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Documentos batistas -1968

Comunidade Batista do Brasil-MA
PRINCÍPIOS BATISTAS

I - A Autoridade
1. Cristo como Senhor
A fonte suprema da autoridade cristã é o Senhor Jesus Cristo. Sua soberania emana de eterna divindade e poder - como o unigênito Filho do Deus Supremo - de sua redenção vicária e ressurreição vitoriosa. Sua autoridade é a expressão de amor justo, sabedoria infinita e santidade divina, e se aplica à totalidade da vida. Dela procedem à integridade do propósito cristão, o poder da dedicação cristã, a motivação da lealdade cristã. Ela exige a obediência aos mandamentos de Cristo, dedicação ao seu serviço, fidelidade ao seu reino e a máxima devoção à sua pessoa, como Senhor vivo.
A suprema fonte de autoridade é o Senhor Jesus Cristo, e toda a esfera da vida estão estreita à sua soberania.
2. As Escrituras
A Bíblia fala com autoridade porque é a Palavra de Deus. É a suprema regra de fé e prática porque é testemunha fidedigna e inspirada dos atos maravilhosos de Deus através da revelação de si mesmo e da redenção, sendo tudo patenteado na vida, nos ensinamentos e na obra salvadora de Jesus Cristo. As Escrituras revelam a mente de Cristo e ensinam o significado de seu domínio. Na sua singular e una revelação da vontade divina para a humanidade, a Bíblia é a autoridade final que atrai as pessoas a Cristo e as guiam em todas as questões de fé cristã e dever moral. O indivíduo tem que aceitar a responsabilidade de estudar a Bíblia, com a mente aberta e com atitude reverente, procurando o significado de sua mensagem através de pesquisa e oração, orientando a vida debaixo de sua disciplina e instrução.
A Bíblia, como revelação inspirada da vontade divina, cumprida e completada na vida e nos ensinamentos de Jesus Cristo, é nossa regra autorizada de fé e prática.
3. O Espírito Santo
O Espírito Santo é presença ativa de Deus no mundo e, particularmente, na experiência humana. É Deus revelando sua pessoa e vontade ao homem. O Espírito, portanto, é a voz da autoridade divina. É o Espírito de Cristo, e sua autoridade é a vontade de Cristo. Visto que as Escrituras são produto de homens que, inspirados pelo Espírito, falaram por Deus, a verdade da Bíblia expressa a vontade do Espírito, compreendida pela iluminação do mesmo. Ele convence os homens do pecado, da justiça e do juízo, tornando assim efetiva a salvação individual, através da obra salvadora de Cristo. Ele habita o coração do crente, como advogado perante Deus e intérprete para o homem. Ele atrai o fiel para a fé e a obediência e, assim, produzem na sua vida os frutos da santidade e do amor.
O Espírito procura alcançar vontade e propósito divinos entre os homens. Ele dá aos cristãos poder e autoridade para o trabalho do reino e santifica e preserva os redimidos, para o louvor de Cristo; exige uma submissão livre e dinâmica à autoridade de Cristo, e uma obediência criativa e fiei à Palavra de Deus.
O Espírito Santo é o próprio Deus revelando sua pessoa e vontade aos homens. Ele, portanto, interpreta e confirma a voz da autoridade divina.

II - O Individuo

1 . Seu Valor
A Bíblia revela que cada ser humano é criado à imagem de Deus; é único, precioso e insubstituível. Criado ser racional, cada pessoa é moralmente responsável perante Deus e o próximo. O homem, como indivíduo, é distinto de todas as outras pessoas. Como pessoa, ele é unido aos outros no fluxo da vida, pois ninguém vive nem morre por si mesmo.
A Bíblia revela que Jesus Cristo morreu por todos os homens. O fato de ser o homem criado à imagem de Deus, e de Jesus Cristo morrer para salvá-lo, é a fonte da dignidade e do valor humano. Ele tem, direitos outorgados por Deus, de ser reconhecido e aceito como indivíduo, sem distinção de raça, cor, credo, ou cultura; de ser parte digna e respeitável da comunidade; de ter a plena oportunidade de alcançar o seu potencial.
Cada indivíduo foi criado à imagem de Deus e, portanto, merece respeito e consideração como uma pessoa de valor e dignidade infinita.
2. Sua Competência
O indivíduo, Porque criado à imagem de Deus, torna-se responsável por suas decisões morais e religiosas. Ele é competente, sob a orientação do Espírito Santo, para formular a própria resposta à chamada divina ao evangelho de Cristo, para a comunhão com Deus, para crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor. Estreitamente ligada a essa competência está a responsabilidade de procurar a verdade e, encontrando-a, agir conforme essa descoberta, e partilhar a verdade com outros. Embora não se admita coação no terreno religioso, o cristão não tem a liberdade de ser neutro em questões de consciência e convicção.
Cada pessoa é competente e responsável perante Deus, nas próprias decisões e questões morais e religiosas.
3. Sua Liberdade
Os batistas consideram como inalienável a liberdade de consciência, a plena liberdade de religião de todas as pessoas. O homem é livre para aceitar ou rejeitar a religião; escolher ou mudar sua crença; propagar e ensinar a verdade como a entenda, sempre respeitando os direitos e convicções alheias; cultuar a Deus tanto a sós quanto publicamente; convidar outras pessoas a participarem nos cultos e noutras atividades de sua religião; possuir propriedade e quaisquer outros bens necessários.
à propagação de sua fé. Tal liberdade não é privilégio para ser concedido, rejeitado ou meramente tolerado - nem pelo estado, nem por qualquer outro grupo religioso - é um direito outorgado por Deus.
Cada pessoa é livre perante Deus, em todas as questões de consciência, e tem o direito de abraçar ou rejeitar a religião, bem como de testemunhar de sua fé religiosa, respeitando os direitos dos outros.

III - A Vida Cristã

1. A Salvação pela Graça
A graça é a provisão misericordiosa de Deus para a condição do homem perdido. O homem, no seu estado natural, é egoísta e orgulhoso; ele está na escravidão de Satanás e espiritualmente morto em transgressões e pecados. Devido à sua natureza pecaminosa, o homem não pode salvar-se a si mesmo. Mas Deus tem uma atitude benevolente em relação a todos, apesar da corrupção moral e da rebelião. A salvação não é o resultado dos méritos humanos, antes emana de propósito e iniciativa divinos. Não vem através de mediação sacramental, nem de treinamento moral, mas como resultado da misericórdia e poder divinos. A salvação do pecado é a dádiva de Deus através de Jesus Cristo, condicionada, apenas, pelo arrependimento em relação a Deus, pela fé em Jesus Cristo, e pela entrega incondicional a ele como Senhor.
A salvação, que vem através da graça, pela fé, coloca o indivíduo em união vital e transformadora com Cristo, e se caracteriza por uma vida de santidade e boas obras.
A mesma graça, por meio da qual a pessoa alcança a salvação, dá a certeza e a segurança do perdão contínuo de Deus e de seu auxílio na vida cristã.
A salvação é dádiva de Deus através de Jesus Cristo, condicionada, apenas, pela fé em Cristo e rendição à soberania divina.
2. As Exigências do Discipulado
O aprendizado cristão inicia-se com a entrega a Cristo, como Senhor. Desenvolve-se à proporção que a pessoa tem comunhão com Cristo e obedece aos seus manda-mentos. O discípulo aprende a verdade em Cristo, somente por obedece-Ia. Essa obediência exige a entrega das ambições e dos propósitos pessoais e a obediência à vontade do Pai. A obediência levou Cristo à cruz e exige de cada discípulo que tome a própria cruz e siga a Cristo.
O levar a cruz, ou negar-se a si mesmo, expressa-se de muitas maneiras na vida do discípulo. Este procurará, primeiro, o reino de Deus. Sua lealdade suprema será a Cristo. Ele será fiel em cumprir um mandamento cristão. Sua vida pessoal manifestará autodisciplina, pureza, integridade e amor cristão, em todas as relações que tem com os outros. O discipulado é completo.
As exigências do discipulado cristão, baseadas no re- conhecimento da soberania de Cristo, relacionam-se com a vida em um todo e exigem obediência e devoção completas.
3. O Sacerdócio do Crente
Cada homem pode ir diretamente a Deus em busca de perdão, através do arrependimento e da fé. Ele não necessita para isso de nenhum outro indivíduo, nem mesmo da igreja. Há um só mediador entre Deus e os homens, Jesus. Depois de tornar-se crente, a pessoa tem acesso direto a Deus, através de Jesus Cristo. Ela entra no sacerdócio real que lhe outorga o privilégio de servir à humanidade em nome de Cristo. Deverá partilhar com os homens a fé que acalenta e servi-los em nome e no espírito de Cristo. O sacerdócio do crente, portanto, significa que todos os cristãos são iguais perante Deus e na fraternidade da igreja local.
Cada cristão, tendo acesso direto a Deus através de Jesus Cristo, é o seu próprio sacerdote e tem a obrigação de servir de sacerdote de Jesus Cristo em benefício de outras pessoas.
4. O Cristão e  seu Lar
O lar foi constituído por Deus como unidade básica da sociedade. A formação de lares verdadeiramente cristãos deve merecer o interesse particular de todos. Devem ser constituídos da união de dois seres cristãos, dotados de maturidade emocional, espiritual e física, unidos por um amor profundo. O casal deve partilhar ideais e ambições semelhantes e ser dedicado à criação dos filhos na instrução e disciplina divinas. Isso exige o estudo regular da Bíblia e a prática do culto doméstico. Nesses lares o espírito cristão está presente em todas as relações da família.
As igrejas têm a obrigação de preparar jovens para o casamento, treinar e auxiliar os pais nas suas responsabilidades, orientar pais e filhos nas provações e crises da vida, assistir àqueles que sofrem em lares desajustados, e ajudar os enlutados e encanecidos a encontrarem sempre um significado na vida.
O lar é básico, no propósito de Deus para o bem-estar da humanidade, e o desenvolvimento da família deve ser de supremo interesse para todos os cristãos.
5. O Cristão Como Cidadão
O cristão é cidadão de dois mundos - o reino de Deus e o estado político - e deve obedecer à lei de sua pátria terrena, tanto quanto à lei suprema. No caso de ser necessária uma escolha, o cristão deve obedecer a Deus antes que a homem. Deve mostrar respeito para com aqueles que interpretam a lei e a põem em vigor, e participar ativamente na vida de sua comunidade, procurando conciliar a vida social, econômica e política com o espírito e os princípios cristãos. A mordomia cristã da vida inclui tais responsabilidades como o voto, o pagamento de impostos e o apoio à legislação digna. O cristão deve orar pelas autoridades e incentivar outros cristãos a aceitarem a responsabilidade cívica, como um serviço de Deus e à humanidade.
O cristão é cidadão de dois mundos - o reino de Deus e o estado - e deve ser obediente à lei do seu país, tanto quanto à lei suprema de Deus.

IV - A Igreja

1. Sua Natureza
No Novo Testamento o termo igreja é usado para designar o povo de Deus w sua totalidade, ou só uma assembléia local. A igreja é uma comunidade fraterna das pessoas redimidas por Cristo Jesus, divinamente chamadas, divinamente criadas, e feitas urna só debaixo do governo soberano de Deus. A igreja, como uma entidade local - um organismo presidido pelo Espírito Santo - é uma fraternidade de crentes em Jesus Cristo que se batizaram e voluntariamente se uniram para o culto, o estudo, a disciplina mútua, o serviço e a propagação do evangelho, no local da igreja e até os confins da terra.
A igreja, no sentido lato, é a comunidade fraterna de pessoas redimidas por Cristo e tornadas uma só na família de Deus. A igreja, no sentido local, é a companhia fraterna de crentes Matizados, voluntariamente unidos para o culto, desenvolvimento espiritual e serviço.
2. Seus Membros
A igreja, como uma entidade, é uma companhia de crentes regenerados e Matizados que se associam num, conceito de fé e fraternidade do evangelho. Propriamente, a pessoa qualifica-se para ser membro de igreja por ser nascida de Deus e aceitar voluntariamente o batismo. Ser membro de uma igreja local, para tais pessoas, é um privilégio santo e'um dever sagrado. O simples fato de arrolar-se na lista de membros de uma igreja não torna a pessoa membro do corpo de Cristo. Cuidado extremo deve ser exercido a fim de que sejam aceitas como membros da igreja somente as pessoas que dêem evidências positivas de regeneração e verdadeiras submissão a Cristo.
Ser membro de Igreja é um privilégio, dado exclusivamente a pessoas regeneradas que voluntariamente aceitam o batismo e se entregam ao discipulado fiel, segundo o preceito cristão.
3. Suas Ordenanças
O batismo e a ceia do Senhor são as duas ordenanças da igreja. São símbolos, mas sua observância envolve fé, exame de consciência, discernimento, confissão, gratidão, comunhão e culto. O batismo é administrado pela igreja, sob a autoridade do Deus triúno, e sua forma é a imersão daquele que, pela fé, já recebeu a Jesus Cristo como Salvador e Senhor. Por esse ato o crente retrata a sua morte para o pecado e a sua ressurreição para uma vida nova.
A ceia do Senhor, observada através dos símbolos do pão e do vinho, é um profundo esquadrinhamento do coração, uma grata lembrança de Jesus Cristo e sua morte vicária na cruz, uma abençoada segurança de sua volta e uma jubilosa comunhão com o Cristo vivo e seu povo.
O batismo e a ceia do Senhor, as duas ordenanças da igreja, são símbolos da redenção, mas sua observância envolve realidades espirituais na experiência cristã.
4. Seu Governo
O princípio governante para uma igreja local é a soberania de Jesus Cristo. A autonomia da igreja tem como fundamento o fato de que Cristo está sempre presente e é a cabeça da congregação do seu povo. A igreja, portanto, não pode sujeitar-se à autoridade de qualquer outra entidade religiosa. Sua autonomia, então, é valida somente quando exercida sob o domínio de Cristo.
A democracia, o governo pela congregação, é forma certa somente na medida e" que, orientada pelo Espírito Santo, providencia e exige a participação consciente de cada um dos membros nas deliberações do trabalho da igreja. Nem a maioria, nem a minoria, nem tampouco a unanimidade, reflete necessariamente a vontade divina.
Uma igreja é um corpo autônomo, sujeito unicamente a Cristo, sua cabeça. Seu governo democrático, no sentido próprio, reflete a igualdade e responsabilidade de todos os crentes, sob a autoridade de Cristo.
5. Sua Relação Para com o Estado
Tanto a igreja como o estado são ordenados por Deus e responsáveis perante ele. Cada um é distinto; cada um tem um propósito divino; nenhum deve transgredir os direitos do outro. Devem permanecer separados, mas igualmente manter a devida relação entre si e para com Deus. Cabe ao estado o exercício da autoridade civil, a manutenção da ordem e a promoção do bem-estar público.
A igreja é uma comunhão voluntária de cristãos, unidos sob o domínio de Cristo para o culto e serviço em seu nome. O estado não pode ignorar a soberania de Deus nem rejeitar suas leis como a base da ordem moral e da justiça social. Os cristãos devem aceitar suas responsabilidades de sustentar o estado e obedecer ao poder civil, de acordo com os princípios cristãos. O estado deve à igreja a proteção da lei e a liberdade plena, no exercício do seu ministério espiritual. A igreja deve ao estado o reforço moral e espiritual para a lei e a ordem, bem como a proclamação clara das verdades que fundamentam a justiça e a paz. A igreja tem a responsabilidade tanto de orar pelo estado quanto de declarar o juízo divino em relação ao governo, às responsabilidades de uma soberania autêntica e consciente, e aos direitos de todas as pessoas ' A igreja deve praticar coerentemente os princípios que sustenta e que devem governar a relação entre ela e o estado.
A igreja e o estado são constituídos por Deus e sitio perante ele responsáveis. Devem permanecer distintos, mas têm a obrigação do reconhecimento e reforço mútuos, no propósito de cumprir-se a função divina.
6. Sua Relação Para com o Mundo
Jesus Cristo veio ao mundo, mas não era do mundo. Ele orou não para que seu povo fosse tirado do mundo, mas que fosse liberto do mal. Sua igreja, portanto, tem a responsabilidade de permanecer no mundo, sem ser do mundo. A igreja e o cristão, individualmente. têm a obrigação de opor-se ao mal e trabalhar para a eliminação de tudo que corrompa e degrade a vida humana. A igreja deve tomar posição definida em relação à justiça e trabalhar fervorosamente pelo respeito mútuo, a fraternidade, a retidão, a paz, em todas as relações entre os homens. Raças e nações. Ela trabalha confiante no cumprimento final do propósito divino no mundo.
Esses ideais, que têm focalizado o testemunho distintivo dos batistas, choca-se com o momento atual do mundo e em crucial significação. As forças do mundo os desafiam. Certas tendências em nossas igrejas e denominação põem-nos em perigo. Se esses ideais servirem para inspirar os batistas, com o senso da missão digna da hora presente, deverão ser relacionados com a realidade dinâmica de todo o aspecto de nossa tarefa contínua.
A igreja tem uma posição de responsabilidade no mundo; sua missão é para com o mundo; mas seu caráter e ministério são espirituais. Os batistas, historicamente, ter 1 exaltado o valor do indivíduo, dando-lhe um lugar central no trabalho das igrejas e da denominação. Essa distinção, entretanto, está em,  perigo nestes dias de autornatismo e pressões para o conformismo. Alertados para esses Perigos, dentro das próprias fileiras, tanto quanto no mundo, os batistas devem preservar a integridade do indivíduo.
O alto valor do indivíduo deve refletir-se nos serviços de culto, no trabalho evangelístico, nas obras missionárias, no ensino e treinamento da mordomia, em todo o programa de educação cristã. Os programas são justificados pelo que fazem pelos indivíduos por eles influenciados. Isso significa, entre outras coisas, que o indecíduo nunca deve ser usado como um meio, nunca deve ser manobrado, nem tratado como mera estatística. Esse ideal exige, antes, que seja dada primordial consideração ao indivíduo, na sua liberdade moral, nas suas necessidades urgentes e no seu valor perante Cristo.

V - Nossa Tarefa Contínua

1. A Centralidade do Indivíduo
Os batistas, historicamente, têm exaltado o valor do indivíduo, dando-lhe um lugar central no trabalho das igrejas e da denominação. Essa distinção, entretanto, está em. perigo nestes dias de automatismo e pressões para o conformismo. Alertados para esses perigos, dentro das próprias fileiras, tanto quanto no mundo, os batistas devem preservar a integridade do indivíduo.
O alto valor do indivíduo deve refletir-se nos serviços de culto, no trabalho evangelístico, nas obras missionárias, no ensino e treinamento da mordomia, em todo o programa de educação cristã. Os programas são justificados pelo que fazem pelos indivíduos por eles influenciados. Isso significa, entre outras coisas, que o indivíduo nunca deve ser usado como um meio, nunca deve ser manobrado, nem tratado como mera estatística. Esse ideal exige, antes, que seja dada primordial consideração ao indivíduo, na sua liberdade moral, nas suas necessidades urgentes e no seu valor perante Cristo.
De consideração Primordial na vida c no trabalho de nossas igrejas é o indivíduo, com seu valor, suas necessidades, sua liberdade moral, seu potencial perante Cristo.
2. Culto
O culto a Deus, pessoal ou coletivo, é a expressão mais elevada da fé e devoção cristã. É supremo tanto em privilégio' quanto em dever. Os batistas enfrentam urna necessidade urgente de melhorar a qualidade do seu culto, a fim de experimentarem coletivamente uma renovação de fé, esperança e amor, como resultado da comunhão com o Deus supremo. O culto deve ser coerente com a natureza de Deus, na sua santidade: uma experiência, portanto, de adoração e confissão que se expressa com temor e humildade. O culto não é mera forma e ritual, mas uma experiência com o Deus vivo, através da meditação e da entrega pessoal. Não é simplesmente um serviço religioso, mas comunhão com Deus na realidade do louvor, na sinceridade do amor e na beleza da santidade. O culto torna-se significativo quando se combinam, com reverência e ordem, a inspiração da presença de Deus, a proclamação do evangelho, a liberdade e a atuação do Espírito. O resultado de tal culto será uma consciência mais profunda da 'santidade, majestade e graça de Deus, maior devoção e mais completa dedicação à vontade de Deus. O culto - que envolve uma experiência de comunhão com o Deus vivo e santo - exige uma apreciação maior sobre a reverência e a ordem, a confissão e a humildade, a consciência da santidade, majestade, graça e propósito de Deus.
3. O Ministério Cristão
A igreja e todos os seus membros estão no mundo, a fim de servir. Em certo sentido, cada filho de Deus é chamado como cristão. Há, entretanto, uma falta generalizada no sentido de negar o valor devido à natureza singular da chamada como vocação ao serviço de Cristo. Maior atenção neste ponto é especialmente necessária, em face da pressão que recebem os jovens competentes para a escolha de algum ramo das ciências e, ainda mais devido ao número decrescente daqueles que estão atendendo à chamada divina, para o serviço de Cristo.
Os que são chamados pelo Senhor para o ministério cristão devem reconhecer que o fim da chamada é servir. São, no sentido especial, escravos de Cristo e seus ministros nas igrejas e junto ao povo. Devem exaltar suas responsabilidades, em vez de privilégios especiais. Suas funções distintas não visam a vangloria; antes, são meios de servir a Deus, à igreja e ao próximo.
As igrejas são responsáveis perante Deus por aqueles que elas consagram ao seu ministério. Devem manter padrões elevados para aqueles que aspiram à consagração, quanto à experiência e ao caráter cristãos. Devem incentivar os chamados a procurarem o preparo adequado ao seu ministério.
Cada cristão tem o dever de ministrar ou servir com abnegação completa; Deus, porém, na sua sabedoria, chama várias pessoas de um modo singular para dedicarem sua vida de tempo integral, ao ministério relacionado com a obra da igreja.
4. Evangelismo
O evangelismo é a proclamação do juízo divino sobre o pecado, e das boas novas da graça divina em Jesus
Cristo. É a resposta dos cristãos às pessoas na incidência do pecado, é a ordem de Cristo aos seus seguidores, a fim de que sejam suas testemunhas frente a todos os homens. O evangelismo declara que o evangelho, e unicamente o evangelho, é o poder de Deus para a salvação. A obra de evangelismo é básica na missão da igreja e no mister de cada cristão. O evangelismo, assim concebido, exige um fundamento teológico firme e uma ênfase perene nas doutrinas
básicas da salvação. O evangelismo neotestamentário é a salvação por meio do evangelho e pelo poder do Espírito. Visa a salvação do homem todo; confronta os perdidos com o preço do discipulado e as exigências da soberania de Cristo; exalta a graça divina, a fé voluntária e a realidade da experiência de conversão.
Convites feitos a pessoas não salvas nunca devem desvalorizar essa realidade imperativa. O uso de truques de psicologia das massas, os substitutivos da convicção e todos os esquemas vaidosos são pecados contra Deus e contra o indivíduo. O amor cristão, o destino dos pecadores e a força do pecado constituem uma urgência obrigatória.
A norma de evangelismo exigida pelos tempos críticos dos nossos dias é o evangelismo pessoal e coletivo, o uso de métodos sãos e dignos, o testemunho de piedade pessoal e dum espírito semelhante ao de Cristo, a intercessão pela misericórdia e pelo poder de Deus, e a dependência completa do Espírito Santo.
O evangelismo, que é básico no ministério da igreja e na vocação do crente, é a proclamação do juízo e da graça de Deus em Jesus Cristo e a chamada para aceitá-lo como Salvador e segui-lo como Senhor.
5. Missões
Missões, como usamos o tem (é a extensão do propósito redentor de Deus através do evangelismo, da educação e do serviço cristão além das fronteiras da igreja local. As massas Perdidas do mundo constituem um desafio comovedor para as igrejas cristãs. Uma vez que os batistas acreditam na liberdade e competência de cada um para as próprias decisões nas questões religiosas, ternos a responsabilidade perante Deus de assegurar a cada indivíduo o conhecimento e a oportunidade de fazer a decisão certa. Estamos sob a determinação divina, no sentido de proclamar o evangelho a toda criatura. A urgência da situação atual do mundo, o apelo agressivo de crenças e ideologias exóticas, e nosso interesse pelos transviados, exigem de nós dedicação máxima em pessoal e dinheiro, a fim de proclamar-se a redenção em Cristo, para o mundo todo.
A cooperação nas missões mundiais é imperativa. Devemos utilizar os meios à nossa disposição, inclusive os de comunicação em massa, para dar o evangelho de Cristo ao mundo. Não devemos depender exclusivamente de um grupo pequeno de missionários especialmente treinados e dedicados. Cada batista é um missionário, não importa o local onde Mora, ou a Posição que ocupa. Os atos pessoais ou de grupos, as atitudes em relação a outras nações, raças e religiões, fazem Parte do nosso  testemunho favorável ou contrário a Cristo, o qual, em cada esfera e relação da vida, deve fortalecer nossa proclamação de que Jesus é o Senhor de todos.
As Missões Procuram a extensão do propósito redentor de Deus em toda parte, através da evangelização, da educação e do serviço cristão, e exigem de nós dedicação máxima
6. Mordomia
A mordomia cristã é o uso, sob a orientação divina, da vida, dos talentos, do tempo e dos bens materiais, na proclamação do evangelho e na prática respectiva. No partilhar o evangelho, a mordomia encontra seu significado mais elevado: ela é baseada no reconhecimento de que tudo o que temos e somos vem de Deus, como uma responsabilidade sagrada.
Os bens materiais em si não são maus nem bons. O amor ao dinheiro, e não o dinheiro em si, é a raiz de todas as espécies de males. Na mordomia cristã, o dinheiro torna-se um meio para alcançar bens espirituais, tanto para a pessoa que dá, quanto para a que recebe. Aceito como um encargo sagrado, o dinheiro torna-se não uma ameaça e sim uma oportunidade. Jesus preocupou-se em que o homem fosse liberto da tirania dos bens materiais e os empregasse para suprir tanto as necessidades próprias como as alheias.
A responsabilidade da mordomia aplica-se não somente ao cristão como indivíduo mas, também, a cada igreja local, cada convenção, cada agência da denominação. Aquilo que é confiado ao indivíduo ou à instituição não deve ser guardado nem gasto egoisticamente, mas empregado no serviço da humanidade e para a glória de Deus.
A mordomia cristã concebe toda a vida com um encargo sagrado, confiado por Deus, e exige o emprego responsável de vida, tempo, talentos e bens - pessoal ou coletivamente - no serviço de Cristo.
7. O Ensino e Treinamento
O ensino e treinamento são básicos na comissão de Cristo para os seus seguidores, constituindo um imperativo divino Pela natureza da fé e experiência cristãs. Eles são necessários ao desenvolvimento de atitudes cristãs, à demonstração de virtudes cristãs, ao gozo de privilégios cristãos, ao cumprimento de responsabilidades cristãs, à realização da certeza cristã. Devem começar com o nascimento do homem e continuar através de sua vida toda. São funções do lar e da igreja, divinamente ordenadas, e constituem o caminho da maturidade cristã.
Desde que a fé há de ser pessoal, e voluntária cada resposta à soberania de Cristo, o ensino e treinamento são necessários antecipadamente ao discipulado cristão e a uni testemunho vital. Este fato significa que a tarefa educacional da igreja deve ser o centro do seu programa. A prova do ministério do ensino e treinamento está no caráter semelhante ao de Cristo e na capacidade de enfrentar e resolver eficientemente os problemas sociais, morais e espirituais do mundo hodierno. Devemos treinar os indivíduos a fim de que possam conhecer a verdade que os liberta, experimentar o amor que os transforma em servos da humanidade, e alcançar a fé que lhes concede a esperança no reino de Deus.
A natureza da fé e experiência cristãs e a natureza e necessidades das pessoas fazem do ensino e treinamento um imperativo.
8. Educação Cristã
A fé e a razão aliam-se no conhecimento verdadeiro. A fé genuína Procura compreensão e expressão inteligente. As escolas cristãs devem conservar a fé e a razão no equilíbrio Próprio. Isto significa que não ficarão satisfeitas senão com os padrões acadêmicos elevados. Aolmesino tempo, devem proporcionar um tipo distinto de educação  a educação infundida pelo espírito cristão, com a perspectiva cristã e dedicada aos valores Cristãos.
Nossas escolas cristãs têm a responsabilidade de treinar e inspirar homens e mulheres para a liderança eficiente, leiga e vocacional, em nossas igrejas e no mundo. As igrejas, por sua vez, têm a responsabilidade de sustentar condignamente todas as suas instituições educacionais.
Os membros de igreja devem ter interesse naqueles que ensinam em suas instituições, bem como naquilo que estes transmitem. Há limites para a liberdade acadêmica; deve ser admitido, entretanto, que os professores das nossas instituições tenham liberdade para a erudição criadora, com o equilíbrio de um senso profundo da responsabilidade pessoal para com Deus, a verdade, a denominação e as pessoas a quem servem.
A educação cristã emerge da relação da fé e da razão, e exige excelência e liberdade acadêmicas que são tanto reais quanto responsáveis.
9. A Autocrítica
Tanto a igreja local quanto a denominação, a fim de permanecerem sadias e florescentes, têm que aceitar a responsabilidade da autocrática. Seria prejudicial às igrejas e à denominação se fosse negado ao indivíduo o direito de discordar, ou se fossem considerados nossos métodos ou técnicas como finais ou perfeitos. O trabalho de nossas igrejas e de nossa denominação precisa de freqüente avaliação, a fim de evitar a esterilidade do tradicionalismo. Isso especialmente se torna necessário na área dos métodos, mas também se aplica aos princípios e práticas históricas em sua relação à vida contemporânea. Isso significa que nossas igrejas, instituições e agências devem defender e Proteger o direito de o povo perguntar e criticar construtivamente.
A autocrítica construtiva deve ser centralizada em problemas básicos, e assim evitar os efeitos desintegrastes de acusações e recriminações. Criticar não significa deslealdade; a crítica pode resultar de um interesse profundo no bem-estar da denominação. Tal crítica visará o desenvolvimento e a maturidade cristã, tanto para o indivíduo quanto para a denominação.
Todo grupo de cristãos para conservar sua produtividade, terá que aceitar a responsabilidade da autocrática construtiva.
Como batistas, revendo o progresso realizado no decorrer dos anos, tem todos inteira razão de desvanecimento ante as evidências do favor de Deus sobre nós. Os batistas podem bem cantar com alegria: "Glória a Deus, grandes coisas ele fez!" Podem eles também lembrar que aquele a quem foi dado o privilégio de gozar de tão alta herança, reconhecidos ao toque da graça, devem engrandece'-Ia com os seus próprios sacrifícios.

Comunidade Batista do Brasil - Missão Emanuel

QUEM SÃO OS BATISTAS
1.     Os Batistas têm convicções em comum com outros cristãos?
Sim, os batistas têm muitas convicções em comum com outros cristãos: acreditam em Deus como Criador de todas as coisas e como Pai Celestial que chama a si todos os homens. Os Batistas crêem em Jesus Cristo, como Filho de Deus encarnado e como Salvador de todos aqueles que nele têm fé. Eles crêem no Espírito Santo com guia sempre presente, que proporciona o conhecimento cristão da vontade de Deus e o poder para seguir a Cristo na vida diária. Eles crêem que a igreja é constituída do povo de Deus que rende culto ao Onipotente, que dá testemunho do seu amor e serve aos seus semelhantes em nome de Cristo.
2.     Os Batistas crêem na inspiração e autoridade da Bíblia.
A Bíblia fala com autoridade porque é a Palavra de Deus. É a suprema regra de fé e prática porque é testemunha fidedigna e inspirada dos atos maravilhosos de Deus através da revelação de si mesmo e da redenção, sendo tudo patenteado na vida, nos ensinamentos e na obra salvadora de Jesus Cristo. As Escrituras revelam a mente de Cristo e ensinam o significado de seu domínio. Na sua singular e una revelação da vontade divina para a humanidade, a Bíblia é a autoridade final que atrai as pessoas a Cristo e as guiam em todas as questões de fé cristã e dever moral. O indivíduo tem que aceitar a responsabilidade de estudar a Bíblia, com a mente aberta e com atitude reverente, procurando o significado de sua mensagem através de pesquisa e oração, orientando a vida debaixo de sua disciplina e instrução. A Bíblia, como revelação inspirada da vontade divina, cumprida e completada na vida e nos ensinamentos de Jesus Cristo, é nossa regra autorizada de fé e prática. Extraído do documento princípios batistas da série documentos batistas.
3.     Por que os Batistas formam à parte uma família de cristãos? A resposta está no seguinte conjunto de convicções mantidas pelos Batistas:
a)      Os Batistas crêem que Jesus Cristo é o Senhor e tem plena autoridade nos céus e na terra.
b)     Os Batistas crêem que toda pessoa deve reconciliar-se com Deus mediante o arrependimento de seus pecados e a fé pessoal no Senhor Jesus Cristo.
c)      Os Batistas crêem que o batismo segue a profissão pessoal de fé em Cristo, e introduz o crente na igreja.
d)     Os Batistas crêem que Deus dotou cada homem de dignidade pessoal e liberdade de escolha, e que toda criatura humana deve fazer suas próprias decisões acerca de sua fé.
e)      Os Batistas crêem que todo cristão tem responsabilidade de dar testemunho de Cristo, fazendo-o por palavras e ações.
4.     Qual o conceito dos Batistas sobre a autoridade do Senhor Jesus Cristo?
Os Batistas crêem que a mais alta lealdade dos crentes é devida a Jesus cristo e Não a credos, tradições ou instituições religiosas. A suave vontade do Senhor Jesus Cristo está intrinsecamente ligada a todo cristão. A autoridade de Cristo também significa que ele é o Senhor da Igreja. Nenhum ministro, sacerdote, bispo ou papa tem o direito de exercer a autoridade como se fosse o próprio Cristo Mateus 28.18. Todo homem tem acesso direto a Deus e o direito de responder por si mesmo, a de alegrar-se com a presença do Senhor no culto e no serviço.
A autoridade de Cristo abrange também os valores morais. Ele satisfaz às mais profundas necessidades de cada homem e acende as mais elevadas aspirações nos seus tempos confirma a verdade dos ensinamentos do Senhor Jesus Cristo. Paz, justiça e compreensão só se tornam realidade quando Jesus domina.
5.     Qual o conceito de fé pessoal?
Há muitos conceitos de fé. Alguns a consideram como um credo ou um conjunto de preceitos a que devemos obedecer. Outros vêem nela algo em que temos que acreditar, a despeito da razão. Os Batistas, porém, crêem que a fé equivale à confiança e ao compromisso individual. A fé constitui valor espiritual que consideramos acima de nós mesmos.
Existe algo terrivelmente errado no homem, ou seja, a Bíblia revela que todos os homens pecaram Romanos 3.23. Nosso mundo não se tornará melhor enquanto o homem não for mudado por dentro. Essa transformação somente será possível pela graça de Deus através da fé em Jesus Cristo Efésios 2.8 e como podes ver esta não é natural do Homem e sim um dom que Deus dá para que sejamos salvos...
A Bíblia também nos diz que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” João 3.16. Uma vida nova é oferecida a todos, pois Deus enviou “seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa... a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós” Romanos 8.3,4. Jesus Cristo é Senhor e Salvador. Sua autoridade é exercida em misericórdia. A fé e a submissão a Cristo devem ser pessoais. Não é possível ter fé por procuração. O homem não nasce com sua fé, nem esta pode ser-lhe proporcionada por outro. Um ser humano pode ter nascido no seio de uma família cristã, ou num país considerado cristão, mas isso não o faz cristão. Uma pessoa somente é cristã por sua fé pessoal e submissão pessoal ao Senhor Jesus Cristo.
6.     Por que os Batistas praticam o batismo só de cristãos (pessoas que crêem e confessam o nome de Jesus como Senhor e Deus)?
Os batistas crêem que a fé vem antes batismo, e não o batismo antes da fé. Não há regeneração ou salvação no ato do batismo propriamente dito. O batismo é um ato simbólico significando a passagem do crente da vida anterior cheia de pecados, para uma vida nova. Romanos 6.4. A simbolização do sepultamento da vida passada e a ressurreição para vida nova vêem-se melhor na imersão, que os Batistas crêem ser a forma bíblica do batismo. Os Batistas não batizam crianças que ainda não estejam em condições de sentir a fé salvadora pessoal.

7.     Qual o conceito batista sobre a igreja?

Os Batistas crêem que a autoridade de Cristo está diretamente relacionada com a igreja. Deus “pôs todas as coisas debaixo dos seus pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo” Efésios 1.22,23.
A igreja total é o corpo de Cristo, compreendendo todos aqueles que consideram a Jesus Cristo como seu Senhor, filho de Deus e ressurreto Deus salvador.
Os Batistas também crêem que a igreja aparece visivelmente nas congregações locais onde os seguidores de Cristo louvam a Deus em conjunto, propagam o evangelho, ensinam as verdades cristãs e procuram incrementar a santidade de vida e o uso cristão dos bens entre seus membros. Uma igreja local é uma associação de cristãos que irradiam testemunho e serviço pela comunidade e, em cooperação voluntária com outras igrejas, pela humanidade inteira. É organizada conforme o princípio de que todos os membros são iguais em direitos e deveres.
A igreja é de estrutura congregacional, e utiliza o processo democrático para as decisões de assuntos administrativos, considerando o Espírito como guia sempre presente, que lhe capacita para levar avante a missão de Cristo. Atos 1.8.
8.     Como observam os Batistas a Ceia do Senhor?
Para os Batistas a ordenança da ceia do Senhor é um ato simbólico em memória da morte do Senhor Jesus Cristo, ato de que participam todos os cristãos verdadeiros conforme Rm 10.9-12. A observância da ceia é ocasião de auto-exame, reavivamento e ações de graças dos membros da igreja. Os Batistas não crêem que o pão e o vinho sejam literalmente transformados no corpo e sangue de Cristo. Mas a cerimônia focaliza unicamente a presença transformadora do divino Mestre em Espírito.
9.     Como as Igrejas Batistas trabalham em conjunto?
Os Batistas crêem que a igreja local deve ser livre para fazer aquilo que considera o melhor sob a orientação do espírito Santo, com o propósito de cumprir a comissão de Cristo. Cultivando a maior camaradagem entre os crentes e desenvolvendo programas além de suas possibilidades locais, a igreja é livre para associar-se com outras de objetivos semelhantes. Os Batistas se reúnem, portanto, em associações, conferências e uniões nacionais, culminando na Aliança Batista Mundial. Mas a igreja local permanece soberana. Se bem que tenham suas convicções e conceitos básicos em comum, os Batistas não sustêm os mesmos pontos de vista e opiniões em cada localidade. O extraordinário, entretanto, não são as divergências de práticas, mas o grau de coesão alcançado através da colaboração voluntária.
10.                       Como começou o Movimento Batista?
Os Batistas não reconhecem um líder como “fundador” do Movimento Batista. Igrejas do tipo batista surgiram ás vezes espontaneamente mediante estudo da Bíblia. No século dezesseis, as igrejas anabatistas surgiram paralelamente aos movimentos de reforma da Europa Central. No século dezessete as igrejas batistas foram instituídas com vínculos no movimento puritano da Inglaterra.
A perseguição sobreveio a esses cristãos de fé não conformista em regiões onde era limitada ou negada a liberdade de consciência, e também quando a igreja oficial e o Estado prescreviam a crença a ser obedecida. O movimento Anabatista na Europa Continental foi cruelmente esmagado pelas igrejas oficiais. Os “separatistas” ou não conformistas da Igreja da Inglaterra foram forçados a fugir w esconder-se.
Um desses grupos por sua vez migrou da Inglaterra para Amsterdam (Holanda) sob a liderança de John Smith. Em 1609, eles organizam uma nova igreja nessa cidade, onde a condição de membro se baseava na profissão de fé pessoal, voluntária, procedendo ao batismo. Dois anos mais tarde, alguns desses membros da nova igreja, dirigidos por Thomas Helwys, retornaram à Inglaterra e lá tomaram parte no crescente Movimento Batista, que através de migrações se espraiou pela América.
O grande movimento missionário iniciado com William Carey, da Inglaterra, em 1972, disseminou convicções batistas até ao extremo Oriente e, mais tarde, por quase todo o mundo. Em alguns países, como a Rússia em 1867, o Movimento Batista começou espontaneamente com pessoas que formaram suas convicções iluminadas pela leitura do Novo Testamento.
11.                       Por que estão os Batistas empenhados em Evangelização e em Missões?
Os Batistas crêem que a missão de testemunhar sobre Cristo Atos 1.8 e de conquistar novos discípulos Mateus 28.19,20 é dever de cada cristão. Todo cristão é uma testemunha. Sua vida e palavras revelam aos outros sua fidelidade a Cristo. O sal deve salgar, se é sal, e a luz terá que brilhar, se é luz Mateus 5.13,14.
Os Batistas procuram dar testemunho de Cristo em todas as nações do mundo. Têm grande empenho em tornar a Bíblia acessível ao povo, em sua própria língua. Seu esforço missionário inclui auxílios para saúde e educação, ajuda aos que sentem fome, aos que estão sem agasalho e sem lar. Eles crêem que todas essas obras devem ser feitas em nome de cristo, e não apenas como um esforço humanístico, alheio ao Mestre João 15.5. Batistas crêem que a pregação do evangelho deve ser irmã gêmea do serviço aos nossos semelhantes, pois Cristo devotou seu ministério terreno aos pobres, aos oprimidos e aos que sofriam Lucas 4.4-21. O julgamento final de Cristo será baseado em nossa compaixão para com os outros, compaixão esta que exprime a nossa fé Mateus 25.31-46.
12.                       Por que estão os batistas interessados na liberdade religiosa?
Deus criou o homem à sua própria imagem e o dotou de inalienável direito à liberdade.
A lei moral de Deus requer que o homem seja livre para que possa tornar-se responsável.
Os Batistas crêem que todos os homens devem ser livres para seguir sua consciência em matéria de fé pessoal, e que a autoridade civil ou política não tem o direito de traçar normas para a vida religiosa dos cidadãos. Esta liberdade é mais que tolerância, porque a simples tolerância leva a cogitar sobre quem é quem tem o direito de tolerar a outrem.
O Estado não tem competência para afirmar ao individuo em que ponto sua fé está certa ou errada. Quando os homens procuram controlar as igrejas com objetivos políticos, a vida espiritual das igrejas está ameaçada. E quando uma igreja usa o Estado para impor seus credos, comete violência contra a dignidade da criatura humana, proporcionada pelo Criador. Os Batistas não buscam essa liberdade só para si. Eles lutam por esse direito para todos os homens. Cada pessoa deve ter o privilégio de professar e propagar sua fé ou descrença, fazendo-o a seu próprio modo, contanto que não interfira na ordem ou segurança pública, ou ainda nos direitos dos outros.

13.                        Vivem os Batistas conforme suas convicções?

Os Batistas têm vivido, até certo ponto, conforme suas próprias convicções, mas em certas ocasiões eles o fizeram de maneira heróica, chegando até ao martírio. Pelas falhas, porventura havidas, devem arrepender-se e continuar com novas energias a sua missão.
O filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard disse: O cristianismo começa declarando o que o cristão deve ser, e não louvando-o pelo que ele é. E em outra oportunidade o mesmo filósofo escreveu: “Na graça há sempre perdão para o passado, mas nunca liberdade para deixar de lutar.”
Cristo, a única Esperança.
“Quem são os Batistas?”, mais uma particularidade deve ser lembrada. Os Batistas são um povo que abriga uma esperança.
Eles crêem que Jesus cristo é o Filho de Deus. Os Batistas estão convictos de que não há outro nome além de Jesus Cristo, pelo qual devemos ser salvos Atos 4.12. Eles crêem na vitória final do Senhor Ressuscitado Mateus 25.31; I Coríntios 15.24-25; II Pedro 3.13; Apocalipse 11.15).


 

Comunidade Batista do Brasil-MA


DECLARAÇÃO DE FÉ BATISTA

Adotada pela Associação Baptista Açoriana
I - AS ESCRITURAS SAGRADAS
A Bíblia Sagrada, nossa única e toda suficiente regra de fé e prática, foi escrita
por homens divinamente inspirados e é o registro da revelação pessoal de Deus. É um
tesouro perfeito de instrução divina. Tem Deus como autor, a salvação do homem como
fim e a verdade, sem mescla de erro, como conteúdo. Revela o plano de Deus para a
nossa Salvação e os princípios pelos quais Deus nos há-de julgar. É a autoridade
absoluta e o padrão supremo pelo qual toda a conduta humana, as opiniões religiosas e
os próprios credos devem ser testados. É também, como revelação de Jesus Cristo, o
centro da verdadeira unidade cr istã.
(11 Tim.3:16-17; 11 Ped. 1:21;11 Sam. 23:2; Actos l: 16; Prov. 30:5-6; João
17:17; Rom. 3:4; Apoc. 22:18-19; 1 Cor. 4:3-4; Luc. 10:10, 16;12:47-48).
II – DEUS
Há somente um Deus vivo e verdadeiro; Ser pessoal infinito, inteligente e
espiritual: o Criador, Redentor Sustentador e legislador do universo digno do mais puro
amor, reverência, adoração e obediência. O eterno Deus revela-se a nós como pai, Filho
e Espírito Santo, com atributos pessoais distintos, mas sem divisão de natureza, ser ou
essência.
1. Deus o Pai
Deus como Pai, reina com cuidado providencial sobre o seu universo, as suas
criaturas e o curso da história humana, segundo os propósitos da sua graça. Ele é todopoderoso, perfeito em amor e sabedoria. É verdadeiramente Pai para todos os que
aceitam Jesus Cristo, seu Filho, como Salvador pessoal.
2. Deus o Filho
Jesus Cristo é o eterno Filho de Deus. Na sua encarnação, Ele foi concebido do
Espírito Santo e nascido da virgem Maria. Revelou e consumou de forma perfeita a
vontade de Deus, tomando sobre si mesmo as exigências e as necessidades da natureza
humana e identificando-se completamente com a humanidade que veio remir, embora
sem pecado. Honrou a lei divina pela sua obediência pessoal e na sua morte sobre a cruz
providenciou para o homem a expiração dos seus pecados. Ressuscitou com um corpo
glor ificado e apareceu aos seus discípulos de forma visível, audível e palpável.
Ascendeu ao Céu e é agora exaltado à mão direita de Deus, como o único mediador,
part icipante da natureza de Deus e do homem, em cuja pessoa se efectua e reconciliação
com o Pai. Virá segunda vez em poder e glória para julgar o mundo e consumar a sua missão redentora. Jesus Cr isto habita agora em todos os crentes na qualidade de Senhor
vivo e eternamente presente.
3. Deus o Espírito Santo
O Espírito Santo é o Espírito de Deus. Foi Ele quem inspirou os homens santos de
outrora a escrever as Escr ituras. Habilita hoje o homem a compreender a verdade
através da sua i luminação. Exalta Cristo como Senhor. Convence do pecado da just iça e
do juízo. Convida os homens ao Salvador e efectua a regeneração. Cultiva o carácter
cristão, conforta os crentes, habita neles e lhes confere dons espirituais através dos quais
servem a Deus na sua igreja. Ilumina os crentes e os reveste de poder para a adoração e
o serviço da evangelização.
(João 4:24; 15:26; Sal.83:18; Heb.3:4; Rom. 1.20; Jer. 1:10; Êx.1:11; Isa. 6:3; 1
Ped. 1.15-16; Apoc. 4:11; Mar. 12:30; Mat. 10:37; 28: 19-20)
III - O HOMEM
O homem foi criado por Deus à sua imagem, como coroa da sua criação. Era no
principio inocente e sem pecado, sendo dotado de liberdade de escolha. No uso da sua
liberdade o homem pecou contra Deus e por transgressão voluntária caiu do seu
primit ivo estado de sant idade, trazendo o pecado sobre toda a raça. A sua posteridade
herdou consequentemente uma natureza pecaminosa, de sorte que todos se tornaram
transgressores, estando debaixo da condenação.
Só a graça de Deus pode restaurar o homem à sua santa comunhão e habilitá-lo a
cumprir o propósito do seu Criador. A dignidade da pessoa humana é revelada no facto
de Deus haver cr iado o homem à sua própria imagem e no facto deste ser objecto do seu
infinito amor, a ponto de Cristo morrer para o salvar, apesar de pecador perdido e sem
esperança.
(Cén.1:27,31; 2;16; Ecle.7:29; Actos l7:26; Rom.5:21;15-19; João 3:6; Sal. 51:5;
Ef. 2:3; Ezeq. 18:19-20; Gál. 3:22).
IV - A SALVAÇÃO
A salvação envolve a redenção do homem total. É oferecida espontânea e
gratuitamente a todos os que aceitam Jesus Cristo como Senhor Salvador pessoal, o qual
por decreto do Pai tomou voluntariamente a forma humana, fazendo por sua morte a
expiação completa dos nossos pecados. Num sent ido mais amplo, a salvação inclui
regeneração, sant ificação e glorif icação.
Regeneração, ou novo nascimento, é a operação da graça de Deus pela qual os
crentes se tornam novas cr iaturas em Cr isto. É uma mudança de coração produzida pelo
Espírito Santo através da convicção do pecado, à qual o pecador responde em
arrependimento para com Deus e fé no Senhor Jesus. O arrependimento e a fé são
experiências inseparáveis de gr aça divina, que dão à vida uma nova direcção. A
just ificação int roduz-nos a um estado de paz e favor que nos asseguram todas as bênçãos necessárias, nesta vida e no além. A justiça perfeita de Cristo é-nos imputada
gratuitamente por Deus.
Sant ificação, é um processo espiritual que começa na re- generação e visa a
perfeição do crente, através da presença e do poder do Espírito Santo que nele habita.
Glorificação, é a plenitude da salvação e o bendito estado final dos remidos.
(Ef. 2-.5; 1 Jo. 4:10; 1 Cor. 3.5-7; João 3:16; Isa. 53:4-5; Heb. 7:25; Col. 2:9; Ef.
3:8; Rom. 5:1-22,9; 3:24-26; Apoc. 22:17; Act. 17:30;Marc.1:15-17; Jo. 3:19;5:40;
João3:3,6-7; Apoc. 7:13-14; Ezeq. 36:26; 1 Ped. 1:22; 1 João 5:1,4,18; Ef. 2:8; Rom.
10:9-1 1; Heb. 4:14;1 Tess. 4:3;5;:23; Ef. 1:4; 11-12; 6:18; Fil. 2:12-13; 1 Ped. 2:2).
V - O PROPÓSITO DA GRAÇA DIVINA
A eleição é o propósito da graça de Deus segundo o qual Ele regenera, santifica e
glor ifica o pecador arrependido e cr ente. É perfeitamente coer ente com a livre escolha
do homem, sendo a manifestação por excelência da soberana bondade de Deus,
infinitamente livre, sábia, santa e imutável. Todos os verdadeiros crentes estão seguros
nas mãos de Deus. Aqueles que Deus aceitou em Cristo e santificou pelo seu Espírito
jamais cairão do seu estado de graça, sendo conservados até ao f im.
(11 Tim. 1:8-9; 11 Tess. 2:13-14; 1 Cor. 1:26-31; 4:7; Rom. 3:27; 8:28,30; 1
Tess.1:4; 11 Ped. 1:1 0-1 1; Fil. 3:12; Heb. 6:1 1; Rom. 8:28; Mat. 6:30-33; Fil. 1:6,
2:12).
VI - A IGREJA
Uma igreja de Cristo é, segundo o Novo Testamento, um corpo local de crentes
baptizados, identificados uns com os outros pela confissão da mesma fé e unidos por um
mesmo pacto na comunhão do Evangelho. E uma congregação de crentes bapt izados
regida pelas leis de Cristo, que observa as suas ordenanças, pratica os seus ensinos e
exerce os dons, direitos e privilégios de que foi investida pela Palavra divina, com o fim
de espalhar o Evangelho até aos conf ins da Terra. É uma comunidade autónoma de
governo democrático sob a soberania de Jesus Cristo. Os seus oficiais são, de acordo
com o Novo Testamento, os pastores e os diáconos. Todos os seus membros têm iguais
direitos, privilégios e responsabilidades.
A igreja num sentido geral é, segundo o Novo Testamento, o corpo de Cristo,
incluindo todos os remidos de todos os tempos.
(Actos 2:41-42; 13:23; 15:22; 1 Cor. 14:12; 11 Cor. 8:5; Fil. 1:1; 1 Tim. 3:1).
VII - O BAPTISMO E A CEIA DO SENHOR
O baptismo cristão é a imersão do crente em água, no nome do Pai, Filho e do
Espírito Santo. É um acto de obediência que simboliza a sua fé no Salvador crucif icado,
sepultado e ressuscitado. Representa ainda que o convertido morreu para o pecado,
tendo-se verificado o sepultamento da sua velha natureza e a sua ressurreição para uma
nova vida em Cr isto. Este acto simbólico de testemunho deve preceder a entrada do crente na comunhão da igreja, pois, como ordenança do Senhor, o constitui participante
de todos os privilégios de membro e lhe dá acesso à ceia do Senhor.
A ceia do Senhor é igualmente um acto de obediência pelo qual os membros da
igreja participam do pão e do vinho, comemorando juntos a morte de Jesus Cristo e
apontando para a sua segunda vinda. Esta ordenança da igreja local representa também a
nossa comunhão espiritual com Ele, a nossa participação na sua morte e o testemunho
vivo da nossa esperança.
(Actos 2:41-42; 8:36-39; Mat 3:5-6; 28:19; Gál.. 3:27-28; Rom. 6.-4; Col. 2:12;
Luc 22:19-20, Mar. 14:20-26; Mat 26:27-30; 1 Cor. 11:27-30; João 6:35).
VIII - O DIA DO SENHOR
O Domingo, Dia do Senhor é o primeiro da semana, é o dia em que o crente
comemor a a ressurreição de Cristo descansado das suas act ividades seculares. Deve ser
consagrado ao exercício do culto, do testemunho e de outras formas de serviço
espiritual, tanto público como privado.
(Mat. 28:1; Mar. 16:2; Luc. 24:1; João 20:1, 19; Act. 20:7; 1 Cor 16:2; Apoc.
1:10).
IX - O REINO DE DEUS
O reino de Deus inclui a sua soberania geral sobre o universo e sobre todos os
homens que espontânea e voluntariamente O reconhecem como Rei e Senhor. Todos os
crentes devem orar e esforçar-se para que o reino de Deus venha em plenitude e a sua
vontade seja feita sobre a Terra. A consumação plena do seu reino aguarda a segunda
vinda de Jesus Cristo e o fim da era presente.
(Mat 3:2; 5:3-6; 6:9-10,33; 18:1-3;28:19; Mar. 1:14-15;4:27; Apoc 5:1 Rom.
14:17).
X - OS ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS
Deus, no seu devido tempo e a seu modo, conduzirá todas as coisas neste mundo
ao seu adequado termo. Jesus Cristo voltará pessoal e visivelmente em glór ia, de acordo
com a sua promessa. Os mortos ressuscitarão e Cristo julgará todos os homens com
rect idão. Aqueles que persist irem na incr edulidade e na impenitência receberão no
inferno a sua eterna punição. Os salvos fruirão e bem-aventurança eterna em seu corpo
ressuscitado e glor ificado, e habitarão eternamente no Céu com o Senhor.
(Mat. 25:31-46; Luc.18:8; 23:42-43; Actos l: 7-l l; João3:36; 12:25- 26; Sal. 10:4;
1 Ped. 4:7; 1 Cor. 6:9-10; 15:50-58; Heb. 1:10-12; Mat. 13:37-43; Luc. 14:14; Dan.
12:2; Apoc. 22:1 1; 1 Tess. 4:16- 17; 11 Tess. 1:6-12; Rom. 2:2-16; 1 João 4:17; Apoc.
20).
XI - EVANGELIZAÇÃO E MISSÕES
É dever e privilégio de todas as igrejas e de cada cr ente em part icular,
esforçarem-se por fazer discípulos em todas as nações. O novo nascimento do espírito do homem pelo Espírito de Deus faz nascer nele também o amor pelos outros. O esforço
missionário é repetida e expressamente ordenado nos ensinos de Jesus, assentado numa
necessidade espiritual da vida regenerada. É, pois, dever de todo o filho de Deus
procurar ganhar almas para o Salvador através do testemunho pessoal e do uso de todos
os meios consentâneos com o Evangelho de Cristo.
(Mat. 28:19-20; Mar. 16:15; Luc. 9:1-6; 10:1; 24:46-48; João 1 5; 16; 1 7:11-20;
Actos 1:8;4:33; 14:21-27; 1 Tess. 1:6-9; 11 Tim. 2:1-13).
XII - MORDOMIA
Deus é a fonte de todas as bênçãos temporais e espirituais. A Ele devemos tudo o
que somos e tudo o que possuímos. Temos, por conseguinte, uma divida espiritual para
com o mundo, pois somos feitos depositários do Evangelho e dispenseiros da graça de
Deus. É nossa obrigação servi- lo com o nosso tempo, os nossos talentos o nosso amor e
os nossos bens materiais, devendo reconhecer que todos estes dons nos foram confiados
com o fim de os usarmos para a g1ória de Deus e ao serviço do nosso próximo.
Ensinam as escrituras que o crente deve contribuir para a igreja, alegremente e com
regularidade, tomando como base o dízimo dos seus rendimentos e cultivando
liberalidade na prática de uma mordomia integral, com o alvo de promover o avanço da
causa do Redentor sobre a Terra.
(Gén. 14:20; Heb. 7:1; Gén. 28:20-22; Mal. 3:7-10; 1 Cor. 16:1-2; 11 Cor. 8-9).
XIII – COOPERAÇÃO
Reconhecendo que a cooperação é um princípio clar amente expresso nas
Escrituras, o povo de Cristo deve assegurá- la da melhor maneira possível, tendo em
vista a concret ização dos grandes object ivos do Reino de Deus. As organizações de
cooperação, embora não tenham autoridade sobre as igrejas nelas associadas, são
formadas para despertar, unir e coordenar as actividades que em conjunto,
voluntariamente, se opõem empreender. As igrejas devem cooperar umas com as outras
no avanço da obra missionár ia, educacional e beneficente. Unidade cristã, no sentido do
Novo Testamento, é harmonia espiritual e cooperação voluntária para os mesmos fins comuns.
(Fil. 1:5;4:3; 1 Cor. 3:9; 11 Cor. 8:23; ll: 28; Col. 4:11; 1 Tess. 3:2, III João 8; 1
Tess. 1:7-10; Rom. 1:14-15;15-25-27).
XIV - O CRENTE E A ORDEM SOCIAL
Todo o crente aceita por imperativo de consciência cristã, a supremacia de Cristo
na sua vida e na sociedade e o estabelecimento da justiça entre os homens só podem ser
verdadeira e permanentemente proveitosos, quando fundados na regeneração pela graça
salvífica de Deus em Jesus Cristo. O crente deve esforçar-se por promover por todos os
meios ao seu alcance os princípios da just iça social, a verdade e o amor fraternal. Deve
para isso estar pronto a cooperar com todos os homens de boa vontade em todas as
causas justas, cuidando sempre de agir no espírito de amor, sem comprometer a ét ica
cristã, procurando ser inteiramente leal a Cr isto e à sua Palavra. (Lev. 19:18; Miq. 6:8; Isa. 1:16-18; Mat 19:19; 22:39; Mar. 12:31; Rom. 12-.13-
21; 13:8-12; Cil. 5:14; Tiago 2:8; Sal. 11:7; 33:5; 45:7; Mat. 5:6, 10; 5:39-48; João
13:25).
XV - PAZ E GUERRA
É dever de todo o cr istão promover a paz entre todos os homens dentro dos
princípios da justiça. Em harmonia com o espírito e os ensinos de Cristo, o crente deve
fazer tudo o que estiver ao seu alcance para evitar ou pôr fim à guerra, ciente de que a
verdadeira solução para os conflitos entre os homens se encontra no Evangelho. A
necessidade suprema do mundo é a aceitação dos ensinos de Cristo em todos os sectores
da vida dos homens e das nações e a aplicação prát ica da sua lei de amor.
(Isa. 2:2-4;9:6-7; Mat 5:9; Luc. 1:79; 2:14,29; 10:5; Act 10:36; Rom 5:1; Col.
1:20; Ef. 4:3; Heb. 12:14; Rom. 12:18; 14:19; 1 Cor. 14:33)
XVI - LIBERDADE RELIGIOSA
Deus é o único Senhor da consciência. Sendo o governo civil uma instituição
estabelecida para promover os interesses e o bem-estar da sociedade humana, é nosso
dever orar pelas autoridades constituídas e prestar-lhes obediência em todas as coisas
que não sejam contrárias à vontade revelada de Deus. Deve haver inteira separação
entre a igreja e o estado, devendo este assegurar a cada igreja protecção e inteira
liberdade para o exercício da sua missão espiritual. Nenhum grupo eclesial ou
denominação deve ser favorecido pelo estado, nem a igreja deve depender do poder
civil para realizar a sua obra. Uma igreja livre num estado livre, é o ideal cristão, e isso
implica a garantia do livre acesso a Deus por parte de todos os homens e o direito a
terem e difundirem as suas crenças religiosas, sem qualquer interferência por parte do
poder civil.
(Rom. 13:1-7; 14:9-12; Mat.10:28; 22:21; 23:10; Tito 3:1; I Ped. 2:13; I Tim. 2:1-
8; Actos 4:18-20; 5:29; Apoc. 19:16; Sal. 2; 72:11).

Comunidade Batista o Brasil-MA

PACTO DAS IGREJAS BATISTAS


Tendo sido levado pelo Espírito Santo a aceitar a Jesus Cristo como único e suficiente Salvador, e tendo sido batizados, sob profissão de fé, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, decidimos-nos unânimes, como um corpo em Cristo, firmar solene e alegremente, na presença de Deus e desta congregação, o seguinte Pacto:
Comprometemo-nos a, auxiliados pelo Espírito Santo, andar sempre unidos no amor cristão; trabalhar para que esta igreja cresça no conhecimento da Palavra, na santidade, no conforto mutuo e na espiritualidade; manter os seus cultos, suas doutrinas, suas ordenanças e sua disciplina; contribuir liberalmente para o sustento do ministério, para as despesas da igreja, para o auxílio dos pobres e para a propaganda do evangelho em todas as nações.
Comprometendo-nos também a manter uma devoção particular, a evitar e condenar todos os vícios, a educar religiosamente nossos filhos, a procurar a salvação de todo o mundo, a começar dos nossos parentes, amigos e conhecido; a ser corretos em nossas transações, fiéis em nossos compromissos e exemplares em nossa conduta a ser diligentes nos trabalhos seculares, evitar a detração, a difamação e a ira, sempre e em tudo visando à expansão do reino do nosso Salvador.
Além disso, comprometemo-nos a ter cuidado uns dos outros; a lembrar-nos uns dos outros nas orações; ajudar mutuamente nas enfermidades e necessidades; cultivar relações francas e a delicadeza no trato; estar prontos a perdoar as ofensas, buscando, quando possível, a paz com todos os homens.
Finalmente comprometemo-nos a, quando sairmos desta localidade para outra, unir-nos a uma outra igreja da mesma fé e ordem, em que possamos observar os princípios da Palavra de Deus e o espírito deste Pacto.
O Senhor nos abençoe e nos proteja para que sejamos fiéis e sinceros até a morte.

(pacto aprovado pela CBB)


Comunidade Batista do Brasil-MA
Apostasias Batistas
Dr. W. C. Taylor
Desde que voltei a esta cidade, em fevereiro, a pergunta que mais freqüentemente ouvi foi esta: “Os batistas saíram da Igreja Católica Romana?” Minha resposta foi: “Não. Os batistas não saíram da Igreja Católica Romana. Pelo contrário, a igreja Católica romana saiu da primitiva vida batista do primeiro século, por uma evolução gradual e multissecular.” Sua apostasia do cristianismo original que Deus nos deu, por Cristo, seus apóstolos e nosso Novo Testamento, foi uma de várias apostasias batistas, que se deram através dos séculos. Não foi a primeira, e não será a última. Caveat!
Apostasia é o nome bíblico de desvios doutrinários da verdade e vida que Cristo revelou, e ordenou, como a norma obediente do cristianismo. A primeira apostasia batista foi a dos judaizantes, a doutrina de que, em um rito estipulado, não pode ninguém ser salvo, Atos 15:1. Foi a mãe de todas as heresias e apostasias. Começou primeiramente como uma heresia dentro das igrejas, tornando, se uma apostasia aberta, na altura da situação descrita na Epístola aos Hebreus e da Guerra dos Judeus contra Roma, que terminou na queda de Jerusalém. A segunda apostasia foi o gnosticismo, contra o qual Paulo e João admoestaram as igrejas. Era uma filosofia, erguida como autoridade sobre o espírito humano, em lugar da revelação. Geralmente ficava disfarçada no meio das igrejas constituindo a forma mais perigosa de apostasia, pois os traidores e guerrilheiros do falso constituem pior e mais perigoso inimigo da verdade do que o herege, que abertamente chefia uma apostasia. A terceira apostasia, da norma batista do primeiro século, foi a dos nicolaitas, cuja doutrina e obras características o Cristo da glória odeia. É a apostasia que obras que Cristo afirmou odiar. Oxalá todas as apostasias desaparecessem com igual rapidez.
A quarta apostasia, que posso discernir na história cristã, foi precisamente o velho catolicismo. Sua essência se manifestou no segundo século. Tornou-se multiforme, pois na e sempre houve numerosas seitas católicas. Expandiu em forma, diminuiu em espírito e degenerou em doutrina. Católicos romanos e católicos gregos ou ortodoxos, católicos sírios e católicos cópticos, católicos estipes, para cuja escravização o papa abençoou as legiões de Mussolini, e católicos armênios, católicos sírios e seus rivais de Mussolini, e católicos armênios, católicos sírios e seus rivais os católicos jacobitas de Malabar, Índia, os da Igreja Católica Velha, sem infalibilidade papal, e as muitas Igrejas Católicas Nacionais, a Igreja Católica Brasileira do bispo de Maura e a Igreja Católica Liberal de Dom Salomão Ferraz, e os demais catolicismos que nasceram ontem. Todos esses são a prole daquele primeiro catolicismo. Contei, há trinta anos, 43 variedades de católicos no mundo, sem mencionar os 65 ritos ou denominações dentro do romanismo e suas formas uniates, e as ordens monásticas, que divergem entre si muito mais do que os batistas e os presbiterianos. O catolicismo, de que tudo isto evolui, em muitos lugares e em formas divergentes, é apostasia do meio milênio, principalmente, que durou de 150 D. C. até 650 D. C. e culminou na Idade de Trevas. Adão não nasceu de Caim: o primeiro assassino nasceu e degenerou de Adão.
Quando, pois, falamos da apostasia, falamos biblicamente. Paulo assim falou, na sua segunda epístola. Alguém, com o pouco escrúpulo do herege, fizera propaganda entre os tessalonicenses do que “o dia de Cristo estava perto”, II Tes. 2:2. Cristo está perto, o dia de Cristo não estava perto. Já passaram 2.000 anos e ainda não chegou. E Paulo preveniu os tessalonicenses de que ele nunca fizera tal propaganda e que não fossem por enganados. Disse ele que aquele que não chegaria “SEM QUE ANTES VENHA A APOSTASIA e se manifeste o homem do pecado, o filho de perdição”, v.3. “Apostasia”, pois, é nome de movimento, e assim usamos o termo. Não significa que todos que acompanham o movimento estejam destituídos da salvação. Isto não é o assunto, nem é a verdade. Trata-se de fidelidade doutrinária. Em muitas das grandes apostasias dos séculos, o fato mais triste do caso é que muitas vezes homens salvos, originaram, e outras vezes acompanharam, tais apostasias. Estou usando, pois, a palavra apostasia no sentido bíblico, não no sentido católico romano da linguagem.
Há muita filosofia de apostasia o coração crente. Graças a Deus que o coração de muita gente, com o qual se creu em Cristo para justiça imputada e eterna, o coração, digo, é melhor do que a cabeça, tão facilmente enganada por um propagandista simpático. Muitas vezes, os filisteus da heresia e apostasia têm lavrado sua roça eclesiástica com as novilhas dos nossos Sansãos; e, mais tarde, esses próprios Sansãos, cegos, andam moendo o trigo dos incircuncisos, na roldana da heresia. Oxalá Deus ainda lhes desse a coragem e a força de empurrar as colunas do Templo de Dagom para a ruína.
No princípio do meu ministério, há quase meio século, combati o bom combate, guardei a fé e guardei a carreira no meio de lutas das nossas igrejas batistas, contra duas apostasias batistas modernas que arrogantemente bloquearam o caminho do progresso de nossas igrejas, ameaçando-as de aniquilamento e ruína. Estas duas apostasias eram (1) o movimento que, popularmente, foi conhecido de Batistas de Cada Dura, que se chamavam a si mesmos, porém, Igrejas Batistas Primitivas, enganadas em supor que sua atitude antimissionária era a fé primitiva batista; a (2) movimento de crasso sacramentalismo que optou pelo nome sectário de cristão. Eram apostasias gêmeas. Ambas fingiam repudiar tudo que não encontrassem na Bíblia. Os Casca-Dura alegaram estar contra todas as invenções humanas, como juntas, convenções, sociedades bíblicos, colégios e seminários, escolas dominicais, uniões missionárias femininas e de crianças, etc., etc. A outra apostasia, a das “Igrejas Cristãs”, adotou o lema: “Onde a Bíblia fala, nós falamos: onde a Bíblia se cala, nós calamos.” È esquisita quanta falsa doutrina se esconde num lema sectário.
Ora, nenhum dos dois lemas era a verdade e nem eles viviam de acordo. Tinham casas de culto, mas as igrejas bíblicas não tiveram casas de culto. Tinham hinários mas os apóstolo não tiveram cantores impressos. Tiveram associações de igrejas, que são apenas pequenas convenções, muitas vezes lhes disse eu: “No mesmo versículo onde a Bíblia fala de associações batistas, fala de convenções dos homens. E esta lista se estende à vontade do freguês, ou de acordo com o que ele precisa ouvir.
O outro lema era igualmente estúpido e hipócrita. Os tais “cristãos” falavam muito da “lei de perdão”, que consistia em quatro elementos de salvação. Uma salvação qual maná da peregrinação no deserto que facilmente se derretia debaixo do sol de tentação. Essa “lei de perdão” de Alexandre Campbell, enganador primeiramente dos presbiterianos da Escócia e, depois, dos batistas da minha terra, era primeiramente a fé, no sentido de crença nas falsas doutrinas dele e de sua seita antisectária. O segundo passo devia ser a arrependimento, mas ele o traduziu reforma. Tenho exemplar do seu testamento que traduziu imergir, o vocabulário do batismo e traduziu o verbo arrepender-se com o verbo reformar-se. Fé, reforma, confissão (Eu creio que Jesus Cristo é o Filho de Deis; a isso denominou Campbell “a boa confissão”, não falando onde a Bíblia se refere a tal, pois nunca disse a escritura, que isso era “a boa confissão”). Fé, reforma, confissão e o batismo eram a lei do perdão. Ao fim dessa fé (opinião campbelista), reforma superficial, confissão de ser Jesus o Filho de Deus e batismo à toa, pois o ministro era autocrata, batizando ao eu bel prazer a quantos encontrasse na estrada – ao fim de tudo isso, digo, o homem se tornava um tal “cristão”, alcançando suposta salvação, POR ORA. Nada de regeneração – o batismo era o nascer de água, nada de arrependimento, nada de fé em Cristo, pois meras opiniões sobre doutrinas não constituem fé salvadora, nada de vida eterna, garantida por Jesus a nunca perecer. Um cristianismo mas fraudulento nunca existiu. Mas o homem culto da Escócia metia medo em nossa gente batista, quase toda rural e sem cultura. Ele capturou igrejas batistas inteiras, quase associações inteiras. A segunda vez que fui chamado ao pastorado de uma igreja, havia na pequena cidade duas casas de culto construídas pelos batistas. Uma era da tal “Igreja Cristã” que proselitou a igreja batista unânime, e roubou sua casa de culto de toda a sua propriedade, sem que ficasse um sobrevivente do dilúvio sacramentalista. Um batista teria conservado a propriedade, pois os tribunais dão a propriedade a um membro que tenha ficado fiel à fé, tirando-a da maioria, mesmo quase total, que tenha apostatado da fé. Mas nossa segunda casa de culto batista teve de ser edificada por novo elemento que veio à cidade muito mais tarde.
O próprio romanismo não era um sacramentalismo mais anticristão. Mais tarde a seita dividiu-se em meia dúzia de seitas, cada uma pior, sendo que a seita-mãe degenerou no modernismo. Revoltaram-se outras. A mais forte é os antiorganistas. A Bíblia não fala em orgão ou harmônio, logo é pecado ter instrumento de música na igreja, se vamos fala, e calar onde a Bíblia se cala. Mas essas igrejas antiorganistas têm belos coros, com dirigentes, também matéria do silêncio do Novo Testamento. Fogem para o Velho. Mas o dirigente do coro tem um pequeno instrumento que ele põe na boca para dar o tom, com que orienta tenores, baixos, etc. Nossa gente não tardava em mostrar que no mesmo versículo onde ele encontrasse menção desse pequeno instrumento, ali a Bíblia fala de harmônio, de piano para cada departamento da Escola Dominical, de violinos, harpas e órgão hammond. Que tolice. A Bíblia é livro de verdades e princípios, não um catálogo de tudo que se deve ter e fazer ou não ter e não fazer. Princípios, sim, são inumeráveis: sua aplicação toma novas formas cada dia.
Quanto aos supostos “primitivos”, levaram a metade da denominação, talvez uns cem mil membros. Depois de um século são os antimissionários ainda uns cem mil, em número, e as igrejas batistas missionários têm uns 18.000.000 de membros ali.
Li outro dia esta história, que me parece um tanto apócrifa, mas ilustra bem o caso. Havia um avivamento unionista numa vila na outra América. Quanto pecado apostasia e engano se veste do mento de aviamento! O dirigente era evangelista do tipo unionista, que enquanto está na cidade, quer capturar todos, sem distinção denominacional, e seus bolsos. Nessa propaganda, ele imaginou que chegou ao céu e, não existindo nenhum fictício São Pedro à porta, perguntou a um anjo: “Há por aqui algum metodista? Não, disse o anjo, não há metodistas no céu.” Indagou ainda: “Há qualquer batista por aqui? Disse o evangelista malevolamente olhando ao pastor batista: “Não”, tornou o anjo, “não há batistas no céu”. “Idem quanto aos presbiterianos.” Arrebatado com essa propaganda antidenominacional, olhou para o pastor da tal Igreja Cristã”, que também não era do seu tipo de unionismo, e gritou: “Anjo, há cristãos no céu.” O anjo ia dizer a tolice que o unionista lhe colocaria na boca, quando de repente lhe veio o sentido: “Não. NÃO HÁ CRISTÃOS NO CÉU!”. Mas a sentença ficou pela metade, parada no ar como dizem estar o caixão de Maomé, meio distante entre o céu e aterra. “Não há cristãos no céu? Então quem para lá entrará? Confundiu-se um bolo eclesiástico. No céu seremos quem fomos. Teremos nome, sem dúvida, mas não será cristão, vocábulo da gíria pagã, em sua origem, e que a Bíblia só menciona três vezes sempre em referência a essa origem pagã. As piores seitas são as seitas antissectárias que ambicionam o nome de Igreja Cristã.
Cada seita partiu de outra, a não ser o cristianismo que Cristo relevou e perpetuou no Novo Testamento. Os metodistas partiram dos anglicanos, estes do romanismo, sendo o romanismo a evolução do catolicismo da primeira de todas as apostasias, e ele ainda está evoluindo. Afirmei, no começo, que esta apostasia afastou-se do regime apostólico, de fé e prática batista. Isto é afirmação a provar, não meramente a proclamar dogmaticamente. O cristianismo é forma e espírito. A este respeito, talvez a parábola mais batista do novo Testamento é a doutrina de Jesus em Mat. 9:14-17; Mar. 2:18-22; Luc. 5:33-39. A revelação do Velho Testamento é classificada de vestido velho, com roturas – brevemente estaria em farrapos. É classificada como vinho velho em odres velhos, forma e espírito, incapazes de ser ou conter o cristianismo de Cristo.
Notai que a revelação mosaica é vinho, é pano. Mas o pano envelheceu, os odres ficaram duros, igualmente capazes de rotura, como o vestido cujo dia de uso passou. O Velho Testamento está cheio do cristianismo, mas está ali em revelações parciais, preparatórios, passageiras, de profecia, tipos, metáforas, homem e ofício, que serviam de figuras do porvir messiânico, de holocaustos e cerimônias que eram o Calvário dramatizado. Nunca Jesus (ou Paulo ou Pedro) pregava um sermão que não fosse a exposição do cristianismo do Velho Testamento. Todavia, passou. “Todos os profetas e a lei profetizaram até João”, Mat. 11:13, até João Batista, não além. Com João Batista, estamos no Novo Testamento, no cristianismo de fato prestes a ser consumado, de história redentora logo cumprida, da plenitude dos tempos e da revelação. São vestido novo para novo cristianismo, o cristianismo do Cristo presente, cujo cristianismo é vinho novo em odres novos, numa revelação final perfeita que criou tanto seu espírito como suas formas, tanto sua experiência própria como suas igrejas próprias, ordenanças novas e ministério novo. Em forma e espírito, o cristianismo de Cristo é novo. Não é da marca A. C., nem dos séculos D. C. posteriores que seguiram o século da revelação final. Esta revelação foi, e é, perfeita, uma vez para sempre manifestada em Jesus Cristo, interpretada e historiada na sua plenitude inspirada no Novo Testamento. Todas as Igrejas Católicas e as Igrejas Nacionais Protestantes são odres velhos, do Velho testamento, com três qualidades de vinho misturadas, o cerimonialismo, o sacerdotalismo e o ritualismo do regime mosaico, em primeiro lugar; algo de história, idéias e nomenclatura do Novo testamento, em segundo lugar; e graus diferentes das tradições dos homens, em terceiro lugar. Cada odre tem mistura desses três elementos em grau mais nojento ou menos nojento, para o homem espiritual, conforme o gosto da seita. Quando se formou um clero católico, este inventou um vasto Odre Católico e misturou, com uns restinhos do Vinho de Cristo, o conhaque do sacerdotalismo romano, a aguardente do sacramentalismo pagão, o álcool natural da tirania medieval, e tantas outras bebidas intoxicantes quantas lhe convieram e o vendeu como vinho do cristianismo único.
Nosso Senhor recebeu queixas de fariseus e de alguns discípulos de João.
Queriam que Jesus inventasse novos jejuns, ou apoiasse jejuns que eles inventaram ou imitaram. A resposta de Jesus foi que ele não veio para costurar remendo de um jejum novo sobre o vestido do mosaísmo, nem iria ele usar as velhas formas mosáicas para conter a nova revelação cristã. O cristianismo de Cristo já era, e continuaria a ser, seu vinho novo em seus odres novos, uma revelação autônoma, nova e completa em si, em forma e espírito, para a era do evangelho. O catolicismo voltou para os odres sacerdotais de Arão, e meteu neles o vinho da filosofia de Plantão e Aristóteles. Então transferiu tudo para um vasto Odre Católico, modelado no Império romano pagão.
Como começou o catolicismo original, que evoluiu nos ramos gregos, romanos, etc.? Foi uma apostasia batista. Depois da morte do último apóstolo, apareceu o germe de todos os catolicismos. Principiou tudo na corrupção do batismo, na idéia de que o ato salva. Não buliram ainda com o ato do batismo. Continuou a ser a imersão. A imersão e o batismo são uma só palavra, em duas línguas. Mas nas filosofias correntes havia muita superstição sobre o poder místico dos elementos primários da natureza. A água, pois, possuía poder mágico. Água batismal fica sendo água benta, três vezes benta. Aí tendes o germe do romanismo e de todos os demais catolicismos e de muito protestantismo. É a apostasia-mor, apostasia mortal, a apostasia-mãe.
Uma vez generalizada esta superstição, que destrói o evangelho, veio uma sucessão anti-apostólica de mudanças – é a qualidade de sucessão que Roma e Canterbury. Já corromperam o vinho, não lhes importa mudar o odre. Se a água regenera, então haja mais água no ato. Passaram de uma só imersão para a trina imersão, que uma parte do catolicismo subseqüentemente evoluído ainda retém, até no seu atual batismo infantil. E adicionaram mais pompa e publicidade. O episcopado inchou-se, como fez o batismo. Só o bispo de diocese batizava, agora. Construíram vastos batistérios, espécie de catedrais do sacramentalismo pomposo. Reservaram os batismos para a semana santa. Alguns destes prédios imensos de batistério ainda existem, monumentos daquela loucura de glorificar água batismal para tudo. Neles a tália pagã passou para o cristianismo nominal.
Outra evolução pagã, cujo monumento é a arte medieval do assunto, foi vergonhosa nudez dos batismos dessa apostasia. Os homens foram batizados à parte, e as mulheres, em bloco, todas completamente nuas. Para prepará-las e cercá-las, inventou-se uma ordem de diaconisas, e os diáconos leigos do primeiro século passaram a ser auxiliadores dos padres, e mais tarde seriam padres também, pois funcionaram no sacramento da vida. Warfield descreve o batismo de prosélitos em Israel, rito que acompanhava a circuncisão do estrangeiro, dizendo que os judeus lhes tiraram os anéis, a roupa toda e qualquer coisa que viesse impedir o contacto da água santa com a pessoa a ser purificada por ela. Essa superstição invadiu tanto o judaísmo como o cristianismo apóstata, de fato ambos apóstatas, um tendo rejeitado seu Messias, outro, o evangelho deste mesmo Messias.
Quando Deus criou o sacerdócio genuíno de Israel, impôs a modéstia no ofício. No mesmo capítulo 20 de Êxodo que contém a lei moral, lemos: “Não subirás também por degraus no meu altar, para que a tua nudez não seja descoberta diante deles”, v.26. Ora o Deus que legislou sobre a arquitetura de sua casa, afim de que não se visse a batata da perna de um sacerdote, teria enviado João Batista para gente quase nua, teria levado seu Filho unigênito numa procissão vergonhosa dos nus para as águas do Jordão? É afronta à majestade divina do Salvador, é insulto a memória do maior homem nascido de mulher, que perdeu sua própria vida porque exigiu a pureza no palácio real. Arte mentirosa e imoral não é arte cristã. É meramente medieval. É parte da suprema apostasia.
Gradualmente, após tempo, a superstição, como a lepra, se estende para novas regiões do corpo eclesiástico e suas doutrinas. Se água benta salva, então usemo-la quanto antes. Vamos aplicá-la na infância. Com o advento da idéia, o medo exigiu o batismo para as criancinhas doentes, e também para os doentes adultos. Mas a água fria pode fazer piorar certas doenças. O doente não pode esperar até a semana santa e não pode ir ao grande batistério. Resultou uma abundante derramação de água na cama, que teria o efeito o efeito da imersão. E veio o batismo infantil. Com estas modificações, alguém lembrou que, se é a água que regenera, e se a abundante afusão serve para os doentes, a afusão é forma permissível. Ora, o preguiçoso sempre toma o passo que menos energia exige. Daí a mudança gradual do ato, para trina afusão, depois para uma afusão, tendo o protestantismo recuado para a aspersão.
A apostasia muda de modas, do inverno para o verão, do outono para a primavera. Logo ficou de adiar o batismo, para o homem sadio, até quase à hora da morte. Assim fez Constantino, o Grande pagão, o não-batizado-bispo dos bispos de Nicéia. Na bem calculada véspera da morte, foi submetido ao rito pagão chamado batismo. Seu clero podia lhe garantir que assim se removia seu pecado original, os rios de sangue que derramara, seus homicídios sem conta da família para fora, suas traições sem mercê, e se tornaria assim filho de Deus, membro do corpo de Cristo, herdeiro da salvação. Com essas modas mil de corrupção do batismo, tudo mais no cristianismo se corrompeu. O mundo entrou na noite medieval. A religião nominal de Cristo ficou mais bárbara do que os bárbaros que saquearam seus palácios em Roma. Esta vasta apostasia principal abandonou a vida batista do Novo Testamento, pouco a pouco, passo a passo, para a perdição medieval.
Em todos os séculos, quando a Bíblia fica nas mãos do povo regenerado, muitos voltam para Cristo e o cristianismo de Cristo, mesmo que lhes custe o ostracismo, o banimento, a roubalheira dos bens ou o martírio. Independentemente da vinda dos Bagby e Taylor para o Brasil, veio outra missionária batista: foi uma Bíblia católica, duas aliás, e toda Bíblia católica está cheia de doutrina batista. Para o padre Teixeira de Albuquerque, em Olinda, a missionária batista era um exemplar da Vulgata, e ele saiu, qual Abraão a peregrinar, até que encontrasse o cristianismo do Novo Testamento. E o encontrou, numa igreja batista de colônia estrangeira, em Santa Bárbara. E outra missionária, da mesma fé e ordem, veio de Portugal para Inocêncio Frias, pai da primeira mulher brasileira a ser missionária. Essa missionária impressa também foi Bíblia católica, que sua tia lhe enviou de Lisboa. E Inocêncio Frias ia à feira e à missa cada domingo, levando um grande tomo de sua Bíblia católica e sempre com a mesma pergunta: “Por que o nosso cristianismo hoje não é como o cristianismo do Novo Testamento?” era apontar cada vez um elemento do cristianismo batista do Novo Testamento. Afinal, irritado com sua peregrinação espiritual para a fé batista original, sem que ele soubesse existir batista no mundo, alguém lhe disse: “Lá no Recife na Rua da Aurora, no primeiro andar de um sobrado, há pequeno grupo de hereges como você. Por que não vai unir-se a eles, se assim pensa?” E imediatamente ele foi e jubiloso achou, de fato, o cristianismo do seu Novo Testamento, na pequena igreja batista pastoreada por Entzminger. Nós, como poucas nações no mundo, temos tido contínuos e muitos casos desta natureza, em que as almas sinceras, uma vez encetando aquela peregrinação para o cristianismo de Cristo e do Novo Testamento, o descobriram numa igreja batista humilde.
Nada mais claro. Desde João Batista até o mártir Antipas nada se vê, nada houve como batismo, senão o ato de imersão. As duas cidades a que Paulo enviou epistolas, sem as ter visitado, foram Roma e Colosse. Ele bem sabia, porém, e podia escrever com absoluta certeza, que cada membro de uma igreja de Cristo fora sepultado pelo batismo. Era uma certeza unânime. Nenhuma afusão ou aspersão surgiu para destruir o batismo genuíno, pela circulação de batismo contrafeito. Nada de batismo infantil. Nada de salvação depois do batismo, mas sempre salvação pela graça, mediante a fé, resultando na vida eterna, antes do batismo, sendo o batismo um ato desta vida eterna, expressando votos de andar na mesma novidade de vida. As mesmas doutrinas da Confissão de fé adotada pelas igrejas batistas brasileira é o que Lucas chama “a doutrina dos apóstolos” em que os salvos obedientes andaram, e andam, perseverando. As doutrinas são as mesmas o ministério é o mesmo, a natureza congregacional das igrejas, desde Mateus até o Apocalipse, e a pluralidade das igrejas é o mesmo cristianismo batista do Novo Testamento. O evangelho é o mesmo, a Grande Comissão, a santa cooperação das igrejas em grande escala, mediante mensageiros que, nesta afã se tornam “a glória de Cristo”. As apostasias batistas consistem em abandonar este cristianismo original, para seguir os homens.
E não pensemos que os casos de Inocêncio Freias e Teixeira de Albuquerque e dos Paranaguás de Corrente são casos excepcionais. A busca do cristianismo original é o fenômeno mais comum de nossa vida batista. Os volumes das Atas da Aliança Batista Mundial historiam a mesma peregrinação de investigadores sinceros em todos os continentes e muitas nações. Na Coréia e na Venezuela, recentemente, foram descobertos grupos isolados, vivendo uma vida batista, sem saber dos outros batistas do mundo, mas que com alegria ficaram em nossa comunhão, após visita investigadora e orientadora de uma batista que ouvira dos casos. Ouvi ilustre batista, H. A. Porter, dizer como visitou os batistas de um país balcânico, os quais colocaram reclame num grande diário europeu, enumerando as doutrinas que acharam no Novo Testamento e perguntando se havia um povo que advogasse tais verdades. Viajou para eles um pastor batista irmão e os batizou e serviu.
No congresso da Aliança, em Estocolmo, o Pres. João Clifford não pode assistir. Escreveu carta de saudação aos batistas ali reunidos, de que cito estas palavras: “Uma das necessidades primaciais da Europa, na minha opinião, a primeira e mais urgente necessidade, é a interpretação batista do cristianismo de Cristo Jesus, no Novo Testamento. Por mais de trinta anos esta convicção se forçou sobre mim. Deus para isto nos chama. Este é o dia que o Senhor fez para nós e triste será nossa sorte se lhe formos falsos nesta hora de premente necessidade. O domínio do catolicismo romano em certas áreas, da Igrejas Ortodoxa Grega em outras, e a prevalência das idéias e práticas do controle de religião pelo Estado, não obstante pretensão de ceder à liberdade da consciência; estes fatos constituem chamadas urgentes para nosso testemunho”, Londres, 13 de junho de 1923, p. 44, das Atas da Aliança do mesmo anos.
Disse, no mesmo espírito, o operoso e culto Rushbrooke, em Berlim, no ano de 1934: “Em muitas partes do mundo surgiram comunidades batistas, sem que seus membros soubessem existir em canto algum do mundo outros que lhe fossem semelhantes. Nasceram do estudo do Novo Testamento sob a direção do Espírito, como o intérprete” (p.23, das Atas).
No segundo congresso, ouvi o imortal Robertson dizer o seguinte: “Existindo Bíblia, alma regenerada e mente sem preconceitos, o resultado inevitável é um batista. Se não és batista, meu irmão, qual a razão?” Assim falaram mil vezes Carey, Judson, Spurgeon, Truett ante multidões de crentes humildes, que tudo sacrificaram pela lealdade a Cristo, a qual o Dr. Mullins definiu como o supremo princípio batistas, em várias reuniões da Aliança.
Se o conselho Mundial das Igrejas falsas conseguir formar outra Babel, com a costumeira intolerância, no dia seguinte, depois de todos os cristãos nominais formarem esta união, eis o que vai surgir. Cairá na mão de alguém um Novo Testamento e ele irá perguntar, para si mesmo e para outros; “Por que esta cristandade unida está tão diferente do cristianismo de Cristo, revelado no Novo Testamento?” E daí, lhe repetirá o mesmo processo que nos deu os batistas Inocêncio Frias, Teixeira de Albuquerque, os Nogueira Paranaguá e milhares de outros.
Em lugar deste cristianismo de Cristo, revelado no Novo Testamento, para o qual a consciência iluminada sempre voltará, alguns querem limitar as convicções batistas à norma de homem. Houve um vai-vem de homens sinceros, procurando achar este testemunho do cristianismo original, vai-vem entre a Inglaterra e a Holanda, no começo do Século XVII. Grupos que acabavam de repudiar o angloromanismo apalpavam para achar o cristianismo original, e já em existência como igrejas, se isso fosse possível.
Paremos aqui para comentar este tipo de pessoas. Não são a norma de nossa vida. Desnorteados, ainda buscam eles mesmos a norma apostólica. “The Converted Catholic”, mensário de uma organização de ex-pades de Nova Iorque, disse há pouco de um ex-padre: “Até depois de sair da Igreja Romana, sua mente estava envolvida numa garoa de confusão quase total. De fato. Um homem pode sair de Roma, por uma só doutrina provocante, como Lutero revoltou-se contra as indulgências. Seríamos tão estúpidos que abandonaríamos o exemplo, o ensino e a autoridade de Cristo, para estabelecer como norma batista um peregrino que acaba de tomar dois passos fora de erro, na senda da verdade? Colocaremos perante nossos olhos um João Smythe, um Tomás Hewys, ou um João Murton e seu vai-vem entre Inglaterra e Holanda, entre a verdade e o erro? Que direito têm eles de decidir para nós o que significa ser batista? Quem provará que tiveram semelhante desejo ou função? Morreu João Smythe em nosso lugar? Disse Tomás Helwys: “Toda a autoridade me foi dada”, ide, pois, e fazei como fiz na Holanda e em Londres? Servem de norma para nós as hesitações de um ex-padre, ou ex-católico qualquer ou ex-anglicano? Pereça esta noção! Isso seria fazer-nos discípulos dos homens. Eu não daria meia pataca por um milhão de João Smythes ou João Murtons ou Rogério Williams, como norma da vida batista. Não conheço pessoalmente um grupo de igrejas batistas na face da terra que mão tenha ido muito além desses principiantes na verdade, no conhecimento da soma de doutrina, que constitui a fé uma vez para sempre entregue aos santos, para qual devemos batalhar, viver e testemunhar, individual e coletivamente.
E será isso mera noção minha? Vejamos. O Dr. George McDaniel, Presidente da maior convenção batista do mundo. E pastor da histórica Primeira Igreja Batista de Richmond, disse: “Nós, com justiça, nos ufanamos de nossa origem antiga e bíblica. Diversos homens são apontados como fundadores de denominações. Mas não é assim com os batistas. Nenhuma personalidade existe, aquém de Jesus Cristo que sirva de explicação satisfatória de sua origem. As igrejas do Novo Testamento eram independentes, governavam-se a si mesmas e eram de natureza democrática, precisamente como as igrejas batistas de hoje. Nós não principiamos na Idade das Trevas, nem reforma, nem em qualquer século depois dos apóstolos, mas achamos nossas ordens de marcha na Grande Comissão. A primeira Igreja Batista foi a Igreja de Jerusalém. Nossos princípios são tão velhos como o cristianismo e nenhum Fundador confessamos senão a Jesus Cristo.”
Ouvi o famoso F. B. Meyer, de Londres, dizer em Baltimore, no ano de 1910, à nossa convenção batista reunida ali: “Meus irmãos, nenhum dia, deste lado de Pentecoste é nosso dia natalício.” E declarou Spurgeon: “Não me envergonho da denominação a que pertenço, que veio, como cremos, diretamente da pessoa de Jesus Cristo, sem ter jamais passado através do manancial lamacento do romanismo. Temos uma origem à parte de todos os dissidentes ou do protestantismo, porque nós temos existido antes de todas as demais seitas.”
E o Dr. Mullins une sua voz com as vozes d Clifford e Rushbrooke, testemunhando que a Bíblia lida faz batista em toda parte: “Sem outro guia senão o Espírito Santo e o Novo Testamento, o florescente movimento batista começou na Rússia. Outros casos do mesmo princípio são numerosas na história moderna. No México e no Brasil e alhures igrejas batistas surgiram espontaneamente, como resultado do simples estudo do novo Testamento sob a tutela única do Espírito Santo.” E ele narra como , em 1834, em Hamburgo, Alemanha, Oncken e um pequeno grupo estavam sem guias eclesiásticos. Fecharam-se com o Novo Testamento, isolando de outros contatos. Uma igreja batista resultou. E, como sabeis, desta igreja e deste princípio, originou grande parte da história batista moderna na Europa, onde a perseguição unida de Romanista, Ortodoxo e Protestante exterminou os anabatistas.
Essas são vozes batistas, e é um coro mundial. Mas cito também o testemunho de observador. As autoridades do recenseamento nos EE. UU. Publicam um vasto livro de estatística religiosa. Tem uma breve história de cada denominação. Cada qual das maiores denominações protestantes se liga a um fundador humano. Mas o livro do recenseamento declara: “É um princípio distinto entre os batistas que não reconhecem fundador humano, não confessam autoridade religiosa humana e não acatam credo humano algum. Para todos estes fins, os batistas de todos os nomes e de toda ordem se voltam para o Novo Testamento. E, embora nenhum historiador batista competente alegue ser possível traçar uma sucessão de igrejas batistas através dos séculos, a maior parte deles estão de acordo em crer que, se pudéssemos conseguir os dados, seriam encontrados, em todas as épocas da história cristã, grupos que mantiveram, com seu testemunho e, em muitos casos com suas vidas, os grandes e notáveis princípios das igrejas batistas hordiernas” (Census of Religious Bodies, 1926, Vol. II, p. 77).
Notai que esta declaração afirma que a origem batista, a partir do Novo Testamento, não depende de uma sucessão de batismos batistas e de igrejas batistas. Absolutamente nada tem com tal assunto. É a razão porque os mesmos batistas que afirmam isto recusam ver em João Smythe, na Inglaterra, ou Rogério Williams, em Rhode Island, ou Oncken, na Alemanha, ou qualquer outro, o fundador da denominação batista. Não cabe, nas fraldas doutrinárias desses bebezinhos em Cristo, o movimento batista. Esses investigadores do Novo Testamento apelaram a Cristo e à Bíblia. Não se arvoraram em ser o Moisés de nosso Israel, em sua peregrinação. Somente queriam voltar para Cristo, do desvio em que se encontraram. Longe estavam de fundarem nova religião ou seita.
O batismo é como o matrimônio. A monogamia tem sua lei em Cristo. Quando aparecem filho ilegítimo e pais ilegítimos, a norma não esta perdida. É que ainda não houve casamento civil. E esse filho ilegítimo se casará civilmente e estabelecerá um lar legal. Assim fizeram Carey e Fuller acerca do batismo, vindo dos anglicanos; assim fizeram Teixeira de Albuquerque e mais uns quarenta sacerdotes de Roma, vindos do romanismo no Brasil; assim fizeram Spurgeon e Ginsburg, vindo dos congregacionais; assim fizeram um milhão de batistas russos, vindos da pseudo-ortodoxia grega. Assim fazem e farão milhares ou milhões de outros, através dos séculos, se Jesus tardar na sua vinda.
E, como a vasta doutrina batista não se pode limitar aos poucos assuntos e à insuficiente investigação e crença de um Smythe ou Williams ou de qualquer outro principiante em nossa fé, de igual modo a doutrina batista não abrange erros e heresias e apostasias do Novo Testamento. Uma associação Batista no Est. Da Virgínia elegeu doze apóstolos. Era apostasia, oriunda de um entusiasmo pela reprodução exata do cristianismo do Novo Testamento. Mas enganaram-se. Por que não elegerem outro Cristo, e outro Espírito Santo, marcando no calendário outro Pentecoste? Como não provisionaram outro Calvário, como Roma faz em seus altares e dramatiza em sua semana santa? É porque parte vastíssima da doutrina de Cristo e dos batistas é a grande frase inspirada: “Uma vez para sempre,” “de uma só vez”, da Ep. aos Heb. e de Judas. Não se repete Belém ou o monte da transfiguração ou Calvário e os atos históricos da nossa religião. Um nervosismo, que procura repetir o que foi uma vez por todas, não é doutrina batista, mas apenas aberração, de algum batista, das doutrinas de sua fé. Benjamim Warfield escreveu que soube de casos em que um batista insistiu muito na imersão, como único batismo, mas não acreditava na existência de Deus. Acho que eu poderia localizar tais ateísta batistas, mas nem por isso ficou sendo o ateísmo uma doutrina batista, simplesmente porque alguns batistas o adotaram. E assim com qualquer outra apostasia da fé. A fé e sua negação nunca foram, ambas, doutrinas batistas. A fé, que a massa do nosso povo tem adquirido, como convicção geral, é a doutrina batista. Um grupo é capaz de errar, quando mais um indivíduo. Mas a doutrina corrige-se pelo Novo Testamento. Sua negação é a apostasia; não é outra doutrina batista. Existem lá nos museus, preservados em álcool, fetos com das cabeças ou de sete dedos na mão ou uma só perna ou olho e todas as demais deformidades. Conheço duas senhoritas, um tendo um só rim, a outra tendo quatro. Mas a norma do corpo humano fica a mesma, a despeito dessa anormalidades.
Anormalidades doutrinárias, porém, se podem generalizar. Uma ou duas crianças em cada década que nascessem com duas cabeças não afetariam a vida humana. Mas se alguém descobrisse jeito de fazer nascer, por qualquer arte mágica, um milhão de crianças de duas cabeças, isto seria um perigo para a raça. Seria apostasia física, como o romanismo é apostasia espiritual, ao criar um cristianismo com duas cabeças, o papa e Cristo Jesus.
Pior, porém, do que criar um tipo monstruoso é a tendência para o suicídio batista, em várias terras. A última vez que falei na vossa presença, esta união de autores, o assunto que me destes foi o suicídio. O suicídio de um indivíduo é triste, criminoso, anti-social, injusto à família, ao Estado e à sociedade e a Deus, supremamente. Mas o suicídio batista é vastamente mais sério. A perda de um indivíduo de nosso meio é trágica. Mas a perda de um povo, grupo que era forte e agressiva testemunha do evangelho, da verdade revelada, de Cristo e do cristianismo do Novo Testamento, a perda deste povo, digo pelo suicídio batista é perda infinitamente mais trágica. É o que se vê em várias terras. Há meio século havia mais de 400.000 batistas na Inglaterra. Hoje, há uns 300.000, se tantos. Em muitas igrejas há numeroso grupo dos que nunca foram batizados e entraram com a aspersão ou afusão ou nada, como batismo. Há pessoas de muitas denominações em igrejas batistas, por conveniência. A denominação começou a diminuir com o unionismo de J. H. Shakespeare e diminuiu cada ano, por uma ou mais décadas. É suicídios coletivo. No Canadá, na última estatística que tive à mão, ao escrever isto, o número de membros diminuiu quatro mil, o ano anterior. A convenção Batista do Norte, do meu país, teve 13.000 igrejas há poucas décadas, número que ficou reduzido a 7.000. Neste caso, felizmente, não foi a denominação que suicidou, mas quase a metade das igrejas abandonaram o grupo que deu abrigo a toda a sorte de modernismo e já faz parte do concílio Mundial de Igrejas. Uma Índia de Carey, o seminário teológico de Serampore, nome sagrado na história batista, agora é centro unionista, para a educação de obreiros luteranos, anglicanos, metodistas, presbiterianos, ortodoxos sírios, a Igreja Ortodoxa Síria Mar Tomá e quejandos, inclusive batistas das missões inglesas. O presidente deste educandário é um Católico ortodoxo sírio, que é seita pouco diferente do romanismo nas doutrinas fundamentais. O volume da aliança Batista reunida na Suécia, em 1952, afirma haver 60.000 batistas na Suécia. Mas, poucos anos depois, o número passou a 20.000, subindo, em 1947, para 40.000. Onde a razão dessa diferença? Apostasia. Foi para um seminário teológico modernista, em outra terra, um rapaz sueco. Ali aprendeu que Jesus não nasceu de virgem-mãe, que a Bíblia não é inspirada, só seus autores sendo inspirados, em ebuliente experiência que com eles evaporou, não afetando suas palavras, ou seus escritos. Quando ele voltou à Suécia revelou seus novos conhecimentos modernistas, conseguiu apoio ou tolerância oficial. Então, milhares de batista se revoltaram contra essa apostasia e, não tendo para onde virar, se fizeram pentecostais. Deste grupo pentecostal, veio o pentecostalismo para o Brasil. Roubou grande parte dos frutos di trabalho de Nelson e muitos outros batistas enganados. Fui um dia ao pastor Emílio Conde, “pastor” pentecostal nessa cidade, e lhe disse o seguinte: “Nós nunca havemos de concordar sobre a doutrina do batismo no Espírito Santo. Creio, porém que ambos nós amamos a Bíblia e seriamos zelosos na sua defesa. Fui informado, mas não tenho uma história dos batistas suecos com que possa atestar a informação, do seguinte.” (Narrei o que foi dito em cima e perguntei-lhe se, segundo a história de seu povo, a tal versão se confirmava. Ele me declarou que era também assim informando.) Esses 150.000 pentecostais no Brasil são frutos de modernismo num seminário batista, em outra terra. Um seminário modernista nos fez este grande mal. A apostasia modernista é praga, cujo contágio é mundial.
E não parou aí o efeito desse caso de modernismo. Estou lendo um livro sobre as maiores vozes da teologia americana, sendo que um dos seis é Nels F. S. Ferré. O pai dele foi batista sueco. O filho alega ter experimentado três conversões. Frans Ferré pregou o evangelho por 50 anos crendo a Bíblia. A família morava numa zona rural vizinhos da fazenda de Greta Garbo. Nels foi “convertido” em 1920, e no ano seguinte foi para os EE.UU., já cheio de dúvidas. Não sei se vieram do novo modernismo da Suécia. Encontrou mais, da mesma espécie, na outra América. Repudiou o evangelho e a Bíblia. Esta segunda “conversão” ele chama a conversão para a sinceridade. É uma das esquisitices do modernismo imaginar que só uma incredulidade é sincera, embora tais apóstatas não tenham a sinceridade de deixar uma região e que não crêem. Vivem do dinheiro de crentes, enquanto procuram aniquilar sua fé. Para mim, isso é o cúmulo da hipocrisia. Ferré deixou ou batistas e ensina agora na U. de Vanderbilt, foco de ultra-modernismo metodista. Agora, ele alegra que uma das explicações possíveis do nascimento de Jesus é que Maria era prostituta, ou ficou prostituída, num acampamento de soldados romanos, Jesus séria filho da judia nazarena e um soldado romano, vil calúnia dos judeus primitivos desenterrada por Ferré. A única desculpa da blasfêmia é que há pinturas de artistas nortistas europeus que pintam Jesus como tipo loiro. Logo, teve de ser filho de soldado alemão e Maria Nazarena. Está aprovado, por essa mesma arte medieval, que faz batismo de Cristo uma colônia de nudismo. Hitler e Ferré se converteram para este Cristo germânico. A terceira conversão de Ferré foi para agápe. Os modernistas hodiernos não podem usar o vocabulário cristão. Advogam kerugma, não pregação, e, mensagem, kerugmática, não pregação da verdade. Agora Ferré só anda pregando ágape. O próprio livro que estou lendo diz que seu pensamento seria mero sentimentalismo, sem a teologia companheira de Reinhold Niebuhr. Há propagandistas de modernismo, comunismo e toda sorte de ismos que só andam, agora, falando em amor, ou ágape. O amor, que é fruto do Espírito, ama primeiramente a Deus e ao homem, em segundo lugar. Ama a Jesus Cristo e o prova guardando suas palavras e obedecendo seus mandamentos. Ama aos pecadores, pregando-lhes o único evangelho. E pregar a verdade, em amor, inclui pelo amenos amor à verdade. Mas esse amor modernista reduz Jesus Cristo, possivelmente – Ferré apenas representa esta hipótese como uma das maneiras possível do nascimento de Jesus – ao fruto da quente carnalidade de uma ex-virgem nazarena. Imaginai, quando essas blasfêmias chegaram aos ouvidos do clero e dos pentecostais no Brasil, como partindo de um dos seis maiores teólogos da outra América, como isso afetará o evangelho que amamos. Cuidado com o tipo de pregador que só ande falando de amor, como bandeira de seu liberalismo, sem amor à pessoa de Jesus, às suas palavras e aos seus mandamentos. “O amor sem hipocrisia.”
Numa convenção da mocidade, no Estado de Carolina, fora convidado o tal Ferré, para orador. A Convenção Batista do Estado interveio, cancelou o lugar de Ferré no programa, nomeou uma comissão para investigar a razão do convite, demitiu três secretários de sua mocidade e, nisto, teve o apóio da vasta maioria do seu povo. São algumas das ondas, em quatro países, de uma classe modernista de teologia e seus efeitos sobre um estudante. O irmão Neprah, batista russo que nos visitou há poucos anos, narrou como outro professor, educado no estrangeiro, no modernismo, voltou a um seminário na Europa. Quando os alunos afinal perceberam que seu professor era incrédulo, na hipocrisia de um professorado cristão, tomaram-no literal, fisicamente, em seus braços e o lançaram fora do prédio. Ali, não houve suicídio batista. Haverá no Brasil?
Apostasias Batistas pululam. E seriam mentirosos Jesus e Paulo e João, se isto não fosse. Foi sempre a verdade e sempre será. É marca dos “últimos tempos”, frase que indica o prazo entre a primeira e a segunda vinda de Cristo. Jesus, quando falou do bom Pastor, falou também do mercenário, assalariado pelo povo das ovelhas e deixando estas para o lobo devorador; assalariado, diria Paul, pelo povo na verdade, e servindo a doutrinas de demônios.
Falei-vos da apostasia antimissionária. Hoje em dia, isso é mania de incultos Casca Dura? Não, irmãos. Hoje em dia, professores modernistas de teologia minam toda a obra de missões, por negarem que Jesus proferiu a grande Comissão. Há dúvida real sobre o texto grego da Comissão em Marcos, dúvida, digo, não motivo de dogmatismo. Mas o criticismo textual não admite dúvida alguma sobre a comissão de Mateus. Porém, o modernismo odeia mais a Grande Comissão de Mateus do que a de Marcos. E seu forte apóio textual não influi. Rejeitam-no, por motivos de puro subjetivismo modernista. Qual o resultado? Fica sem fundamento o movimento missionário, se não foi Jesus que o ordenou. Se Jesus foi quem disse: “Ide, fazei discípulos; toda a autoridade para vos enviar é minha”, então o jovem missionário irá com gozo. Mas se foi um anônimo impostor do segundo século que forjou de Mateus, então as missões são baseadas em fraude e miserável hipocrisia. Demita-se nossa Junta de Missões Estrangeiras e o movimento missionário está morto. Os “Casca Dura”, agora, já estão em cadeiras teológicas, não em associações batistas de matutos e caipiras.
Analisei uma apostasia seca e fútil de sacramentalismo. Já leio muita literatura batista inglesa e de outros grupos, que advogam abertamente esta mesma apostasia. Chamam isto uma doutrina “alta” do batismo, classificando-a pela terminologia das divisões anglicanas.
Falei sobre a apostasia-mor, a apostasia-mater do catolicismo. Foi apostasia batista, no fim do primeiro século. O catolicismo foi criado por igrejas congregacionais, com uma só ordem de ministros, com diáconos que eram leigos, não padres principiantes, com a imersão como o único batismo, para crentes, depois da salvação, com o Novo Testamento já em circulação em suas várias partes, doutrinado o povo no que “o Espírito diz às igrejas”. Era um cristianismo nitidamente batista, que permitiu a apostasia do catolicismo dos séculos, logo após os apóstolos. E esta mesma apostasia está grassando entre os batistas, de novo, conduzindo para o novo catolicismo do concílio Mundial das Igrejas. A maioria das grandes convenções batistas já faz parte do concílio Mundial de Igreja. Mentem para fazer isto. Fingem que uma convenção batista é igreja batista, uma igreja nacional, como as igrejas protestantes. Isso é mentira abominável. Uma convenção não é Igreja; não tem nem aspecto nem função alguma de igreja; não batiza, não aceita nem membros, nem dá cartas demissoras; não consagra, nem elege, nem despede pastores; não exerce disciplina, não governa as igrejas. Nenhuma convenção batista é igreja, nem tem função alguma de igreja. Mas essas convenções batistas no Concílio Mundial estão ali disfarçadas de igrejas, em cada caso. Ou é hipocrisia ou é, nitidamente, a velha apostasia do catolicismo incipiente.
Ao sair dos EE.UU., há pouco, comprei vinte livros, a maioria expondo a teologia do unionismo modernista. Confesso-me pasmado com a ousadia avançada dessa propaganda. Abertamente dizem que h+a uma só Igreja. Dizem que ela e extensão da encarnação de Cristo. Vão além. Dizem que essa “Igreja Católica” é Cristo, absolutamente idêntica com Jesus Cristo. Breve a pequena oligarquia que governará essa apostasia será seu próprio Cristo. Muitos deles vão secretamente apoiando Schweitzer, ao pensar que a existência de Jesus é duvidosa. Todos concordam que isso é de somenos importância. Se ele nunca existiu, esse catolicismo será sua encarnação e o Cristo será o subjetivismo deles.
Que fazer? Que fizeram Cristo e Paulo e João? Avisai o povo, como fez Jesus, no Sermão do Monte e em João 10, e falando com Judas e com Pedro. Falai como Paulo deste perigo: “e eu sei que, depois de minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. Portanto, vigiai… Agora, pois, encomendo-vos ao Senhor e à palavra da sua graça.” Falai, como João, contra os anticristos. Dizei as mulheres cristãs, mulheres como Priscila que amam a doutrina, “Se alguém vem ter conosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas vindas, porquanto aquele que lhe dá boas vindas faz-se cúmplice das suas obras más.” Também exorto que nossa oposição ao modernismo não seja nunca injusta. Citai o ensino falso, textualmente, ou calai-vos. Assuntos doutrinários não são questões pessoas. Os heresiarcas sempre querem ser tidos por mártires, arrastam tudo para o terreno pessoal. Não lhes deis esta honra. Recusai combate aí. Notastes quão poucas vezes Paulo declina o nome de algum líder judaizante? Combateu o erro, não o homem. E, logo, não sejais arrastados para fora da denominação com o irmão – ia declinar-lhe o nome, mas não o direi. Não sejais separatistas, pelo menos até a apostasia ameaçar dominar a situação, que Deus proíba. Estas igrejas no Brasil são de Jesus, são igrejas batistas, segundo o Novo Testamento. Fiquemos com elas, para que fiquemos com a verdade. Lutemos, informemos o povo, mas não tomaremos o fácil rumo de separar-nos da denominação cada vez que formos mal entendidos ou sofremos derrota. Os Ários tem muitas vitórias provisórias sobre os Atanásios. Perseverai. O amor regozija-se com a verdade, é partidário da verdade, iça a bandeira da verdade, veste suas cores. A verdade é nosso time. Soltemos foguete quando marca um gol.