, eu te mostrei tudo; e o
relato de toda ordenança das estrelas do céu está terminado.
2Ele mostrou-me todo decreto
com respeito a elas, o que toma lugar em
todos os tempos e em todas as estações sob cada influência, em todos os anos,
na chegada e sob a regra de cada, durante cada mês e a cada semana. Ele mostrou-me e também o decréscimo
da lua, que é efetuada no sexto portão; pois naquele sexto portão sua luz é
consumida.
3E lá é o começo do mês; e
seu decréscimo é efetuado no sexto portão em seu período, até cento e setenta e
sete dias são completados; de acordo com o modo do cálculo pelas semanas, vinte
e cinco semanas e dois dias.
4Seus períodos são menos que os do sol, de acordo com a regra das
estrelas, por cinco dias em meio ano (84) precisamente.
(84)
Em meio ano. Literalmente
"em um tempo" (Laurence, p. 110).
5Quando aquela sua visível
situação é completada. Assim é o aparecimento e a semelhança de toda luminária,
que Uriel, o grande anjo que as conduz, mostrou-me.
Capítulo
79
1Naqueles dias Uriel
respondeu-me e disse: Eu mostrei-te todas as coisas, oh Enoque;
2E todas as coisas eu te
revelei. Você viu o sol, a lua, e aqueles que conduzem as estrelas do céu, que
ocasionam todas as suas operações, estações, e chegadas para retorno.
3Nos dias dos pecadores os
anos serão encurtados.
4Sua semente será retroagida
em seu prolífico solo; e tudo o que é feito na terra será subvertido, e desaparecem
em suas estações. A chuva será restringida, e o céu ainda permanecerá.
5Naqueles dias os frutos da
terra serão tardios, e não florescerão na sua estação; e em sua estação os frutos
das árvores serão retidos.
6A lua mudará suas leis, e
não será vista em seu período. Mas naqueles dias o céu será vista; e esterilidade
tomará lugar nas fronteiras das grandes carruagens no oeste. O céu brilhará mais do que quando iluminado por ordem da luz;
enquanto muitos chefes entre as estrelas de autoridade errarão, pervertendo
seus caminhos e obras.
7Elas não aparecerão na sua
estação, que lhes foi ordenada, e todas as classes de estrelas serão fechadas
contra os pecadores.
8Os pensamentos daqueles que
habitam na terra transgredirão dentro deles; e eles se perverterão em todos so
seus caminhos.
9Eles transgredirão, e
considerarão a si mesmos (85) deuses; enquanto que o mal se multiplicará entre eles.
(85)
A si mesmos. Ou, "eles”
i.e., os chefes entre as estrelas (vs. 6) (Knibb, p. 186).
10E castigo virá sobre eles,
para que todos eles sejam destruídos.
Capítulo
80
1ele disse: Oh, Enoque, olha
no livro que o céu tem gradualmente derramado; (86) e, lendo o que está escrito
nele, entenda toda parte dele.
(86)
O livro que… derramado. Ou,
"o livro das tábuas do céu" (Knibb, p. 186).
2Então eu olhei em tudo o que
está escrito, e entendi tudo, lendo o livro e todas as coisas escritas nele, e
entendi tudo, todas as obras do homem;
3E de todos os filhos da
carne sobre a terra, durante as gerações do mundo.
4Imediatamente depois eu vi o
Senhor, o Rei da glória, o qual tem assim para sempre o Governante de toda a
criação.
5E eu glorifiquei o Senhor,
por conta de sua longanimidade e bênçãos para com os filhos do mundo.
6Naquele tempo eu disse:
Abençoado é o homem que morre justo e bom, contra quem nenhuma relação de crime
foi escrito, e em quem iniqüidade não é encontrada.
7Então aqueles três santos
fizeram com que eu me aproximasse, e colocaram-me na terra, diante da porta da
minha casa.
8E eles disseram-me: Explica
tudo a Matusalém, teu filho; e informa a todos os teus filhos, que nenhuma
carne será justificada diante do Senhor; pois Ele é seu Criador.
9Durante um ano nós te deixaremos
com teus filhos, até que tenhas novamente retomado suas forças, para que possas
instruir tua família, escreve estas coisas e explica-as aos teus filhos. Mas em
outro ano tu serás tomado do meio deles; e seus corações serão fortalecidos;
pois os eleitos apontará a retidão para outros eleitos; os justos com os justos
se regozijarão, congratulando-se uns com os outros, mas os pecadores com os
pecadores morrerão,
10E os pervertidos com os
pervertidos serão afogados.
11Aqueles que também agiram
retamente morrerão por conta das obras dos homens, e serão reunidos por causa
das obras dos iníquos.
12Naqueles dias eles
terminaram de conversar comigo.
13E eu retornei para meus
companheiros, abençoando o Senhor dos mundos.
Capítulo
81
1Agora, meu filho Matusalém, todas
estas coisas eu te falei, e te escrevi. A você eu revelei tudo, e te dei os
livros de tudo.
2Preserve, meu filho
Matusalém, os livros escritos por teu pai; para que possas revelá-los às
futuras gerações.
3Eu tenho dado a ti
sabedoria, aos teus filhos e à tua posteridade, para que eles possam revelar
aos seus filhos, por gerações para sempre, esta sabedoria em suas palavras; e
para que aqueles que compreendem não duraram, mas ouçam com seus ouvidos; para
que eles possam aprender sabedoria, e sejam considerados dignos de comer esta
saudável comida.
4Abençoados são todos os
justos, abençoados são todos os que andam em retidão, nos quais crime não é encontrado, como nos pecadores,
quando todos os seus dias são contados.
5Com respeito ao progresso do
sol no céu, ele entra e sai de cada portão
por trinta dias, com os líderes de milhares de estrelas; com quatro que são
adicionadas, e aparecem nos quatro quartos do ano, os quais conduzem-nos, e
acompanham-nos em seus quatro períodos.
6Com respeito a eles, os homens
erram grandemente, e não calculam-nos nos cálculos de cada era;
pois eles grandemente erram
com respeito a eles; os homens conhecem acuradamente o que eles são no cálculo
do ano. Mas certamente eles são marcados a menos para sempre; um no primeiro portão,
um no terceiro, um no quarto, e um no sexto:
7Para que o ano esteja
completo em trezentos e sessenta e quatro dias.
8Verdadeiramente tem sido
declarado, e acuradamente tem sido calculado o que está marcado; pois as
luminárias, os meses, os períodos fixados, os anos, e os dias, Uriel explicou a
mim, e comunicou a mim; a quem o Senhor de toda criação, por consideração de
mim, ordenou, (de acordo com o poder do céu, e o poder que ele possui tanto de
dia quanto de noite) pra explicar as
leis da luz ao homem, do sol, da lua, e das estrelas, e de todo o poder
do céu, que está voltado em suas respectivas órbitas.
9Esta é a ordenança das
estrelas, que se põem em seus lugares, em suas estações, em seus períodos, em
seus dias, e em seus meses.
10Estes são os nomes daqueles
que as conduzem, que vigiam e entram em suas estações de acordo com suas
ordenanças e seus períodos, em seus meses, nos tempos de sua influência, e em suas estações.
11Quatro condutores deles
entram primeiro, os quais separam os quatro quartos do ano. Depois destes, doze
condutores de suas classes, que separam os meses e o ano em trezentos e
sessenta e quatro dias, com os
líderes de mil, os quais distinguem entre os dias, tanto quanto entre os quatro
adicionais; os quais, como condutores, dividem os quatro quartos do ano.
12Estes líderes de mil estão
no meio dos condutores, e aos condutores são adicionados atrás de sua estação,
e seus condutores fazem a separação. Estes são os nomes dos condutores, os
quais separam os quatro quartos do ano, os quais são escolhidos sobre eles: Melkel, Helammelak,
13Meliyal, and Narel.
14E os nomes dos que
conduzem-nos são Adnarel, Jyasusal, e Jyelumeal.
15Estes são os três que
seguem os condutores das classes de
estrelas; cada um seguindo os três condutores de classes, os quais
seguem aqueles condutores das estações, que dividem os quatro quartos do ano.
16Na primeira parte do ano
levanta-se e governa Melkyas, que é chamado Tamani, e Zahay. (87)
(87)
Tamani, e Zahay. Ou, "o sol
do sul" (Knibb, p. 190).
17Todos os dias de sua
influência, durante os quais
ele governa, são noventa e um dias.
18E estes são os sinais dos
dias que são vistos sobre a terra. Nos dias de sua influência há transpiração,
calor e dificuldade. Todas as árvores se tornam frutíferas; as folhas de cada
árvore aparecem; o milho é colhido; a rosa e todas as espécies de flores
florescem no campo; e as árvores do inverno são secadas.
19Estes são os nomes dos
condutores que estão sob eles: Barkel, Zelsabel; e outro condutor adicional de
mil é chamado Heloyalef, os dias de cuja influência tem sido completados. O
outro condutor depois deles é Helemmelek, cujo nome eles chamam o esplêndido
Zahay. (88)
(88)
Zahay. Ou, "sol"
(Knibb, p. 191).
20Todos os dias de sua luz
são noventa e um dias.
21Estes são os sinais dos
dias sobre a terra, calor e seca; enquanto as árvores dão seus frutos, aquecidas
e preparadas, e dão seus frutos para seca.
22Os rebanhos seguem e criam
(89) Todos os frutos da terra são colhidos, com tudo nos campos, e as vinhas
são pisadas. Isto acontece durante o tempo de sua influência.
(89)
Seguem e criam. Acasalam e dão
filhos.
23Estes são seus nomes e
ordens, e os nomes dos
condutores que estão sob eles, dos que são chefes de mil: Gedaeyal, Keel, Heel.
24E o nome do líder adicional
de mil é Asphael.
25Os dias de sua influência
foi completado.
Capítulo
82
1E agora e te mostrei, meu
filho Matusalém, toda visão que eu vi antes de você nascer. Eu relatarei outra
visão, que eu vi antes que eu fosse casado; elas assemelham-se uma à outra.
2A primeira foi quando eu
estava aprendendo de um livro; e a outra eu estava casado com tua mãe. Eu vi
uma potente visão;
3E por conta destas coisas eu
supliquei ao Senhor.
4 Eu estava deitado na casa
de meu avô Malalel, quando eu
vi numa visão o céu se purificando, e sendo arrebatado. (90)
(90)
Purificando, e sendo arrebatado. Ou,
"estava sendo arremessado e removido" (Knibb, p. 192).
5E caindo na terra, (91) eu
vi igualmente a terra sendo absorvida por um grande abismo; e montanhas suspendidas
sobre montanhas.
(91)
e caindo na terra. Ou, "e
quando ele caiu sobre a terra" (Knibb, p. 192).
6Montanhas foram afundadas
sobre colinas,árvores imponentes planaram sobre seus troncos, e estavam no ato
de serem projetadas, e de serem arremessadas para o abismo.
7Estando alarmado por estas coisas, minha voz hesitou. (92) Eu
clamei e disse: A terra é destruída.
Então meu avô Malalel
levantou e disse-me: Por que clamas, meu filho? E por que lamentas?
(92)
Minha voz hesitou. Literalmente
"a palavra caiu de minha boca" (Laurence, p. 118).
8Eu relatei a ele toda a
visão que eu havia visto. Ele disse-me: Confirmado está o que tu tem visto, meu
filho;
9E potente a visão do teu
sonho com respeito a todo pecado secreto da terra. Sua substância será submersa
no abismo, e grande destruição acontecerá.
10Agora, meu filho, levanta;
e suplica ao Senhor da glória (pois tu és fiel), para que um remanescente possa
ser deixado sobre a terra, e que ele possa não destruí-lo totalmente. Meu
filho, toda esta calamidade sobre
a terra descerá do céu; sobre a terra haverá grande destruição.
11Então eu levantei, orei, e
implorei; e escrevi minha oração para as gerações do mundo, explicando tudo ao
meu filho Matusalém.
12Quando eu desci abaixo, e
olhando para o céu, vi o sol vindo do leste, a lua descendo do oeste, e algumas
estrelas espalhadas, e tudo o
que Deus tem conhecido desde o princípio, eu abençoei o Senhor do julgamento, e
magnifiquei-o: porque ele tem enviado o sol dos aposentos (93) do leste; para
que, ascendendo e levantando na face do céu, possa crescer e seguir o caminho
que foi apontado para ele.
(93)
Aposentos.. Literalmente,
"janelas" (Laurence, p. 119).
Capítulo
83
1Eu elevei minhas mãos em
retidão, e abençoei o santo, e o Grande. Eu falei com o sopro da minha boca, e
com a língua da carne, que Deus havia formado para todos os filhos dos homens
mortais, para que eles possam falar; dando-lhes fôlego, boca, e língua para
conversar.
2Abençoado és tu, Ó Senhor, o
Rei, grande e poderoso em sua grandeza, Senhor de toda criatura do céu, Rei dos
reis, Deus de todo o mundo, cujo reinado, e cujo reino e majestade duram para
sempre e sempre.
3 De geração a geração teu
domínio existirá. Todos os céus
são teu trono para sempre, e toda a terra o escabelo de teus pés para sempre e
sempre.
4Pois tu os fez, e sobre
todos reinas. Nenhum ato excede teu poder. Com tua sabedoria és imutável,
nem do teu trono, nem de tua
presença ela nunca se desvia. Tu sabes todas as coisas, vês e ouve-as; nada se
esconde de ti; pois tu percebes todas as coisas.
5Os anjos de teus céus
transgrediram, e em carne mortal tua ira permanece, até o dia do grande julgamento,
6Então, Ó Deus, Senhor e
poderoso Rei, eu imploro-te, e suplico-te que respondas minha oração, para que
uma posteridade me possa ser deixada na terra, e que toda a raça humana não
pereça;
7Para que a terra não seja
deixada destituída, e destruição tome lugar para sempre.
8Ó meu Senhor, que pereça da
terra a raça que tem te ofendido, mas que uma justa e reta raça estabeleças por
uma posteridade (94) para sempre. Não escondas tua face, ó Senhor, da oração do
teu servo.
(94)
Por uma posteridade. Literalmente
"para a planta de uma semente" (Laurence, p. 121).
Capítulo
84
1Depois disto eu vi outro
sonho, e expliquei-o todo a ti, meu filho. Enoque levantou e disse a seu filho
Matusalém: A ti, meu filho, eu falarei. Ouvi minha palavra, e inclina teu
ouvido ao sonho
visionário de teu pai. Antes
que eu tivesse casado com Edna, tua mãe, eu vi uma visão em minha cama; (95)
(95)
Esta segunda visão de enoque parece representar em linguagem simbólica a
história completa do mundo desde o tempo de Adão até o julgamento final e o
estabelecimento do Reinado Messiânico. (Charles, p. 227).
2E vi, uma vaca crescer da
terra;
3E esta vaca era branca.
4Depois disso uma novilha
fêmea cresceu; e com ela outro bezerro: (96) Um deles era negro, e outro
era vermelho. (97)
(96)
Outro bezerro. O senso parece
requerer que a passagem deve ser lida: "dois outros bezerros"
(Laurence, p. 121).
(97)
Caim e Abel.
5O bezerro negro então
golpeou o vermelho, e o perseguiu sobre a terra.
6Daquele tempo em diante eu
não pude ver nada mais a respeito do bezerro vermelho; mas o negro aumentou de
tamanho, e uma novilha fêmea veio com ele.
7Depois disto eu vi muitas
vacas procederam, reunindo-se a ele, e seguindo após ele.
8A primeira jovem fêmea
também saiu da presença da primeira vaca; e procurou o bezerro vermelho, mas
não o encontrou.
9E ela lamentou com grande
lamentação, enquanto ela procurava por ele.
10Então eu olhei até que
aquela primeira vaca veio até
ela, e desse tempo em diante, ela se tornou silente, e cessou de lamentar.
11Depois disso ela pariu
outra vaca branca.
12E novamente pariu muitas
vacas e bezerros negros.
13Em meu sonho eu também
percebi um touro branco, o qual de igual maneira cresceu, e se tornou um enorme
animal.
14Depois dele muitas vacas
brancas vieram, se juntando a ele.
15E eles começaram a parir
muitas outras vacas brancas,
que se assemelharam a eles e seguiram umas às outras.
Capítulo
85
1Novamente eu olhei
atentamente, enquanto dormindo, e examinei o céu acima.
2E vi uma estrela cair do
céu.
3A qual estando levantada,
comeu e fugiu de entre aquelas vacas.
4Depois disso eu vi outras grandes e vacas negras; e vi
todas elas mudarem suas baias e pastagens, e
vi seus jovens começam a
lamentar um com o outro. Novamente eu vi em minha visão, e examinei o céu;
então vi muitas estrelas descendo, e projetando-se do céu para onde a primeira
estrela estava,
5No meio destes jovens;
enquanto as vacas estavam com eles, alimentando-se no meio deles.
6Eu olhei e observei-os;
quando olhei, eles todos agiram segundo a maneira dos cavalos, e começaram a se
aproximar das vacas novas, e todas elas ficaram prenhes, e geraram elefantes, camelos
e asnos
7Nisto todas as vacas ficaram
alarmadas e apavoradas; quando elas começaram morder com seis dentes, tragando
e golpeando com seus chifres.
8Elas começaram também a
devorar as vacas; e vi todos os filhos da terra tremerem, chocados com o terror
deles, e de repente fugiram.
Capítulo
86
1Novamente eu percebi-os,
quando eles começaram a morder e devorar um ao outro; e a terra clamou. Então
eu levantei meus olhos uma segunda vez em direção ao céu, e vi numa visão que,
eis que vieram do céu como se fosse a semelhança de homens brancos. Um veio, e
três com ele.
2Aqueles três, que vieram por
último, pegaram-me pela minha mão; e ergueram-me das gerações da terra,
elevaram-me a uma alta estação.
3Então eles mostraram-me uma
elevada torre na terra, enquanto todo monte tornou-se diminuído. E eles
disseram: Permanece aqui, até que perceba o que virá sobre esses elefantes,
camelos, e asnos, sobre as estrelas, e sobre as vacas.
Capítulo
87
1Então eu olhei para um dos
quatro homens brancos, que veio
primeiro.
2Ele segurou a primeira
estrela que caiu do céu.
3E amarrando-a, mãos e pés,
lançou-a a um vale; um vale estreito, profundo, estupendo, e escuro.
4Então um deles puxou sua
espada, e deu-a aos elefantes, camelos, e asnos, que começaram a morder um ao
outro. E toda a terra tremeu por causa deles.
5E enquanto eu via a visão,
eis, um daqueles quatro anjos que vieram, lançado do céu, reuniu e tocou todas
as grandes estrelas, cuja forma assemelha-se parcialmente à dos cavalos; e
amarrando os todos, mãos e pés, lançou-as nas cavidades da terra.
Capítulo
88
1Então um daqueles quatro foi
para as vacas brancas, e ensinou a elas um mistério. Enquanto as vacas estavam
tremendo, ele nasceu e tornou-se um homem, (98) e fabricou para si um grande
barco.
Nele ele habitou, e três
vacas (99) habitaram com ele naquele barco, que cobriu-os.
(98)
Noé.
(99)
Sem, Cam, e Jafé.
2Novamente eu elevei meus
olhos para o céu, e vi um oponente telhado. Acima dele havia sete cataratas,
que derramavam numa certa vila muita água.
3Novamente eu olhei, e vi que
haviam fontes abertas na terra naquela grande vila.
4A água começou a ferver, e
elevar-se sobre a terra; de modo que a vila não foi vista, enquanto todo o solo
foi coberto com água.
5Muita água saiu dela,
escuridão, e nuvens. Então eu examine a altura desta água, e ela estava elevada
acima da vila.
6Ela fluiu sobre a vila, e
ficou mais alta do que a terra.
7Então todas as vacas que
estavam juntas lá, enquanto eu olhava para elas, foram submersas, tragadas, e
destruídas na água.
8Mas o barco flutuou sobre
ela. Todas as vacas, os elefantes, os camelos, e os anos foram afogados na
terra, e todo gado. Eu não pude vê-los. Nem eles foram capazes de fugir, mas
pereceram, e afundaram no abismo.
9Novamente eu vi numa missão
até aquelas cataratas foram removidas daquele elevado telhado, e as fontes da
terra se tornaram equalizadas, enquanto outros abismos foram abertos;
10Para os quais as águas
começaram a descer, até a terra seca aparecer.
11O barco permaneceu na
terra; a escuridão retrocedeu; e se tornou em luz.
12Então a vaca branca, que se
tornou num homem, saiu do barco, e três vacas com ele.
13Uma das três vacas era
branca, assemelhando-se àquela vaca, uma delas era vermelha como sangue; e uma
delas era negra. E a vaca branca deixou-as.
14Então feras selvagens e
pássaros começaram a surgir.
15De todos esses tipos
diferentes reuniram-se, leões, tigres, lobos, cães, javalis selvagens, raposas,
coelhos e porcos.
16Corujas, corvos e
milhafres.
17Então a vaca branca (100)
nasceu no meio deles.
(100)
Abraão.
18E eles começaram a morder
um ao outro, enquanto a vaca branca, que havia nascido no meio deles, trouxe um
asno selvagem e uma vaca branca ao mesmo tempo e depois daquele muitos asnos selvagens. Então a vaca branca,
(101) a qual nasceu, deu uma porca negra selvagem e um cordeiro branco. (102)
(101)
Isaque.
(102)
Esau e Jacó.
19Aquela porca selvagem
também deu muitos suínos.
20E aquele cordeiro deu doze
cordeiros. (103)
(103)
Os doze patriarcas.
21Quando aqueles doze
cordeiros cresceram, eles entregaram um deles (104) aos asnos. (105)
(104)
José.
(105)
Os Midianitas.
22Novamente aqueles asnos
entregaram aquele cordeiro aos lobos, (106)
(106)
Os egípcios.
23E ele cresceu no meio
deles.
24Então o Senhor trouxe as
outras doze ovelhas, para que pudessem habitar e alimentar-se com ele no meio
dos lobos.
25Eles multiplicaram-se, e
houve abundância de pastos para eles.
26Mas os lobos começaram a
ficar amedrontados e oprimiram-nos enquanto eles destruíam seus jovens.
27E eles deixaram seu jovem
em torrentes de água profunda.
28Então as ovelhas começara,
a clamar por causa de seus filhos, e fugiram para refugiar o seu Senhor. Um,
(107), entretanto, que foi salvo, escapou e foi para os asnos selvagens.
(107)
Moisés.
29Eu vi a ovelha gemendo,
chorando, e implorando ao seu Senhor.
30Com todo o seu poder, até
que o Senhor das ovelhas desceu à sua voz da sua elevada habitação; foi a eles;
e examinou-as.
31Ele chamou aquela ovelha
que foi secretamente furtado dos lobos, e disse-lhe para fazer os lobos entenderem
que eles não deviam tocar as ovelhas.
32Então aquela ovelha foi aos
lobos com a palavra do Senhor, quando outro o encontrou, (108) e continuou com
ele.
(108)
Aarão.
33Ambos entraram junto na
habitação dos lobos; e conversando com eles fizeram-nos entender, que daí em
diante eles não deviam tocar nas ovelhas.
34Depois disso eu percebi os
lobos prevalecendo grandemente sobre as ovelhas com toda a sua força. O rebanho
clamou; e seu Senhor veio até eles.
35Ele começou a ferir os
lobos, que começaram uma grave lamentação; mas as ovelhas ficaram silentes, nem
daquele tempo elas clamaram.
36Então eu olhei para elas,
até elas apartarem-se dos lobos. Os olhos dos lobos estavam cegos, os quais
saíram e seguiram-nas com todo o seu poder. Mas o Senhor das ovelhas continuou
com elas, e as conduziu.
37Todo o seu rebanho o
seguiu.
38Seu semblante ficou
terrível e esplêndido, e glorioso era seu aspecto. Então os lobos começaram a seguir
as ovelhas, até que eles alcançaram-nas num certo lago de água. (109)
(109)
O Mar Vermelho.
39Então aquele lago ficou
dividido; a água erguendo-se em ambos os lados diante de sua face.
40E enquanto seu Senhor
estava conduzindo-as, ele colocou-se entre elas e os lobos.
41Os lobos, entretanto não
perceberam as ovelhas, mas foram no meio do lago, seguindo-as, e correndo atrás
delas no lago de água.
42Mas quando eles viram o
Senhor das ovelhas, eles voltaram para fugir de diante de sua face.
43Então a água do lago
retornou, e repentinamente, de acordo com sua natureza. Ela se tornou cheia, e
levantou-se, até que cobriu os lobos. E eu vi que todos eles que haviam seguido
as ovelhas pereceram e foram afogados.
44Mas as ovelhas passaram
sobre esta água, continuando para o deserto, que estava sem água e grama. E
eles começaram a abrir seus olhos e a ver.
45Então eu vi o Senhor das
ovelhas examinando-as, e dando-lhes água e grama.
46As ovelhas já mencionadas continuavam com elas, e conduzindo-as.
47E quando ele tinha subido
ao topo de uma alta rocha, o Senhor das ovelhas enviou-o a elas.
48Depois disso eu vi seu
Senhor colocado diante delas, com um aspecto terrível e severo.
49E quando elas viram-no,
elas ficaram amedrontadas com seu semblante.
50Todas elas ficaram
alarmadas, e tremeram. Elas clamaram para aquela ovelha; e para aquela outra ovelha
que estava com ele, e o qual estava no meio delas, dizendo: Nós somos capazes de permanecer diante do nosso Senhor,
ou de olhar para ele.
51Então aquela ovelha que os
conduziu saiu, e subiu ao topo da rocha;
52Enquanto as ovelhas que restaram começaram a ficar cegas, e a
vagar pelo caminho que ele lhes havia mostrado; mas ele não o soube.
53Seu Senhor, entretanto,
estava movido de grande indignação contra eles; e quando aquela ovelha soube o qua havia acontecido.
54Ele desceu do topo da
rocha, e veio a eles, descobriu que havia muitos,
55Que se tornaram cegos;
56E tinham desviado de seu
caminho. Tão logo elas viram-no, temeram, e tremeram na sua presença;
57E ficaram desejosos de
retornar ao seu rebanho,
58Então aquela ovelha,
tomando consigo outra ovelha, foi àqueles que tinham se perdido.
59E depois disso começou a
matá-los. Eles ficaram aflitos ao seu semblante. Então ele fez com que aqueles
que tinham se desviado retornassem; os quais voltaram para seu rebanho.
60Eu igualmente vi naquela
visão, que esta ovelha se tornou num homem, construiu uma casa (110) para o
Senhor do rebanho, e fez todos eles ficarem na casa.
(110)
Uma casa. Um tabernáculo (Milik,
p. 205).
61Eu vi também que aquela
ovelha que procedeu a encontrar esta ovelha, seu condutor, morreu. Eu vi também
que toda grande ovelha pereceu, enquanto que as menores subiram eu seu lugar, entraram
num pasto, e aproximaram-se de um rio de água. (111)
(111)
O rio Jordão.
62Então aquela ovelha, seu
condutor, que se tornou num homem, foi separado delas, e morreu.
63Todo o rebanho procurou por
ele, e clamou por ele com amarga lamentação.
64Eu vi também que eles
cessaram de clamar por aquela ovelha e passaram sobre o rio de água.
65E que lá se levantou outra
ovelha, todas de quem as conduziu, (112) em vez daqueles que foram
mortos, os quais tinham previamente conduzido-as.
(112)
Os juízes de Israel.
66Então eu vi que aquela
ovelha entrou a um agradável lugar, e um deleitável e glorioso território.
67Eu vi também que eles
ficaram satisfeitos; que sua casa estava no meio daquele deleitável território;
e que algumas vezes seus olhos estavam abertos, e que algumas vezes eles
ficavam cegos; até que outra ovelha (113) levantou-se e conduziu-as. Ele
trouxe-os todos de volta; e seus olhos foram abertos.
(113)
Samuel.
68Então cães, lobos, e
javalis selvagens devoraram-nos, até, até novamente outra ovelha (114)
levantar, o mestre do
rebanho; um deles mesmos, um carneiro, para conduzi-los. Este carneiro começou
a chifrar em todo lado aqueles cães, lobos, javalis selvagens, até que todos
eles pereceram.
(114)
Saul.
Seus olhos, e vi o carneiro
no meio deles, os quais tinham deixaram de lado sua glória.
70E ele começou a ferir o
rebanho, pisando sobre eles, e comportando-se sem dignidade.
71Então seu Senhor enviou a antiga ovelha novamente para uma still diferente ovelha, (115) e levantou-o
para ser um carneiro, e para conduzi-las no lugar daquela ovelha que tinha
deixado de
lado sua glória.
(115)
David.
72Indo então a ele, e
conversando com ele só, ele levantou o carneiro, e fez dele um príncipe e líder
do rebanho. Todo o tempo aqueles cães (116) aborreceram a ovelha,
(116)
Os Filisteus.
73O primeiro carneiro pagou
respeito a este último carneiro.
74Então o último carneiro
levantou e fugiu de diante de sua face. E eu vi que aqueles cães fizeram o primeiro
carneiro cair.
75Mas o último carneiro
levantou, e conduziu o carneiro menor.
76Aquele carneiro também
gerou muitas ovelhas, e morreu.
77Então houve uma ovelha
menor, (117) um carneiro, no lugar dele, que tornou-se um príncipe e líder, conduzindo
o rebanho.
(117)
Salomão.
78E a ovelha aumentou de
tamanho, e multiplicou.
79E todos os cães, lobos, e
javalis selvagens temeram, e fugiram dele.
80Aquele carneiro também
golpeou e matou todas as bestas feras, de modo que eles não pudessem novamente
prevalecer no meio das ovelhas, nem em nenhum tempo arrebate-as.
81E aquela casa foi feita
grande e larga; uma imponente torre sendo construída sobre ela pelas ovelhas,
para o Senhor das ovelhas.
82A casa era baixa, mas a
torre era elevada e muito alta.
83Então o Senhor das ovelhas
colocou-se sobre a torre, e causou uma mesa cheia aproximar-se diante dele.
84Novamente eu vi que aquela
ovelha perdeu-se, e foi para vários caminhos, esquecendo-se daquela sua casa;
85E que seu Senhor chamou
alguns entre eles, os quais ele enviou-as (118) a eles.
(118)
Os profetas.
86Mas a estes as ovelhas
começaram a matar. E quando um deles foi salvo da matança (119) ele saltou, e
clamou contra aqueles que estavam desejosos de matá-los.
(119)
Elias.
87Mas o Senhor das ovelhas
livrou-o das suas mãos, e o fez subir a ele, e permanecer com ele.
88Ele enviou muitos outros a
elas, para testificar, e com lamentações para clamar contra eles.
89Novamente eu vi, quando
alguns deles esqueceram a casa do seu Senhor, e sua torre, vagando em todos os
lugares, e crescendo cegos,
90Eu vi que o Senhor das
ovelhas fez uma grande matança entre eles em suas pastagens, até que eles clamaram
a ele em conseqüência da matança. Então ele apartou-as do lugar de sua habitação, e os deixou no
poder dos leões, tigres, lobos, e das zeebt, (120) e ao poder das raposas, e de
todo animal.
(120)
Zeebt. Hiena. (Knibb, p. 209).
91E os animais selvagens
começaram a despedaçá-los.
92Eu vi, também, que eles
esqueceram a casa de seus pais, e sua torre, dando-os todos ao poder dos leões
para despedaçá-los e devorá-los; até ao poder de todo animal.
93Então eu comecei a clamar
com todo meu poder, implorando ao Senhor das ovelhas, e mostrando-lhe como as
ovelhas eram devoradas por todos os animais de rapina.
94Mas ele olhou em silêncio,
regozijando-se de que elas fossem devoradas, engolidas, e carregadas; e deixando-as
ao poder de todo animal por comida. Ele chamou também setenta pastores, e designou-os
ao cuidado das ovelhas, para
que eles possam cuidar delas;
95Dizendo a eles e aos seus
associados: Todos vós, de agora em diante todos vós cuideis das ovelhas, e a
todos eu ordeno; fazei; e eu os entrego para as enumerarem.
96Eu vos direi qual delas
serão mortas; a estas destruís. E ele entregou as ovelhas a eles.
97Então ele chamou a outro, e
disse: Entende, e cuida de tudo o que os pastores farão a estas ovelhas; pois
muitas delas perecerão depois que eu ordenei.
98De todo excesso e matança,
que os pastores cometerão, haverá uma
conta; como, quantas pereceram pelo meu comando, e quantos eles destruíram por
sua própria cabeça.
99De toda destruição trazida por cada um dos pastores
haverá uma contagem; e de acordo com o número eu farei com que um recital seja
feito diante de mim, quantas eles destruíram por suas próprias cabeças, e
quantas eles entregaram à destruição, para que eu possa ter esse testemunho contra
eles; para que eu possa saber todos os seus procedimentos; e que, entregando as ovelhas a eles, eu possa ver o que
eles farão; se eles agirão como eu lhes ordenei, ou não.
100Disto, portanto, eles serão ignorantes; nem farás qualquer
explanação a eles, nem os reprovarás; mas haverá uma contagem de toda
destruição feita por eles em
suas respectivas estações. Então eles começarão a matar, e a destruir mais do
que lhes for ordenado.
101E eles deixaram as ovelhas
sob o poder dos leões, assim que muitos deles foram devorados e engolidos pelos
leões e tigres; e javalis selvagens caíram sobre eles para depredá-los. Aquela
torre eles queimaram, e derrubaram aquela casa.
102Então eu me afligi
extremamente por causa da torre, e porque a casa das ovelhas foi derrubada.
103Nem fui, depois disso,
capaz de perceber se eles entraram novamente
naquela casa.
104Os pastores igualmente, e
seus associados, entregaram-nos a todos os animais selvagens, para que os
devorassem. Cada um deles em sua estação, de acordo com seu número, foi
entregue; cada um deles, um com o outro, foram descritos num livro, como muitos
deles, um com o outro, foram destruídos, num livro.
105Mais, porém, do que foi
ordenado, cada pastor matou e destruiu.
106Então eu comecei a chorar,
e fiquei grandemente indignado, por causa dos pastores.
107De igual maneira, também
vi na visão aquele que escreveu, como ele escreveu um, destruído pelos
pastores, todo dia. Ele subiu, permaneceu, e exibiu cada um de seus livros para
o Senhor das ovelhas, contendo tudo o que eles haviam feito, e tudo o que cada
um deles tinha feito;
108E todos os que eles haviam
entregue à destruição.
109Ele tomou o livro em suas
mãos, rei-o, selou-o, e depositou-o.
110Depois disso, por doze
horas, os pastores negligenciaram as ordens do senhor.
111E eis que três das ovelhas
(121) separadas, chegaram, entraram; e começaram construindo tudo o que estava
caído daquela casa.
(121)
Zorobabel, Josué e Neemias.
112Mas os javalis selvagens
(122) estorvaram-nos, apesar de que eles não prevaleceram.
(122)
Os Samaritanos.
113Novamente eles começaram a
construir como antes, e levantaram aquela torre que foi chamada “a torre
elevada”.
114E novamente eles começaram
a colocar diante da torre uma mesa, com todo tipo de pães impuros e sujos sobre
ela.
115Além disso também todas as
ovelhas eram cegas, e não podiam ver, como também eram os pastores.
116Assim elas foram entregues
aos pastores para uma grande destruição, que as pisaram sob seus pés, e
devoraram-nas.
117Contudo o seu Senhor
estava ciente, até que toda ovelha no campo foi destruída. Os pastores e as ovelhas
foram todos mesclados, juntos, mas eles não salvaram-nos do poder dos animais.
118Então aquele que escreveu
o livro subiu, exibiu-o e leu-o na residência do Senhor das ovelhas.
Ele pediu-lhe por eles, e
orou, apontando cada ato dos pastores, e testificando diante dele contra todos
eles. Então, tomando o livro, ele guardou-o consigo, e apartou-se.
Capítulo
89
1E eu observei durante o
tempo, que assim trinta e sete (123) pastores estiveram inspecionando, todos
dos quais terminaram em seus respectivos períodos como o primeiro. Outros então
receberam-nos em suas mãos, para que pudessem cuidar delas em seus respectivos
períodos, cada pastor em seu próprio período.
(123)
Trinta e sete. Um aparente erro
para trinta e cinco (veja verso 7). Os reis de Judá e Israel (Laurence, p.
139).
2Depois disso eu vi na visão,
que todos os pássaros do céu chegaram; águias, o viveiro, o papagaio e corvos.
A água instruiu a todas.
3Elas começaram a devorar as
ovelhas, a picar seus olhos, e a comer seus corpos.
4A ovelha então clamou; pois
seus corpos foram devorados pelos pássaros.
5Eu também clamei, e gemi em
meu sono contra os pastores que cuidavam do rebanho.
6E olhei, enquanto as ovelhas
eram comidas pelos cães, pelas águias e pelos corvos. Eles não deixaram seus
corpos, nem sua pele, nem seus músculos, e somente seus ossos restaram; até
seus ossos caíram sobre o chão. E a ovelha ficou diminuída.
7Eu também observei durante o
tempo, que vinte e três pastores (124) estavam cuidando, os quais completaram
seus respectivos períodos, cinqüenta e oito períodos.
(124)
Os reis da Babilônia, etc., durante e depois do cativeiro. O número de trinta e
cincoe vinte e três somam cinqüenta e oito; e não trinta e sete, como
erroneamente é colocado no primeiro verso (Laurence, p. 139).
8Então pequenos cordeiros
nasceram daquela ovelha branca; que começaram a abrir seus olhos e a ver,
chorando pela ovelha.
9A ovelha, porém, não clamou
a eles, nem ouviu o que eles lhe diziam, mas ficou muda, cega e obstinada em
maior intensidade.
10Eu vi na visão que corvos
voaram sobre aqueles cordeiros;
11Que eles agarraram-nos; e
que seguraram um deles, e rasgaram a ovelha em pedaços, e os devoraram.
12Eu vi também, que chifres
cresceram nos cordeiros; e que os corvos pousavam sobre seus chifres.
13Eu vi, também, que um
grande chifre brotou num animal entre as ovelhas, e que seus olhos estavam
abertos.
14Ele olhou para elas. Seus
olhos estavam bem abertos; e ele clamava para elas.
15Então o íbex (125) viu-o;
todos eles correram para ele.
(125)
O íbex. Provavelmente
simbolizando Alexandre o Grande (Laurence, p. 140).
16E enquanto isso, todas as
águias, os corvos e os papagaios estavam ainda levando a ovelha, voando sobre
ela, e devorando-a. A ovelha ficou em silêncio, mas o íbex lamentou e chorou.
17Então os corvos
contenderam, e lutaram com ela.
18Eles desejaram entre eles
quebrar seu chifre; mas eles não prevaleceram contra ele.
19Eu olhei para eles, até os
pastores, as águias, o abutres, e os papagaios vieram.
20Os quais clamaram aos
corvos para quebrar o chifre do íbex; para contender com ele; e para matá-lo.
Mas ele lutou com eles, e
clamou, para que ajuda pudesse vir a ele.
21Então eu percebi que o
homem veio, o que escreveu os nomes dos pastores, o qual subiu diante do Senhor
das ovelhas.
22Ele trouxe assistentes, e
fez com que cada um o visse descendo para ajudar o íbex.
23Eu percebi também que o
Senhor das ovelhas veio a elas com ira, enquanto todos aqueles que viram-no
fugiram; todos caíram em seu tabernáculo diante de sua face; enquanto todas as
águias, os corvos, e papagaios se reuniram e trouxeram com eles todas as
ovelhas do campo.
24Todos vieram juntos, e
impediram de quebrar o chifre do íbex.
25Então eu vi aquele homem
que escreveu o livro à palavra do Senhor, abriu o livro da destruição, daquela
destruição com os últimos doze pastores (126); e o mostrou diante do Senhor das
ovelhas, para que eles destruíssem mais do que aqueles que os precederam.
(126)
Os príncipes nativos de Judá depois de sua libertação do cativeiro sírio.
26Eu vi também que o Senhor
das ovelhas veio a elas, e tomando em sua mão o cetro de sua ira preso na
terra, que se dividiu ao meio; enquanto todos os animais e pássaros do céu
caíram sobre as ovelhas, e afundaram na terra, que fechou-se sobre eles.
27Eu vi, também, que uma
grande espada foi dada às ovelhas, que saíram contra todos os animais do campo
para matá-los.
28Mas todos os animais e
pássaros do céu fugiram de diante da sua face.
29E eu vi um trono erguido
numa terra deleitável;
30Sobre ele assentava-se o
Senhor das ovelhas, o qual recebeu todos os livros selados;
31Os quais foram abertos
diante dele.
32Então o Senhor chamou os
primeiros sete brancos, e ordenou-os trazerem diante dele a primeira de todas
as estrelas, a qual precedeu as estrelas que se assemelhavam parcialmente à
forma de cavalos; a primeira estrela, que caiu primeiro; e eles trouxeram-na
diante dele.
33E ele falou ao homem que
escreveu em sua presença, o qual era um dos sete brancos, dizendo:
Toma aqueles setenta
pastores, aos quais eu entreguei as ovelhas, e os quais recebendo-as mataram
mais delas do que eu ordenei. Eis que, eu vi-os todos amarrados, e m pé diante
dele. Primeiro veio no julgamento das estrelas, que sendo julgadas, e
consideradas culpadas, foram para o lugar da punição. Elas confiaram-nas a um
lugar, profundo, e cheio de chamas de pilares de fogo. Então os setenta
pastores foram julgados, e considerados culpados, foram confiados às chamas do
abismo.
34Neste tempo igualmente eu
vi, que o abismo estava assim aberto no meio da terra, que estava cheia de
fogo.
3E a ela foram trazidas as
ovelhas cegas; as quais sendo julgadas, e consideradas culpadas, foram todas
confiadas àquele abismo de fogo na terra, e queimaram.
36O abismo ficava à direita
daquela casa.
37E eu vi as ovelhas
queimando, e seus ossos sendo consumidos.
38Eu fiquei olhando-o imergir
aquela antiga casa, enquanto eles trouxeram seus pilares, cada planta nela, e o
marfim ali contido. Eles trouxeram-no para fora, e depositaram-no no lugar ao
lado direito da terra.
39Eu também vi, que o Senhor
das ovelhas produziu uma nova casa, grande e mais elevada do que a anterior, a
qual ele ligou com o antigo lugar circular. Todos os seus pilares eram novos, e
seu mármore novo, também mais abundante do que o antigo mármore, que ele havia
trazido.
40E enquanto todas as ovelhas
que foram deixadas no meio dela, todos os animais da terra, e todas as aves do
céu, prostraram-se e adoraram-no, implorando a ele, e obedecendo-o em tudo.
41Então aqueles três, que
estavam vestidos de brando, e os quais, segurando-me pela minha mão, tinham
antes me feito subir, enquanto a mão daquele que falava comigo me segurava; e
colocava-me no meio das ovelhas, antes que o julgamento acontecesse.
42A ovelha era toda branca,
com lã longa e pura. Então todas as que tinham perecido, e tinham sido
destruídos, todo animal do campo, e toda ave do céu, reuniram-se naquela casa:
enquanto o Senhor das ovelhas regozijou-se com grande alegria, porque todas
estavam bem, e tinham voltado novamente para sua habitação.
43E eu vi que elas abaixaram
a espada que havia sido dada às ovelhas, e retornou à sua casa, selando-a na
presença do Senhor.
44Todas as ovelhas haviam
sido fechadas naquela casa, tinha sido capaz de contê-las; e os olhos de todas
foram abertos, contemplando o Bondoso; não houve entre elas quem não o viu.
45Eu igualmente percebi que a
casa era grande, larga e extremamente cheia. Eu vi também, que a vaca branca
havia nascido, cujos chifres eram grandes; e que todos os animais do campo, e
todas as aves do céu, estavam alarmadas com ele, e imploraram a ele todas as
vezes.
46Então eu vi que a natureza
deles foi mudada, e que eles se tornaram vacas brancas;
47E que o primeiro, o qual
estava no meio deles, falou, quando aquela palavra tornou-se (127) um grande
animal, sobre cuja cabeça havia grandes chifres negros;
(127)
Falou, quando aquela palavra. Ou
"era um touro selvagem, e aquele touro selvagem era…" (Knibb, p.
216).
48Enquanto o Senhor das
ovelhas regozijou-se por causa delas, e de todas as vacas.
49Eu caí no meio deles: Eu
acordei; e vi o todo. Esta é a visão que eu vi, descendo e despertando.
Então eu abençoei o Senhor da
justiça, e dei glória a Ele.
50Depois disso eu chorei
abundantemente, não cessaram minhas lágrimas, de modo que eu tornei-me incapaz
de suportá-lo. Enquanto eu estava olhando, eles fluíram por causa do que eu vi;
pois tudo estava vindo e indo; cada circunstância individual com respeito à
conduta da humanidade que estava sendo vista por mim.
51Naquela noite eu relembrei
meus sonhos anteriores; e então chorei e me afligi, por causa do que eu tinha
visto na visão.
Capítulo
90
1E agora, meu filho
Matusalém, chama para mim todos os teus irmãos, e reúne para mim todos os
filhos de tua mãe; pois uma voz me chama, e o espírito está colocado sobre mim
para que eu possa mostrar-te tudo o que te acontecerá para sempre.
2Então Matusalém foi,
chamou-lhes todos de os seus irmãos, e reuniu seus filhos.
3E conversando com todos seus
filhos na verdade.
4Enoque disse: Ouve, meu filho, toda palavra de teu pai, e escuta
com honradez a voz da minha boca; pois eu gostaria de obter tua atenção,
enquanto me dirijo a ti. Meu amado, estejas ligado à integridade, e anda nela.
5Não te aproximes da
integridade com um coração duplo; nem te associes a homens com mente dupla: mas
anda, meu filho, em retidão, a qual te conduzirá em bons caminhos; e seja a
verdade a tua companhia.
6Pois eu sei , que opressão
existirá e prevalecerá na terra; que no fim grande punição na terra acontecerá;
e que haverá uma consumação de toda iniqüidade, que será cortada com suas
raízes, e toda estrutura que levantou-se
passará. Iniqüidade, entretanto, será renovada novamente, e consumida na
terra. Todo ato de crime, e todo ato de opressão e impiedade serão abraçados
uma segunda vez.
7Quando então a iniqüidade,
pecado, blasfêmia, tirania, e toda má obra, aumentar, e quando transgressão,
impiedade, impureza também aumentar, então sobre eles toda grande punição será
infligida desde o céu.
8O santo Senhor irá em ira, e
sobre eles toda grande punição do céu será infligida.
9O santo Senhor sairá em ira,
e com punição, para que possa executar julgamento sobre a terra.
10Naqueles dias opressão será
cortada em suas raízes, e iniqüidade com fraude será erradicada, perecendo de
sob o céu.
11Todo lugar de força (128)
será rodeado com seus habitantes; com fogo ele será queimado. Eles serão
trazidos de toda parte da terra, e serão lançados num julgamento de fogo. Eles
perecerão em ira, e por um julgamento dominando-os para sempre.
(128)
Todo lugar de força. Ou,
"todos os ídolos das nações" (Knibb, p. 218).
12Retidão se levantará do
descanso; e sabedoria se levantará, e conferida sobre eles.
13Então as raízes da
iniqüidade serão cortadas; pecadores perecerão pela espada; e blasfemadores
serão aniquilados em todos os lugares.
14Aqueles que meditam
opressão, e aqueles que blasfemam, pela espada perecerão.
15E agora, meu filho, eu
descreverei e mostrarei a ti o caminho da retidão e o caminho da opressão.
16Eu novamente os apontarei
para ti, para que possas saber o que está por vir.
17Ouvi agora, meu filho, e
anda no caminho da retidão, mas evita aquele da opressão; pois todo o que anda
no caminho da iniqüidade perecerá para sempre.
Capítulo
91
1Aquilo que foi escrito por
Enoque. Ele escreveu toda esta instrução de sabedoria para todo homem de
dignidade, e todo juiz da terra; para todos os meus filhos que habitarão sobre
a terra, e para subsequentes gerações, conduzindo-se elevada e pacificamente.
2Não deixes que teu espírito
seja afligido por causa dos tempos; pois o santo, o Grande, prescreveu um
período para tudo.
3Deixe que os homens justos
se levantem do sonho, deixe-os levantar, e prossiga no caminho da retidão, em
todos os seus caminhos; e deixa-os avançar em bondade e eterna clemência.
Misericórdia será mostrada
aos homens justos; sobre eles serão conferidos integridade e poder para sempre.
Em bondade e retidão eles existirão, andarão em eterna luz; mas pecado perecerá
em eterna escuridão, nem será vista daquele tempo em diante eternamente.
Capítulo
92
1Depois disto, Enoque começou
a falar sobre um livro.
2E Enoque disse: Concernente
aos filhos da retidão, concernente aos eleitos do mundo, e concernente à
semente da retidão e integridade.
3Concernente a estas coisas eu falei, e estas coisas e explicarei a ti, meu filho: e que sou Enoque.
Em conseqüência daquilo que
me foi mostrado, de minha visão eterna e da voz dos santos anjos (129) eu tenho
adquirido conhecimento; e da mesa do céu eu adquiri entendimento.
(129)
Santos anjos. Num texto de Qumran,
lê-se "Guardiões e Santos", denotando claramente Guardiões celestiais
que não caíram com os iníquos (Milik, p. 264). Veja também Dan. 4:13, "um
guardião e um santo desceu do céu"; 4:17, "guardiões, e…
santos."
4Enoque então começou a falar
de um livro, e disse: Eu nasci o sétimo na primeira semana, enquanto julgamento
e retidão esperavam com paciência.
5Mas depois de mim, na
segunda semana, grande iniqüidade se levantou, e fraude espalhou-se.
6Naquela semana o fim do
primeiro acontecerá, na qual a humanidade será salva. (130)
(130)
Humanidade será salva. Ou,
"o homem será salvo" (Knibb, p. 224).
7Mas quando o primeiro é completado, iniqüidade
crescerá; e durante a segunda semana ele
executará o decreto (131) sobre os pecadores.
(131)
O Dilúvio depois do primeiro (no meio do segundo) Milênio (2500 B.C.).
8Depois disso, na terceira
semana, durante sua conclusão, o homem (132) da planta dos justos julgamentos
será selecionada; e depois dele a Planta (133) da retidão virá para sempre.
(132)
O Rei Davi no fim do terceiro Milênio (1000 B.C.),
(133)
O Messias no fim do quarto Milênio (4 B.C. to 30 A .D.).
9Subsequentemente, na quarta
semana, durante sua conclusão, a visão dos santos e dos justos será vista, a
ordem de geração após geração tomará
lugar, uma habitação será feita para eles. Então na quinta semana,
durante sua conclusão, a casa da glória e da dominação (134) será erigida para
sempre.
(134)
O estabelecimento (30 A .D.)
e construção da Igreja através do quinto (e do sexto) Milênio.
10Depois disso, na sexta
semana, todos aqueles que existirem nele serão escurecidos, os corações de
todos eles estarão esquecidos da sabedoria, e nele um Homem (135) se levantará
e virá.
(135)
O Messias no fim do sexto Milênio.
11E durante sua conclusão Ele
queimará a casa do domínio com fogo, e toda a raça da raiz eleita será
dispersa. (136)
(136)
A destruição de Jerusalém e o desembolso daqueles que habitam naquela terra no
fim do sexto (e no começo do sétimo) Milênio.
12Depois disso, na sétima
semana, uma geração perversa se levantará; abundantes serão seus feitos,
e todos os seus feitos
perversos. Durante sua conclusão, os justos serão selecionados dentre a eternam
semente da justiça eterna; e a eles será dado a doutrina de sua criação.
13Depois haverá outra semana,
a oitava, (137) da retidão, para a qual será dada uma espada para executar
julgamento e justiça sobre todos os opressores.
(137)
O começo do oitavo Milênio.
14Os pecadores serão
entregues nas mãos dos justos, os quais durante sua conclusão adquirirão
habitações para sua retidão; e a casa do grande Rei será estabelecida para
celebrações para sempre.
Depois disso, na nona semana,
o julgamento da retidão será revelado para todo o mundo.
15Toda obra de maldade
desaparecerá de toda terra; o mundo será marcado para a destruição; e todos os
homens estarão atentos ao caminho da integridade.
16E depois disso, no sétimo
dia da décima semana, haverá um eterno julgamento, que será executado sobre os
Sentinelas; e um eterno céu espaçoso brotará no meio dos anjos.
17O antigo céu se apartará e
passará; um novo céu aparecerá; e os poderes celestiais brilharão com esplendor
para sempre. Depois, igualmente haverá muitas semanas, que existirão em extrema
bondade e retidão.
18O pecado nem será nomeado
lá para sempre e sempre.
19Quem haverá lá, de todos os
filhos dos homens, capaz de ouvir a voz do Santo sem emoção?
20Quem haverá, capaz de
pensar seus próprios pensamentos? Quem será capaz de contemplar toda a obra do
céu? Quem, de compreender os feitos do céu?
21Ele poderá ver sua animação,
mas não seu espírito. Ele pode ser capaz de conversar la respeito
dele, mas não de souber a ele. Ele poderá ver todas as fronteiras destas coisas, e
meditar sobre elas; mas ele não pode fazer nada iguais a elas.
22Qual, de todos os homens, é
capaz de entender a largura e o comprimento da terra?
23Por quem tem sido visto as
dimensões de todas estas coisas? Todo homem que é capaz de compreender a
extensão do céu; qual é a sua elevação, e pelo que ele é apoiado?
24Quais são os números das
estrelas; e onde todas as luminárias ficam no descanso?
Capítulo
93
1E agora me deixe exortar-te,
meu filho, a amar a retidão e a andar nela; pois os caminhos da retidão são
dignos de aceitação; mas os caminhos da iniqüidade repentinamente falharão, e
serão diminuídos.
2Aos homens de note em sua
geração os caminhos da opressão e morte são revelados; mas eles se mantêm longe
dele.
3Agora, também, deixe-me
exortar aqueles que são justos,
para que não andem nos caminhos do mal e da opressão, nem nos caminhos da
morte. Não se aproximem deles, para que não pereças, mas; mas deseja.
4E escolhei para vós mesmos a
retidão, e boa vida.
5Andai nos caminhos da paz,
para que sejais encontrados dignos. Retenhais minhas palavras em vossos
pensamentos secretos, e não obliterate-os de vossos corações; pois eu sei que
os pecadores aconselham os homens a cometer crime astuciosamente. Eles não se
encontram em todo lugar, nem todo conselho possui um pouco deles.
6Ai daqueles que constroem
iniqüidade e opressão, e lançam o fundamento da fraude; pois repentinamente
eles são subvertidos, e nunca obtêm paz.
7Ai daqueles que constroem
suas casas de crime; pois de suas próprias fundações suas casas serão
demolidas, e pela espada eles mesmos cairão.
Aqueles, também, que adquirem ouro e prata, justamente e repentinamente
perecerão. Ai de ti, que és rico, pois em tua riqueza confiaste; mas sereis
removidos de tuas riquezas, porque não te lembraste do Altíssimo nos dias de
tua prosperidade.
8Tu tens cometido blasfêmia e
iniqüidade, e estás destinado ao dia da efusão de sangue, ao dia da escuridão,
e ao dia do grande julgamento.
9Isto eu declaro a aponto a
ti, que aquele que te criou te destruirá.
10Quando tu caíres, ele não
te mostrará misericórdia; mas teu Criador se regozijará em tua destruição.
11Deixem aqueles, então, que
serão retos entre vós naqueles dias, detestem os pecadores, e os mundanos.
Capítulo
94
1Oh que meus olhos estejam
nublados de água, que eu, para que eu possa chorar sobre ti, e derramar minhas
lágrimas como um rio, e descansar da tristeza do meu coração!
2Quem te permitiu irar e
transgredir? Julgamento te surpreenderá, ó pecadores.
3Os justos não temerão os
iníquos; porque Deus os trará novamente com seu poder, para que possa vingar-se
deles de acordo com seu prazer.
4Ai de vós que estarão tão
presos por execrações, para que não possais ser soltos delas; o remédio estando
longe de ser removido de ti por causa dos teus pecados. Ai de vós que
recompensam vossos vizinhos com o mal; pois sereis recompensados de acordo com
vossas obras.
5Ai de vós, falsas
testemunhas, vós que provocais e agravais a iniqüidade; pois perecereis
repentinamente.
6Ai de vós, pecadores, pois
rejeitais os justos; pois recebeis ou rejeitareis por prazer aqueles que
cometem iniqüidade; e seu jugo prevalecerá sobre vós.
Capítulo
95
1Aguardai em esperança, vós
justos; pois os pecadores perecerão diante de vós, e exercereis domínio sobre
eles, de acordo com vosso prazer.
2No dia dos sofrimentos dos
pecadores vossa descendência será alçada, e elevada como águias.
Vossos ninhos serão mais
exaltados do que os da águia; tu subirás, e entrarás nas cavidades da terra, e
fendas das rochas para sempre, como os coelhos, da vista dos mundanos;
3Os quais gemerão sobre vós,
e chorarão como as sirenes.
4Tu não temerás aqueles que
te aborrecem; pois a restauração será tua; a esplêndida luz brilhará ao redor
de ti, e a voz da tranqüilidade será ouvida do céu. Ai de vós, pecadores; pois
vossa riqueza vos faz assemelhar aos santos, mas vossos corações vos reprovam, sabendo que sois pecadores.
Vossas palavras testificarão
contra vós, como lembrança do crime.
5Ai de vós que se alimentam
sobre a glória do milho, e bebem da força da mais profunda fonte, e no orgulho do seu poder pisam nos
humildes.
6Ai de vós que tomam água por
deleite; pois repentinamente sereis recompensados, consumidos, e murchareis,
porque esquecestes da fundação da vida.
7Ai de vós que agem
iniquamente, fraudulosamente, e em blasfêmia; lá haverá uma lembrança contra
vós por mal.
8Ai de vós, poderosos, que
com poder ferem a justiça, pois o dia de vossa destruição virá; enquanto aquele mesmo tempo muitos e
bons dias será a porção dos justos, mesmo
no tempo do vosso julgamento.
Capítulo
96
1Os justos estão confiantes
que os pecadores serão desgraçados, e perecem no dia da iniqüidade.
2/vós estareis cônscios dele;
pois o Altíssimo vos lembrará de vossa destruição, e os anjos regozijarão sobre
ela. O que farão os pecadores? E para onde fugireis no dia do julgamento,
quando ouvireis as palavras da oração dos justos?
3Vós não sereis iguais
àqueles que a esse respeito testemunham contra vós; vós sois associados a
pecadores.
4Naqueles dias as orações dos
justos virá diante do Senhor. Quando o dia do vosso julgamento chegará; e toda
circunstância de vossa iniqüidade será relatada diante do Grande e do Santo.
5Vossas faces se cobrirão de
vergonha; enquanto todo feito, fortalecido pelo crime, será rejeitado.
6Ai de vós, pecadores, que no
meio do mar, e na terra seca, são aqueles contra quem um mau testemunho existe.
Ai de vós que desperdiçam prata e ouro, não obtidos em retidão, e dizem: Somos
ricos, possuímos abundância, e temos adquirido tudo o que desejamos.
7Então faremos tudo o que
estivermos dispostos a fazer, pois amontoaremos prata; nossos celeiros estarão
repletos, e os chefes de nossas famílias serão como água transbordante.
8Como água a falsidade
passará; pois tua riqueza não será permanente, mas repentinamente ascenderá de
ti, porque toda ela tua a obtiveste iniquamente, e serás entregue à extrema
maldição.
9E agora eu te juro, astutos
e insensatos; para que tu, freqüentemente contemplando a terra, vós que sois
homens vos vestis mais elegantemente que as mulheres casadas, e ambos, juntos,
muito mais do que as solteiras, (138) em todos os lugares adornando-vos em majestade, em
magnificência, em autoridade, e em prata: mas ouro, púrpura, honra, e saúde,
riqueza, como a água, fluirá.
(138)
Mais elegantemente que as mulheres
casadas… as solteiras. Ou, "mais do que uma mulher e mais colorido
(as vestimentas) que uma moça…" (Knibb, p. 230).
10Erudição, portanto, e
sabedoria, não serão vossas. Assim eles perecerão, junto com suas riquezas, com
toda a sua glória, e com suas honras;
11Enquanto com desgraça, com
matança, e em extrema penúria, seus espíritos serão confiados à fornalha de
fogo.
12Eu jurei a vós, pecadores,
que nem montanha, nem colina foram ou serão serviçais (139) da mulher.
(139)
Serviçal. Literalmente, "um
servo". Talvez os abastecendo com tesouros para ornamentos (Laurence, p.
159).
13Nem dessa maneira o crime
foi enviado a vós sobre a terra, mas os homens de sua própria cabeça o
inventaram; e aqueles que a ele deram eficiência, serão grandemente execrados.
14Gravidez não será previamente infligida à mulher; mas
por causa das obras de suas mãos, elas morrerão sem filhos.
15Eu jurei a vós, pecadores,
pelo Santo e pelo Grande, que todas as vossas más obras serão divulgados nos
céus; e que nenhum de vossos atos opressivos serão escondidos e secretos.
16Não penseis em vossas
mentes, nem digais em vossos corações, que todo crime não é manifestado e
visto. No céu ele é diariamente escrito diante do Altíssimo. De agora em diante
ele será manifestado; pois todo ato de opressão que vós cometerdes será será
diariamente registrado, até o momento da vossa condenação.
17Ai de vós, ingênuos, pois perecereis
na vossa simplicidade. Ao sábio não ouvireis, e aquilo que é bom, não obtereis.
18Agora, portanto, saibais
que estais destinados ao dia da destruição; nem a esperança daqueles pecadores,
viverá; mas com o passar do tempo morrereis; pois não sereis marcados para a
redenção;
19Mas são destinados para o
dia do grande julgamento, para o dia de aflição, e a extrema ignomínia de
vossas almas.
20Ai de vós, obstinados de
coração, que cometeis crimes, e vos alimentais de sangue. De onde é que vos alimenteis de coisas boas,
bebeis e estais satisfeitos? Não é porque nosso Senhor, o Altíssimo, tem
suprido abundantemente toda boa coisa sobre a terra? A vós lá não haverá paz.
21Ai de vós que amam os atos
de iniqüidade. Por que esperais por aquilo que é bom? Sabei que sereis
entregues nas mãos dos justos; os quais cortarão vossos pescoços, vos matarão,
e não vos mostrarão compaixão.
22Ai de vós que vos
regozijais no sofrimento dos íntegros; pois uma sepultura não será cavada para
vós.
23Ai de vós que frustrais a palavra
dos justos; pois para vós não haverá esperança de vida.
24Ai de vós que escreveis
palavra de falsidade, e palavra de iniqüidade; pois vossas falsidades eles
lembrarão, para que eles possam ouvir e não esquecer.
25A eles não haverá paz; mas
eles por certo morrerão repentinamente.
Capítulo
97
1Ai daqueles que agem
impiamente, que louvam e honram a palavra de falsidade. Vós tendes sucumbido na
perdição; e nunca tendes levado uma vida virtuosa.
2Ai de vós que mudado as
palavras de integridade. Eles transgridem contra o eterno decreto; (140)
(140)
Eles transgridem… o eterno decreto. Ou,
"eles distorcem a lei eterna" (Knibb, p. 232).
3E fazem com que as cabeças
daqueles que não são pecadores sejam pisadas sobre a terra.
4Naqueles dias vós, justos,
terão sido julgados dignos de ter vossas orações elevadas em lembrança; e as
depositarão em testemunho diante dos anjos, para que eles possam registrar os
pecados dos pecadores na presença do Altíssimo.
5Naqueles dias as nações
estarão subvertidas; mas as famílias das nações se levantarão novamente no dia
da perdição.
6Naqueles dias aquelas que
estiverem grávidas sairão, levarão seus filhos, e os abandonarão. Seus filhos
fugirão delas, e enquanto amamentam-nos eles as esquecerão; eles nunca
retornarão a elas, e elas nunca instruirão seus bem amados.
7Novamente eu juro a vós,
pecadores, que crimes têm sido preparados para o dia de sangue, que nunca
cessam.
8Eles adorarão às pedras, e
ao ouro gravado, à prata, e às imagens de madeira. Eles adorarão espíritos
impuros, demônios, e todo ídolo, nos templos; mas nenhuma ajuda será obtida por
eles.
Seus corações se tornarão
ímpios por causa de sua loucura, e seus olhos estarão cegos com superstição
mental. (141) Em seus sonhos visionários eles serão ímpios e supersticiosos, mentindo
em todas as suas ações, e adorando uma pedra. Eles perecerão completamente.
(141)
Superstição mental. Literalmente,
"com o temor de seus corações" (Laurence, p. 162).
9Mas naqueles dias eles serão
abençoados, a quem a palavra de sabedoria é entregue; o qual aponta e procura o
caminho do Altíssimo; o qual anda no caminho da retidão, e não age impiamente
com os ímpios.
10Eles serão salvos.
11Ai de vós que expandem o
crime de vossos vizinhos; pois no inferno sereis mortos.
12Ai de vós que lançam a fundação
do pecado e enganam, e sois amargos na terra; pois nela sereis consumidos.
13Ai de vós que constroem
casas pelo labor dos outros, cada parte da qual é construída com tijolos e com
a pedra do crime; Eu digo-vos que não obtereis paz.
14Ai de vós que desprezais a
prorrogação da eterna herança de vossos pais, enquanto vossas alvas seguem
atrás dos ídolos; pois para vós não haverá tranqüilidade.
15Ai daqueles que cometem
iniqüidade, e dá ajuda à blasfêmia; que matam seus vizinhos até o dia do grande
julgamento; pois vossa glória cairá; malevolência Ele colocará em vossos
corações, e o espírito de ira vos incitará; para que cada um de vós pereça pela
espada.
16Então os justos e os santos
relembrarão vossos crimes.
Capítulo
98
1Naqueles dias os pais serão
derrubados com seus filhos na presença uns dos outros; e os irmãos com seus
irmãos cairão mortos: até que um rio fluirá de seu sangue.
2 Pois um homem não conterá
sua mão de seu filho, nem dos filhos dos seus filhos; sua misericórdia estará
em matá-los.
3O pecador não conterá sua
mão de seu irmão honrado. Desde o nascer do dia até o por do sol a matança
continuará. O cavalo caminhará com dificuldade até à altura do seu peito, e a
carruagem afundará até seu eixo no sangue dos pecadores.
Capítulo
99
1Naqueles dias os anjos
descerão aos lugares de esconderijo, e reunirão em um lugar todos os que tem
ajudado no crime.
2Naquele dia o Altíssimo se
levantará para executar o grande julgamento sobre todos os pecadores, e para
confiar a guarda de todos os justos e santos aos santos anjos, para que eles
protejam-nos como à menina do olho, até que todo mal e todo crime seja
aniquilado.
3Se os justos dormirem em
segurança, ou não, homens sábios então verdadeiramente perceberão.
4E os filhos da terra
entenderão toda palavra daquele livro, sabendo que suas riquezas não posem
salvá-los da ruína de seus crimes.
5Ai de vós, pecadores, quando
sereis afligidos por causa dos justos naquele dia da grande tribulação; sereis
queimados no fogo; e recompensados de acordo com vossas obras.
6Ai de vós, perversos de
coração, que estais cuidando para obter um acurado conhecimento do mal, e para
descobrir terrores. Ninguém vos ajudará.
7Ai de vós, pecadores; pois
com as palavras de vossas bocas, e com a obra de vossas mãos, tendes agido
impiamente; na chama de um fogo ardente sereis queimados.
8E agora sabei, que os anjos
no céu inquirirão pela vossa conduta; do céu, da lua, e das estrelas, e eles inquirirão a respeito dos vossos
pecados; pois sobre a terra vós exercitareis jurisdição sobre os justos.
9Cada nuvem prestará
testemunho contra vós, a neve, o orvalho, e a chuva; pois todos eles vos serão
negados, para que não desçam sobre vós, nem se tornem subservientes aos vossos
crimes.
10Agora então trazei
presentes de saudação à chuva; para que, não sendo retida, ela possa descer
sobre vós; e ao orvalho, se ele tiver recebido de vós ouro e prata. Mas quando
a geada, a neve, o frio, todo vento nevado, e cada sofrimento que pertence a
eles, cair sobre vós, naqueles dias sereis totalmente incapazes de permanecer
diante deles.
Capítulo
100
1Considerai atentamente o
céu, todos vós progênie do céu, e todas as obras do Altíssimo; temei-o, e não
vos conduzais pecaminosamente diante dele.
2Se Ele fechar as janelas do
céu, retendo a chuva e o orvalho, para que não desçam sobre a terra por causa
de vós, o que fareis?
3E se Ele enviar ira sobre
vós, e sobre todas as vossas obras, não sereis vós que podeis suplicar-lhe; vós
que pronunciastes contra sua retidão, linguagem orgulhosa e potente. Para vós
não haverá paz.
4Vós não vedes os comandantes
dos navios, como seus barcos são arremessados contra as ondas, tornados em
pedaços pelos ventos, e expostos aos maiores perigos?
5Que eles, portanto tremam,
porque toda sua propriedade está embarcada com eles no oceano; e que eles
reprimam o mal em seus corações, porque ele pode engoli-los, e eles podem
perecer nele?
6Não é todo o mar, todas as
suas águas e todo a sua comoção, obra dele, o Altíssimo; dele que selou todas
as suas extensões, e cingiu-o em todo lado com areia?
7À sua reprovação, não é ele
secado, e alarmado; enquanto todos os seus peixes com tudo o que está contido
nele morre? E vós, pecadores, que estão sobre a terra, não O temerão? Não é Ele
o criador do céu e da terra, e de todas as coisas que neles estão?
8E quem deu erudição e
sabedoria a tudo o que se move e progride sobre a terra, e e sob o mar?
9Não ficam os comandantes do
navio aterrorizados no oceano? E não ficarão aterrorizados os pecadores diante
do Altíssimo?
Capítulo
101 (não tem)
Capítulo
102
1Naqueles dias, quando Ele
lançar a calamidade do fogo sobre vós, para onde fugireis, e onde estareis a
salvo?
2E quando Ele enviar sua
palavra contra vós, não sereis poupados, e aterrorizados?
3Todas as luminárias estão
agitadas com grande temor; e toda a terra é poupada, enquanto elas tremem, e
sofrem ansiedade.
4Todos os anjos cumprem os
mandamentos que receberam dele, e estão desejosos de se esconder da presença da
Sua grande glória; enquanto as crianças da terra estão alarmadas e angustiadas.
5Mas vós, pecadores, sereis
amaldiçoados para sempre; para vós não haverá paz.
6Não temai, alma dos justos;
mas esperai com paciência pelo dia vossa morte em retidão. Não vos
aflijais porque vossas almas descem em grande sofrimento, com gemido,
lamentação, tristeza, para o receptáculo dos mortos. No tempo da vossa vida
vossos corpos não receberam a recompensa na proporção da vossa bondade, mas no
período da vossa existência os pecadores existiram; no período da execração e
da punição.
7E quando tu morreres, os
pecadores dirão com respeito a ti: Como nós morremos, os justos morrem. Que
proveito têm em suas obras? Eis que, igual a nós, eles expiram em tristeza e em
escuridão. Que vantagem eles têm sobre nós? De hoje em diante nós somos iguais.
O que haverá dentro do seu alcance, e diante de seus olhos para sempre? Pois
eis que eles estão mortos; e nunca verão a luz novamente. Eu vos digo,
pecadores: Vós tendes estado satisfeitos com carne e bebida, com pilhagem
humana e rapina, com pecado, com aquisição de riqueza e com a visão de bons
dias.
Não tendes observado os
justos, como o seu fim é em paz? Pois nenhuma opressão é encontrada neles,
mesmo no dia da sua morte. Eles perecem, como se não existissem, enquanto suas
almas descem em tristeza ao receptáculo dos mortos.
Capítulo
103
1Mas agora Eu juro vós,
justos, pela grandeza de seu esplendor e de sua glória; por seu ilustre reino e
por sua majestade, a vós Eu juro, que eu compreendo este mistério; que Eu leio
a tábua do céu, tenho visto o registro dos santos, e tenho descoberto o que
está escrito e impresso concernente a vós.
2Eu tenho visto que toda bondade, alegria e glória têm sido
preparada para vós, e tem sido escrito pelos espíritos daqueles que morrem
eminentemente justos e bons. A vós será dado em retorno pelas vossas aflições;
e vossa porção de alegria excederá
em muito a porção dos vivos.
3Os espíritos dos que
morreram em retidão existirão e se regozijarão. Vossos espíritos exultarão; e
vossa lembrança estará diante da face do Poderoso de geração em geração. Eles então
não temerão adesgraça.
4Ai de vós, pecadores, quando
morrerdes em vossos pecados; e aqueles, que são iguais a vós, dirão com
respeito a vós: Abençoados são estes pecadores. Eles viveram todo o seu
período; e agora morrem em alegria e em abundância. Angústia
e matança eles não conheceram enquanto viviam; em honra eles morrem; nunca em
sua vida o julgamento os surpreendeu.
5Mas, não tem sido mostrado a eles que, quando suas almas descerem ao receptáculo dos mortos, suas más
obras se tornarão seu grande tormento? Em escuridão, em armadilha, e em chama,
que queimará até o grande julgamento, seus espíritos entrarão; e o grande
julgamento tomará efeito para sempre e sempre.
6Ai de vós; pois para vós não
haverá paz. Nem podereis dizer aos justos e aos bons que vivem: Nos dias da
nossa aflição nós fomos afligidos; todo tipo
de tristeza nós vimos, e muitas coisas más nós temos sofrido.
7Nossos espíritos têm sido
consumidos e diminuídos.
8Nós temos perecido; nem tem
havido uma possibilidade de ajuda para nós em palavra ou em obra; nós: não
temos encontrado, mas temos sido atormentados e destruídos.
9Nós não temos esperado viver
dia após dia.
10Nós esperamos certamente,
ter sido a cabeça;
11Mas temos nos tornado a
cauda. Nós temos sido afligidos, quando temos nos esforçados; mas temos sido
devorados pelos pecadores e mundanos; seu jugo tem sido pesado sobre nós.
12Eles tem exercido domínio
sobre nós, a quem eles detestam, e nos aferroam; e aqueles que nos odeiam tem
humilhado nosso pescoço; e eles não têm mostrado compaixão para conosco.
13Nós temos desejado escapar
deles, para que possamos fugir e descansar; mas não temos encontrado lugar para
onde possamos fugir, e estar seguros deles. Nós temos procurado um abrigo com
os príncipes em nossa angústia, e temos clamado àqueles que estão nos
devorando; mas nosso clamor não tem sido considerado, nem estão eles dispostos
a ouvir nossa voz;
14Mas antes, eles ajudam
aqueles que saqueiam e nos devoram; aqueles que nos diminuem, e escondem sua
opressão; os quais removem seu jugo de sobre nós, mas devoram, nos enfraquecem
e nos matam; os quais escondem a matança, e não lembram que tem levantado suas
mãos contra nós.
Capítulo
104
1Eu juro a vós, justos, que
no céu os anjos registram vossa bondade diante da glória do Poderoso.
2Esperai com paciente
esperança; pois antigamente fostes desgraçados com o mal e com aflição;
mas agora brilhareis como as
luminárias do céu. Vós sereis vistos, e os portões do céu estarão abertos para
vós. Vossos clamores têm clamado por julgamento; e ele tem aparecido a vós;
pois um registro de vossos sofrimentos será requerido dos príncipes, e de todos
os que tem ajudado vossos saqueadores.
3Esperai com paciente
esperança; não renuncieis de vossa confiança; pois grande alegria será a vossa;
como aquela dos anjos no céu. Conduze-vos como podeis, still não estareis
escondidos no dia do grande julgamento. Não sereis como os pecadores; e a
eterna condenação estará longe de vós, enquanto o mundo existir.
4Então não temais, justos,
quando virdes os pecadores florescendo e prósperos em seus caminhos.
5Não vos associeis a eles;
mas mantende-vos distante de sua opressão; estejais associados às hostes do
céu. Vós, pecadores, dizeis: Todas as nossas transgressões não serão tomadas em
conta, e recordadas. Mas todas as vossas transgressões serão recordadas
diariamente.
6E está assegurado por mim,
que luz e escuridão, dia e noite, verão todas as vossas transgressões.
Não sejais ímpios em nossos
pensamentos; não mintais; não rendei a palavra de honestidade; não mintais
contra a palavra do Santo e Poderoso; não glorificai vossos ídolos; pois todas
as vossas mentiras e toda vossa impiedade não é para retidão, mas para crime.
7Agora eu aponto um mistério:
Muitos pecadores se voltarão e transgredirão contra a palavra de honestidade.
8Eles falarão coisas más;
eles pronunciarão falsidade; executarão grandes empreendimentos; (142) e
comporão livros em suas próprias palavras. Mas quando eles escreverem todas as
minhas palavras corretamente em suas próprias linguagens,
(142)
Executarão grandes empreendimentos. Literalmente,
"criarão uma grande criação" (Laurence, p. 173).
9Eles não os mudarão ou os
diminuirão; mas os escreverão todos corretamente; tudo o que desde o princípio
eu tenho pronunciado concernente a eles. (143)
(143)
A despeito do mandamento de Enoque, seu livro foi muito certamente mudado e
diminuído pelos últimos editores,
embora
estes fragmentos dele tenham sobrevivido.
10Outro mistério também eu
aponto. Aos justos e aos sábios haverá livros de alegria de integridade e de grande sabedoria. A eles livros serão
dados, nos quais eles acreditarão;
11E nos quais eles se
regozijarão. E todos os justos serão recompensados, os quais deles adquirirão
conhecimento de todo caminho elevado.
Capítulo
104A
1Naqueles dias, diz o Senhor,
eles chamarão aos filhos da terra, e os farão ouvir a sua sabedoria,lhes
mostrarão que eles são seus líderes;
2E que remuneração tomará lugar sobre toda a terra; pois
Eu e meu Filho para sempre manteremos comunhão com eles nos caminhos da
retidão, enquanto eles estiverem em
vida. A paz será deles. Regozijai, filhos da integridade, em
verdade.
Capítulo
105
1Depois de um tempo, meu
filho Matusalém tomou uma esposa para seu filho Lameque.
2Ela ficou grávida dele, e
deu um filho, a carne do qual era tão branca quanto a neve, e vermelho como uma
rosa; o cabelo de sua cabeça era branco como o algodão,e longo; e cujos olhos
eram belos. Quando ele os abriu, ele iluminou toda a casa, como o sol; toda a
casa abundou de luz.
3E quando ele foi tirado da
mão da parteira, Lameque seu pai ficou com medo dele; e correndo veio ao seu
próprio pai Matusalém e disse: Eu gerei um filho, diferente dos outros filhos. Ele não é humano;
mas, assemelhando-se à geração dos anjos do céu, é de uma natureza diferente
dos nossos, sendo completamente diferente de nós.
4Seus olhos são brilhantes como os raios do sol; seu
semblante é glorioso, e ele parece como se não pertencesse a mim, mas aos
anjos.
5Eu estou temeroso de que
algo miraculoso deva acontecer na terra nestes dias.
6E agora meu pai, deixa-me
pedir e requerer de ti ir ao nosso progenitor Enoque, e aprender dele a
verdade; pois sua residência é com os anjos.
7Quando Matusalém ouviu as
palavras de seu filho, e veio a mim nas extremidades da terra; pois ele estava
informado de que eu estava lá: e ele chorou.
8Eu ouvi sua voz, e fui a ele
dizendo: Vede, eu estou aqui,
meu filho; já que tu vieste a mim.
9Ele respondeu e disse: Por
causa de um grande evento eu venho a ti; e por causa de uma visão difícil de ser compreendida eu me aproximei de
ti.
10E agora, meu pai, ouví-me;
pois ao meu filho Lameque um filho nasceu, o qual não se parece com ele; e cuja
natureza não é igual à natureza do homem. Sua cor é mais branca que a neve; ele
é mais vermelho que a rosa; o cabelo de sua cabeça é mais branco que a lã; seus
olhos são iguais aos raios do sól; e quando ele abriu-os ele iluminou toda a
casa.
11Quando ele foi tomado ma
mão da parteira,
12Seu pai Lameque temeu, e
fugiu para mim, não acreditando que a
criança pertencesse a ele, mas que ele assemelha-se aos anjos do céu. E
eis que eu vim a ti para que possas me apontar a verdade.
13Então eu, Enoque, respondi
e disse: O Senhor efetuará uma nova coisa sobre a terra. Isto eu tenho
explicado, e visto numa visão. Eu tenho mostrado a ti que nas gerações de Jared
meu pai, aqueles que estavam no céu desconsideraram a palavra do Senhor. Eis
que eles cometeram crimes; deixaram de lado sua classe, e misturaram-se com
mulheres. Com elas também eles transgrediram; casaram-se com elas e geraram
filhos. (144)
(144)
Depois deste versículo, um papiro grego acrescenta: "os quais não são
iguais aos seres espirituais, mas criaturas de carne" (Milik, p. 210).
14Uma grande destruição,
portanto virá sobre toda a terra; um dilúvio, uma grande destruição, tomará
lugar em um ano.
15Esta criança que nasceu ao
teu filho sobreviverá na terra,
e seus três filhos serão salvos com ele.
Enquanto toda a humanidade
que está na terra morrerá, ele estará a salvo.
16E sua posteridade procriará
na terra os gigantes, não espirituais, mas carnais. Sobre a terra uma grande
punição será infligida, e ela será lavada de toda corrupção. Agora, portanto,
informa ao teu filho Lameque que aquele que é nascido é seu filho na verdade; e
seu nome será chamado Noé, pois ele será um sobrevivente. Ele e seus filhos
serão salvos da corrupção que tomará lugar no mundo; de todo o pecado e de toda
a iniqüidade que consumirá a terra em seus dias. Depois disso haverá uma
impiedade maior do que aquela que antes havia se consumado na terra; pois eu
estou familiarizado com santos mistérios, que o próprio Senhor descobriu e
explicou a mim; e os quais eu li nas tábuas do céu.
17Nelas eu vi escrito, que
geração após geração transgredirá, até que, até que uma raça de justo se
levantará; até que transgressão e crime desapareçam da face da terra; até que
toda bondade venha sobre ela.
18E agora, meu filho, vai
dizer ao teu filho Lameque;
19Que a criança que é nascida
é na verdade seu filho; e que não há decepção.
20Quando Matusalém ouviu as
palavras de seu pai Enoque, o que lhe havia mostrado toda coisa secreta, ele
retornou com entendimento, e chamou o nome da criança Noé; porque ele consolou
a terra por causa de toda sua destruição.
21Outro livro, que Enoque
escreveu para seu filho Matusalém, e para aqueles que deviam vir depois dele, e
preservar sua pureza de conduta nos últimos dias. Tu, que tens trabalhado,
esperará naqueles dias, até que os que praticam o mal sejam consumidos, e o
poder do culpado seja aniquilado. Espera, até que passe o pecado; pois seus
nomes serão apagados dos livros santos; sua semente seja destruída, e seus
espíritos mortos. Eles clamarão e lamentarão na vastidão invisível, e no fogo
sem fundo eles queimarão. (145) Ali eu percebi, como se fosse uma nuvem através
da qual não se podia ver; pois das profundezas dela eu fui incapaz de olhar
para cima. Eu vi também uma chama de fogo ardente brilhante, e como se fossem
montanhas brilhantes passando ao redor, e agitadas de lado a lado.
(145)
No fogo sem fundo eles queimarão. Literalmente
"no fogo eles queimarão, onde ali não é terra" (Laurence, p. 178).
22Então eu inquiri de um
santo anjo que estava comigo e disse: o que é esse esplêndido objeto? Pois não é céu, mas só uma
chama de fogo que queima; e nela há o
clamor de exclamação, de ai, e de grande sofrimento.
23Ele disse: Ali, àquele
lugar que tu viste, serão confiados os espíritos dos pecadores e blasfemadores;
daqueles que praticam o mal, e perverterão tudo o que Deus disse pela boca dos
profetas; tudo o que eles deviam fazer. Pois com respeito a estas coisas ali
haverá registros e serão impressos no céu, pára que os anjos possam lê-las e
saber o que acontecerá aos pecadores e aos espíritos dos humildes; àqueles que
sofreram em seus corpos, mas têm sido recompensados por Deus; os quais têm sido
injuriosamente tratados pelos homens iníquos; os quais têm amado a Deus, que
não tem acumulado nem ouro nem prata, nem qualquer coisa no mundo, mas deram
seus corpos ao tormento;
24A estes que no período de
seu nascimento não tem estado cobiçosos de riquezas terrenas; mas tem se
resguardado como um alento que passa.
25Tal tem sido sua conduta;
em muito o Senhor os tem provado; e seus espíritos têm sido encontrados puros,
para que eles possam abençoar Seu nome. Todas as suas bênçãos eu tenho relatado
num livro; e Ele os tem recompensado; pois eles têm sido encontrados a amar o
céu com uma eterna aspiração. Deus tem
dito: Enquanto eles têm sido pisados por homens iníquos, eles têm ouvido
deles insultos e blasfêmias; e tem sido ignominiosamente tratados, enquanto
eles me abençoam. E agora eu chamarei os espíritos do bem da geração da luz, e
mudarei aqueles que nasceram em escuridão; os quais não tem tido seus corpos
recompensados em glória, como sua fé possa ter merecido.
26Eu os trarei para a
esplêndida luz daqueles que amam meu santo nome: e Eu colocarei cada um deles
em um trono de glória, da glória peculiarmente
sua, e eles descansarão durante períodos inumeráveis. Retos são os
julgamentos de Deus;
27Pois ao fiel ele dará fé
nas habitações dos justos. Eles verão aqueles que tem nascido na escuridão,
para a escuridão serão lançados; enquanto que os justos descansarão. Os
pecadores clamarão, vendo-os, enquanto eles existem em esplendor e prosseguem
em direção dos dias e períodos a eles prescritos. Fim
Livro 14º- Livro
de Melquisedeque
Pseudo
Epigrafo da Gênesis
A
Criação do Universo I
Antes que existisse uma estrela a brilhar,
antes que houvesse anjos a cantar, já havia um céu, o lar do Eterno, o único
Deus.
Perfeito
em sabedoria, amor e glória, viveu o Eterno uma eternidade, antes de
concretizar o Seu lindo sonho, na criação do Universo.
Os
incontáveis seres que compõem a criação foram, todos, idealizados com muito
carinho. Desde o íntimo átomo às gigantescas galáxias, tudo mereceu Sua suprema
atenção.
Movendo-Se
com majestade, iniciou Sua obra de criação. Suas mãos moldaram primeiramente um
mundo de luz, e sobre ele uma montanha fulgurante sobre a qual estaria para
sempre firmado o trono do Universo. Ao monte sagrado Deus denominou: Sião.
Da
base do trono, o Eterno fez jorrar um rio cristalino, para representar a vida
que d'Ele fluiria para todas as criaturas.
Como
sala do trono, criou um lindo paraíso que se estendia por centenas de
quilômetros ao redor do monte Sião. Ao paraíso denominou: Éden.
Ao
sul do paraíso, em ambas as margens do rio da vida, foram edificadas numerosas
mansões adornadas de pedras preciosas, que se destinavam aos anjos, os
ministros do reino da luz.
Circundando
o Éden e as mansões angelicais, construiu Deus uma muralha de jaspe luzente, ao
longo da qual podiam ser vistos grandes portais de pérolas.
Com
alegria, o Eterno contemplou a Capital sonhada.
Carinhosamente,
o grande Arquiteto a denominou: Jerusalém, a Cidade da Paz.
Deus
estava para trazer à existência a primeira criatura racional. Seria um anjo
glorioso, de todos o mais honrado. Adornado pelo brilho das pedras preciosas,
esse anjo viveria sobre o monte Sião, como representante do Rei dos reis diante
do Universo.
Com
muito amor, o Criador passou a modelar o primogênito dos anjos. Toda sabedoria
aplicou ao formá-lo, fazendo-o perfeito. Com ternura concedeu-lhe a vida; o
formoso anjo, como que despertando de um profundo sono, abriu os olhos e
contemplou a face de seu Autor.
Com
alegria, o Eterno mostrou-lhe as belezas do paraíso, falando-lhe de Seus
planos, que começavam a se concretizar. Ao ser conduzido ao lugar de sua
morada, junto ao trono, o príncipe dos anjos ficou agradecido e, com voz
melodiosa, entoou seu primeiro cântico de louvor.
Das
alturas de Sião, descortinava-se, aos olhos do formoso anjo, Jerusalém em sua
vastidão e esplendor. O rio da vida, ao deslizar sereno em meio à Cidade,
assemelhava-se a uma larga avenida, espelhando as belezas do jardim do Éden e
das mansões angelicais.
Envolvendo
o primogênito dos anjos com Seu manto de luz, o Eterno passou a falar-lhe dos
princípios que haveriam de reger o reino universal. Leis físicas e morais
deveriam ser respeitadas em toda a extensão do governo divino.
As
leis morais resumiam-se em dois princípios básicos: amar a Deus sobre todas as
coisas e viver na fraternidade com todas as criaturas. Cada criatura racional
deveria ser um canal por meio do qual o Eterno pudesse jorrar aos outros vida e
luz. Dessa forma, o Universo cresceria em harmonia, felicidade e paz.
Depois
de revelar ao formoso anjo as leis de Seu governo, o Eterno confiou-lhe uma
missão de grande responsabilidade: seria o protetor daquelas leis, devendo
honrá-las e revelá-las ao Universo prestes a ser criado. Com o coração
transbordante de amor a Deus e aos semelhantes, caber-lhe-ia ser um modelo de
perfeição: seria Lúcifer, o portador da luz.
O
príncipe dos anjos; agradecido por tudo, prostrou-se ante o amoroso Rei,
prometendo-Lhe eterna fidelidade.
O
Eterno continuou Sua obra de criação, trazendo à existência inumeráveis hostes
de anjos, os ministros do reino da luz. A Cidade Santa ficou povoada por essas
criaturas radiantes que, felizes e gratas, uniam as vozes em belíssimos
cânticos de louvor ao Criador.
Deus
traria agora à existência o Universo que, repleto de vida, giraria em torno de
Seu trono firmado em Sião. Acompanhado por Seus ministros, partiu para a
grandiosa realização.
Depois
de contemplar o vazio imenso, o Eterno ergueu as poderosas mãos, ordenando a
materialização das multiformes maravilhas que haveriam de compor o Cosmo. Sua
ordem, qual trovão, ecoou por todas as partes, fazendo surgir, como que por
encanto, galáxias sem conta, repletas de mundos e sóis - paraísos de vida e
alegria -, tudo girando harmoniosamente em torno do monte Sião.
Ao
presenciarem tão grande feito do supremo Rei, as hostes angelicais
prostraram-se, fazendo ecoar pelo espaço iluminado um cântico de triunfo, em
saudação à vida. Todo o Universo uniu-se nesse cântico de gratidão, em promessa
de eterna fidelidade ao Criador.
Guiados
pelo Eterno, os anjos passaram a conhecer as riquezas do Universo. Nessa
excursão sideral, ficaram admirados ante a vastidão do reino da luz. Por todas
as partes encontravam mundos habitados por criaturas felizes que os recebiam em
festa. Os anjos saudavam-nos com cânticos que falavam das boas novas daquele
reino de paz.
Tão
preciosa como a vida, a liberdade de escolha, através da qual as criaturas
poderiam demonstrar seu amor ao Criador, exigia um teste de fidelidade. Com o
propósito de revelá-lo, o Eterno conduziu as hostes por entre o espaço
iluminado, até se aproximarem de um abismo de trevas que contrastava com o
imenso brilho das galáxias. Ao longe, esse abismo revelara-se insignificante
aos olhos dos anjos, como um pontinho sem luz; mas à medida de sua aproximação,
mostrou-se em sua enormidade. O Criador, que a cada passo revelava aos anjos os
mistérios de Seu reino, ficou ali silencioso, como que guardando para Si um
segredo. As trevas daquele abismo consistiam no teste da fidelidade.
Voltando-Se para as hostes, o Eterno solenemente afirmou:
-"Todos
os tesouros da luz estarão abertos ao vosso conhecimento, menos os segredos
ocultos pelas trevas. Sois livres para me servirem ou não. Amando a luz
estareis ligados à Fonte da Vida".
Com
estas palavras, fez Deus separação entre a luz e as trevas, o bem e o mal. O
Universo era livre para escolher seu destino.
A
Criação do Universo 2
O
tão acalentado sonho do Criador se concretizara. Agora, como Pai carinhoso,
conduzia as criaturas através de uma eternidade de harmonia e paz. Em virtude
do cumprimento das leis divinas, o Universo expandia-se em felicidade e glória.
Havia
um forte elo de amor, que a todos unia fortemente. Os seres racionais, dotados
da capacidade de um desenvolvimento infinito, encontravam indizível prazer em
aprender os inesgotáveis tesouros da Sabedoria divina, transmitindo-os aos
semelhantes. Eram como canais por meio dos quais a Fonte da Eterna Vida nutria
a todos de amor e luz.
Em
Jerusalém, os ministros do reino reuniam-se ante o soberano Rei, sempre prontos
a cumprir os Seus propósitos. Era através de Lúcifer que o Eterno tornava
manifesto os Seus desígnios. Depois de receber uma nova revelação, ele
prontamente a transmitia às hostes angelicais. Estas, por sua vez, a
compartilhavam com a criação. Em célere vôo os anjos rumavam para as terras
planetas capitais, onde, em grandes assembléias, reuniam-se os representantes
dos demais mundos.
Em
muitas dessas assembléias, Lúcifer fazia-se presente, enchendo os participantes
de alegria e admiração. Perfeito em todas as virtudes, ele os cativava com sua
simpatia. Nenhum outro anjo conseguia revelar como ele os mistérios do amor do
Eterno.
O
Universo, alimentando-se da Fonte da Vida, expandia-se numa eternidade de
perfeita paz. A obediência às leis divinas era o fundamento de todo progresso e
felicidade. Ainda que conscientes do livre-arbítrio, jamais subira ao coração
de qualquer criatura o desejo de se afastar do Criador. Assim foi por muito
tempo, até que tal problema irrompeu na vida daquele que era o mais íntimo do
Eterno.
Lúcifer,
que dedicara sua vida ao conhecimento dos mistérios da luz, sentiu-se aos
poucos atraído pelas trevas. O Rei do Universo, aos olhos de quem nada pode ser
encoberto, acompanhou com tristeza os seus passos no caminho descendente que
leva à morte. A princípio, uma pequena curiosidade levou Lúcifer a se aproximar
daquele abismo profundo. Contemplando-o, ele começou a indagar o porquê de não
poder compreender o seu enigma.
Retornando
a seu lugar de honra, junto ao trono, prostrou-se ante o divino Rei,
suplicando-Lhe:
-
Pai, dá-me a conhecer os segredos das trevas, assim como me revelas a luz.
Ante
o pedido do formoso anjo, o Eterno, com voz expressiva de tristeza, disse-lhe:
-
Meu filho, você foi criado para a luz, que é vida.
Convencendo-se
de que o Criador não lhe revelaria os tesouros das trevas, Lúcifer decidiu
compreender por si mesmo o enigma. Julgava-se capacitado para tanto.
Só
Deus sabia o que se passava no coração de Lúcifer. O anjo, que fora criado para
ser o portador da luz, estava divorciando-se em pensamentos do bondoso Criador
que, num esforço de impedir o desastre, rogava-lhe permanecer a Seu lado.
Uma
tremenda luta passou a travar-se em seu íntimo. O desejo de conhecer o sentido
das trevas era imenso, contudo, os rogos daquele amoroso Pai, a quem não queria
também perder, o torturavam. Vendo o sofrimento que sua atitude causava ao
Criador, às vezes demonstrava arrependimento, mas voltava a cair.
Antes
de criar o Universo, Deus já previra a possibilidade de uma rebelião. O risco
de conceder liberdade às criaturas era imenso, mas, sem este dom, a vida não
teria sentido.
Ele queria que a obediência fosse fruto de
reconhecimento e amor, por isso decidiu correr o grande risco.
Ainda
que prosseguisse na busca do sentido das trevas, Lúcifer não pretendia
abandonar a luz. Esforçava-se para chegar a uma combinação entre essas partes
que, no reino do Eterno, coexistiam separadas. Finalmente, com um sentimento de
exaltação, concebeu uma teoria enganosa, que pretendia apresentar ao Universo
como um novo sistema de governo, superior ao governar do Eterno. Denominou sua
Lei "a ciência do bem e do mal".
Estruturada
na lógica, a ciência do bem e do mal revelou-se atraente aos olhos de Lúcifer,
parecendo descerrar um sentido de vida superior àquele oferecido pelo Criador,
cujo reino possibilitava unicamente o conhecimento experimental do bem. No novo
sistema, haveria equilíbrio entre o bem e o mal, entre o amor e o egoísmo,
entre a luz e as trevas.
Ao longo do tempo em que amadurecera em sua
mente a ciência do bem e do mal, Lúcifer soube guardar segredo diante do
Universo. Continuava em seu posto de honra, cumprindo a função de Portador da
Luz. Contudo, por mais que procurasse fingir, seu semblante já não revelava
alegria em servir ao Eterno.
O
divino Rei, que sofria em silêncio, procurava, por meio de Suas revelações de
amor, preparar as criaturas racionais para a grande prova que se aproximava.
Sabia que muitos dariam ouvido à tentação, voltando-Lhe as costas. A noite da
provação faria sobressair, contudo, os verdadeiros fiéis - aqueles que serviam
ao Criador não por interesse, mas por amor.
Ao
ver que a hora da prova chegara, e que Lúcifer estava pronto para traí-Lo
diante do Universo, o Eterno, que jamais cessara de revelar os tesouros de Sua
sabedoria, tornou-se silencioso e contemplativo. O silêncio fez reviver no
coração das hostes a lembrança daquela primeira excursão sideral, quando,
depois de lhes mostrar as riquezas do reino da luz, Deus tornou-se silencioso
ante aquele abismo. Lembram-se de Suas palavras: "Todos os tesouros da luz
estarão abertos ao vosso conhecimento, menos os segredos ocultos pelas trevas.
Sois livres para me servirem ou não. Amando a luz estareis ligados à Fonte da
Vida".
Lúcifer,
que passara a cobiçar o trono de Deus, indagou-Lhe o motivo de Seu silêncio. O
Criador, contemplando-o com infinita tristeza, disse-lhe: "É chegada a
hora das trevas. Você é livre para realizar seus propósitos".
Vendo
que o momento propício para a propagação de sua teoria havia chegado, Lúcifer
convocou os anjos para uma reunião especial. As hostes, desejosas de conhecer o
significado do silêncio do Pai, tomaram seus lugares junto ao magnífico anjo,
que sempre lhes revelara os tesouros do reino da luz.
Lúcifer
começou seu discurso exaltando, como de costume, o governo do Eterno. Num amplo
retrospecto, lembrou-lhes as grandiosas revelações que os enriquecera em toda
aquela eternidade.
O
silêncio divino, apresentou-o como sendo a indicação de que o Universo
alcançara a plenitude do conhecimento oriundo da luz. Silenciando, o Eterno
abria-lhes caminho para o entendimento de mistérios ainda não sondados,
mantidos até então além dos limites de Seu governo.
Surpresas,
as hostes tomaram conhecimento da experiência de Lúcifer sobre as trevas. Com
eloqüência, ele falou-lhes da ciência do bem e do mal, indicando-a como o
caminho das maiores realizações.
O
efeito de suas palavras logo se fez sentir em todo o Universo. A questão era
decisiva e explosiva, gerando pela primeira vê discórdia. Os seres racionais,
em sua prova, tinham de optar por permanecer somente com o conhecimento da luz,
o qual
Lúcifer
afirmava haver chegado ao seu limite, ou se aventurar no conhecimento da
ciência do bem e do mal. No começo, os anjos debateram-se diante da questão,
sendo logo depois todo o Universo posto à prova. Dir-se-ia que a ciência do bem
e do mal haveria de arrebanhar a maior parte das criaturas, mas, aos poucos,
muitos que a princípio se empolgaram com a teoria, despertaram para a ilusão da
mesma, reafirmando sua fidelidade ao reino da luz. Ao fim desse conflito, que
se arrastou por
longo
tempo, revelou-se um terço das estrelas do céu ao lado de Lúcifer, e as
restantes, ainda que abaladas pela prova ao lado do Eterno.
A
ciência do bem e do mal fora apregoada por Lúcifer como um novo sistema de
governo. Mas como exercê-lo, se o Eterno continuava reinando em Sião? O conselho, formado pelos anjos rebeldes,
passou a tratar disso. Decidiram, finalmente, solicitar-Lhe o trono por um
tempo determinado, no qual poderiam demonstrar a excelência do novo sistema de
governo. Caso fosse aprovado pelo Universo, o novo sistema se estabeleceria
para sempre; caso contrário, o domínio retornaria ao Criador.
Foi
assim que Lúcifer, acompanhado por suas hostes, aproximou-se d'Aquele Pai
sofredor, fazendo-Lhe tal pedido.
O
Eterno não era ambicioso, apenas queria bem às Suas criaturas. Se a ciência do
bem e do mal consistisse realmente num bem maior, não Se oporia à sua
implantação, cedendo o trono a seus defensores. Mas Ele sabia que aquele
caminho conduziria à infelicidade e à morte.
Movido
por Seu amor protetor, o Criador desatendeu o pedido das hostes rebeldes, que
se afastaram enfurecidas.
Lúcifer
e suas hostes passaram a acusar o divino Rei, proclamando ser o seu governo de
tirania.
Afirmavam
ser sua permanência no trono a mais patente demonstração de Sua arbitrariedade.
Não lhes concedera liberdade de escolha? Por que neutralizá-la agora,
impedindo-os de pôr em prática um sistema de governo superior?
As
acusações das hostes rebeldes repercutiram por todo o Universo, fazendo parecer
que o governo do Eterno era injusto.
Isto
trouxe profunda angústia àqueles que permaneciam fiéis ao reino da luz. Não
sabendo como refutar tais acusações, essas criaturas, emudecidas pela dor
moral, ansiavam pelo momento em que novas revelações procedentes do Criador
pudessem aclarar-lhes os mistérios desse grande conflito.
As
acusações e blasfêmias das hostes rebeldes alcançavam o ponto culminante quando
o Eterno, num gesto surpreendente, ergueu-se de Seu trono, como que pronto a
deixá-lo. Os infiéis, na expectativa de uma conquista, aquietaram-se, enquanto
um sentimento de temor penetrava no coração dos súditos da luz. Entregaria Ele
o domínio de toda a criação, para livrar-Se das vis acusações? De acordo com a
lógica a partir da qual Lúcifer fundamentava seus ensinamentos, não restava
outra alternativa ao Criador. Nesta tremenda expectativa, o Universo
acompanhava os passos de Deus.
Num
gesto de humildade, o Criador despojou-Se de Sua coroa e de Seu manto real,
depondo-os sobre o alvo trono. Em Seu semblante não havia expressão de
ressentimento ou ira, mas de infinito amor e tristeza.
Com
solenidade, o Eterno proclamou que o momento decisivo chegara, quando cada
criatura deveria selar sua decisão ao lado da luz ou das trevas. Numa ampla
revelação, alertou para as conseqüências de um rompimento com a Fonte da Vida.
Lúcifer
e seus seguidores estavam conscientes da seriedade daquele momento.
Vendo que o Trono permanecia vazio, Lúcifer e
suas hostes, dominados pela cobiça, romperam definitivamente com o Criador
Ao
ver um terço dos súditos transpor as divisas da eterna separação, Deus deixou
extravasar a dor angustiante que por tanto tempo martirizava Seu coração,
curvando-Se em inconsolável pranto. Contemplando Seus filhos rebeldes, ergueu a
voz numa lamentação dolorosa: "Meus filhos, meus filhos! Já não posso
chamá-los assim! Queria tanto tê-los nos braços meus!
Lembro-Me
quando os formei com carinho! Vocês surgiram felizes e perfeitos, em acordes de
esperança em eterna harmonia!
Vivi
para vocês, cobrindo-os de glória e poder! Vocês foram a minha alegria! Por que
seus corações mudaram tanto? O que mais poderia eu ter feito para fazê-los
permanecer comigo? Hoje minh'alma sangra em dor pela separação eterna! Como
olharei para os lugares vazios onde tantas vezes rejubilantes ergueram as vozes
em hosanas festivas, sem me vir à mente um misto da felicidade e dor?! Saudade
infinita já invade o meu ser, e sei que será eterna!
Hoje
o meu coração rompeu e quebrou-se; as cicatrizes carregarei para sempre!
Depois
de proclamar em pranto tão dolorosa lamentação, o Eterno, dirigindo-Se a
Lúcifer, o causador de todo o mal, disse:
"Você
recebeu um nome de honra ao ser criado. Agora não mais o chamarão Lúcifer, mas
Satã, O Senhor das Trevas".
Depois
de lamentar a perdição das hostes rebeldes, o Eterno, em lentos passos,
ausentou-se do jardim do Éden, lugar do trono Universal.. Onde seria agora a
Sua morada....
As
hostes fiéis acompanharam reverentes os Seus misteriosos passos de abandono,
que pareciam descerrar um futuro difícil, de sofrimentos e humilhações.
Ocupariam os rebeldes o divino trono, profanando-o como domínio do pecado? Esta
indagação torturava o coração dos súditos do Eterno.
Deixando
Sua amada Cidade, o Senhor da luz conduziu-Se, em meio às glórias do Universo,
em direção do abismo imenso, a respeito do qual silenciara até então. Ali
deteve-Se mais uma vez, emudecido, enquanto parecia ler nas trevas um futuro de
grandes lutas. Ante o sofrimento do Eterno, expresso na tristeza de Seu
semblante, os fiéis puderam finalmente compreender o significado daquele
misterioso abismo: consistia numa representação simbólica do reino da rebeldia.
Na
face entristecida de Deus manifestou-se, por fim, um brilho que aos fiéis
animou. Erguendo os poderosos braços ante as trevas, ordenou em alta voz:
"Haja luz."
Imediatamente,
a luz de Sua presença inundou o profundo abismo e, triunfando sobre as trevas,
revelou um mundo inacabado, coberto por cristalinas águas. Com esse gesto,
iniciava o Eterno uma grande batalha pela reivindicação de Seu governo de luz;
batalha do amor contra o egoísmo; da justiça contra a injustiça; da humildade
contra o orgulho; da liberdade contra a escravidão; da vida contra a morte.
Batalha que, sem trégua, se estenderia até que, no alvorecer almejado, pudesse
o divino
Rei
retornar vitorioso ao santo monte Sião, onde, entronizado em meio aos louvores
dos remidos, reinaria para sempre em perfeita paz. As trevas, em sua fuga,
apontavam para o aniquilamento final da rebeldia.
As
águas abundantes que cobriam aquele mundo, até então oculto, simbolizavam a
vida eterna que para os fiéis seria conquistada pelo amor que tudo sacrifica.
O
mundo revelado era a Terra. Visitada pelas trevas e pela luz, ela seria o palco
da grande luta.
Rejubilavam-se
os fiéis ante o triunfo da luz naquele primeiro dia, quando as trevas em sua
fúria rolaram sobre o planeta, sucumbindo-o em densa escuridão. A luz, que
parecia vencida, renasceu vitoriosa num lindo alvorecer.
Ao
raiar a luz do segundo dia, o Eterno ordenou: "Haja uma expansão no meio
das águas, e haja separação entre água e águas."
Imediatamente,
o calor de Sua luz fez com que imensa quantidade de vapor se elevasse das
águas, envolvendo o planeta num manto de transparência anil. Surgiu assim a
atmosfera, com sua mistura perfeita de gases que seriam essenciais à vida que
em breve coroaria o planeta. O Criador, contemplando a expansão, denominou-a
"céus".
A
atmosfera, que cheia de brilho envolvia a Terra, sombreou-se ao sobrevir o
crepúsculo de um outro entardecer.
A
Criação do Universo 3
Ao serem vencidas as trevas no terceiro dia, o
Criador prosseguiu Sua obra, fazendo surgir os imensos continentes que ainda
estavam sob a superfície das águas. Com as mãos erguidas ordenou:
"Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar e apareça a porção
seca."
Em
pronta obediência, as cristalinas águas cederam sua posição superior à porção
seca que se ergueu, sobrepondo-se a elas.
Nas
regiões baixas da Terra, as águas continuariam refletindo o brilho celeste,
sendo um refrigério para as criaturas sedentas.
Nesse
gesto de humildade, as águas prefiguravam o Criador, que na grande luta
desceria ao mais profundo abismo para fazer renascer nas almas sedentas a vida
eterna.
Contemplando
a face daquele novo mundo, o Eterno denominou a parte seca "terra", e
ao ajuntamento das águas chamou "mares".
Com
Sua poderosa voz prosseguiu, ordenando: "Produza a terra erva verde, erva
que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja
semente esteja nela sobre a terra."
Em
obediência ao mando divino, a superfície sólida do planeta revestiu-se de toda
sorte de vegetação: lindos prados a florir, campos verdejantes entrecortados
por rios cristalinos, florestas sem fim.
Enquanto
com admiração as hostes contemplavam as belezas daquela criação,
surpreenderam-se ao reconhecer sobre o novo planeta o jardim do Éden, lugar do
trono divino. O Eterno, pelo poder de Sua palavra, o havia transferido para o
seio daquele mundo especial, onde em justiça seria confirmado o governo do
Universo.
Contemplando
Sua obra, o Criador com felicidade exclamou: "Eis que tudo é muito
bom."
As
hostes fiéis agora podiam compreender melhor a importância da luz divinal. Sua
ausência havia ofuscado, naquela noite, as belezas de Sião.
Nesse
novo dia, o Criador expressaria o Seu grande poder, dando à Terra luminares que
a encheriam de luz e calor. Esses luminares permaneceriam para sempre como
símbolos da presença espiritual do Eterno, que é a fonte de toda a luz.
Contemplando
o espaço escuro e vazio que se estendia ao redor da Terra, com potente voz
ordenou: "Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre
o dia e a noite; sejam eles para sinais e para tempos determinados, para dias e
anos. E sejam para luminares na expansão dos céus para alumiarem a Terra."
Imediatamente,
o espaço tornou-se radiante pelo brilho do sol e pelo reflexo de planetas e
estrelas. Ante esta demonstração de poder, as hostes fiéis curvaram-se em
reverente adoração.
No
quarto dia, o Eterno criou os mundos de nosso sistema solar não para serem
habitados como a Terra, mas para o equilíbrio do sistema. Encheriam também o
céu de fulgor, abrandando as trevas das noites terrenas.
Volvendo
os olhos para a Terra, as hostes alegraram-se por vê-la radiante em cores. Bem
próximo dela podia-se ver a Lua que, com seu reflexo prateado, afugentaria as
profundas sombras noturnas.
Envolvidos
por esse cenário encantador, os filhos da luz, rejubilantes, saudaram o
alvorecer do quinto dia, que seria de muitas surpresas. O Eterno tornaria a
Terra festiva pela presença de infindáveis espécies de animais irracionais que
habitariam toda a superfície do planeta. Essa criação teria continuidade no
sexto dia. Erguendo as poderosas mãos, o Criador, olhando primeiramente para as
cristalinas águas, ordenou: "Produzam as águas abundantemente répteis de
alma vivente."
De
imediato, as águas tornaram-se ondulantes pela presença de incontáveis espécies
de répteis . Desde os seres microscópicos até as grandes baleias, todos
surgiram em completa harmonia, refletindo em sua natureza o amor do Criador.
Pousando
os olhos sobre a atmosfera anil que repousava sobre as verdejantes florestas, o
Eterno continuou: "Voem as aves sobre a face da expansão dos céus".
Mediante
Sua ordem, os Céus encheram-se de pássaros coloridos que, voando em todas as
direções, tinham no coração um cântico de gratidão pela vida. Esse cântico
encheu o ar, misturando-se com o perfume das matas floridas.
Contemplando
com prazer Suas criaturas terrenais, o Eterno abençoou-as dizendo:
"Frutificai e multiplicai-vos e enchei as águas nos mares, e as aves se
multipliquem na Terra."
Alvorecer
do sexto dia. Erguendo os potentes braços, o Eterno ordenou: "Produza a
Terra alma vivente conforme a sua espécie: gado, répteis e bestas-feras da
terra, conforme a sua espécie."
Sua
voz poderosa foi prontamente ouvida e, nas florestas e campos, pôde-se ver o
resultado de Seu poder criador. Animais de todas as espécies despertaram numa
existência feliz, em meio a um paraíso de perfeita paz.
Movendo-Se
com majestade, o Eterno baixou às glórias do novo mundo, dirigindo-Se ao jardim
do Éden, lugar do divino trono. Os anjos da luz acompanharam-nO reverentes,
detendo-se qual nuvem sobre os céus do paraíso. Todo Universo observava com
profundo interesse o desdobramento dos atos do Criador, em resposta às
acusações de seus inimigos.
O
momento era decisivo. Tudo indicava que o Eterno demonstraria não ser tirano
nem egoísta, coroando alguém sobre o monte Sião. Satã e seus seguidores não
duvidavam de que o reino lhes seria entregue e reinariam vitoriosos no seio
daquele antigo abismo, onde as trevas e a luz agora se entrelaçavam. Os súditos
da luz estremeceram ante essa perspectiva.
Junto
à fonte do rio da vida, o Eterno curvou-Se solenemente e, com os elementos
naturais da Terra, começou a moldar, com muito carinho, uma criatura especial.
Depois de alguns instantes, estava estendido diante do Criador o corpo, ainda
sem vida, do primeiro homem. O Eterno contemplou-o e, após acariciar-lhe a face
fria e descorada, soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida e o homem começou a
viver.
Como
que despertando de um sono, o homem abriu os olhos e contemplou a face meiga de
Seu Criador que, sorrindo, beijou-lhe a face agora corada e cheia de vida.
Emocionou-se ao ouvir o Eterno dizer-lhe com voz suave e cheia de afeição:
"Meu
filho, meu querido filho!" Por ter nascido do solo, o primeiro homem
recebeu o nome de Adão.
As
hostes fiéis que admiradas testemunhavam a grandiosa realização divina,
emocionadas ante o gesto humano, prostraram-se também em reverente adoração.
Uniram então as vozes num cântico de júbilo em saudação àquela criatura
especial, que despertava para a vida num momento tão decisivo para o Universo.
Com
o coração cheio de felicidade, Adão uniu-se aos anjos em seu cântico de louvor.
Sua voz, ao ecoar pelos arredores floridos, misturou-se ao canto das aves e ao
mugir de animais que se aproximavam em festa.
Num
passeio de surpresas inesquecíveis, Adão foi conscientizado das belezas de seu
lar. Com admiração, contemplou o monte Sião, donde jorrava o rio da vida, numa
cascata de luz.
Com
intensa alegria, Adão tomava conhecimento das infindáveis espécies de animais
que povoavam o jardim. Todos eram mansos e submissos e viviam em perfeita
harmonia e felicidade.
Observando
os animais, Adão percebeu que eles desfrutavam de um companheirismo especial.
Via por toda parte casais felizes que viviam um para o outro. Seus pensamentos
voltaram-se para o Seu Companheiro. Olhou ao derredor e ficou surpreso por não
vê-Lo. O Eterno havia Se ocultado propositalmente, tornando-Se invisível.
Adão
sentia-se solitário em meio àquele paraíso. Com quem partilharia sua felicidade
e seu amor? Havia ali os animais, mas eles eram irracionais, não podendo
compartilhar de seus ideais. Nascia em seu coração, ao caminhar solitário
naquele entardecer, um desejo ardente de encontrar alguém que pudesse estar
sempre a seu lado.
Enquanto
Adão olhava para as distantes colinas na esperança de ver alguém, o Eterno
apresentou-Se ao seu lado e disse-lhe:
"Não
é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma companheira."
Adão
ficou feliz ao ouvir do Criador essa promessa, justamente no momento em que
tanto ansiava ter alguém para estar sempre visível a seu lado.
Tomado
por um profundo sono, Adão reclinou-se no peito de seu amoroso Criador que, com
carícias, o fez adormecer. Em seu subconsciente surgiram os primeiros sonhos :
Contempla
o olhar meigo do Eterno; ouve o som harmonioso da música angelical; descobre as
maravilhas ao derredor: o monte Sião com seu arco-íris; o rio da vida; os
prados em flor; os animais que o saúdam em festa. Repetem-se em seus sonhos as
cenas que o envolveram em seu anseio; olha ao derredor na esperança de
encontrar seu companheiro, mas não o vê. Sente-se solitário em seu sonho, e
isso o faz procurar alguém com quem possa compartilhar sua existência. Seu
olhar estende-se por campinas verdejantes, divisando ao longe colinas floridas.
Enquanto caminha esperançoso, sente a brisa mansa a afagar-lhe os cabelos
macios. Conversa com a brisa: "Brisa, você parece ser quem tanto procuro;
você me afaga os cabelos; beija minha face; você tem o perfume das verdes
matas. Se eu pudesse ver sua face, beija-la-ia; se eu pudesse tocar os seus
cabelos, faria longas tranças e as enfeitaria com as flores do nosso
jardim!"
Após
caminhar em sonho pelos prados do paraíso, Adão deteve-se enquanto contemplava
a paisagem ao redor. Admirou-se por não ver o efeito da brisa nos ramos
floridos. Mas como, se a sentia calidamente no rosto? Começou então a despertar
de seu sonho. Ainda com os olhos fechados lembrou-se do momento em que,
sonolento, recostara-se no peito do Eterno. Seria a brisa o afago de Suas mãos?
Com esta indagação abriu os olhos e emocionou-se ao contemplar uma linda mulher
que, com as mãos perfumadas, acariciava-lhe a face com amor. Era a brisa de seu
sonho; a promessa de um Criador que só queria fazê-lo feliz.
Agora
Adão era completo, pois tinha Eva, que era carne de sua carne e ossos de seus
ossos.
Tomando-a
pela mão, Adão convidou-a para um passeio de surpresas inesquecíveis. Mostraria
à sua companheira as belezas de seu lar.
Sensibilizada
Eva detinha-se a cada passo, atraída pelas flores que exalavam suaves perfumes;
pelos pássaros que gorjeavam alegres cantos; pelos animais que os seguiam
submissos; pela vegetação de ricos matizes; pelas águas cristalinas do rio da
vida que jorravam em cascata do monte Sião. Tudo no paraíso era perfeito e
belo, mas nada se igualava ao ser humano, criado à imagem de Deus. Voltaram-se
um para o outro em admiração e carícias. Embalados por esse amor, permaneceram
até o entardecer.
Com
deleite, o jovem casal passou a contemplar o sol poente que, através de rosados
raios, coloria o céu em lindo arrebol.
Era
o sexto dia que chegava ao seu final, dando lugar às horas de um dia especial:
o sábado. Esse dia, em seu significado, seria solene para todos os súditos do
Eterno, pois seu alvorecer traria a vitória para o reino da luz.
Indagavam
o sentido das trevas quando, por entre as ramagens, viram um lindo luar, cujos
raios prateados banhavam a natureza em suave luminosidade. Todo o céu estava
iluminado pelo fulgor das estrelas. Admirados, descobriram que a noite somente
era trevas quando se olhava para baixo.
Adão
e Eva em sua inocência não sabiam que aquela noite simbolizava o futuro sombrio
da humanidade. Quando o compreendessem, ficariam confortados ao contemplar o
fulgor dos céus: o luar falaria de esperança e as estrelas cintilantes
testemunhariam o interesse das hostes da luz em aclarar-lhes as trevas morais,
dando alento aos pecadores. Mas seriam iluminados apenas aqueles que, desviando
os olhos da Terra, contemplassem os altos céus.
Após
contemplar por algum tempo o céu em sua luminosidade, o casal, lembrando-se das
belezas do paraíso, volveu os olhos, buscando divisá-las. Estavam, porém,
ocultas em meio às sombras. Quanto almejavam o alvorecer, pois somente ele
traria consigo o paraíso!
Ante
o anseio do coração humano, o Eterno surgiu em meio às trevas, devolvendo ao
casal a alegria de se encontrar novamente num jardim colorido.
Banhados
em suave luz, caminhavam agora por prados verdejantes e floridos. o brilho do
Criador despertava a natureza por onde passavam, colorindo e alegrando tudo em
derredor. O casal, admirado, aprendeu que ao lado do Eterno poderiam ter um
paraíso em plena noite.
Sentindo-se
sonolentos, Adão e Eva recostaram-se no colo do amoroso Pai, que os faz
adormecer docemente, esperançosos de um despertar feliz. Deitando-os sobre a
relva macia, o Eterno elevou-Se indo para junto das hostes contemplativas.
Voltaria a manifestar-Se ao alvorecer, fazendo o casal despertar para o mais
solene acontecimento, que reduziria a pó as vis acusações dos inimigos.
A
noite escura e fria, através de suas longas horas, parecia zombar da luz.
Ofuscaria para sempre as belezas da criação? Oh, jamais! O sol não recuaria
ante a imponência das trevas; surgiria em breve como um libertador, arrebatando
com seus cálidos raios a natureza das frias garras, dando-lhe vida e cor.
Num
último desafio, as trevas tornaram-se densas nas horas que antecederam o
alvorecer. A noite arregimentava suas forças para lutar pelo domínio usurpado.
Finalmente,
surgiu no leste um lampejo que parecia falar de esperança em um novo dia. O céu
aos poucos tornou-se colorido de um vermelho vivo. As trevas impotentes
recuaram ante a força crescente da luz e foram consumidas em sua fuga. A
natureza começou a despertar da longa noite, refletindo em seu seio os saudosos
raios. Flores abriram-se, exalando perfumes de alegria; animais e aves,
silenciados pela noite, uniram as vozes num cântico triunfal em saudação ao
alvorecer daquele dia grandioso.
A
negra noite chegara ao fim, dando lugar à luz do dia sonhado - dia que para
Deus tinha um sentido especial, pois prefigurava a final vitória de Seu reino
sobre o domínio da rebeldia.
O
Eterno agora despertaria Seus filhos humanos que, banhados pela luz de Sua
presença, haviam adormecido na esperança de um alvorecer feliz. Numa marcha
festiva, todas as hostes santas, com cânticos de vitória, acompanharam-nO rumo
ao paraíso banhado em luz. Quando já estavam próximos, o Criador deteve-Se
contemplando o casal adormecido, e exclamou suavemente: "Acordem meus
filhos." Sua voz penetrou nos ouvidos de Adão e Eva, despertando-os para a
mais feliz comunhão. Quão depressa raiara a acalentada manhã, trazendo em sua
luz o doce paraíso, perdido naquela noite! Com alegria o casal saudou o divino
Criador, unindo-se aos anjos em antífonas triunfais.
O
Universo vivia um momento deveras solene. Naquela manhã festiva, o Eterno
haveria de revelar a grandeza de Seu caráter, que é justiça e amor. As
acusações de que Seu governo era de egoísmo e tirania seriam refutadas.
Aos
olhos de todas as criaturas racionais do vasto Universo, Deus conduziu o jovem
casal ao monte Sião, lugar do divino trono. Ali, ante o estremecimento das
hostes emudecidas, o Criador, num gesto surpreendente, cobriu o homem com o
manto real, colocando sobre sua cabeça a coroa que fora cobiçada por Lúcifer.
Movidos
por profunda gratidão pela suprema honra conferida, Adão e Eva prostraram-se
reverentes, depondo aos pés do
Criador
sua coroa preciosa, em sinal de submissão. Seguiu-se a esse gesto humano um
brado de vitória que sacudiu toda a Criação. Os filhos da luz, que por tanto
tempo haviam sofrido afrontas e humilhações ante as constantes acusações das
hostes rebeldes, exaltaram em retumbante louvor o Deus bendito, que em Sua obra
de justiça desmentira os inimigos, revelando Seu caráter de humildade,
desprendimento e amor.
Tendo
constituído o homem como o senhor de toda a criação, o Eterno, com voz solene,
passou a conscientizá-lo da grandiosidade de sua missão. Como um guardião,
deveria cuidar do paraíso, mantendo límpida a fonte do rio da vida. As leis da
justiça e do amor, fundamentos do reino da luz, deveriam ser honradas. Como um
cetro racional, caberia ao homem, em gesto de reconhecimento e gratidão,
aceitar livremente o governo d'Aquele que o criou.
As
hostes, que maravilhadas testemunhavam a revelação do desprendimento divino,
compreenderam que o Senhor da Luz não governaria mais o Universo, a não ser com
o consentimento humano. O homem, pela vontade do Eterno, fora feito o árbitro
da criação; em seu glorioso ser, feito à imagem do Criador, resplandecia o selo
do eterno domínio.
Após
revelar ao casal a infinita honra e responsabilidade de sua missão, o Criador
conscientizou-o do conflito espiritual que se travava pela conquista do domínio
universal: Lúcifer, que por incontáveis eras servira ao divino Rei em Sião,
havia sido corrompido pelo orgulho e pelo egoísmo, sendo seguido por um terço
das hostes racionais; buscavam agora destronar o Eterno, desonrando-O com vis
acusações.
Tendo
revelado ao ser humano a dolorosa situação em que o Universo se encontrava, o
Eterno, num gesto solene, mostrou-lhe
duas
altaneiras árvores que, carregadas de grandes frutos, se erguiam em ambas as
margens do rio que nascia do trono. A que se elevava à direita revelou o Senhor
ser a árvore da vida monumento do reino da luz. A que se erguia à outra margem
revelou ser a árvore da ciência do bem e do mal - símbolo da rebeldia.
Comendo
do fruto da árvore da vida, o homem manifestaria sua submissão ao Criador, que
é Fonte de vida e luz. Comer da outra árvore seria entregar ao inimigo o
domínio de Sião. O inevitável resultado desse passo seria a morte eterna, não
somente para o ser humano, mas para toda a criação, que se reduziria ao caos
sob a fúria da rebeldia.
Após
contemplar demoradamente as duas altaneiras árvores, que externavam em seus
frutos tão infinita responsabilidade,
Adão
prostrou-se ante o Criador, dizendo: "Digno és Senhor de reinar sobre o
Universo, pois pela Tua sabedoria, amor e poder todas as coisas foram criadas e
subsistem."
O
sábado, emblema do triunfo divino, encheu-se de louvor. Todos os filhos da luz
uniram-se ao ser humano no mais harmonioso cântico de exaltação Àquele cuja
grandeza é sem par.
Foi
com espanto que Satã e seus seguidores testemunharam a grandiosa realização do
Eterno. Presenciaram com amargura a alegria dos fiéis ante a coroação do homem-
acontecimento que lançara por terra as fortes acusações que eles havia
levantado contra o governo divino. Cheios de frustração e ira, consideravam
agora sua triste condição. Quão terrível e humilhante era-lhes o pensamento de
verem seus planos de rebeldia desfazerem-se diante do Criador, semelhantes às
sombras daquela noite. Se pudessem, pensavam, encheriam o sábado de trevas,
banindo da mente dos súditos do Eterno qualquer esperança de vitória.
Finalmente,
em suas considerações, Satã e seus liderados compreenderam que lhes restava uma
oportunidade: no meio do jardim do Éden, nas alturas de Sião, elevava-se, junto
ao rio da vida, a árvore da ciência do bem e do mal. Bastaria um gesto humano,
nada mais, e teriam sob seu poder, para sempre, o domínio cobiçado. Mas como
seduzi-lo?
Animado
ante a perspectiva de uma conquista, Satã procurou, com engenhosidade,
arquitetar um plano de abordagem. Sabia que, se falhasse em sua tentativa,
todas as esperanças de triunfo ter-se-iam diluído, desfazendo-se todos os seus
sonhos de aventura. Concluiu que o engano haveria de ser sua poderosa arma. Não
fora através dele que conseguira dominar um terço das hostes celestes?!
Aguardaria, portanto, um momento propício para armar sua cilada.
A
Criação do Universo 4
O Éden pairava uma perfeita paz. Por
todos os lados os passarinhos faziam
ouvir seus alegres trinos em louvor constante ao Criador. Toda a natureza a
florir parecia proclamar um reino de eterna alegria. Os animais
sempre submissos ao homem, o senhor daquele
paraíso encantador.
Tudo
era felicidade para o casal; mas esta tornava-se mais intensa na viração
daqueles dias primaveris. O arrebol, que com sua beleza coloria o céu prenunciando
as escuras noites, anunciava-lhes também o momento da visita diária do Eterno.
Juntos, sob a luz de Sua presença, passavam longo tempo em conversação. Com ânimo, o casal contava ao
Senhor as surpreendentes maravilhas que iam descobrindo a cada dia na natureza.
Deus, com carinho, descerrava-lhes o significado de cada ser.
Como
Ele fora bom, trazendo-os à existência e concedendo-lhes um lar tão cheio de
delícias! Ao despertarem para as alegrias de cada dia, vinham-lhes à lembrança
as carícias e o doce canto do Eterno, que os fazia adormecer todas as noites.
A
vida de Adão e Eva no Éden não era de ociosidade. A eles foi recomendado o
cuidado do jardim. Sua ocupação não era cansativa, ao contrário, era agradável
e revigorante. O Criador indicara o trabalho como uma fonte de benefícios para
o homem, a fim de ocupar-lhe a mente e fortalecer-lhe o corpo,
desenvolvendo-lhe todas as faculdades. Na atividade mental e física, o homem
encontrava um elevado prazer.
Era
comum ao jovem casal receber visitas de seres celestes. Aos visitantes sempre
tinham novidades a relatar e perguntas a fazer. Passavam longo tempo ouvindo
deles sobre as maravilhas do reino de luz. Através desses visitantes, Adão e
Eva passaram a ter amplo conhecimento da rebelião de Lúcifer e de suas eternas
conseqüências. Aos visitantes, Adão e Eva sempre pediam que lhes ensinassem os
harmoniosos cânticos celestiais. Como se deleitavam ao unirem as vozes ao coro
angelical!
Em
Sua onisciência, Deus tinha conhecimento do terrível intento do inimigo.
Convocando as Suas hostes principais, revelou-lhes com pesar o iminente perigo
que pairava sobre o Universo. Satã haveria de armar uma cilada, a fim de levar
o homem a comer da árvore da ciência do bem e do mal. Ante essa revelação, os
filhos da luz ficaram temerosos, pois conheciam a tremenda facilidade de Satã
em enlaçar criaturas inocentes e atirá-las em suas malhas de morte.
No
solene concílio, sem a autorização de Deus, decidiram enviar, com urgência,
mensageiros para advertirem o homem do grande perigo. Dois poderosos anjos
foram encarregados dessa decisiva missão.
Imediatamente,
os mensageiros comissionados irromperam pelos portais de Jerusalém, alcançando
o seio do espaço infinito.
Em
instantes, transpuseram imensidões, cruzando todo o universo.
Podiam agora divisar a pouca distância o
Jardim do Éden, onde o destino do Universo estava para ser decidido.
Adão
e Eva viram então no límpido céu o sinal da aproximação dos visitantes celestes
e a eles ergueram os braços numa alegre saudação. Adão e Eva admiraram-se,
porém, por não verem no semblante deles a mesma alegria. Os visitantes traziam
na face uma expressão de anseio que eles não podiam entender. Tentaram
mudar-lhes a triste feição, contando-lhes as novas descobertas feitas no
paraíso. Os mensageiros, todavia, não tendo tempo disponível como outrora,
interromperam-nos com palavras de advertência. Satã haveria de armar-lhes uma
cilada, a fim de levá-los a comer do fruto da árvore da ciência do bem e do
mal. Se dessem ouvi dos à tentação, fariam sucumbir toda a criação no abismo de
um eterno caos.
Os
anjos lembraram-lhes que o reino lhes fora confiado como um sagrado depósito,
devendo, em uma vida de fidelidade, honrar Aquele que por amor esvaziou-Se,
colocando-Se numa posição de hóspede do ser humano. Adão e Eva deveriam ser
firmes ante as insinuações do inimigo, pois assim selariam a eterna vitória do
reino da luz.
Falando-lhes
da feliz recompensa que se seguiria ao seu triunfo, os anjos revelaram que era
plano de Deus a transferência de
Jerusalém
Celeste para a Terra. Ali, novamente acoplada ao paraíso, permaneceria para
sempre. E o homem, submisso ao
Criador,
reinaria pelos séculos sem fim sobre o monte Sião, em meio aos louvores das
hostes universais.
Mas
tudo isso dependia inteiramente do posicionamento humano frente às tentações do
inimigo, que faria de tudo para arrebatar-lhe o reino.
Adão
e Eva ficaram temerosos ao conhecerem os planos de Satã, mas foram consolados
ao saber e que ele não poderia fazer-lhes nenhum mal, forçando-os a comer do
fruto proibido. Se, porventura, procurasse intimidá-los com seu poder, todas as
hostes do Eterno viriam em seu socorro.
Os
mensageiros da luz concluíram sua missão recomendando ao casal permanecerem
vigilantes, tendo sempre em mente a responsabilidade que sobre eles repousava.
Adão
e Eva, agradecidos pelas advertências dos anjos, uniram as vozes num cântico de
promessa em uma eterna vitória.
Estavam
certos de que jamais abandonariam o bendito Criador, ouvindo a voz do tentador.
Animados
ante a promessa humana, os dois mensageiros retornaram ao seio da Jerusalém
Celeste onde, junto às hostes santas,
aguardariam com anseio o anelado triunfo.
Satã
viu aproximarem-se do paraíso os mensageiros e ouviu o canto do homem
prometendo uma eterna vitória. Esse cântico fez com que sua inveja e ódio
aumentassem de tal maneira que não os pôde conter. Disse então a seus
seguidores que em breve faria silenciar aquela voz.
As
hostes rebeldes ficaram curiosas para conhecer os planos de seu chefe, mas
foram por ele advertidas de que deveriam aguardar até que tudo ficasse para
sempre decidido. Se o homem ouvisse sua voz, comendo do fruto da árvore da
ciência do bem e do mal, seria vitorioso, possuindo para sempre o domínio do
Universo. Caso o homem resistisse, permanecendo fiel ao
Criador,
já não haveria qualquer esperança para eles.
O
paraíso parecia estar envolvido por uma eterna segurança, mas no semblante do
homem podia ser vista uma expressão de temor. Desde a partida dos anjos, Adão e
Eva permaneciam silenciosos, meditando com reverência sobre a tremenda
responsabilidade de sua missão. Pensavam na seriedade daquela iminente prova
que haveria de selar o seu futuro e o de toda a Criação. Animados, contudo,
ante o pensamento da vitória, uniram mais uma vez as vozes num cântico que expressava
a certeza do triunfo anelado.
Satã,
que observava atentamente o casal, percebeu estar chegando a sua oportunidade.
Aproximou-se de forma invisível do paraíso, e ficou esperando o melhor momento.
Inconsciente
da presença do inimigo, o casal continuava em sua desprendida alegria. No semblante transtornado de Satã estampou-se
um maldoso sorriso, ao presenciar um descuido do casal: em sua exaltação,
haviam afastando-se um do outro. O
astuto inimigo, não perdendo tempo, apossou-se de uma serpente, a mais bela do
paraíso, fazendo-a aproximar-se graciosamente de Eva.
Eva,
que assentada no gramado brincava com os animais, percebeu a presença da
atraente serpente, cujo corpo refletia as cores do arco-íris. Ficou admirada ao
vê-la colher flores e frutos do jardim, depositando-os a seus pés. Agradecida,
tomou-a nos braços, dedicando-lhe afeto.
Tendo
conquistado a afeição da mulher, Satã, em sua astúcia, começou a atraí-la para
junto da árvore da ciência do bem e do mal. Sem se dar conta do perigo, Eva
acompanhou a serpente até a árvore da prova. Ali, tendo nos braços o inimigo
velado, acariciou-o e disse-lhe palavras de carinho. Tendo nos olhos o brilho
da sedução, a serpente pôs-se a falar. Suas palavras eram cheias de sabedoria e
ternura e sua voz como a de um anjo. Eva mal pôde crer no que via. Sua alegria
tornou-se imensa por ter nos braços uma criatura tão fantástica. Passaram a
conversar sobre muitas coisas: o amor; as belezas do jardim; o poder do
Criador. Eva ficou admirada ante o conhecimento tão vasto da serpente, que
discorria com maestria sobre qualquer assunto. Envolvida por essa experiência,
Eva esqueceu-se completamente de seu companheiro. Nem sequer passavam pela sua
mente as advertências dos anjos.
Subitamente
o coração de Adão pulsou forte por não ver Eva a seu lado. Ergueu então a voz
num grito ansioso. Sua voz, ecoou pelo
paraíso, contudo, não trouxe consigo uma resposta. O silêncio quase o
sufocou. Em sua aflição pôs-se a correr de um lado para outro, procurando-a, em
vão. Nessa ansiosa busca, sentiu a brisa afagar-lhe os cabelos e recordou seu
primeiro sonho. Essa lembrança, no entanto, desfez-se ante o pensamento do
perigo que os ameaçava.
Com
a mente tomada por um grande senso de culpa, Adão apressou o passo na aflitiva
procura. Onde estaria a sua amada? Mais
uma vez ergueu a voz num grito ansioso que repercutiu por todo jardim:
"Eva, onde você está?" Aguardou uma resposta, mas ouviu somente um
eco vazio que o desesperou.
Lembrou-se
da árvore da ciência do bem e do mal; ali era o único lugar que não fora
procurado.
Com
a serpente em seus braços, Eva interrogou-a a respeito de muita coisa.
Maravilhou-se ao perceber que a serpente a sobrepujava grandemente em
conhecimento. Cheia de curiosidade, perguntou à serpente:
-
Onde está a fonte de seu tão grande saber? Responda-me, pois quero também
possuí-la.
Sem
perder tempo, Satã, apontando para a árvore da ciência do bem e do mal,
respondeu:
-
Ali está a fonte de todo meu saber.
Ele
conta então uma mentirosa história: disse que era uma serpente como as demais,
comendo dos frutos do paraíso. Provando certo dia daquele fruto especial,
recebeu, como que por encanto, todas as virtudes.
Olhando
para a árvore da ciência do bem e do mal, Eva ficou surpresa e confusa.
Privaria o Criador em seu amor algo tão bom às suas criaturas?! Vendo-a
surpresa, Satã perguntou:
-
É assim que Deus disse: Não comereis de todas as árvores do jardim?
Eva,
inquieta, respondeu:
-
Dos frutos das árvores do jardim comemos, mas do fruto dessa árvore que você
diz ser fonte de sabedoria, disse Deus: "Não comereis dele, para que não
morrais."
A
serpente em tom de desdém disse:
-
Isso é falso. Se fosse assim, eu teria morrido. Certamente o Eterno os proibiu
de comer dessa árvore para impedir que o homem venha a se tomar como Ele, conhecendo
todas as coisas.
As
palavras sedutoras da serpente causaram confusão na mente de Eva. Em quem
confiaria? Tinha em mente a lembrança da ordem do Criador e de sua sentença,
mas ao mesmo tempo tinha diante de si uma prova palpável que O contradizia.
Num
desafio, a serpente colheu frutos da árvore proibida e passou a saboreá-los.
Colocando um fruto nas mãos da mulher, incentivou-a a comer, dizendo:
-
Não disse o Eterno que se alguém tocasse nesse fruto morreria?
Em
Jerusalém havia grande comoção. Poderosos anjos apresentaram-se diante do
Criador, solicitando permissão para esmagarem o covarde inimigo, oculto naquela
serpente. O Eterno, contudo, impediu-lhes tal ação. Deviam respeitar o livre-arbítrio concedido
ao homem, podendo ele manifestar sua escolha sob a tentação do inimigo.
Os
filhos da luz sofriam imensamente ao verem a mulher duvidando dAquele que tão
bondosamente lhes dera a vida e a oportunidade de reinarem naquele paraíso.
Como poderia duvidar de quem lhes dedicava tanto amor?!
Eva
vacilava em sua convicção ao contemplar o fruto em suas mãos. Seu brilho, seu
encanto, uma forte magia atraia aquele fruto a sua boca. Por alguns momentos o
futuro pareceu-lhe sombrio e aterrador, mas venceu esse sentimento, pensando
nas glórias que haveria de conquistar ao comer aquele fruto. Ainda um tanto
indecisa, ergueu vagarosamente as mãos até tocar o fruto com os lábios.
Os
súditos do reino da luz, estremecidos, inclinaram-se tomados por grande
espanto. Parecia quase impossível, àquela altura, a mulher voltar atrás.
Enquanto
pálidos os fiéis indagavam sobre uma possível esperança, presenciaram com
horror a terrível decisão de Eva: resolvera romper para sempre com o Criador,
tornando-se cativa da morte.
O
Eterno, que em silêncio e dor contemplava aquela cena de rebelião, curvou a
fronte.
Os
fiéis, que em pânico julgavam-se vencidos, foram conscientizados de que nem
tudo estava perdido. Se Adão resistisse à tentação, permanecendo fiel ao
Eterno, ele selaria a grande vitória. Eva, que fora vítima de um engano, poderia
ser conscientizada de seu erro, sendo favorecida com o perdão divino.
Quando
Adão em sua angustiosa corrida alcançou o lugar da árvore, já era tarde demais.
Assentada junto ao rio, Eva saboreava despreocupadamente o fruto proibido. Adão
estremeceu. Seria mesmo o fruto da prova? Num gesto de esperança olhou para a
árvore da ciência do bem e do mal, mas em pranto reconheceu a triste
condenação. Cheio de tristeza contemplou sua esposa, mas não encontrou palavras
para despertá-la para tão amarga realidade. Em completo desespero, ergueu a voz
numa dolorosa exclamação:
"Eva,
Eva, o que você está fazendo!"
Ao
comer do fruto proibido, a mulher foi tomada por emoções que a fizeram imaginar
haver alcançado uma esfera superior de vida. Ao ouvir a voz de seu esposo,
ainda tomada pelas ilusórias emoções, ergueu a fronte estampando um sorriso,
mas surpreendeu-se ao vê-lo chorando.
Com
profunda amargura, Adão procurou saber a razão que a levara a rebelar-se contra
o Eterno. Eva, prontamente, passou a contar-lhe a fantástica história da sábia
serpente.
Satã
sabia que essa história de serpente jamais convenceria o homem a comer do fruto
da árvore proibida. Precisava encontrar uma maneira sutil de levá-lo a selar
sua sorte seguindo os passos de sua esposa. Tendo Eva sob seu poder, resolveu
fazer dela o objeto tentador. Aguardaria o momento oportuno para enlaçá-lo.
No
dia em que dela comerdes, certamente morrereis. A lembrança desta sentença
deixava Adão muito aflito. A expectativa de ver sua amada perecendo em seus
braços, era demais para suportar. Esta aflição, contudo, foi diminuindo, ao ver
que ela continuava feliz e carinhosa ao seu lado, como se nenhum mal lhe
houvesse acontecido. Aliviado, Adão voltou a sorrir, correspondendo aos afetos
de sua companheira. Rendia-se às mais doces emoções, longe de saber que era o
inimigo quem o envolvia naqueles abraços.
Nesse
momento de enlevo, Eva começou a falar-lhe de sua experiência com a ciência do
bem e do mal. Falou-lhe dos tesouros da sabedoria que lhe haviam sido abertos.
Em seu novo reino, viveria muito feliz. Entretanto, essa felicidade seria
incompleta sem a participação de seu esposo. Falou-lhe da impossibilidade de
retroceder em seus passos, e insistiu para que ele a seguisse.
Depois
de falar-lhe de sua decisão, Eva, com um doce sorriso, estendeu-lhe as mãos
contendo um fruto, pedindo-lhe que o comesse numa demonstração de seu amor por
ela.
Com
a voz tentadora em seus ouvidos, Adão assentou-se no gramado em profunda
reflexão. Sua face tornou-se novamente pálida e suas mãos trêmulas. Temia
rebelar-se contra o Criador, mas ao mesmo tempo compreendia que não conseguiria
viver separado de sua companheira, a quem amava com infinito amor. Eva era
carne de sua carne, a extensão de seu ser.
Sentia-se
angustiado ao ter de tomar uma decisão tão séria.
A
palidez do rosto de Adão refletiu-se no semblante de todos os fiéis ao Eterno.
Ouviram a insinuação do inimigo e perceberam com horror a vacilação do homem. A
indecisão de Adão deixava-os desesperados. Obedecesse ele àquela proposta de Satã,
toda felicidade seria eternamente banida. Nas decisões do ser humano estava o
destino de todo o Universo.
Depois
de intensa luta íntima, Adão olhou para sua companheira; a ela unira-se em
promessas de uma eterna entrega. Não a deixaria só agora. Partilharia com ela
os resultados da rebelião. Tomou então das mãos de Eva um fruto e, num gesto
apressado, levou-o à boca.
Procurando
abafar a voz de sua consciência, que lhe falava de uma eterna perdição, Adão
lançou-se nos braços de sua esposa, desfrutando o alto preço de sua rebelião.
Satã,
com brados de triunfo, deixou o paraíso, voando rapidamente para junto de suas
inumeráveis hostes, que aguardavam ansiosas o resultado de tão arriscada
tentativa. Ao saberem da desgraça humana, uniram-se numa estrondosa festa.
Sentiam-se seguros. Sião agora lhes pertencia por direito, podendo lá
estabelecer um reino eterno, jamais sendo molestados pelas leis do Eterno.
Em
todo o Universo os filhos da luz sofriam e pranteavam a derrota. Nunca houvera
tanta tristeza e horror ante o futuro. As vozes que viviam a entoar louvores ao
Criador proferiam agora lamentações.
O
Eterno, antes mesmo de criar o Universo já havia previsto esse triunfo da
rebeldia e, em Sua sabedoria e amor, idealizara um plano de resgate. Ordenou
que Seus mais poderosos anjos circundassem imediatamente o jardim do Éden,
impedindo que Satã tomasse posse do monte Sião. Consoladas ante a manifestação
divina, as potentes criaturas, em pronta obediência, romperam o espaço
infinito, circundando em instantes o paraíso, no seio do qual o ser humano, já
transtornado pelo pecado, vivia o negror de uma noite que seria longa e cruel.
Sendo
a autoridade do Eterno fundamentada na justiça, de que maneira poderia
justificar Suas ações diante dos inimigos? Não entregara por Sua vontade o
reino ao homem, e esse por livre escolha não o submetera a Satã? Enquanto
surpresas as criaturas racionais consideravam as ações decisivas de Deus,
ouviram Sua potente voz que, repercutindo por toda a criação, trazia a
revelação do grande mistério - revelação tão maravilhosa que a partir daquele
momento, por toda a eternidade, ocuparia a mente dos fiéis, sendo tema para as
mais doces meditações.
O
Eterno falou primeiramente sobre a terrível condenação que pendia sobre o homem
e toda a criação. Disse que, ao se desligar da Fonte da Vida, o homem havia se
precipitado em tão profundo abismo que não poderia ser alcançado pelo Seu braço
de justiça e poder. Humilhado e torturado pelas garras do inimigo, não restava
ao homem outra sorte além da morte - fruto doloroso de sua espontânea rebelião.
Considerando
a situação humana, as hostes da luz não viam possibilidades de triunfo. Sabiam
que só o homem poderia retomar o domínio do inimigo, devolvendo-o ao Criador.
Mas o ser humano, eternamente escravizado em sua natureza, seria incapaz de tal
vitória.
Com
voz melodiosa e cheia de ternura, Deus revelou o plano da redenção, dizendo:
"Na verdade, o homem colherá o fruto de sua rebelião numa terrível morte.
Não posso, com o meu poder, mudar-lhe a sorte. Se assim agisse, seria injusto
diante de meu decreto. Mas farei cair toda a condenação sobre um Substituto que
surgirá na descendência humana. Esse Homem não trará em suas mãos as algemas da
morte, sendo inocente e incontaminado em Sua natureza. Como representante da
raça humana, enfrentará Satã e o vencerá. Após triunfar nessa batalha, provando
que o amor é mais forte que o egoísmo, que a verdade é mais forte que a
mentira, que a humildade é mais poderosa que o orgulho, o fiel Substituto
erguerá as mãos vitoriosas não para saudar a grande conquista, mas para tomar
das mãos da humanidade escravizada a taça de sua condenação. Sorverá assim,
submisso, o cálice da eterna morte. Esse imenso sacrifício abrirá aos seres
humanos uma oportunidade de serem redimidos, voltando aos braços do Criador,
juntamente com o domínio perdido."
As
hostes, surpresas ante a revelação do Eterno, indagaram a identidade d'Esse
Substituto. O Criador, com um sorriso amoroso, disse-lhes:
"Parte
de Mim será esse Homem. O Meu Espírito repousará sobre uma virgem, e nela será
gerado um Filho Santo. Esse menino será divino e humano. Em sua humanidade, ele
será submisso à divindade que n'Ele habitará. Os remidos verão n'Ele o Pai da
Eternidade, o Criador e Redentor, o Rei dos reis. O Seu nome será Yoshua (nome
hebraico que traduzido significa o Eterno salva)."
Assumindo
a natureza humana, Deus poderia pagar o resgate, morrendo em lugar dos
pecadores.
As
hostes da luz ficaram emudecidas ao conhecer o plano do Criador. O pensamento
de verem-nO submeter-Se a tão penoso sacrifício, a fim de redimir o domínio
perdido, era demais para suportarem. Não havia, contudo, outra esperança de
vitória, a não ser através dessa amorosa entrega.
Após
desfrutar o pecado, o jovem casal
sentiu-se mal. Inicialmente sentiram um grande vazio no coração, que logo foi
preenchido pelo remorso e pela tristeza. Perceberam que, inspirados pela
cobiça, haviam selado sua triste sorte e a de toda a criação. Parecia-lhes
ouvir ao longe o gemido de um Universo vencido.
O
sol, que os enchera de vida e calor naquele dia, ocultava-se no horizonte,
anunciando-lhes uma negra noite. O arrebol, que até ali anunciara-lhes o feliz
encontro com o Criador, parecia envolvê-los numa sentença de que jamais
despertariam para um novo dia. Com o olhar voltado para o frio solo, vinha-lhes
à lembrança a sentença: "No dia em que dela comerdes, certamente
morrereis." Desesperadas lágrimas rolavam em seus rostos ao aguardarem o
trágico fim.
Ao
considerar o motivo de sua rebelião, Adão começou a recriminar sua esposa por
ter dado ouvidos à serpente. Eva, por sua vez, procurando desculpar-se, lançou
a culpa sobre o Criador, dizendo: "Por que o Eterno permitiu que a
serpente me enganasse?!"
O
amor que reinava no coração humano desaparecia, dando lugar ao orgulho e ao
egoísmo, que se fundiam em ressentimentos e ódio. Sua natureza já não era pura
e santa, mas corrompida e cheia de rebeldia. Tudo estava mudado. Mesmo a brisa
mansa que até ali os havia banhado em carícias refrescantes, enregelava agora o
culposo par. As árvores e os canteiros floridos, que eram seu deleite,
consistiam agora em empecilhos ao caminharem sem rumo naquela noite.
O
propósito de Satã em encher o sábado de trevas parecia haver se cumprido.
Naquela noite, não existia sequer o reflexo prateado do luar para falar-lhes de
esperança. As estrelas cintilantes, suspensas no escuro céu, estavam ofuscadas
pela dor.
Baixavam
sobre o mundo as trevas de uma longa noite de pecado - sombras sob as quais
tantos se arrastariam sem esperança de um alvorecer.
A
noite já ia alta e as trevas pareciam envolver o triste casal em eternas
sombras quando surgiu repentinamente um brilho no céu, que ia aumentando à
medida que se aproximava da Terra. O casal estremeceu, pois sabia que era o
Criador que vinha dar-lhes o castigo. Vencidos pelo pânico, puseram-se a
correr, distanciando-se do monte Sião, o lugar da vergonhosa queda. Justamente
para ali viram o Criador dirigir-Se. Eles, que sempre corriam ao encontro do
amoroso Pai, atraídos por Sua luz, fugiam agora desesperados em busca de
lugares escuros, de densa floresta.
O
Eterno, movido por infinito amor, passou a seguir os passos do casal
fugitivo. Como tudo se transformara!
Seus filhos não conseguiam mais ver n'Ele um Pai de amor, mas alguém que,
irado, buscava castigá-los.
Movido
por forte anseio de abraçar Seus filhos humanos, Deus fez ecoar a voz numa
indagação: "Adão, onde vocês se encontram?" Sua voz, ao soar em meio
às trevas, trazia consigo somente um eco vazio
Quantos,
enganados por Satã, fugiriam de Sua presença no decorrer da longa noite de
pecado, julgando-No um Senhor tirano, que vive buscando falhas e fraquezas nos
pecadores, a fim de castigá-los! O Criador, todavia, não desistiria de
procurá-los pelos vales sombrios do reino da morte, até conquistar um povo arrependido.
Adão
e Eva, exaustos pela pressurosa fuga, esconderam-se por entre a folhagem de um
pé de figueira. Reconhecendo sua nudez, procuraram fazer aventais cosendo
aquelas folhas. Vestidos assim, julgaram poder livrar-se do sentimento de
vergonha ante o Criador.
O
Eterno, aproximando-Se do local onde o casal se escondia, perguntou:
-
Adão, onde estão vocês?
Não
podendo mais se ocultar de Deus, Adão ergueu-se juntamente com sua companheira
e, cabisbaixos, apresentaram-se ao Criador, prostrando-se trêmulos a Seus pés.
Não conseguiram encará-Lo mais, devido ao senso de culpa.
O
Criador, carinhosamente, tomou-os pelas mãos, erguendo-os do chão, e, com
expressão de tristeza no semblante,
perguntou-lhes:
-
Por que vocês fugiram de Mim? Acaso comeram do fruto da árvore da ciência do
bem e do mal?
Adão,
todo trêmulo, com voz entrecortada de
temor, respondeu:
-
A mulher que me deste por companheira, ela deu-me o fruto e eu comi.
Com
esta resposta, Adão procurava desculpar-se, lançando a culpa sobre sua companheira.
Voltando-Se
para Eva, o Eterno indagou-lhe:
-
Por que você fez isso?
Eva
prontamente respondeu-Lhe:
-
Aquela serpente me enganou e eu comi.
Ambos
não queriam reconhecer a culpa, lançando-a sobre outrem. Em suma, atribuíam ao
Criador a responsabilidade por todo o mal praticado: "Por que
concedera-lhes o livre-arbítrio? Por que criara a mulher? Por que criara a
serpente?"
Deus
observava Seus filhos que, tímidos e desconcertados, permaneciam diante de Si.
Com profunda tristeza, Ele previu que essa seria a experiência de incontáveis
seres humanos no decorrer da história. Quantos haveriam de se perder por não
reconhecerem a própria culpa! Quantos procurariam justificar-se, lançando seus
erros sobre os outros e até mesmo sobre o Criador!
Com
palavras brandas, o Eterno procurou fazê-los reconhecer sua culpa. Somente
reconhecendo sua necessidade, poderiam ser ajudados.
Olhando
para as frágeis vestes tecidas por mãos pecadoras, disse ao casal:
-
Filhos, essas vestes são insuficientes, logo secando se desfarão. Vocês
precisam de vestes duradouras, que possam cobrir vossa nudez, livrando-vos da
condenação. Se vocês quiserem, Eu posso dar-lhes essa veste.
Ante
as palavras bondosas do Criador, que traziam esperança, o casal prostrou-se
arrependido, despindo-se de suas ilusórias vestes, símbolos de seu fracasso.
Almejavam agora as vestes da salvação, prometidas pelo divino Pai.
A
Criação do Universo 5
Depois de contemplar Seus filhos que,
arrependidos, jaziam a Seus pés, o Eterno tomou-os carinhosamente pelas mãos e
os levantou. Alegrava-Se em poder revelar ao homem caído o plano da redenção.
Deus
passou a descerrar-lhes primeiramente os amargos resultados de sua queda,
dizendo: "Filhos, vocês selaram o destino de toda a criação nas garras da
morte. A desarmonia já permeia a natureza, procurando destruir nela todas as
virtudes. O abismo no qual vocês imergiram pela desobediência é por demais
profundo para que possam ser alcançados pelo meu poderoso braço. Assim,
desligado da Fonte da Vida, não resta mais ao ser humano outra sorte além da
morte."
Depois
de proferir estas palavras que revelavam uma triste sorte, o Eterno convidou o
casal a segui-Lo. Cabisbaixos, Adão e Eva, em pranto, seguiram o Criador em
Seus passos de justiça, que encaminhavam-nos ao lugar da vergonhosa queda, onde
supunham encontrar o doloroso fim.
Enquanto
caminhavam, contemplavam através das lágrimas as belezas adormecidas banhadas
pela luz de Deus. Viam os inocentes animais, que não tinham consciência da
grande dor Subitamente, o casal se deteve, vencido por intenso pranto; seus
vacilantes passos os haviam levado para junto de um cordeiro, o animalzinho
mais querido. Seus olhinhos de meiguice haveriam também de se apagar!
Enxugando-lhes
as lágrimas, o Eterno ordenou-lhes tomar nos braços o inocente cordeiro.
Envolvendo-o
junto ao peito, acompanharam silenciosamente os passos do Criador, até
alcançarem o topo do monte Sião, lugar da vergonhosa queda. Contemplando ali os
restos dos rubros frutos, com ímpeto lhes veio à mente a lembrança da sentença
divina: "No dia em que dela comerdes, certamente morrereis."
O
terrível momento chegara. O homem culpado deveria sorver o amargo cálice da
morte, sucumbindo sem esperança.
Consciente
de sua perdição, o casal percebeu, com horror, que as mãos que os trouxeram para
a vida empunhavam agora um cutelo pontiagudo de pedra. Trêmulos, prostraram-se
e esperaram pelo cumprimento da justa sentença.
Enquanto
emudecidos pelo medo, Adão e Eva aguardavam o golpe que os reduziria a pó,
sentiram o toque macio das mãos divinas que os erguiam para uma nova vida. A
condenação, contudo, haveria de recair sobre um substituto.
Colocando
nas mãos de Adão o cutelo, o Criador lhe disse:
-
O cordeiro morrerá em lugar de vocês.
Adão
deveria sacrificá-lo.
Assustado
ante a ordem de Deus, o casal, em pranto, pôs-se a clamar:
-
Senhor, o cordeirinho não, ele é inocente! Com expressão de justiça, o Eterno
acrescentou:
-
Se ele não morrer, vocês não poderão ter as vestes das quais falei.
Ante
a insistência do Criador, Adão, todo tremulo, num esforço doloroso, cravou no
peito do cordeirinho aquela aguda pedra.
O
golpe foi fatal, e o animalzinho, vertendo seu precioso sangue, mergulhou nas
trevas de uma noite sem fim.
Contemplando
o cordeirinho inerte sobre a relva ensangüentada, o casal ergueu a voz e
chorou. Começavam a compreender a enormidade de sua tragédia. Quão terrível era
a morte! Ela, em seu poder, apagara toda a luz dos olhos do inocente animal.
Inclinando-Se
silenciosamente sobre o corpo inerte do cordeiro, o Eterno tirou-lhe a pele
revestida de branca lã e com ela fez túnicas para cobrir a nudez do casal. Após
vesti-los perguntou-lhes com carinho:
-
Vocês entenderam o sentido de tudo isto?
Em
profunda reflexão, por entre soluços de reconhecimento e gratidão, o casal
exclamou:
-
Ele morreu em nosso lugar, para dar-nos suas vestes!
Adão
e Eva, embora compreendessem aquela realidade física, estavam longe de entender
o significado daquele acontecimento.
A
eles o Criador revelaria o mistério do divino amor.
Com
expressão de infinita misericórdia, Deus passou a revelar ao ser humano o
sentido daquele doloroso sacrifício, dizendo:
O
inocente cordeirinho, que hoje padeceu, simboliza um homem que haverá de
nascer. Em seus olhos haverá a mesma meiguice, o mesmo amor. Revestido por uma
vida justa, como a branca lã que cobria o cordeiro, esse homem crescerá como um
renovo sobre a Terra, não tendo nas mãos as algemas do pecado. Em sua
aparência, esse homem não trará a pompa de um rei, por isso será desprezado por
muitos. Será um homem de dores, pois cairá sobre si o peso de todas as
provações. Em sua fidelidade ao reino da luz, esse homem lutará contra o
inimigo usurpador, vencendo-o finalmente. Após triunfar em suas lutas, tomará
sobre si o fardo de vossa condenação que lhe causará uma terrível morte. Ele
será traspassado por causa da vossa rebelião e moído pelas vossas iniqüidades.
Será oprimido e humilhado, mas não abrirá a sua boca, como o cordeirinho que
hoje entregou-se pacificamente. Sucumbindo na morte, ele vos concederá os
méritos de sua vitória. Envolvidos por suas vestes de justiça, estareis livres
da condenação. A vida eterna alcançareis assim, mediante o sacrifício desse
homem justo que haverá de nascer.
Adão
e Eva, que num misto de gratidão e dor ouviram a revelação de tão grande
salvação, indagaram reverentes a respeito desse homem especial que em sua
descendência haveria de surgir, a fim de cumprir tão imenso sacrifício.
O
Criador, olhando-os ternamente, movido por um amor que supera mesmo a morte, os
envolveu num carinhoso abraço e revelou:
-
De Meu sofrimento surgirá este Homem!
-
Nós somos merecedores da morte Senhor, mas Tu és inocente e não deves sofrer em
nosso lugar!
Enxugando-lhes
as lágrimas, o Eterno com ternura lhes falou:
-
Meus filhos, Eu os amo com um eterno amor.
-
Após sorver o cálice da eterna morte, Este Homem retomará a vida e subirá ao céu. Intercederei
ali pelo homem perdido, concedendo a todos aqueles que, arrependidos, aceitarem
meu sacrifício, as vestes de minha vitória. Juntos, triunfaremos finalmente
sobre o reino do pecado que se desfará em cinzas sob nossos pés. Criarei então
um novo Céu e uma nova Terra, onde unicamente a justiça e o amor reinarão.
Viveremos assim para sempre, num reino de perfeita harmonia e paz.
O
Criador, que acompanhado pelo casal permanecia ainda sobre o monte Sião,
concluiu Suas revelações dizendo: "O jardim do Éden ficará agora vazio. O
ser humano, durante a longa noite de pecado, vagueará em seu exílio. Não
andará, contudo, sozinho: o Eterno, também peregrino, trilhará com o homem toda
a estrada espinhosa, até poderem juntos galgar o monte perdido, triunfando
gloriosamente sobre o reino da morte. A árvore da ciência do bem e do mal
monumento da rebeldia será então desfeita, dando lugar a uma árvore gloriosa
que, unindo sua copa à árvore da vida, se tornará no arco comemorativo da
grande vitória. Sobre o santo monte redimido, repousará então para sempre o
torno universal, que pelos fiéis triunfantes será nomeado: o trono de Deus e do
Cordeiro."
Adão
e sua companheira, após ouvirem palavras tão confortadoras e cheias de
esperança, ergueram a voz num cântico de gratidão e louvor. Conheciam agora o
infinito amor de seu Criador e estavam dispostos a servi-Lo.
Depois
de consolar o casal, Deus levou-os para fora do Éden. Não lhes foi fácil se
despedir daquele precioso lar; ali haviam despertado para a vida nos braços do
Eterno; ali desfrutaram momentos de pura felicidade, em companhia do Criador,
dos anjos e dos dóceis animais. Uma saudade infinita parecia envolver o casal
em seus passos de abandono.
Foi
com espanto que Satã e seus súditos presenciaram a intervenção do Eterno.
Ficaram abalados ante a surpreendente revelação do plano de resgate. Com
raivosa frustração, compreenderam que, se de fato a promessa divina se
concretizasse, não restaria nenhuma esperança.
Depois
de refletir sobre tudo o que acontecera, uma grande ira apossou-se de seu
coração. Não estava disposto a reconhecer a redenção do ser humano. Faria todos
os esforços para retê-lo, juntamente com o reino que lhe fora entregue.
Quando
o casal, acompanhado pelo Criador, alcançou o vale ferido pela morte,
amanhecia. Ali Satã os enfrentou com fúria, numa tentativa de se apossar
novamente do ser humano. O casal ficou trêmulo em face do inimigo, mas as mãos
protetoras de Deus os acalmaram.
Expressando
no semblante a firmeza de uma justiça que é eterna, o Eterno silenciou as
ameaças do inimigo com as seguintes palavras: "O ser humano Me pertence,
pois Eu o comprei com o meu sangue".
Ao
caminharem junto ao Criador, Adão e Eva
observavam com tristeza os sinais da morte estampados naquela natureza antes
tão cheia de vida. As belas flores, que haviam desabrochado para exalar aromas
eternos, pendiam agora murchas; os passarinhos, que com alegria os saudavam em
cada alvorecer com os seus trinos, voavam agora distantes, fazendo soar tão
tristes cantos! Tudo estava mudado na natureza. A ciência do bem e do mal não
trouxera nenhum bem ao Universo, mas um intenso conflito espiritual e físico.
Ante
as conseqüências devastadoras de sua queda, o casal, vencido por uma indizível
tristeza, prostrou-se arrependido e chorou amargamente. Deus, que também
compungido pela dor contemplava o cenário desolador, procurou, com palavras de
esperança, confortá-los. Falou-lhes sobre o novo Céu e a nova Terra que um dia
criaria, onde a paz e o amor voltariam a reinar em cada coração. Ali viveriam
sempre juntos, não trazendo na fronte as marcas da tristeza, mas coroas de
eterna vitória.
Ali
enxugaria as lágrimas de suas faces e essas jamais voltariam a umedecer os seus
olhos.
Amparando
Adão e Eva em seus passos, o Criador conduziu-os através de um vale ferido, até
alcançarem o sopé de uma colina. Galgaram-na em lentos passos, enquanto
trocavam palavras de ânimo e esperança. Seus pés alcançaram finalmente a relva
macia que cobria o topo espaçoso daquela colina. Era sobre aquele lugar que o
casal via a cada dia o sol declinar, banhando o céu e os vales de um vermelho
vivo, como o sangue que jorrara do peito do cordeiro.
O
sol declinava em sua jornada, anunciando a chegada de mais uma triste noite - a
primeira fora do paraíso. Num calmo gesto, o Eterno, mostrando-lhes o vale
sobranceiro à colina, falou-lhes com carinho: "Aqui será vossa provisória
morada. Daqui podereis contemplar o paraíso que por algum tempo permanecerá na
Terra, até ser recolhido ao seu lugar de origem, no seio da Jerusalém Celeste.
Ali, protegido pela justiça, aguardará o alvorecer da vitória. Quando esse
grande dia chegar, retornaremos juntos a Sião, onde seremos coroados em glória,
num reino de eterna felicidade e paz".
Depois
de dizer estas palavras, Deus ordenou ao casal que construísse naquele lugar um
altar de pedras, sobre o qual a cada semana, na noite que antecede o sábado,
deveriam imolar um cordeiro, pela memória de Seu sacrifício. Como sinal de Sua
presença, e para a certeza de que seus pecados seriam perdoados, Ele acenderia
um fogo sobre o altar, o qual duraria toda a noite, até consumir por completo a
oferta do sacrifício.
Para
que o ser humano pudesse firmar sua fé sobre as verdades reveladas, e não na
manifestação visível da pessoa do Criador,
Ele
haveria de permanecer invisível daquele momento em diante. Somente em ocasiões
especiais, quando se fizesse necessário
Sua
aparição ou a de anjos para novas revelações e advertências, isto ocorreria.
O
Eterno disse-lhes com amor: "Filhos, embora vocês tenham de permanecer
neste ambiente hostil, não precisam temer, pois Eu permanecerei ao lado de
vocês. Serei um companheiro amigo nesta jornada; levarei sobre os meus ombros
suas dores, seus anseios, suas lutas. Quando, tentados pelo inimigo, estiverem
a ponto de ceder, poderão encontrar abrigo em meus braços, que sempre estarão
estendidos para salvá-los e, se algum dia vocês não resistirem, e pela fúria do
inimigo forem arrastados para as profundezas do abismo, não se desesperem
julgando não haver esperança, pois Eu estarei ali para acudi-los com o meu
perdão e força. Tenham sempre em mente o significado das vestes recebidas das
minhas mãos, pois elas falam da redenção que ao homem pertence. Descansem
filhos meus, nos meus braços de amor."
O
Criador deixou o casal adormecido sobre a relva, depois de beijar-lhes as faces
já marcadas pelo sofrimento. Sua luz dissipou-se ao tornar-Se invisível, dando
lugar às trevas daquela primeira noite fora do paraíso.
Deus,
ainda que invisível, permanecia ao lado de Adão e Eva ali na colina. O
sofrimento deles era o Seu sofrimento, como também a esperança de um dia
retornarem vitoriosos a Sião.
Longa
seria a noite do pecado, e renhida a batalha pela reconquista do reino perdido.
O triunfo da luz requereria da parte de Deus um sacrifício imenso. Na pessoa do
Messias, a seu tempo, ele nasceria entre os homens, com a missão de pagar o
preço do resgate. Por meio dEle muitos seriam libertos das garras do inimigo:
todos aqueles que O aceitassem como Salvador e Rei.
Contra
esses escolhidos, o inimigo arregimentaria todas as forças procurando fazê-los
cair.
Em
sua visão do futuro, o Criador contemplou com alegria o triunfo final dos
redimidos. Haviam sido extremamente provados, mas em tudo foram mais do que
vencedores por meio dAquele que os redimiu das trevas para o reino da luz.
Depois
de antever os sofrimentos que adviriam da grande luta, o Eterno estendeu o
olhar pelas planícies cativas, contemplando ali as hostes rebeldes dispostas
para a luta. O objetivo desses exércitos, era apossar-se novamente do ser
humano, no qual estava selado o direito de domínio sobre o Universo.
Contrária
à natureza do Criador é a guerra, mas para defesa de Seus filhos, estava
disposto a empregar o Seu poder. Sua força, contudo, somente seria empregada
com justiça. Se o ser humano recusasse essa proteção oferecida mediante o
sacrifício do Messias, Deus nada poderia fazer para impedir que o mesmo
perecesse nas garras do inimigo. Adão e Eva, contudo, haviam se arrependido de
seu grande pecado, recebendo pela misericórdia de Deus vestes de salvação,
simbolizadas pelas peles do cordeiro sacrificado.
Justificado
pela entrega do casal, o Eterno convocou Seus poderosos exércitos para a
peleja. Em pronta obediência as hostes da luz irromperam pelo espaço sideral em
direção à Terra, circundando qual forte muralha a colina, portadora daquele
tesouro redimido pelo sangue do divino Rei.
Ao
ser humano fora conferido no Éden o dever de cuidar da natureza : preparavam
canteiros para as flores; colhiam frutos para mantimento; dirigiam os animais
em seu inocente viver, adestrando-os para que lhes fossem úteis. Essas
ocupações tinham sido para eles fontes de desenvolvimento e prazer. Agora,
apesar das adversidades, deveriam continuar realizando esse dever. O trabalho
em si, realizado segundo as ordens do Criador, já anularia muitos ataques do
inimigo.
As
primeiras ocupações do casal naquela manhã, trouxeram-lhes revelações do grande
amor de Deus, até então desconhecidas. Ao reunirem as pedras para construção do
altar, experimentaram a dor de feridas que jorram sangue, como também a fadiga
que faz minar suor. Sentindo e contemplando tudo na própria carne, amaram mais
o Salvador, para quem o altar construído prefigurava feridas maiores, que
verteriam todo o Seu sangue, como também fadigas que minariam toda a seiva de
Sua vida.
O
olhar de saudade e de esperança do casal de agora em diante, jamais pousaria no
Éden distante, sem discernir primeiro o altar dos sacrifícios. Esse altar, com
suas manchas de suor e sangue, permaneceria como uma lembrança da dor e do
sofrimento que, depois de umedecer os lábios dos seres humanos, transbordaria
na taça do Criador.
Após
contemplar por longo tempo o paraíso da eterna vida que estendia-se muito além
daquele altar escuro de morte, o casal experimentou o doce alívio do descanso.
Desejosos
de conhecer as paisagens de seu novo lar, Adão e Eva, animados pela esperança,
saíram a passear. Seus passos conduziram-nos por caminhos de sorrisos e de
lágrimas; de encantos e desilusões; de flores que desabrochavam delicadas,
banhadas em perfume, e de flores despetaladas, tombadas murchas e sem cheiro;
de animais ainda dóceis e submissos e de animais inimigos, ferozes e
ameaçadores. O casal discernia em seu passeio as divisas de dois mundos: o da
luz e o das trevas; do amor e do egoísmo; da esperança e do desespero; da
harmonia e da desarmonia; da vida e da morte. Essa visão encheu-lhes de
tristeza e choraram longamente. Essa tristeza aumentaria ainda mais no futuro, quando
descobrissem o aprofundamento dessas divisas no seio de sua descendência.
Seis
arrebóis já haviam colorido os céus anunciando ao casal as noites escuras e
frias que com seu manto de trevas desfazia todas as imagens vivas, menos a
esperança de revê-las coloridas no alvorecer de luz.
Aproximava-se
agora a hora do sacrifício, quando o rude altar, abrasado em sua justiça
clamaria pôr sangue. Se não lhe oferecessem a oferta, explodiria com certeza,
envolvendo todo o mundo com suas chamas; Já não haveria então alvorecer, nem
esperança de Éden a florir.
Quão
precioso é o sangue! Sangue é vida; vida é luz! Para um ser aquela noite
tornar-se-ia eterna, sem alvorecer! Esse ser deveria assumir a culpa de todo o
mundo, dando o seu sangue ao rude altar.
Adão
e Eva depois de refletirem por longo tempo, contemplando o berço da morte
construído pôr suas mãos, entreolharam-se inquietos com essa questão decisiva:
Quem se oferecerá? Essa indagação nascida de sua culpa, fez vibrar no profundo
de suas lembranças a voz do bendito Criador em Sua revelação de infinita
bondade: - Eu os amo com um eterno amor; Eu morrerei em vosso lugar".
Agradecido,
o casal prostrou-se reverentemente ante o sedento altar, vendo-o pela fé,
saciado pelo dom do eterno amor.
Naquela
tarde de sexta-feira, Deus submetia o ser humano a uma tremenda prova de fé.
Eles tinham diante de si o altar de pedras, construído conforme a ordem divina,
mas não havia nenhuma ovelha para o sacrifício. Em seu anseio, lembravam-se do
Éden, onde havia muitos rebanhos.
Ao
verem o sol tombar no horizonte, Adão e Eva passaram a clamar a Deus por
socorro, pois sabiam que somente um milagre poderia providenciar-lhes, naquele
derradeiro momento, um cordeiro para o sacrifício.
Quando
as sombras do anoitecer começaram a envolver a colina, o casal que vivia tão
dura prova de fé, discerniu um pontinho branco que saltitava no gramado vindo
em direção deles. À medida em que se aproximava, aquele vulto parecia falar de
esperança, de vida e calor. Ao verem que o grande milagre acontecera, correram
ao encontro do cordeiro, envolvendo-o nos braços. Ele estava fatigado, mas não
descansaria: daria descanso. Estava sedento, mas não beberia: daria de beber ao
altar que clamava por sangue. Aquele cordeiro tinha vontade de viver nos braços
do homem, mas morreria, para que esse pudesse viver nos braços de Deus. Era um
perfeito simbolismo do Redentor que deixaria Sua glória, vindo em busca do
pecador.
As
trevas de mais uma noite baixaram lentamente envolvendo toda a natureza em sua
prisão. Sua força, porém, seria quebrada diante do ser humano, pelo brilho de
um fogo especial, aceso pelas mãos do divino perdão sobre o corpo sem vida do
inocente cordeiro.
Em
meio à noite o altar clama; o homem
triste exclama, enquanto o cordeiro, mudo, não reclama ao ser estendido para a
morte.
As
mãos que construíram o altar erguem-se agora, não para acariciar como outrora,
mas para ferir, sangrando o preço do perdão. Só um gesto, nada mais, e a
estrela se apagará para sempre dos olhos inocentes, fazendo brilhar na face
culpada a luz da salvação.
Adão,
trêmulo hesita em compaixão. No cordeirinho manso e submisso, pronto a morrer
em seu lugar, vê o Salvador prometido. Com o coração arrependido, num esforço
doloroso, crava o cutelo de pedra no peito do animalzinho que perece em suas
mãos sem sequer dar um gemido.
O
poder da noite imediatamente é quebrado pelo brilho do fogo da aceitação. Sua
luz revela ao ser humano sua trágica condição: Vendo as mãos manchadas pelo
sangue inocente, o casal sente-se culpado por aquela morte. Em pranto
ajoelham-se ante o altar que já não lhes reclama sangue, mas oferece luz,
aceitando o imerecido perdão.
Erguendo-se,
o casal contempla demoradamente o corpo ferido do pobre cordeirinho, sem poder
agradecer-lhe pela riqueza concedida em troca de seu tão rude golpe.
Banhados
pela suave luz do sacrifício, Adão e sua companheira permanecem a meditar, até serem vencidos por um profundo
sono. Recostando-se ao solo coberto de relva macia, adormecem docemente sob os
cálidos raios do perdão, certos de que seu brilho e calor perdurariam até serem
as trevas daquele sábado desvanecidas completamente pelo fulgurante sol.
A
luz do cordeiro, desde que fora acesa sobre o altar naquela noite, permanecia
em constante guerra com as trevas. Por várias vezes crescia em brilho,
afugentando para distante a fria escuridão, banhando a natureza com os seus
raios de vida. Por vezes, as trevas trazendo o seu vento frio, quase bania por
completo a chama. Essa, todavia, num grande esforço alimentava-se do sangue do
cordeiro, lançando ao alto sua ardente chama, inundando de luz e calor tudo
aquilo que havia ao redor.
O
conflito entre a luz nascida do sacrifício e as trevas naquela noite,
descerravam aos fiéis do Universo muitas lições importantes - verdades que
ocupariam suas mentes por toda a eternidade. Naquela chama, ora ardente em seu
brilho, ora fustigada pelos ventos da noite, os fiéis viam uma representação do
conflito milenar entre o bem e o mal; conflito que sem trégua se estenderia até
o alvorecer . O Eterno, no penhor de Seu futuro sacrifício, acendera em meio
das trevas, a luz da verdade, e essa seria mantida acesa no coração do ser
humano, em virtude de Seu sangue que seria derramado para remissão da culpa.
Contra essa luz, o inimigo arremessaria todos os ventos frios da maldade,
banindo do coração de muitos o seu doce brilho. Quantos jazeriam perdidos por
recusarem a luz do perdão divino, ficando envoltos pelas trevas da escura
noite!
Depois
de longas horas de combate, surge no céu os sinais do amanhecer. A escuridão
que com ira havia lançado seus ventos sobre a imorredoura chama procurando
bani-la, torna-se confusa ante os sinais do amanhecer. O céu tingido de um
vermelho vivo, faz lembrar o sangue que jorrara do peito do cordeiro para que a
chama do perdão pudesse iluminar a noite humana. Em meio ao colorido de sangue,
surge no horizonte o fulgurante sol, trazendo em seus aquecidos raios o sabor
da vitória, envolvendo tudo com sua vida. O alvorecer em seu saudoso afeto,
acaricia o distante paraíso, levando de seu amado seio em sua brisa matinal o
aroma da saudade, numa mensagem de consolo e esperança às criaturas sofredoras
do vale da morte.
Banhados
pelos cálidos raios e pela brisa da esperança, o casal desperta em mais um
sábado, cujo simbolismo aponta para o descanso no reino de Deus, ao culminar o
grande conflito entre a luz e as trevas.
Para
além daquele altar coberto de cinzas, Adão e Eva contemplam demoradamente o
saudoso paraíso. Ainda que distantes em seu exílio, alegram-se com a certeza de
que o sacrifício do Messias fará raiar para eles o sábado dos sábados: aquele
de lágrimas para sempre banidas; de sol sempre a brilhar num límpido céu; de
cordeiros sempre vivos a brincar pelo gramado; dia sem anoitecer, quando não
haverá mais altar coberto de sangue e cinzas. Suspiram por esse dia de glória,
quando Dês Se fará eternamente visível, levando nas mãos as marcas de Seu
infinito amor pelos Seus filhos.
Adão
e Eva que estavam acostumados às flores eternas no paraíso, aquelas que não as
viram desabrochar, viam-nas agora surgirem em tenros botões, em meio às ameaças
de espinhos prontos a ferirem. Essas tenras flores, sem importarem-se com os
espinhos, exalavam perfumes suaves de louvor e gratidão, jamais se cansando de
agradar o ambiente. Quando fustigada pelos ventos frios da noite, essas flores
não se ressentiam, mas ofereciam seu aroma, que transformava a fúria dos ventos
em brisas perfumadas de um alvorecer.
Movidos
por profunda gratidão, o casal acompanhava atentamente o ministério de amor
daquelas flores que, jamais se cansavam de abençoar, oferecendo sua beleza e
perfume como alívio para aqueles que eram feridos pelos rudes espinhos.
Aquelas
flores singelas e puras, depois de mostrar em sua curta vida que o perdão e o
amor são mais fortes que todos os ventos e espinhos, num último esforço de
comunicar alegria, exalavam seu perfume, tombando murchas e sem vida sobre o
solo frio. Ali, esquecidas, transformavam-se em insignificante pó que era
espalhado pelo vento.
A
morte das flores, ainda que parecesse fracasso, revelou ao casal o mistério do
renascimento da vida: Morrendo, as flores davam vida aos frutos que, por sua
vez, depois de servirem de alimento, doavam suas sementes cheias de vida. Na
morte dessas sementes, renascia o milagre da vida, multiplicando as árvores com
suas flores prontas a repetir o ensinamento do amor e do sacrifício.
A
natureza, portanto, embora maculada pelo pecado, revelava o mistério oculto do
plano da redenção. Cada flor a desabrochar em meio aos espinhos, em sua curta
vida de amor, era um símbolo do Salvador que nasceria entre os espinhos da
maldade, para com o seu perfume consolar o coração dos aflitos. Semelhante à
flor, o Messias depois de provar que o amor e o perdão são mais fortes que
todos os ventos do ódio; que a verdade e a justiça do reino de Deus são maiores
que todos os enganos e injustiças do reino do inimigo, verteria a seiva de sua
vida, morrendo para redimir os culpados.
A
Criação do Universo 6
Consolados pelas revelações da natureza, Adão
e sua companheira, aprendiam a cada dia
a amar mais o Salvador. Cresciam em sabedoria, humildade e santidade. Todas as
virtudes destruídas pelo pecado, renasciam no coração.
A
colina, sob a proteção dos anjos da luz, tornou-se numa miniatura do Éden distante. Entre os animais
reunidos e domados com amor, haviam muitas ovelhas. Na noite que antecedia cada sábado, Adão
tinha, por ordem do Criador, de repetir o doloroso ato. Quanta amargura e
arrependimento sobrevinham ao casal ao baixarem as trevas da noite do
sacrifício! Quanto consolo lhes trazia a chama do perdão que jamais deixara de
brilhar sobre o altar.
O
decisivo valor do sacrifício, para que a vida pudesse florescer sob a proteção
divina, levou o casal a valorizar imensamente o seu pequeno rebanho. Cada
sexta-feira, contudo, passou a trazer consigo, além da dor, uma inquietação: -
Quem doará seu sangue ao altar quando a última ovelha perecer?
Aos
olhos do casal maravilhado, aconteceu enfim o milagre do amor, renovando-lhes a
esperança de viverem outras semanas sob o brilho da chama do perdão: uma
ovelha, a mais gorda delas, passou a sangrar como em sacrifício; De sua dor,
nasceram-lhes quatro cordeirinhos.
Cheios
de alegria e gratidão, Adão e Eva prostraram-se ante o Salvador invisível,
tendo nas mãos aquelas novas criaturinhas que traziam em seus olhos a mesma
meiguice e disposição para o sacrifício.
Seguros
de que novos milagres multiplicariam seus dias, o casal uniu sua voz como
outrora, num cântico de gratidão e adoração ao Criador que, como os
cordeirinhos nasceria também da dor para cumprir em sua vida o maior de todos
os sacrifícios, para salvação da humanidade.
O
Eterno, embora invisível aos olhos de Seus filhos humanos, permanecia bem
próximo, acompanhado por um exército de anjos, em incansável ministério de
cuidado e proteção. O casal estava inconsciente de que a doce calma e paz
reinantes naquela colina, bem como toda a sua prosperidade, eram frutos de tão
intensa luta. Se os seus olhos fossem abertos para as cenas que ocorriam
invisíveis, ficariam tomados de espanto; Quão terrível era o inimigo e suas
hostes em suas constantes investidas com o propósito de arruinar o ser humano,
arrebatando-o das mãos do Criador.
Depois
de contemplar os de cordeiro, Deus fitou o casal com ternura, revelando-lhes
algo que os surpreendeu e alegrou:
-
Quando desses cordeiros trinta e seis houverem subido ao altar, os vossos
braços envolverão o primeiro filho que, como eles surgirá também da dor. Esse
filho em sua infância lhes trará alegria saltando como os cordeirinhos em vosso
lar. Devereis instruí-lo com dedicação nas leis da harmonia, mostrando-lhes o
caminho da redenção. Como vocês, ele será livre para escolher o rumo a seguir.
Aceitando o ensinamento, sua vida será vitoriosa; rejeitando-o, caminhará para
a derrota.
Adão
e Eva ouviram com alegria a promessa divina, mas ao mesmo tempo experimentaram
no profundo do ser um temor ao conscientizar-se da responsabilidade que teriam.
Sabiam que Satã faria todos os esforços para levar a criança prometida à
perdição.
Era
noite alta quando o Criador, depois de acariciar seus filhos, os deixou
adormecidos sobre o gramado macio.
Depois
da promessa, cada cordeirinho levado ao altar fazia pulsar mais forte no ventre
materno a esperança da alegria que em breve alcançariam. Trinta e seis
finalmente baixaram às trevas cumprindo o tempo determinado pelo Criador em que
a primeira criança receberia a luz.
Com
as mãos ainda manchadas pelo sangue do sacrifício, Adão amparou sua esposa que,
aos pés do altar prostrou-se vencida pela dor que lhe trouxe o primeiro filho.
A pequena criança não trazia na face a alegria da liberdade, mas o choro de sua
prisão; Esse pranto duraria a noite inteira, não fosse o brilho daquela chama
aquecida de esperança que, logo atraiu a atenção de seus olhinhos atentos.
Envolvendo-o com alegria, Eva consolada de seu sofrimento, disse:
"Alcancei do Senhor a promessa". Deu-lhe então o nome de Caim.
Depois
de envolver o filhinho com as peles macias de um cordeiro, o casal permaneceu
acordado a meditar. Muitos eram os pensamentos que ocupavam suas mentes:
pensamentos de alegria, de gratidão, de esperança e de anseio pelo senso da
responsabilidade que agora pesava sobre seus ombros.
Acariciando
com ternura a pequena criança, o casal amadureceu em sua experiência,
compreendendo melhor o misterioso amor de Deus que, para salvar Seus filhos,
dispôs-Se a morrer em lugar deles.
Adão
e Eva não estavam sozinhos em suas reflexões: todos os seres inteligentes do
Universo consideravam com interesse sobre o futuro daquele indefeso bebê que no
íntimo trazia um reino de dimensões infinitas, a ser disputado pelos dois
poderes em luta.
Vendo
a criança esboçar o seu primeiro sorriso, o casal subitamente lembrou-se da
promessa do Criador que era confirmada em cada sacrifício : Ele nasceria da
mulher como criança, com a missão de redimir a humanidade. Não seria Caim já o
cumprimento da promessa? O infante com seus olhinhos brilhantes de alegria se
parecia tanto com os cordeirinhos que nasciam e cresciam com a missão de serem
sacrificados! Considerando assim, o casal apertando o filhinho junto ao peito
começou a chorar sem consolo. Quão terrível, seria oferecer seu filhinho
inocente ao rude altar!
Para
o casal compungido pela dor, surgiu em fim o brilhante sol fazendo reviver com
seus cálidos raios as promessas que apontavam para um Salvador que, ainda no
futuro, nasceria também da dor para cumprir o eterno plano de redenção.
Abençoada
pelo Criador e envolvida pelo amor e cuidado dos pais, a criança se desenvolvia
em sua natureza física e mental, tornando-se a cada dia alvo maior de uma
incansável batalha entre as hostes espirituais.
Adão
e Eva, ansiosos por fazê-lo compreender as verdades da salvação, tomavam-no nos
braços a cada alvorecer e, à beira do altar lhe apontavam o Éden distante,
contando aquelas histórias de emoção as quais o pequeno Caim ainda não
conseguia compreender. Qual foi a alegria daqueles pais, ao vê-lo numa manhã de
sol, apontar com a mãozinha para o lar da saudade, pronunciando o nome sagrado
do Criador. Emocionados tomaram-no nos braços, pedindo-o para repetir esse
sublime nome que, qual chave de felicidade, sempre descerrava-lhes um paraíso
de eterno amor.
Todas
as hostes da luz inclinaram-se com alegria ao ouvir a pequena criança
pronunciar o nome do divino Rei.
As
semanas iam se passando trazendo consigo novas vítimas para o altar, e o
pequeno Caim, alvo da atenção e cuidado de Deus, das hostes da luz e daqueles
amantes pais incansáveis na missão de instruí-lo, agrupando suas poucas
palavras, sempre curiosos com tudo passou a interrogar.
O
dia declinava quando o menino, que jazia ao colo de sua mãe, perguntou-lhe:
-
Mamãe, por que o sol sempre vai-se embora, deixando a gente no frio da
escuridão?"
Eva,
surpresa contemplou seu filho, sem encontrar palavras para responder-lhe a
indagação que trouxe-lhe à lembrança o passado de felicidade destruído por sua
culpa. Após um momento de silêncio, beijando a face do pequeno Caim, disse-lhe:
-
Filhinho, um dia o sol virá para ficar, trazendo em seus raios um mundo só de
harmonia; já não haverá animaizinhos a brigar, nem cordeirinhos a morrerem
sobre o altar"
Caim,
insatisfeito com as palavras da mãe, demonstrou não ter paciência para aguardar
esse dia que jazia em distante futuro. Repetia em pranto: - "Eu quero o
sol hoje , amanhã não!"
Eva,
pacientemente, procurou acalmar seu filho, falando sobre a luz de Deus, que
pode tornar a noite em dia. Ele o amava e poderia encher seu coraçãozinho de
brilho, de alegria e paciência. Poderia assim, aguardar feliz o dia de seus
sonhos.
Balançando
a cabecinha em rejeição ao consolo da mãe, Caim proferiu entre soluços:
-"Eu quero o sol porque eu posso vê-lo, ao Eterno não".
Como
uma seta dolorosa as palavras de rebeldia de Caim penetraram no coração de Eva,
fazendo-a chorar amargamente. Uma
tristeza infinita pairava sobre o coração do Criador rejeitado. Esboçavam-se
nos gestos de Caim os primeiros passos pelo caminho descendente da rebeldia.
Quantos o seguiriam rumo à morte!
Inconsciente
da tristeza que abatera-se sobre o reino da luz, Adão, ao ver o sol declinar no
horizonte, deixou seu trabalho no campo rumando-se para casa. Tinha um cântico
no coração ao caminhar para mais um encontro com os seus.
Ao
aproximar-se do altar, viu junto dele sua companheira prostrada em pranto. O
pequeno Caim jazia também ali a chorar. Tomando-o nos braços, Adão
perguntou-lhe com anseio: -"O que aconteceu meu filho?" Caim
tristemente respondeu: -"Mamãe deixou o sol ir embora"
Amparando
o filho com seu braço esquerdo, Adão pousou sua mão direita sobre o ombro de
Eva, mas não encontrou palavras para consolá-la. A frase dita por seu filhinho,
pareceu rasgar-lhe o coração, fazendo-o reviver a queda.
Depois
de refletir, Adão sentindo-se culpado respondeu para Caim: -"Foi o papai
quem deixou o sol ir embora meu filho!".
Com
soluços de grande tristeza, Adão uniu-se a eles no pranto. A lembrança do
Salvador, contudo, o consolou. Enxugando suas lágrimas e as de seu filhinho,
disse-lhe com ternura: -"Podemos nos alegrar filhinho ,pois Deus prometeu
fazer o sol para sempre brilhar no céu; ele será como o fogo que surge no
altar, banindo as trevas da noite".
Com
os olhinhos voltados para o último clarão do arrebol, Caim permaneceu sem
consolo.
Naquele
entardecer, não houve como de costume um alegre jantar. A pequena família,
entristecida, permaneceu a meditar por
longas horas, até sonolentos adormecerem sob a luz das estrelas.
O
inimigo e suas hostes, em sarcasmo de maldade zombaram naquela noite do
sofrimento de Deus e Seus fiéis. Repetindo as palavras de rebeldia do pequeno
Caim, ufanava-se como vencedor. Num desafio ao Criador pronunciou : - Veja como
esse meu pequeno escravo te rejeita! O mesmo se dará com todos aqueles que hão
de nascer. Estou certo de que o direito de domínio jamais sairá de minhas mãos.
Todas
as hostes rebeldes repetiram em eco as afrontas do enganador, humilhando os
súditos da luz que sofriam do lado do Eterno.
Com
suas afrontas, o inimigo procurava fazer Deus desistir de Seu plano de
redenção. Se isso acontecesse, seu reino de trevas se estenderia por toda a
eternidade, suplantando o domínio da luz.
Em
resposta ao desafio do inimigo, o Eterno afirmou solenemente : - Ainda que
todos me rejeitem , Eu cumprirei a promessa.
O Criador não suportava o pensamento de ver o
pequeno Caim caminhar para a perdição. Por ele intercedia a cada dia, oferecendo
ante a justiça o Seu sangue que verteria. Anjos poderosos guardavam-no a cada
momento, espancando as trevas espirituais que o acercavam procurando torná-lo
insensível aos benefícios da salvação , que eram ilustrados pelos símbolos.
Adão
e Eva em seu incansável ministério de amor, todos os dias ensinavam a Caim as
lições espirituais ilustradas na natureza. Em cada sábado procuravam firmar em
sua mente juvenil a esperança de uma vida eterna, que seria fruto do sacrifício
do Salvador. Ele depois de viver uma vida sem pecado, morreria como um cordeiro
, para poder expulsar para sempre as trevas.
A
contemplação do Éden distante banhado em sol fez nascer no coração juvenil de
Caim pensamentos de aventura. Ele começou a pensar : "Este paraíso não
está tão longe como afirmam papai e mamãe. Por que esperar e sofrer tanto
tempo?! Ele é tão belo! É dele que surge todos os dias o sol! Se o
conquistarmos, será fácil deter a luz em sua nascente; Assim viveremos num
paraíso de eterno sol.
As
idéias de aventura de Caim, enchiam o coração de Adão e Eva de tristeza. Viam
que seu interesse era somente pelo tempo presente; ele sonhava com um paraíso
de felicidade e luz conquistado por sua força. Em seus planos, não sentia
necessidade de um Salvador; - Para que, se era tão jovem, inteligente , cheio
de vida e ideais?- dizia.
Os
dias de lutas, intercessões e sacrifícios pelo destino de Caim foram se
passando. Oportunidades preciosas surgiam em cada dia diante dele para se
apegar ao Salvador, mas a todas rejeitava, uma por uma. Em sua incredulidade
chegou a duvidar da existência desse Deus, o qual jamais vira.
Aos
pais que, aflitos mas sempre com paciência, procuravam livrá-lo da perdição
para a qual estava caminhando, prometeu um dia , após sorrir com ar de
incredulidade, crer no Criador e em Seu plano de salvação, caso Ele se tornasse
visível na hora do sacrifício.
Com
ardente fé, aqueles pais passaram a clamar ao Eterno. Sua presença visível
poderia, quem sabe, salvar aquele filho querido que a cada dia tornava-se mais
rebelde.
O
Criador ouviu o clamor dos pais aflitos. Embora soubesse que Sua aparição
dificilmente quebraria no coração do jovem Caim seu espírito rebelde, estava
disposto a cumprir o pedido. Estenderia os braços amigos a Caim, procurando com
amor conquistar-lhe o coração. Como conhecia os seus anseios e sonhos de
aventura, facilmente poderia identificar-Se com ele, cativando-o, pois era
também Alguém que sempre carregara no peito sonhos de aventura; Não fora a
criação do Universo uma grande aventura?! Não fora o Seu sonho vê-lo cravejado
de sóis fulgurantes, iluminando bilhões de mundos com o seu brilho?! Não era
também o Seu maior atravessar o vale da morte, em busca da conquista do Éden
distante, prendendo para sempre o Sol em seu céu?! Tinham muita coisa em comum!
Caim
estava curioso naquela sexta-feira. Na face dos pais, via ânimo e alegria,
frutos de uma fé grandiosa. Incentivado por essa expressão de confiança, o
jovem passou a ajudá-los nos preparativos para o santo sábado.
O
Sol finalmente esquivou-se rolando para o poente, deixando como de costume seu
rastro de saudade que anunciava medo. Em meio às trevas, Caim discerniu o vulto
branco do cordeiro sendo erguido para o altar pelas mãos do pai - esse
incansável sacerdote que sempre estava implorando ao Criador pela salvação de
seu amado filho.
Com
a mão erguida, Adão preparava-se para o golpe que poderia, quem sabe, quebrar
no coração de Caim sua incredulidade, fazendo nascer num só momento a crença na
salvação. De seus lábios escapa-se então a prece da fé: - Pai Eterno, ouve o
meu pedido; Meu filho precisa de Ti! Somente um olhar Teu poderá conquistá-lo.
Venha Senhor!!
Esta
oração sincera caiu nos ouvidos daquele filho comovendo-o. Somente a prece já
seria suficiente para convencê-lo da existência real de um Salvador.
Um
forte brilho envolveu logo toda a colina banhando também o vale oriental .Os
olhos arregalados de Caim pousaram então nos olhos amáveis do Criador, que
trazia na face um brilho superior ao do sol, mas não ofuscante. Contemplando-O
com admiração, Caim exclamou: - Ele é jovem como eu, e se parece com o Sol!
Adão
e Eva, comovidos pela grande saudade tinham vontade de saltar ao peito do
Salvador e beijá-Lo, mas deixaram que Ele Se encontrasse primeiro com Caim. Com
alegria , viram o precioso filho envolvido nos braços do grande amigo, que era
parecido com o seu astro.
Depois
de longo abraço, Deus abraçou e beijou também o querido casal, companheiros no
sofrimento
Caim,
conquistado pela afeição do Pai Eterno, mostrou-Lhe seus animais de estimação e
seu pequeno jardim carregado de lindas flores. Como estava encantado por vê-los
coloridos naquela noite desfeita pelo brilho do Criador, como sob a luz do dia!
Parecia até mesmo que o Sol baixara a eles.
Ao
pensar no Sol, Caim como o amava muito, passou a falar sobre ele dizendo:
-
Como ele é belo e bom! Quando ele vai-se embora, deixa em suas lágrimas de
sangue um sentimento de tristeza e temor. Tudo desaparece em sua ausência : os
animais, o jardim; até os passarinhos silenciam os seus cantos! ...Mas basta
ele dizer que vai aparecer, tudo se enche de encanto; A natureza se desperta de
mansinho, parecendo ainda temer as trevas, mas quando as vê fugir , fica alerta
e canta; Os animais, os passarinhos, o jardim,... tudo volta a viver feliz!
Mas, esta felicidade sempre acaba!!!
Após
falar estas palavras, Caim fitando o Criador indagou curioso:
-
Papai sempre diz que foi você quem criou o Sol. É verdade?
Com
um sorriso de sinceridade Deus respondeu-lhe que sim.
-
Quando Você o fez no princípio, continuou Caim, ele já fugia para o poente?
-
Ele nunca foge, respondeu o Eterno, é o mundo quem foge dele. Ele fica triste
com essa ingratidão!
-Mas
como? Perguntou Caim, contemplando curioso Sua face de luz .
Com
palavras carinhosas, Deus passou a contar-lhe a história de Lúcifer que, em sua
ingratidão baniu de seus olhos e dos olhos de uma multidão de criaturas, o
brilho de Sua face - o Verdadeiro Sol. Depois de assim agir, iludiu a muitos
dizendo que foi o Sol quem fugiu deles. Com sua astúcia, continuou o Criador, o
anjo rebelde procurou arrastar o ser humano para as trevas, e conseguiu. O Sol
naquele dia, chorou tantas lágrimas de sangue, que banhou todo o céu. Em seu
último suspiro de luz, porém, ele prometeu ao mundo já tomado pelas trevas,
voltar um dia a brilhar para sempre, enchendo todo o seu seio de vida.
Após
falar-lhe estas palavras, o Eterno fitando aquele jovem, com expressão de
tristeza nos olhos concluiu dizendo: - Hoje, o anjo rebelde promete a seus
seguidores que irá com sua força deter o sol, mas ele jamais conseguirá
realizar esse plano, pois não possui o laço que poderá detê-lo : o amor.
Cabisbaixo,
Caim ouviu dos lábios do Criador essa história de promessas, a qual já se
cansara de ouvir de seus pais. Essa história não lhe dava prazer, pois mostrava
uma noite longa de sacrifícios sobre o altar, e de um Salvador a perecer em
dor. Em realidade, Caim não via razões para tudo isso. Por que não banir logo o
sofrimento colorindo as trevas de luz?!
Num
esforço para conquistá-lo, o Eterno com muito amor fitou aquele jovem
insatisfeito, e disse-lhe que, somente o sangue de Seu sacrifício poderia fazer
o Sol para sempre brilhar, num reino de eterna felicidade e paz. Não havia
outro caminho para essa conquista. Por isso, deveria ser paciente,
descansando-se sob o Seu cuidado.
Após
conversar por longo tempo com Caim, na tentativa de fazê-lo reconhecer sua
necessidade de salvação, Jeová voltando-Se para o casal, passou a consolá-los
com a promessa do nascimento de outro filho. Mais trinta e seis sacrifícios
seriam contados, e seus braços envolveriam o segundo filho. Nasceria também da
dor, mas traria nos olhos o brilho e o consolo da salvação. O seu testemunho de
fidelidade ficaria perpetuado por todas as gerações, no símbolo de um altar
coberto de sangue.
As
semanas iam se passando, trazendo ao casal novas de alegrias e tristezas : de
um coração cheio de vida a pulsar no ventre de Eva, e de um vazio com cheiro de
morte a crescer no coração do jovem Caim. Ainda que ele tenha ficado
deslumbrado ante a manifestação de Deus, em nada essa aparição mudou-lhe sua
maneira arrogante de pensar sobre o sentido da vida. Ele não via sentido nos
sacrifícios oferecidos no altar. Nos dias que seguiram o seu encontro com o
Criador, ele argumentava com os seus pais dizendo: - Se eu fosse poderoso como
o Eterno, eu jamais me submeteria ao sacrifício para reconquistar o reino
perdido. Ele é forte, e brilha como o sol. Ele poderia com uma só palavra
expulsar todas as trevas, devolvendo-nos o paraíso. Para que tanto sofrimento?!
Com essa argumentação, Caim supunha-se mais sábio que o Criador. Quem sabe, num
próximo encontro teria oportunidade de aconselhá-Lo.
Dessa
forma, o jovem Caim aprofundava-se cada vez mais no abismo do orgulho e do
egoísmo - lugar de ilusões para onde se ia, pensando estar caminhando para a
vitória. Não fora Lúcifer juntamente com um terço das hostes celestes atraídos
por essa mesma ilusão?! O bondoso Deus , todavia, não selaria o destino de Caim
sem antes procurar de todas as formas salvá-lo da ruína eterna. Essa graça
imerecida, fruto do divino amor, seria concedida a todo o ser humano que viesse
a nascer neste mundo. Fim
Salmo 151 - Apócrifo
Este Salmo apócrifo
encontra-se na antiga versão grega, bem como, com algumas variações, na versão
siríaca. É possível que seu texto seja resultante da combinação de dois salmos
apócrifos redigidos em hebraico reencontrados em Qumran. Nesta tradução, as
variantes siríaca e de Qumran seguem indicadas em "itálico".
1aSalmo de Davi. Ação de
graças de Davi após combater Golias:
1bEu era o menor entre meus
irmãos, o mais novo da casa de meu pai.
Ao conduzir o rebanho de meu
pai para o pasto, encontrei um leão e um urso: matei-os e despedacei-os.
2aPor minha mão construiu uma
flauta, meus dedos fizeram uma harpa.
2bOs montes nada testemunharam,
as colinas nada proclamaram; entretanto, as árvores exaltaram as minhas
palavras e o rebanho [exaltou] os meus feitos.
3aQuem anunciará a meu
Senhor?
3bQuem proclamará, quem
divulgará, quem anunciará os feitos do Senhor de todas as coisas?
Deus viu, escutou e ouviu a
tudo.
4Ele enviou seu mensageiro
para ungir-me, enviou Samuel para tornar-me grande.
Ele me tirou do meio do
rebanho de meu pai e ungiu-me com o seu óleo.
5aMeus irmãos eram belos e
altos, mas o Senhor não os preferiu.
5bEle me retirou de trás do
rebanho, ungiu-me com o santo óleo, fez de mim o condutor de seu Povo, o rei
dos filhos da sua aliança.
6Enfrentei o filisteu, que
amaldiçoou-me por seus ídolos.
7Arranquei-lhe a espada,
cortei-lhe a cabeça, e lavei a afronta aos filhos de Israel. Fim
Salmos de
Salomão – Apócrifo
Salmos de Salomão
Os Salmos de Salomão formam uma coleção de 18 salmos atribuídos ao
famoso filho de Davi, mas que provavelmente teve a sua origem no século II ou I
a.C.. Pensa-se em vários autores ou em um único autor. Seja como for, mantém
íntima ligação com os salmos canônicos, imitando muito bem o estilo, e mostra
uma forte posição conservadora judaica. Ênfases tais como a justiça, a
retribuição divina, o determinismo e o livre arbítrio humano apontam para
assuntos debatidos posteriormente pelos fariseus. Ainda há uma forte tendência
messiânica, como por exemplo no salmo 17.
Salmo de Salomão 1
1. Clamei ao Senhor Deus na minha tribulação até o fim, no Deus
que provê os pecadores
2. Imediatamente escutaste o clamor de guerra diante de mim , eu
disse: "ele me atenderá", "cumprirei a justiça"
3. Ponderei no meu coração: "cumprirei a justiça na minha
prosperidade, e ao ter muitos filhos”;
4. A riqueza deles será distribuída por toda a terra, e a glória
deles até os confins da terra;
5. Exultarão até dizerem das estrelas: "certamente não
cairão"
6. Também tornaram-se insolentes devido a seus bens, mas não
suportaram.
7. os seus pecados são secretos; e eu, ele não viu?
8. As suas iniqüidades estão sobre eles mesmos; os povos
grandemente profanaram o santuário do Senhor.
Salmo de Salomão 2 - Sobre Jerusalém.
1. Quando desdenharam o pecador, com aríete deitou abaixo o muro
fortificado, e não impediste.
2. Subiram em cima do teu altar, os povos estrangeiros pisaram com
sandálias arrogantes.
3. Porque os filhos de Jerusalém (Jl 3.6) contaminaram o Santuário
do Senhor, profanaram malignamente o dom de Deus.
4. Devido a estas coisas disse: "lançastes a vós mesmos longe
de mim; não tenho prazer em vocês".
5. A beleza da glória dela foi desprezada; diante de Deus foi
desonrada até o fim.
6. Os filhos e as filhas estão em maligno cativeiro, seus pescoços
selados são notórios às nações.
7. Conforme seus pecados lhes fez, porque os abandonou nas mãos
dos vencedores.
8. E desviou o seu rosto da misericórdia, do seu jovem e do idoso,
e dos seus filhos continuamente; porque fizeram mal continuamente para não
escutar.
9. O céu irritou-se, e a terra se horrorizou deles, porque todo
homem não fez tanto quanto se faria por ela.
10. E a terra saberá todos os teus justos juízos, Deus.
11. Os filhos de Jerusalém foram um escárnio diante das
prostitutas; todo aquele que passasse por ela entrava perante o sol.
12. Desdenharam as suas iniqüidades, conforme faziam diante do sol
expunham publicamente ao ridículo suas injustiças.
13. E as filhas de Jerusalém profanaram, conforme o teu juízo
diante das que se contaminaram a si mesmas na confusão de relacionamentos.
14. Aflijo o meu ventre e minhas entranhas por eles.
15. Eu te reconheço, Deus, com retidão de coração; porque nos teus
juízos está a tua justiça.
16. Porque retribuíste os pecadores segundo suas obras, e segundo
os seus mui malignos pecados.
17. Desvelaste os seus pecados a fim de que se manifeste o teu
juízo; apagaste a sua memória da terra.
18. Tu és o Justo Juiz, e não bajulas ninguém.
19. E os povos insultaram Jerusalém; quando pisar, destruirá a sua
beleza desde o trono de glória.
20. Pôs saco no lugar da roupa de gala, corda sobre suas cabeças
no lugar de coroa.
21. Removeu a mitra de glória a qual vestira nela; Deus lançou por
terra na desgraça a sua beleza.
22. E eu vi, e implorei a face do Senhor, e disse: "Pesa
abundantemente as tuas mãos sobre Jerusalém, no ajuntamento das nações".
23. Porque zombaram e não pouparam, em ira e furor com
ressentimento; e foram exterminados, se não tu, Senhor, os repreenderias na tua
ira.
24. Porque não foi no zelo que fizeram, mas na concupiscência da
alma, para derramar a ira deles sobre nós com roubo.
25. Não demores, ó Deus, a retribuir-lhes pelos chefes, para falar
arrogantemente ao inimigo em humilhação.
26. E eu não demorei até que Deus me mostrou o seu orgulho:
feriram sobre os montes do Egito o insignificante desprezado, sobre a terra e o
mar.
27. Seu corpo está espalhado sobre as ondas na orgulhosa cidade, e
não era enterrado, porque o desprezou em humilhação.
28. Não considerou o que é o homem, e não considerou o futuro.
29. Ele disse; "Eu serei senhor da terra e do mar", e
não reconheceu que Deus é grande, forte em seu grande poder.
30. Ele é rei sobre os céus e o que julga reis e príncipes.
31. O que me levanta em glória e deixa no túmulo os arrogantes
para destruição eterna em humilhação, porque não o reconheceram.
32. E agora vede, grandes da terra, o juízo do Senhor; porque é
grande rei e o que julga retamente ao que está abaixo do céu.
33. Louvai a Deus os que temem o Senhor em sabedoria, porque a
misericórdia do Senhor está sobre os que o temem com juízo.
34. Para distinguir entre o justo e o pecador (Ml 3.18), para
retribuir aos pecadores conforme as suas obras para sempre.
35. Para ter misericórdia do justo livrando-o da humilhação do
pecador, e para retribuir ao pecador pelo que fez ao justo.
36. Porque o Senhor é bom para com os que o invocam
insistentemente, para fazer aos teus santos conforme a tua misericórdia, para
firmar por tudo diante de ti em poder.
37. Bendito seja o Senhor para sempre diante de seus servos.
Salmo de Salomão 3 - Sobre os justos.
1. Que adianta morrer, alma, e não bendizer o Senhor? Um novo hino
entoai a Deus em louvor.
2. Canta, pois despertei ao teu despertar; porque o bom salmo a
Deus provém de um bom coração.
3. Em tudo os justos lembram do Senhor, ao confessar e reconhecer
os juízos de Deus.
4. O justo que está sob a disciplina do Senhor andará
prudentemente; a sua boa vontade em tudo está diante do Senhor.
5. O justo tropeçou e reconheceu o Senhor; prostrou-se e admira o
que Deus lhe faz, contempla ao longe de onde vem a sua salvação.
6. A verdade dos justos está junto de Deus seu Salvador, não
habita livremente na casa do justo pecado sobre pecado.
7. O justo vela por sua casa em tudo, para afastar a injustiça na
sua transgressão.
8. Expia os erros com jejum, e humilha a sua alma; e o Senhor
purifica a todo o homem santo e sua casa.
9. O pecador tropeçou e amaldiçoa sua vida, assim como o dia do
seu nascimento e as dores de parto da mãe.
10. Adiciona pecados sobre pecados à sua vida; prostrou-se, porque
o seu cadáver é mau, e não será ressuscitado.
11. A perdição do pecador é eterna, não será lembrado mesmo que
observe os justos.
12. Esta é a parte que cabe aos pecadores para sempre. E os que
temem ao Senhor serão ressuscitados para uma vida eterna, e a vida deles está
na luz do Senhor, por isso não morrerá.
Salmo de Salomão 4 - Aos que respeitam o homem.
1. Para que tu, ó profano, permaneces no sinédrio dos justos? Mas
o teu coração tem se afastado para longe do Senhor, com ofensas irritas o Deus
de Israel.
2. Abundante em palavras, abundante em sinal sobre tudo é o duro
em palavras, para condenar os pecadores em justiça.
3. E a sua mão é proeminente sobre ele, como em zelo; e ele é
responsável pela diversidade de pecados e pela falta de domínio próprio.
4. Seus olhos estão sobre todas as mulheres indistintamente; a sua
língua falsa está em pacto mediante voto.
5. À noite e em secreto peca, como que não visse com seus olhos;
fala à toda mulher com abundante obras malignas; é rápido em receber toda a
família com alegria, como se fosse inocente.
6. Para que Deus afaste os que vivem em hipocrisia com os santos,
e à sua vida que está na corrupção da sua carne e em miséria.
7. Deus desvelou as obras dos homens bajuladores, com mofa e
escárnio desvelou as suas obras.
8. Que os santos reconheçam o juízo do seu Deus ao apartar os
pecadores da face do justo e aos bajuladores que falam da lei com dolo.
9. E os seus olhos estão sobre a casa do homem estável, como
serpente dispersando sabedoria uns aos outros com palavras ilícitas.
10. As suas palavras são enganos para o ato do desejo iníquo; não
se afasta até conseguir dispersar como em privação.
11. E desolou a casa devido aos desejos ilícitos, ludibriou com
palavras, porque não pertence às montanhas e lírios.
12. Nisso encheu-se de ofensa, e os seus olhos estão sobre casa
alheia para arruinar com palavras provocadoras.
13. Não se farta a sua alma; é como o Hades que está em todos
estes.
14. Seja, Senhor, a parte dele com a desgraça diante de ti; sua
saída seja com gemidos, e a sua entrada com maldição.
15. Em dores, miséria e perplexidade esteja a vida dele, Senhor;
seu sono seja pesaroso, e o seu despertar desesperado.
16. Seja roubado o sono de suas têmporas à noite; caia em desgraça
toda a obra de suas mãos.
17. Venha à sua casa com a mão vazia, e seja a sua casa carente
entre todos; não fartará a sua alma.
18. Abandonada e sem filhos seja a sua velhice, quase à morte.
19. Sejam dilaceradas as carnes dos bajuladores por feras, e
fiquem os ossos ilícitos diante do sol em vergonha.
20. Que os corvos firam os olhos dos fingidos, porque desolaram
muitas casas de homens em desgraça, e dispersaram em concupiscência.
21. E não se lembraram de Deus, e não temeram a Deus em tudo isso;
e expulsaram e irritaram Deus.
22. Para afastá-los da terra, porque interpretaram as suas almas
inocentes enganosamente.
23. Bem-aventurados os que temem ao Senhor; na sua inocência o
Senhor os livrará dos homens fraudulentos e dos pecadores, e nos livrará de
todo o escândalo ilícito.
24. Para que Deus aparte os que fazem arrogantemente toda
injustiça, porque o Senhor nosso Deus é Grande e Forte Juiz em justiça.
25. Seja, Senhor, a tua misericórdia sobre todos os que te amam.
Salmo de Salomão 5
1. Deus, louvarei o teu nome com regozijo, no meio dos que
conhecem os teus justos juízos.
2. Porque tu és benigno e misericordioso, o refúgio do pobre; ao
clamar a ti não te silencies para comigo.
3. E não tomará despojos do homem forte; e quem tomará de todas as
coisas, das quais fizeste, se não deres?
4. Porque o homem e a sua parte estão contigo guardados; não
retribuirás em demasia com teu juízo, ó Deus.
5. Ao sermos oprimidos te pediremos por socorro; mas não rejeites
a nossa súplica, porque tu és o nosso Deus.
6. Não peses a tua mão sobre nós, para que não pequemos devido ao
sofrimento.
7. E se não te afastares de nós, não nos afastaremos; mas a ti
iremos.
8. Se estiver com fome, a ti clamarei, ó Deus, e tu me saciarás.
9. Tu alimentas os passarinhos e os peixes, quando dás chuva aos
desertos para sair a relva.
10. Preparas alimento no deserto a todos os viventes, e se
estiverem com fome a ti erguerão suas faces.
11. Os reis, os poderosos e os povos tu alimentas, ó Deus também
do pobre e do necessitado; e quem é a esperança se não tu, Senhor?
12. E tu atendes, porque quem é bom e gentil se não tu, que
alegras a alma do humilde ao revelar a tua mão misericordiosa?
13. A benignidade do homem é pouca e passageira; e, se a repete
sem murmuração, te espantas disto.
14. Entretanto o teu dom é abundante com benignidade e riqueza, o
que é a esperança em ti; não faltará dom.
15. Sobre toda a terra está bondosamente a tua misericórdia,
Senhor.
16. Bem-aventurado aquele que se lembra de Deus na simetria da
auto-suficiência; se demasiadamente abundares, o homem peca.
17. Suficiente é a moderação da justiça, e nisto está a bênção do
Senhor, para satisfação na justiça.
18. Que se regozijem os que temem ao Senhor nos benefícios, e a
tua benignidade esteja sobre Israel no teu reino.
19. Bendita é a glória do Senhor, porque ele é o nosso Rei.
Salmo de Salomão 6 - Em Esperança.
1. Bem-aventurado o homem cujo coração está pronto a invocar o
nome do Senhor; ao lembrar o nome do Senhor, será salvo.
2. Os seus caminhos serão dirigidos pelo Senhor, assim como o
trabalho de suas mãos é preservado pelo Senhor seu Deus.
3. A sua alma não será confundida por visões de sonhos maus;
quando atravessar os rios, e rugirem os mares, não se espantará.
4. Levantou-se do seu sono e bendisse o nome do Senhor; na firmeza
do seu coração louvou o nome do seu Deus.
5. E suplicará perante a face do Senhor por toda a sua casa, e o
Senhor atentará à oração de todos os que temem a Deus.
6. E toda a petição da alma terá esperança; para ele o Senhor
realizará. Bendito seja o Senhor, que faz misericórdia aos que o amam em
verdade.
Salmo de Salomão 7 - Sobre conversão.
1. Não habite longe de nós, ó Deus, para não vir sobre nós os que
nos desprezam sem causa.
2. Porque os rechaçarei, ó Deus; não pisem os seus pés na tua
Santa Herança!
3. Tu, pela tua vontade, nos corrigirá; mas não dês a gentios!
4. Mas se enviares morte, tu a ordenas acerca de nós.
5. Porque tu és misericordioso e não te indignarás para nos
destruir.
6. Enquanto habitar o teu nome em nosso meio, alcançaremos
misericórdia, e não prevalecerá sobre nós o gentio.
7. Porque tu és o nosso grande escudo; nós te invocaremos, e tu
nos atenderás.
8. Porque tu terás compaixão do teu povo de Israel para sempre, e
não o desprezarás.
9. Nós estamos debaixo do teu jugo eterno e do açoite da tua
disciplina.
10. Tu nos diriges no tempo dos teus auxílios, a fim de ter
misericórdia de Jacó por dias, naquilo que os prometestes.
Salmo de Salomão 8 - Para Combate.
1. Perigo e voz de guerra ouviu o meu ouvido, voz de trombeta
altissonante, de massacre e de destruição;
2. Voz de muito povo como de vento impetuoso, como tempestade,
muito fogo trazido através do deserto.
3. Eu disse em meu coração: "Aonde então Deus o
julgará?"
4. Escutei uma voz proveniente de Jerusalém, Cidade Santa.
5. O meu rim foi quebrado pela notícia; meus joelhos ficaram
paralisados; meu coração temeu, meus ossos ficaram agitados como linho.
6. Eu disse: "seus caminhos serão dirigidos em justiça"
7. Considerei os juízos de Deus, a partir da criação do céu e da
terra; reconheci Deus em seus juízos que são eternos.
8. Deus desvelou os seus pecados ante o sol; toda a terra conheceu
os justos juízos de Deus.
9. Suas ofensas estão nos lugares ocultos da terra; com ira se
misturaram o filho com a mãe, e o pai com a filha.
10. Seduziu cada um a mulher do seu próximo; firmaram um acordo
mediante voto por estes.
11. Dilaceraram os santos como se não fossem a herança redimida.
12. Pisaram o altar do Senhor; com todas as impurezas e pela
separação do sangue contaminaram o sacrifício como fosse carne profana.
13. Não isentaste o pecado que não foi feito devido às nações.
14. Por isto Deus lhes misturou um espírito errante (a); deu-lhes
a beber da taça do vinho sem mistura, para embriaguez.
15. Trouxe os dos confins da terra (b), os que golpeiam
mortalmente; julgaste a guerra sobre Jerusalém, e a sua terra.
16. Vieram ao encontro dele os governantes da terra, com júbilo
lhe disseram: "abençoado seja o teu caminho, eia, vinde em paz".
17. Aplainaram os caminhos rochosos à tua visitação; abriram os
portões sobre Jerusalém, coroaram seus muros.
18. Saiu como um pai à casa dos seus filhos com júbilo, firmou
seus pés com grande segurança.
19. Capturou os seus palácios e os muros de Jerusalém, porque Deus
o trouxe com segurança no seu erro.
20. Fez perecer o chefe deles, e a todo o sábio em intenção;
derramou o sangue dos habitantes de Jerusalém como água imunda.
21. Conduziu os filhos e filhas seus, que geraram, em cativeiro
22. Fizeram conforme as suas imundícias, como seus pais
contaminaram Jerusalém e ao que havia sido consagrado ao nome de Deus.
23. Justo é Deus em todos os seus decretos, em todos os gentios da
terra; e os santos de Deus são como ovelhas inocentes no meio deles.
24. Louvado é o Senhor, Juiz de toda a terra, em sua justiça.
25. Vê, certamente Deus nos mostrou o seu justo juízo; os nossos
olhos viram o teu juízo, Deus.
26. Reconheci o teu nome eternamente precioso, porque tu és o Deus
da Justiça, Juiz disciplinador de Israel.
27. Deus tornará a sua misericórdia sobre nós, e terá compaixão de
nós.
28. Ajunta o Israel disperso por misericórdia e benignidade,
porque a tua fidelidade está conosco.
29. E nós endurecemos a nossa cerviz, e tu és o nosso
disciplinador.
30. Não nos desampare, nosso Deus, para que não nos traguem os
gentios como se não fôssemos redimidos.
31. E tu és o nosso Deus desde o início; em ti está a nossa
esperança, ó Senhor.
32. E nós não nos afastaremos de ti, porque bondosos são os teus
juízos sobre nós.
33. Para nós e nossos filhos seja a benevolência, Senhor; tu és
nosso Salvador; nunca mais seremos confundidos.
34. Louvado seja o Senhor nos seus juízos, e na boca dos seus
santos; e bendito seja Israel pelo Senhor para sempre.
(a) Is 19.14
(b) Dt 28.49
Salmo de Salomão 9 - Para repreensão.
1. Quando Israel foi levado em cativeiro a uma terra estrangeira,
ao se afastarem do Senhor seu redentor foram expulsos da herança que lhes dera
o Senhor.
2. Israel está disperso entre os povos segundo a palavra de Deus,
para justificares, ó Deus, pela tua justiça das minhas iniqüidades.
3. E não escondas do teu conhecimento todas as obras iníquas, e as
justiças de teus santos estão diante de ti, Senhor; e aonde se esconde o homem
de teu conhecimento, ó Deus?
4. As nossas obras estão na eleição e capacidade de nossas almas,
a fim de fazer justiça e injustiça pelas obras de nossas mãos; e pela tua
justiça examinas os filhos dos homens.
5. O que pratica justiça entesoura a sua vida ao Senhor, e o que
pratica injustiça ele próprio é responsável pela perdição da alma; e os justos
juízos do Senhor são conforme o homem e a família.
6. Em quem mostrarás beneficência, ó Deus, a não ser aos que
invocam o Senhor? Purificarás a alma pecadora que confessar sua redenção; é uma
vergonha para nós e nossos rostos em toda a parte.
7. E a quem repelirás pecados, a não ser aos que pecaram?
Abençoarás os justos e não te agradarás dos que pecaram, mas a tua bondade está
sobre os que pecam com arrependimento.
8. E então tu és Deus, e nós o povo que tu amas; vede e tem
compaixão, ó Deus de Israel, porque somos para ti; e não apartes a tua
misericórdia de nós, para não ficares contra nós.
9. Porque tu escolheste a semente de Abraão dentre todos os povos,
e puseste o teu nome sobre nós, Senhor; não repudies para sempre.
10. Fizeste uma aliança com nossos pais acerca de nós, e teremos
esperança em ti quando nossa alma se converter.
11. Do Senhor é a misericórdia sobre a Casa de Israel para sempre
e sempre.
Salmo de Salomão 10 - De Salomão.
1. Bem-aventurado o homem de quem o Senhor se lembra com
convicção; será rodeado pelo caminho do mal com açoite, para ser purificado dos
pecados e para que eles não se multipliquem.
2. O que tem a retaguarda preparada, por açoites será purificado;
o bondoso Senhor é para os que preservaram a disciplina.
3. Estabelecerá os caminhos dos justos, e não se desviará no
ensino; a misericórdia do Senhor está sobre os que o amam em verdade.
4. E o Senhor será lembrado pelos seus servos em misericórdia; e o
testemunho na lei da Aliança Eterna é o testemunho do Senhor acerca dos
caminhos dos homens na visitação.
5. Justo e Santo é o nosso Senhor em seus decretos para sempre, e
Israel com regozijo louvará o nome do Senhor.
6. E os justos confessarão na assembléia do povo, e Deus no
regozijo de Israel terá misericórdia dos pobres.
7. Porque bondoso e misericordioso é Deus pra sempre, e as
sinagogas de Israel glorificarão o nome do Senhor.
8. Do Senhor é a salvação sobre a casa de Israel, para eterno
regozijo
Salmo de Salomão 11 - Para Espera.
1. Tocai em Sião a trombeta de aviso dos santos; anuncia em
Jerusalém a declaração dos que anunciam boas novas, porque Deus se compadeceu
de Israel na sua visitação.
2. Esteja, ó Jerusalém, na altura, e veja: os teus filhos são
congregados desde o Oriente e do Ocidente pelo Senhor de uma vez por todas.
3. Do norte vêm, no regozijo de seu Deus; das ilhas distantes Deus
os congregou.
4. Humilhou a alta montanha pelo seu aplainamento; os montes
desaparecerão ante a entrada deles.
5. Os bosques os cobrirão com sua sombra, ao passarem Deus lhes
levantará toda a árvore frondosa,
6. Para que Israel passe adiante na visitação da glória de seu
Deus.
7. Vestindo Jerusalém os ornamentos da tua glória, prepara o manto
da tua santidade, porque Deus falou bem acerca de Israel para sempre e sempre;
8. Fazendo o Senhor o que havia falado sobre Israel e Jerusalém,
levantando o Senhor a Israel pelo nome da sua glória
9. Do Senhor é a misericórdia sobre Israel para sempre e sempre.
Salmo de Salomão 12 - Em língua ilícita.
1. Senhor, salva a minha alma do homem fraudulento, do mal, da
língua bajuladora, do murmurador e do que fala mentira e falsidade.
2. De uma forma ou de outra mudarás as palavras da língua do homem
mal, assim como no povo o teu formoso fogo incendeia.
3. A sua estadia incendeia as casas que estão com língua enganosa,
remove a árvore da alegria, põe fogo ao que não está conforme a lei, derriba as
casas que estão em conflito de línguas murmurantes.
4. Deus remove a língua ilícita do inocente em perplexidade;
dispersa dentre os que temem ao Senhor os ossos dos murmuradores; a língua
murmuradora é afastada dos santos com fogo flamejante.
5. Guarda, Senhor, a alma mansa que odeia os injustos; e o Senhor
dirige o homem que em casa é pacífico.
6. Do Senhor é a salvação sobre Israel, seu servo, para sempre, e
sejam libertos os pecadores da face do Senhor ainda, e os santos do Senhor
herdem a promessa do Senhor.
Salmo de Salomão 13 - Consolação dos Justos.
1. A destra do Senhor cobriu-me; a destra do Senhor poupou-nos.
2. O braço do Senhor nos salvou da espada transpassante, da fome e
da morte dos pecadores.
3. Uma besta maligna nos acometeu, com seus dentes arrancaram a
carne deles; e com molares quebraram seus ossos;
4. mas de todas essas coisas nos livrou o Senhor.
5. Perturbou-se o piedoso com suas iniqüidades, a fim de que não
seja apanhado juntamente com os pecadores;
6. por causa da terrível destruição do pecador; mas nenhuma destas
coisas tocará o justo.
7. Porque não é semelhante a disciplina dos justos na ignorância à
destruição dos pecadores.
8. Secretamente o justo é disciplinado, a fim de que o pecador não
se regozije no justo.
9. Porque ele instruirá o justo como um filho amado, e a sua
disciplina como um primogênito.
10. Porque poupará os seus santos, e suas iniqüidades removerá com
disciplina.
11. Porque a vida dos justos é para sempre, porém os pecadores
serão levados para a destruição, e não será encontrada mais a sua memória.
12. Mas a misericórdia do Senhor está sobre os santos, e sua
misericórdia está sobre os que o temem.
Salmo de Salomão 14 - Hino de Salomão.
1. Fiel é o Senhor as que o amam verdadeiramente, para os quais
ele mantém sua disciplina.
2. aos que seguem em justiça dos seus estatutos, na lei a qual nos
ordenou para nossa vida.
3. Os santos do Senhor viverão nele para sempre; o paraíso do Senhor,
a arvore da vida são os seus santos.
4. A plantação deles será firmada para sempre, não serão
arrancados todos os dias do céu.
5. porque a porção e a possessão de Deus é Israel.
6. mas não é assim com os pecadores e transgressores da lei, os
que amam o dia da partilha de seus pecados.
7. Insignificância podre é o desejo deles; não serão lembrados por
Deus.
8. Porque os caminhos dos homens são conhecidos na presença dele
em tudo, assim como os segredos do coração antes de acontecerem.
9. Por isso a possessão deles é o Hades, e trevas e destruição; e
não serão encontrados no dia da misericórdia dos justos.
10. mas os santos do Senhor herdarão vida em júbilo.
Salmo de Salomão 15 - Salmo com ode.
1. Na minha tribulação invoquei o nome do Senhor; esperei pelo
socorro do Deus de Jacó, e fui salvo, pois esperança e refúgio dos humildes és
tu, ó Deus.
2. pois quem é forte, ó Deus, se não te louvar verdadeiramente? e
o que pode o homem, se não louvar o teu nome?
3. um novo salmo com canção, com júbilo do coração, fruto dos
lábios com instrumento musical dado pela língua, a primícia dos lábios
proveniente de um coração santo e justo.
4.o que fizer estas coisas nunca será confundido pelo mal; fogo
flamejante e ira dos injustos não o tocarão.
5. quando vier sobre os pecadores da parte da face do Senhor para
destruir toda a confiança dos pecadores.
6. porque é o sinal de Deus sobre os justos para salvação.
7. fome, espada e morte estão longe dos justos; porque eles
fugirão dos santos como os perseguidos da guerra.
8. Mas eles perseguirão os pecadores e, e os atacarão; e os que
cometem iniqüidade não escaparão ao julgamento do Senhor.
9. Como por experientes em guerra serão agarrados, pois a marca da
destruição está sobre suas testas.
10. mas a herança dos pecadores é a destruição, e as trevas; e as
suas injustiças os perseguirão até o Hades logo abaixo.
11. A herança deles não será encontrada pelos seus filhos, mas os
pecados farão uma desolação da casa dos pecadores.
12.e os pecadores perecerão no dia do julgamento do Senhor para
sempre, quando Deus visitar a terra como seu juízo.
13. mas os que temem o Senhor alcançarão misericórdia neste dia, e
viverão na piedade de seu Deus; mas os pecadores perecerão por um tempo eterno.
Salmo de Salomão 16 - Hino para Proteção dos Santos.
1. Quando a minha alma adormeceu por um pouco me precipitei abaixo
do Senhor, devido aos que adormecem longe de Deus.
2. por um pouco minha alma foi derramada para a morte, próximo às
portas do Hades, com os pecadores,
3.quando minha alma foi retirada do Senhor Deus de Israel, se o
Senhor não tivesse me socorrido com a sua eterna misericórdia.
4. Picou-me como o aguilhão fere o cavalo para a sua vivacidade,
meu salvador e protetor em todo o tempo salvou-me.
5. Louvar-te-ei, o Deus, porque vieste ao meu socorro para
salvação, e não me contou com os pecadores para destruição.
6. Não retires a tua misericórdia de mim, o Deus, nem a tua
memória de meu coração até a morte.
7. Guarda-me, o Senhor, do pecado danoso e de toda a mulher
maligna que faz o insensato tropeçar.
8. e que a beleza da mulher ímpia não me engane, nem nada do
pecado imprestável.
9. Guia as obras de minhas mãos no teu caminho, e proteja os meus
passos na tua memória.
10. Minha língua e meus lábios reveste com palavras verdadeiras;
ira e desejo impensado coloca longe de mim.
11. Queixume e desencorajamento na tribulação afasta de mim;
quando disciplinas, é para conversão.
12. Mas com bom favor e alegria sustentas a minha alma; quando
fortaleces a minha alma, satisfaz-me com o que dás.
13. Porque se não fortaleceres, quem suportará a disciplina na
miséria?
14. quando condenas a alma a mãos corruptíveis, é a tua provação
na sua carne e na tribulação miserável
15. ao suportar o justo estas coisas, alcançará misericórdia do
Senhor.
Salmo de Salomão 17 - Salmo com ode ao Rei.
1. Senhor, tu mesmo és o nosso Deus para sempre, pois em ti, o
Deus, nossa alma se regozija.
2. Mas qual é o tempo da vida humana sobre a terra? Tal qual o seu
tempo, é a sua esperança nele.
3. Mas nós confiamos no nosso Deus Salvador, pois a força de nosso
Deus é eterna com misericórdia, e o reino de nosso Deus é para sempre sobre as
nações em julgamento.
4.Senhor, tu escolheste Davi rei sobre Israel, e prometeste-lhe
acerca de sua descendência para sempre, de que seu reino nunca iria te
desapontar.
5. Mas devido aos nossos pecados, pecadores levantaram-se sobre
nós, nos atacaram e nos expulsaram. Àqueles aos quais não deste promessa com
violência nos roubaram, e não glorificaram o teu precioso nome.
6. Com glória puseram um rei por causa de seus proeminentes;
desolaram o trono de Davi como preço da arrogância.
7. Porém tu, ó Deus, abate-os e remova a sua semente da terra
quando o homem estranho a tua aliança se rebelar contra eles.
8. Pagar-lhes-ás conforme os seus pecados, ó Deus; sobrevenha-lhes
de acordo com suas obras.
9. Deus não lhes mostrou misericórdia; procurou os seus
descendentes e não os libertou de nada.
10. O Senhor é fiel em todos os seus juízos que executa sobre a
terra.
11. O ímpio despojou-nos de habitantes; destruíram o jovem, o
ancião e a criança ao mesmo tempo.
12. Na sua bela ira ele os expulsou para o oeste, e expôs os
governadores da terra ao opróbrio, e não teve misericórdia.
13. O inimigo arrogantemente e com indiferença agiu, e seu coração
era indiferente com relação ao nosso Deus.
14. Assim ele fez em Jerusalém todas as coisas que os gentios
fizeram nas cidades de seus domínios.
15. E os assenhorearam os filhos da aliança no meio dos povos
promíscuos. Não havia entre eles um que fizesse misericórdia e verdade em
Jerusalém.
16. Aqueles que amam as sinagogas das santos fugirão deles como os
pássaros fogem de seus ninhos.
17. Eles vagueiam nos desertos para salvar suas almas do mal. A
alma salva deles era preciosa aos olhos do exílio.
18. Por toda a terra foi a dispersão deles causada pelos ímpios,
por que o céu reteve a chuva de cair sobre a terra.
19. Fontes foram interrompidas, desde os permanentes dos abismos
até aqueles nas altas montanhas, pois não havia um dentre eles que praticasse a
justiça e o juízo.
20. Desde o governante deles até o menor do povo estavam em toda
espécie de pecado; o rei em transgressão da lei, o juiz em desobediência, e o
povo em pecado.
21. Veja, Senhor, e levanta-lhes o rei deles, filho de Davi, para
reinar sobre Israel, seu servo, no tempo que escolheste, Deus.
22. Guarneceste-o com o poder para destruir os governantes
injustos, para purificar Jerusalém dos gentios que a pisaram para destruir.
23. para expulsar com sabedoria e justiça os pecadores da herança;
para abater a arrogância dos pecadores como a jarra do oleiro.
24. para quebrar com vara de ferro toda a substancia deles; para
destruir as nações ímpias com a palavra de sua boca.
25. para fazer as nações fugirem da sua face ameaçadora, e expor
os pecadores pela palavra de seus corações:
26. E ele ajuntará um povo santo, a quem dirigirá em justiça. E
ele julgará as tribos do povo santificado pelo Senhor Deus deles.
27. Ele não permitirá que permaneça injustiça no meio deles, e
todo o homem que conhece a perversidade não viverá com eles. Por que ele os
conhecerá todos como filhos do Deus deles.
28. E ele os distribuirá nas suas tribos sobre a terra; o
peregrino e o estrangeiro não habitará muito tempo com eles.
29. Ele julgará povos e nações na sabedoria de sua justiça (pausa).
30. E ele terá nações gentílicas servindo-o debaixo de seu jugo, e
ele glorificará o Senhor num lugar visível a partir de toda a terra. E ele
purificará Jerusalém com consagração, como no início.
31. Virão as nações dos confins da terra para ver sua glória,
trazendo como dádivas seus filhos que tornaram-se totalmente debilitados, e
para ver a glória do Senhor com a qual o Senhor a glorificou.
32. E ele será um rei justo sobre eles, instruído por Deus. Não
haverá injustiça no meio deles nos seus dias, pois todos serão santos, e seu
rei será ungido do Senhor.
33. Porém ele não confiará no cavalo, nem no cavaleiro e nem no
arco, nem multiplicará seu ouro e sua prata para a guerra, nem a muitas nações
estreitará as esperanças para dia de guerra.
34. O próprio Senhor é o seu rei, a esperança do forte. Mediante a
esperança em Deus mostrará misericórdia a todas as nações que estiverem diante
dele em temor.
35. Pois ele golpeará a terra com a palavra de sua boca para
sempre, ele abençoará o povo do Senhor com sabedoria e júbilo.
36. E ele próprio será purificado de pecados, a fim de governar um
grande povo, para lançar ao opróbrio os governantes e remover os pecadores pelo
poder da palavra.
37. E ele não enfraquecerá naqueles dias, graças a seu Deus, pois
Deus o fará poderoso pelo Espírito Santo e sábio pelo conselho do entendimento,
com poder e justiça.
38. E a bênção do Senhor será com ele em poder, e não será
enfraquecido;
39. Sua esperança está no Senhor; quem, então, é forte o
suficiente para ser contra ele?
40. Poderoso em ações e forte no temor do Senhor, pastoreando o
rebanho do Senhor fielmente e em justiça, e não deixará nenhum deles cair
doente em seus pastos.
41. Guiará a todos com equidade e não haverá entre eles arrogância
que escravize entre eles.
42. Esta é a beleza do Rei de Israel que Deus conheceu, para
elevá-lo sobre a casa de Israel e assim discipliná-la.
43. Suas palavras serão refinadas mais que o mais puro ouro. Nas
sinagogas ele julgará as tribos do povo santificado. Suas palavras serão como
palavras dos santos, no meio dos povos santificados.
44. Bem-aventurados são os que nascerem naqueles dias, para ver as
beneficências a Israel, as quais fará Deus entre o ajuntamento das tribos.
45. Que Deus apresse a sua misericórdia sobre Israel; que ele nos
livre das impurezas dos ímpios inimigos.
46. O próprio Senhor é o nosso Deus para sempre e eternamente.
Salmo de Salomão 18 - Ainda sobre o Ungido do Senhor
1. Senhor, a tua misericórdia sobre a obra das tuas mãos é eterna;
a tua benignidade está sobre Israel mediante ricos dons.
2. Os teus olhos velam por elas, e nada lhes faltará; os teus
ouvidos escutam a oração do pobre esperançoso.
3. Os teus decretos estão sobre toda a terra mediante a
misericórdia, e o teu amor sobre a semente de Abraão, os filhos de Israel.
4. A tua instrução está sobre nós como sobre um filho primogênito
e unigênito, para redimir a dócil alma dos pecados cometidos na ignorância;
5. Para que o Deus de Israel purifique para o dia da misericórdia
na bênção, para o dia da eleição no reino de seu ungido.
6. Bem-aventurado os que nascerem naqueles dias, para ver os
benefícios do Senhor, os quais ele fará às gerações vindouras.
7. Sob o cajado do ensino do ungido do Senhor, no temor de seu
Deus, na sabedoria do Espírito, e da justiça e do poder.
8. Para dirigir o homem nas obras de justiça, em temor a Deus,
para conduzir todos à presença do Senhor.
9. Geração justa, temente a Deus, nos dias da misericórdia.
(Pausa).
10. Grande é o nosso Deus, e glorioso o que habita nas alturas, o
que ordena o caminho das estrelas no tempo oportuno dia após dia; e não desviou
do caminho o qual as ordenou.
11. No temor de Deus estão os seus caminhos a cada dia, desde o
dia em que Deus os criou até a eternidade.
12. E não foram desviados, desde o dia em que os criou; seus
caminhos não seriam desviados das gerações antigas, se Deus não os tivesse
ordenado na autoridade de seus servos. Fim